Uma reflexão sobre a ignorância e os ignorantes militantes, ou seja, aqueles que, apesar de toda a informação, optam por continuar ignorantes.
Por isso, o AO90 mantém-se pendurado por um fio de aranha, sobre um abismo…
Origem da foto: Internet
Consta que são bastantes, os ignorantes, os indiferentes, os invejosos, os mesquinhos, os desconfiados, os medrosos, os corruptos e os interesseiros, que desconhecem o sentido da cidadania, logo, não a exercem. E, por isso, permitem que o país seja malgovernado, abandalhado e vendido aos pedaços, a quem dá mais.
Se a ignorância pagasse imposto, Portugal seria o país mais rico do mundo. Esta é uma triste verdade.
É que a ignorância está disseminada por toda a parte, por todos os extractos sociais e pelos mais altos cargos da Nação.
A Saúde, em Portugal, está gravemente doente.
A Pobreza espreita em cada esquina.
O Ensino anda a rastejar por um chão pejado de uma descomunal cegueira mental.
A Cultura Culta e a Cultura Crítica emigraram para mundos mais civilizados.
As Artes sufocam, e apenas os escravos do poder vivem à custa delas.
A Língua Portuguesa anda perdida nos subterrâneos de uma ignorância e de uma indiferença descomunais que, alarvemente, estão a esmagar a identidade do povo português.
A política da violência e crueldade contra seres vivos têm os seus maiores defensores sentados nos Palácios de São Bento e de Belém.
Os indiferentes andejam por aí, como sonâmbulos. Se lhes mexem nos bolsos, agitam-se, mas sem grande convicção, por isso tudo continua sempre igual, sempre funesto, sempre obscuro, sempre mergulhado no lodo de um passado que se quer passado, e não presente ou futuro.
Na hora do voto, vota-se na continuidade, porque o medo de mudar é mais forte do que a vontade de ousar o desconhecido, a modernidade, o avanço civilizacional.
A ignorância e a indiferença estão a cozinhar Portugal em banho-maria, e os bobos da corte saltam e riem, porque enquanto houver povo ignorante e indiferente, mantê-lo-ão sob o seu jugo, e destruirão a Nação, em prol de interesses que não interessam, de modo algum, a Portugal.
E os Portugueses, tal como num tempo ainda bem presente, lá vão cantando e rindo, levados, levados, sim, pela voz do som tremendo, da ignorância sem fim… (1)
Isabel A. Ferreira
(1) Excerto adaptado do Hino da Mocidade Portuguesa, letra de Mário Beirão
Sim, porque está a ver-se que estes são inteletos a modos que mutilados, logo, não estarão a funcionar nas melhores condições, andando por aí a manquelitar como coxos da Língua.
Não, não vou culpar o Externato Passos Manuel, o ICJP, o ICJP, a Faculdade de Psicologia de Lisboa, o Notícias ao Minuto, o ISEP ou a Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, porque estes organismos, coitados, pelo demonstrado na imagem, não têm pessoas à altura de os dirigir, até porque não sabem que em Portugal escreve-se em Português, além de não possuírem cultura crítica para poderem discernir que nem tudo o que é imposto por inteletos mutilados e à revelia da Constituição da República Portuguesa é para cumprir.
Origem da imagem:
Culpo, sim, quem ainda não teve a dignidade de dizer BASTA a esta pouca vergonha ortográfica, assente na mais crassa ignorância da Língua Portuguesa e até mesmo do AO90, porque em Portugal, assim como em qualquer outro país lusófono pronuncia-se e escreve-se inteleCtual…
Que mal fez Portugal a esta gente, para merecer tamanho insulto?
Isabel A. Ferreira
É urgente desenvolver uma Cultura Crítica. Se ela já existisse em Portugal, o AO90 não teria sido implantado assim tão servilmente...
Mas os que não a têm… ainda vão a tempo…
Por favor, reflictam nisto...
«É urgente desenvolver uma cultura crítica desde a infância»
Texto de Maria João Gaspar Oliveira
«Não ensinar uma criança a questionar o que lê, é levá-la a um nivelamento por baixo, relativamente ao conhecimento, bloqueando, assim, a sua percepção crítica da realidade. E fica à mercê de influências castradoras, que a impedem de pensar por si própria, e de descobrir a força transformadora do questionamento e da investigação (uma força que não pode, que não deve ser travada).
Por isso, Matthew Lipman, um educador norte-americano com formação filosófica, criou um Programa de Filosofia com crianças, que alcançou um enorme sucesso em mais de trinta países, e que as leva, precisamente, a questionar o que lêem, com entusiasmo, e a pensar também a partir das suas próprias experiências quotidianas.
Conheci este método em Lisboa, onde assisti a aulas de filosofia com crianças, a partir dos cinco anos. E fiquei maravilhada perante as questões que elas levantavam, manifestando já uma surpreendente capacidade (que falta a muitos adultos...) de questionação e de problematização de tudo o que as rodeava!
Além disso, é preciso que a criança aprenda a questionar "o que está ouvindo e o que está vendo na TV", como disse o amigo Gonçalo Sousa, no seu mural, até porque a televisão, rendida ao poder das audiências e à lógica do lucro, tem esquecido a sua função cultural e educativa.
É este o caminho. Se a maioria dos portugueses tivesse tido acesso ao desenvolvimento do gosto pela leitura, e à autonomia do pensar, dos cinco ou seis anos, até ao termo da escolaridade obrigatória, jamais cairia na teia das ideias imutáveis e das mentiras manipuladoras, saberia avaliar o "desempenho" e o carácter dos políticos, saberia encontrar soluções para o estado a que chegámos... E, o dia 4 de Outubro, seria uma espécie de vela na escuridão em que nos encontramos. Não iríamos querer "mais do mesmo". A mudança seria possível, finalmente!»
. Uma lição em Bom Portuguê...