[* Para quem não sabe, União é o vocábulo que os Brasileiros usam institucionalmente para designar a República Federativa do Brasil]
Isto vem publicado aqui, e foi aqui que deixei o comentário abaixo transcrito, porque está mais do que na hora de acabar com a apropriação abusiva da designação «Língua Portuguesa» por parte do Brasil, com o objectivo de promover politicamente a Língua Brasileira, que conheço desde os meus tempos da infância brasileiros.
Mas também, está mais do que na hora de EXIGIR dos muito subservientes decisores políticos portugueses que, ao menos, se respeitem a si próprios, e tenham a consciência de que andar curvados não é condição dos seres vertebrados, e não andem por aí a permitir que o nome da NOSSA Língua – a Língua Portuguesa - ande a ser arrastada na lama, como se NÃO fosse uma Língua da mais nobre linhagem Românica, a qual anda agora por aí esfarrapada como uma mendiga, transformada numa linguagem básica, mal escrita e falada, inacreditavelmente, nas escolas e universidades, e na comunicação social, nomeadamente nas televisões, os maiores veículos da ignorância linguística que se implantou em Portugal como uma peste negra , desprestigiando o NOSSO País e o Povo Português, e desacreditando os decisores políticos que se apresentam ao País e ao Mundo como uns meros vassalos do Brasil, e nem sequer consciência desta submissão eles têm, ou se têm, perderam a vergonha.
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Eis o comentário que deixei no texto intitulado «A decisão do STF [Supremo Tribunal Federal], neste momento, não prejudica o debate sobre o tema, só define que apenas a União pode alterar as regras da Língua Portuguesa»
«Apenas a União pode alterar as regras da Língua Portuguesa»????????
De que Língua Portuguesa estão a falar, se só existe UMA Língua Portuguesa, a que Dom Diniz fez valer e que é falada e escrita em Portugal e nos países africanos de expressão portuguesa, e também noutras partes do mundo asiático e nas comunidades portuguesas na Diáspora, mas não, no Brasil?
Este texto que acabei de ler é falacioso.
O que se fala e escreve no Brasil é uma Variante Brasileira do Português, ou o Dialecto Brasileiro, ou o Crioulo Brasileiro, ou, com absoluta legitimidade, a Língua Brasileira.
Há muito que a Língua Portuguesa não existe no Brasil, sequer o Português do Brasil.
O Brasil precisa da muleta portuguesa, porque a Variante Brasileira do Português (como todos os que sabem de Línguas a designam) por si só, não consegue impor-se, por exemplo, na ONU ou nas Universidades. No entanto, se a designassem como Língua Brasileira, quem não a aceitaria?
A questão é: o Brasil, sendo um país livre e soberano, com cerca de 204 milhões de habitantes (segundo o censo de 2022, número que poderá ter diminuído com a deslocação em massa de brasileiros para Portugal, e daqui para os restantes países europeus), por que motivo há-de estar agrilhoado a Portugal, como nos tempos em que foi colónia portuguesa?
Já não seria o momento de cortar definitivamente o cordão umbilical com o ex-colonizador e assumir de uma vez por todas a Língua Brasileira, que efectivamente é brasileira, por se ter distanciado de um modo demasiado evidente da Língua Mãe Portuguesa?
Por que não há-de o gigantesco Brasil ter uma Língua própria que o identifique como um País livre e desligado do ex-colonizador?
Por que há-de estar o gigantesco Brasil a mendigar o vocábulo "português" como se não tivesse capacidade de impor o "brasileiro" na designação da sua própria Língua?
Assim como está, o Brasil até pode ser um gigante, ter muitos milhões de habitantes, ter muitas riquezas, mas NÃO tem uma língua própria que o identifique como um país livre.
Pensem nisto, porque este é um conselho de amiga, de uma amiga que foi criada no Brasil e conhece a História, a Cultura e a Língua Brasileiras melhor do que a esmagadora maioria dos Brasileiros.»
(Repondo a legalidade)
Para quem acha (seria melhor pensar) que o que escrevi tem alguma conotação com racismo ou xenofobia engana-se redondamente. Defender a minha Língua é um DEVER cívico, moral e cultural, do qual NÃO abdico, e isto é algo que NÃO é sinónimo de racismo ou xenofobia.
No finado ano de 2023, foi criado um Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes, no qual estão integrados actualmente 296 pessoas [poderia ser mais numeroso, não fossem as desistências por medos que ultrapassam a vontade de ver o AO90 incinerado para todo o sempre], e que levou a cabo duas acções. A primeira dessas acções foi o envio de um APELO a Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 18 de Abril desse mesmo ano, através do Formulário da Presidência, no sentido da defesa da Língua Portuguesa, conforme definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa, que está a ser despudoradamente violado, e ainda não mereceu uma investigação por parte da Procuradoria-Geral da República. O Apelo foi enviado por quatro vezes, e a única resposta que mereceu por parte do Presidente, que se diz ser de TODOS os Portugueses, foi através de uns ofícios da Casa Civil do Presidente da República, assinados por Fernando Frutuoso de Melo, a acusar a receção da mensagem, que (imagine-se!) mereceu a melhor atenção por parte da Casa Civil, mas, ao que parece, mereceu o desprezo do Presidente da República, que ainda não se dignou responder-nos, e já vamos no dia 05 de Janeiro de 2024.
No dia 26 de Outubro de 2023, ousei telefonar para a Presidência da República. Atendeu-me uma Senhora Doutora, à qual, como porta-voz do Grupo Cívico, expus o assunto e o lamentável desprezo de que estamos a ser alvo, por parte do Presidente da República Portuguesa, e insisti que exigíamos uma resposta, como é do nosso DIREITO, ainda mais por se tratar de uma questão que mexe com a nossa identidade.
A senhora, muito simpaticamente, disse que ia transmitir a nossa petição à Presidência e que muito em breve teríamos uma resposta. Que ficássemos descansados. Já estamos em 2024 e ainda não obtivemos a tão ansiada resposta. Bem sabemos que o Senhor Presidente tem muito que fazer, tem muito que viajar, tem muitas complicações para resolver, mas a Questão da Língua, que integra a Violação da Constituição da República Portuguesa; a Ilegalidade da Aplicação do AO90; a Usurpação Ilegítima da Língua Portuguesa por parte do Brasil; e a Perda da Identidade Portuguesa, com o uso abusivo da bandeira brasileira como símbolo da Língua Portuguesa entre as Línguas europeias, não será matéria suficientemente grave para constar das preocupações de um Presidente da República?
Pelo visto, não é. Porque o Presidente da República Portuguesa está-se nas tintas para os interesses de Portugal e dos Portugueses.
Mas não vamos desistir. Por estes dias, voltarei a telefonar para a Presidência da República, insistindo para que nos seja dada a resposta a que temos direito.
E dizem que vivemos numa Democracia, onde a voz do Povo é quem mais ordena!
A outra acção, levada a cabo pelo Grupo Cívico, foi o envio, em 22 de Outubro de 2023, de uma Carta a Aníbal Cavaco Silva, ex-primeiro-ministro e ex-presidente da República de Portugal, responsável pela imposição do AO90 aos Portugueses.
A Carta não foi publicada, mas será publicada brevemente com novo pedido de reflexão sobre como gostaria de ser recordado, quando a História fizer o seu julgamento.
A Carta terminou assim:
« Supomos que a Vossa Excelência não agradará ser recordado como cúmplice de uma tal infâmia, por isso, temos a certeza de que terá a coragem de reconhecer publicamente que se cometeu um gravíssimo erro [não esquecer que errar é humano, mas insistir no erro é insano] e aconselhará, no presente momento, em que o caos linguístico está instalado em Portugal, que se apresenta ao mundo como um País sem Língua própria, a anulação do AO90, para que seja reposta a legalidade e a constitucionalidade da utilização da Língua Oficial de Portugal, que NÃO é a Variante Brasileira do Português.»
Esta carta foi subscrita por 290 entre 293 cidadãos (três não a subscreveram por considerarem uma perda de tempo, com alguém que nunca daria o braço a torcer).
O certo é que até ao momento, ainda não recebemos resposta. Aqueles três cidadãos teriam razão?
Confesso que estou bastante desiludida. A ideia do envio desta carta, foi de um subscritor, e eu considerei-a excelente, porque, confesso, ingenuamente, nunca me passou pela cabeça que alguém da envergadura do Professor Aníbal Cavaco Silva não tivesse a humildade de fazer um acto de contrição público, até porque ninguém gostará de ser julgado pelo Futuro como um dos maus-da-fita, seja lá do que for.
Um novo ano começa.
As acções previstas para o Grupo Cívico, este ano, passam pelo envio de Cartas a determinadas entidades, fora e dentro de Portugal. Porque, pelo visto, os decisores políticos portugueses, ao mais alto nível, não estão interessados em manter a Identidade Portuguesa. Mas nós, Portugueses Pensantes, estamos interessados não só em mantê-la, como em fortalecê-la.
Para tal, daqui faço um APELO aos desacordistas com posições privilegiadas: ajudem-nos a recuperar a beleza da nossa Língua Portuguesa. A Convenção Ortográfica de 1945, que está vigente em Portugal, pode não ser perfeitíssima. Não é.
Porém, entre as imperfeições que nela existem e as ignorâncias criadas pelo AO90, transformando uma Língua Culta num linguajar de beco mal frequentado, introduzindo a analfabetização nas escolas e universidades portuguesas, significando isto o acto de Ensino assente nas premissas do AO90, que visa impedir, dificultar e atrapalhar o ensino da escrita e da leitura, é preferível manter as imperfeições do que introduzir um grafismo básico, para servir gente que não tem capacidade para PENSAR a Língua.
Isabel A. Ferreira
A propósito do texto Uirapuru, saci, cocada (cuja leitura recomendo) publicado no NOVO MOVIMENTO CONTRA O AO90 (Facebook) encetou-se uma troca de ideias, que poderá ser útil aos que, por algum motivo, continuam muito desinformados sobre o que se passa ao redor do AO90, e dos motivos que levaram ao seu fabrico e à sua imposição ilegal em Portugal.
O Português escrito pelos brasileiros, perde o sentido e a riqueza de Língua Portuguesa que tanto apregoam como rica, mas que têm uma capacidade menor de a utilizar porque não usam as bases gramaticais da língua.
Entre os vários exemplos apresentados o da "casa ventava" é o exemplo mais parvo e deturpante de raciocínio.
Valha-nos a nossa persistência de abater o AO90 para que os portugueses e brasileiros não se tornem mais estúpidos.
Se os portugueses, ao menos, soubessem que o acordo não é para cumprir...
Eles que fiquem com a língua deles e nós com a Língua Portuguesa.
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Concordo absolutamente consigo, João Robalo de Carvalho, só não considero Português o que os Brasileiros escrevem e falam, porque não passa de uma Variante Brasileira do Português, também chamada "Crioulo Brasileiro".
Eles fabricaram uma linguagem à margem do Português, logo, não têm o direito de lhe chamar Português. Sei do que estou a falar, porque tive de aprender duas escritas e dois falares diferentes enquanto estudei cá e lá, alternadamente, até à Universidade.
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Isabel A. Ferreira essa ideia de "Eles fabricaram uma linguagem à margem do Português, " é também um dos meus princípios de rejeição pela estrutura que o Brasil usa em nome da Língua Portuguesa para comunicar quando afinal, o Brasil nunca aceitou as regras da Língua Portuguesa.
O que está a passar-se com a Língua Portuguesa é demasiado grave e muitos portugueses não se apercebem de que Portugal deixará de ter a Língua Portuguesa que criámos e alimentámos durante oito séculos.
Estou em contacto como observador no Facebook através dos grupos "A LÍNGUA PORTUGUESA-CPLP" e "Estudantes de Português (amantes da Língua) este de Angola e sei que o que se está a passar em nome da Língua Portuguesa é horroroso, sem qualquer controle ou orientação de professores portugueses mas sim coordenação de "professores" brasileiros que estão ensinando, em nome da Língua Portuguesa, um "Português" que eles dizem ser "a nossa Língua Portuguesa " mas cujas bases de ensino nada têm a ver com o que aprendi em Portugal.
Eu não sei como classificar a língua dos brasileiros que nem de variante me parece tratar-se. O Italiano, o Francês, o Espanhol e Português tenho-os como idiomas variantes do Latim, mas a base de qualquer um, respeitou a origem enquanto que os brasileiros mais parecem querer usar palavras portuguesas sem bases gramaticais.
Que eu saiba a gramática é um conjunto de regras que fundamenta a estrutura de qualquer língua e em que essa língua se justifica.
Baseado no princípio da fonética, politicamente, o Brasil está sujeito a daqui a duas ou três gerações ser dividido em vários brasis, mas isso é problema deles.
Eu, como cidadão, apenas pretendo reaver a Língua Portuguesa que está fugindo dos portugueses porque estes não estão a saber tratar dela como ela merece. É por tudo isto que o AO90 é uma aberração nacional e, deste modo, deve ser destruído e Portugal libertar-se destas correntes mentais que aprisionam as mentes e tornam os portugueses ainda mais toleirões.
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João Robalo de Carvalho concordo totalmente consigo! Tenhamos esperança que um dia PORTUGAL veja o MALDITO AO90 COMPLETAMENTE ANULADO! Lamento que ele nos tivesse sido "impingido" por ignorantes, desleais e que continuam no "seu poleiro" sem nada de útil fazerem para dignificar o nosso PAÍS! Essas altas esferas políticas deveriam ter "um pingo de vergonha na cara"!!!!!!!!!!!!!!!
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Garantidamente: os habitantes (os nativos) do Brasil não eram mudos quando os Portugueses lá chegaram. Eles falavam e tinham Línguas (li em algures que seriam umas trezentas), a que os Portugueses se iam ajustando como podiam, ou aprendiam com os Jesuítas o Nhengatu, por ordem de Dom João III. Quando os políticos Portugueses lá para finais do séc. XVIII, à boleia das ideias do Estado-Nação começaram a teimar que os nativos, os Portugueses e seus descendentes e toda a gente tinham forçosamente de falar "Português"; e então começou-se a falar uma Língua feita de palavras em Português, Tupi, Bantu, e sabe-se lá que mais; e com regras gramaticais variadas, conforme a região, já para não falar em pronuncias. O Português no Brasil ("do Brasil") é uma ficção política, tal como quando dizemos que um espumante é "Champagne da Bairrada" para dizermos que é Champagne coisa nenhuma.
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Isabel A. Ferreira O problema de todos estes textos, esforços e o resto - e note-se que não estou a dizer para desistirmos, eu não desisto, ´tal como dizia Palmira Bastos, "As árvores morrem de pé" - é que, a maioria dos Portugueses, entre Fátima, Futebol e outros "efes" está-se borrifando. Os números deste grupo e dos que assinaram o Apelo são um sinal da doença... e eu sei disso sem sequer sair de casa, o que torna a minha raiva ainda maior. Se quem me está próximo, e tem de me ouvir todo o tempo, não entende, como se fará com um povo de analfabetos... guiado (bem, mais oprimido, sem o saber) por um bando de ignorantes oportunistas que são sempre as mesmas moscas... na mesma m****. Desculpem, mas estou num dia de maus-fígados.
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Jose Antunes e tem razão para estar de maus-fígados. Todos nós estamos, porque há um núcleo que luta arduamente para ver se consegue mandar o AO90 para a incineradora, há outro grupo que diz não aceitar o AO90, mas nada faz, não colabora, não apoia as iniciativas. E eu também já estou a ficar farta desta patética apatia.
Há quem queira esticar a corda, para parecerem muitos, e justificar uma unificação de grafias que jamais acontecerá. E há também quem tenha a alucinante pretensão de que a NOSSA Língua Portuguesa venha a ser uma Língua oficial da ONU. Poderia até ser se esses “milhões” de pretensos falantes, falassem, de facto, Português. Mas não falam, nem escrevem em Português.
A matemática dos “milhões” (com um elevadíssimo índice de analfabetos) que serve de base ao insano AO90, peca por estar muito aldrabada. Senão vejamos por que é uma falácia dizer que “milhões” falam Português. Se bem que os oito países lusófonos, que integram a eivada de colonialismo e inútil CPLP, tenham (ainda) a Língua Portuguesa como Língua Oficial, por meros interesses político-económicos, mas não linguísticos.
Imagem: Reprodução
Porém, de facto, o único país onde se fala, quase a 100% Português, é Portugal, tendo o Mirandês também como Língua oficial. A estas duas Línguas acrescentem-se os dialectos Madeirense e Açoriano. E, no mundo, falar-se-á Português, onde quer que exista uma comunidade portuguesa, se bem que as novas gerações sejam, no mínimo, bilingues: falam a Língua dos Pais e a do País que os acolheu.
De resto, eis o que na realidade se passa:
- No Brasil, fala-se a Variante Brasileira, oriunda do Português ou Crioulo Brasileiro, ou seja, uma língua, originada pelo contacto intenso do Português com as línguas, nativas ou não, faladas numa região; a acrescentar a este, existem mais 274 línguas diferentes, faladas pelas 305 etnias indígenas; a estas, juntem-se mais as seguintes línguas regionais, bem enraizadas no quotidiano brasileiro: Alemão, Castelhano (nas áreas fronteiriças), Hunsrik, Italiano, Japonês, Polaco, Ucraniano, Inglês, Pomerano, Talian, Chinês e Coreano.
- Em Cabo Verde fala-se o Crioulo Cabo-verdiano, oriundo da Língua Portuguesa, usado no quotidiano das pessoas, como Língua primeira, e o Português, como Língua estrangeira. Isto, oficiosamente, porque a Língua oficial, continua a ser a Portuguesa, por motivos políticos.
- Em Angola a Língua oficial é a Portuguesa, contudo a maioria da população angolana fala, como primeira língua, algumas das línguas angolanas, a saber: o Umbundo, o Kimbundu, o Quicongo, o Chócue, o Nganguela, o Kwanyama, além de dezenas de outros dialectos.
- Em Moçambique a Língua oficial é a Portuguesa, mais utilizada no meio urbano. Contudo, existem 43 línguas nacionais, das quais 41 são línguas Bantu, faladas no meio rural, as quais me abstenho de mencionar por serem demasiadas.
- Na Guiné-Bissau predomina o Francês, nas universidades (por motivos de vizinhança) e o Crioulo da Guiné-Bissau, oriundo do Português, é a língua franca da Guiné-Bissau, e é falado por cerca de 70% da população total do país.
- Em São Tomé e Príncipe, o Português como língua oficial é falado apenas virtualmente pela população, porque o que predomina são os crioulos desenvolvidos a partir do Português como o Forro, o Angolar e o Principense. Mas também é ali bastante falado o Crioulo Cabo-verdiano, o Português dos Tongas e resquícios de Línguas do grupo Bantu. Contudo, actualmente, o Francês e o Inglês são também profusamente falados no país.
- Em Timor-Leste, de acordo com a Constituição do país, o Tétum, que sofreu influências da Língua Portuguesa (uma Língua de elite em Timor), é a Língua Nacional, mas também Língua Oficial, que partilha com o Português. A estas, juntam-se mais as seguintes quinze Línguas Nacionais faladas pelo povo timorense: Ataurense, Baiqueno, Becais, Búnaque, Cauaimina, Fataluco, Galóli, Habo, Idalaca, Lovaia, Macalero, Macassai, Mambai, Quémaque e Tocodede.
- Na Guiné-Equatorial, metida à força, no grupo dos países da CPLP, por questões meramente economicistas, NÃO SE FALA Português, mas sim o Castelhano e o Francês. Aqui tem-se a pretensão de criar escolas para se aprender o Português. Mas qual Português? Obviamente o Crioulo Brasileiro, oriundo do Português, aliás já bastamente disseminado pela Internet, com a bandeira brasileira.
- Em Macau já pouco se fala Português, a Língua predominante aqui é o Mandarim.
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Feitas bem as contas, a Língua Portuguesa nem pouco mais ou menos é falada pelos “milhões” que, falaciosamente, os predadores da Língua Portuguesa (brasileiros e portugueses) propagam, para justificar a imposição (ilegal) do AO90.
O facto é que tudo bem espremidinho, e tendo em conta que Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste não ratificaram o AO90, e que Cabo Verde tem o Crioulo Cabo-verdiano como primeira Língua, e São Tomé e Príncipe está-se nas tintas para o AO90, quem sobra para defender o indefensável? O Brasil, o mais interessado nesta questão, pois é a sua VARIANTE que pretendem impor à CPLP e ao muito servilista Portugal. E tendo ainda em conta que apenas uma fatia seguidista de Portugueses aplica o AO90, pretender que a Língua Portuguesa tenha a importância que lhe querem atribuir, no plano internacional, é da mais cristalina estupidez.
E sim, concordo com o que diz Olavo de Carvalho.
Ao suficientemente idiota que apareceu no Brasil, somam-se os idiotas portugueses que, deslumbrados com os falsos “milhões” de falantes, e imbuídos do complexo de inferioridade que os faz rastejar aos pés do gigante, andam por aí a justificar o Acordo Ortográfico de 1990, com a colossal e imbecil falácia da defesa do papel da Língua Portuguesa à escala internacional.
Que papel? Que Língua Portuguesa? A quem querem enganar e fazer de parvos?
E pensar que a Língua Portuguesa, GENETRIZ de toda esta diversidade e riqueza de Crioulos, que disseminou pelo mundo, está a ser empobrecida, esmagada, reduzida a uma insignificante imitação ridícula e imperfeita da Língua que já foi, dá-me ímpetos de maldizer todos (os que obrigam e os que se dizem obrigados a…, mas não são) os que estão a contribuir para este monstruoso retrocesso linguístico, sem precedentes na História de Portugal.
E citando Maria Alzira Seixo, ao comentar uma publicação no Facebook: «Obrigar as pessoas a escrever mal, nem o próprio Salazar o teria feito. Até porque Salazar sabia escrever, ao menos».
Isabel A. Ferreira
Nota: artigos que me levaram a escrever este texto:
Português, a língua mais falada do Hemisfério Sul
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/portugues-a-lingua-mais-falada-do-hemisferio-sul-419517
A casa da lusofonia: riqueza linguística
https://eltrapezio.eu/pt-pt/opiniao/a-casa-da-lusofonia-riqueza-linguistica_18416.html
É um descomunal disparate andar por aí a falar-se na versão europeia da Língua Portuguesa e no português brasileiro...
A Língua Portuguesa não é uma VERSÃO de coisa nenhuma. A Língua Portuguesa é simplesmente a Língua Portuguesa.
E quando se fala (erradamente) do português brasileiro, está a falar-se do crioulo brasileiro, da variante brasileira ( = dialecto) do Português, falamos de um dialecto brasileiro, sul-americano, com o qual Portugal jamais estará comprometido, pelos motivos mais óbvios.
. Devido à condição de vass...
. O Brasil fabricou uma lin...
. Engana-se quem diz que o ...