... ou seja, em mixordês.
Recebi o “convite”, que mostro mais à frente, via e-mail.
E indignei-me por três motivos:
Primeiro: O Prémio tem o nome do nosso grande Eça mal escrito: é de Queiroz e não de Queirós.
Segundo: O convite vem escrito em acordês misturado com Português: projeto - "prujêtu"(errado); Queiroz e Outubro (certo).
Terceiro: Uma editora que não defende a Língua Portuguesa, culta e europeia, não honra Portugal, nem os livros, nem os leitores. E isso desgosta-me. Por isso protestei.
E o que fiz chama-se Acção Cívica em Defesa da Língua. E era isto que gostaria que todos os que andam por aqui fizessem também. Teríamos muito mais força, e talvez algum resultado mais visível.
«Caros leitores,
Considerando a importância do papel das instituições públicas na promoção e apoio das artes e da cultura, nomeadamente da literatura e da ilustração e dos novos criadores nestas áreas, a Livros de Ontem irá apoiar a Junta de Freguesia de Olivais na organização do Prémio Literário e de Ilustração Eça de Queiroz.
Atendendo ao papel essencial da literatura e das artes plásticas, nomeadamente o desenho e a pintura, no desenvolvimento cultural e intelectual do individuo, este projeto tem como intuito de promover a criatividade, o gosto pela leitura e pelas artes plásticas e sobretudo, a criação artísticas e literária.
Constituí também uma homenagem ao escritor que lhe dá nome, procurando assim promover também o conhecimento da obra de Eça de Queiroz, um dos autores mais relevantes da nossa literatura.
As candidaturas decorrem até 30 de Outubro, consulte o regulamento abaixo para saber em pormenor todas as informações.
Contamos com a sua participação!»
****
Exmos senhores,
Lamento que a vossa louvável iniciativa venha apresentada em Acordês, ou mais exactamente, em mixordês, mistura de uma grafia sul-americana, que se afasta substancialmente das raízes cultas e europeias da Língua Portuguesa, com a grafia portuguesa, a nossa, a original, a europeia, a que está em vigor.
Lamento que a "Livros de Ontem" seja subserviente àos pouco esclarecidos políticos, e não defenda a Língua (Oficial) Portuguesa, que é o Português Português (e não o Acordês).
Lamento que tenham optado pela ilegalidade e pela inconstitucionalidade.
Lamento... porque tenho a certeza de que Eça de Queiroz (aliás os seus descendentes combatem o Acordês, e aproveito para dizer que Eça é de Queiroz e não de Queirós ) seria um acérrimo crítico a esta ortografia defeituosa, mutilada, feia, que nos querem impingir.
Com o meu mais veemente protesto,
Isabel A. Ferreira
. Um prémio com o nome de E...