A política para o Ensino, Educação e Cultura, em Portugal, nunca valorizou a evolução.
É tacanha e redutora.
Os governantes fazem tudo para manter um Povo amorfo, manso e tanso, mal educado, mal ensinado, subserviente e acrítico.
Porque quanto mais culto for um Povo, mais livre ele é, e quanto mais livre, mais insubmisso.
E aos governantes convém gente muito subserviente, sem pensamento crítico, ou mesmo, até, sem pensamento algum.
Até agora, os debates têm se centrado nas questões económico-financeiras, e pouco mais. De fora têm ficado as graves questões da Cultura (culta, não a cultura rasteira, que tem tantos aficionados socialistas e sociais-democratas no Parlamento) da Educação e Ensino, da destruição da Língua Portuguesa, da miséria ortográfica vigente, do analfabetismo funcional, já instalado em Portugal, enfim, tudo o que diz respeito ao alimento do espírito.
E tal deve-se ao facto de os governantes não investirem na Cultura e no Ensino, porque quanto mais inculto for um Povo, mais fácil é de o subjugar. Mas isto já vem de tempos muito antigos.
Andei há dias, pela página de campanha do PSD, a sondar os sociais-democratas sobre a questão do AO90, (porque do PS já sabemos que são adeptos da destruição do nosso Português), e embora o resultado não me surpreendesse absolutamente nada, fiquei com a certeza de que interesses mais obscuros do que aqueles que já sabemos, mantém o AO90 ainda activo, apesar de ser ILEGAL. E nem os partidos políticos, e nem os tribunais estão dispostos a repor a legalidade.
Nessa minha sondagem, fiquei sem saber, o que pensa o Dr. Rui Rio exactamente, pois o Partido Social Democrata disse em público que:
«[…] a comunicação social pôde assistir à fase das perguntas e respostas dos militantes. Mas foram apenas três: uma sobre dívida pública, outra sobre políticas de emigração e uma sobre... acordo ortográfico. Rio é a favor, em princípio, mas a forma como o acordo foi feito podia ter sido melhor.»
Mas no programa eleitoral vem esta coisa espantosa: “A tentativa da uniformização ortográfica não constituiu qualquer vantagem face ao mundo globalizado, pelo que o PSD defende a avaliação do real impacto do novo Acordo Ortográfico”. Verdade Dr. Rui Rio? Não foi essa a postura que o PSD tomou sempre que no Parlamento a questão do AO90 se levantou.
Dá-se uma no cravo, outra na ferradura? Porque o tempo é de eleições?
A “conversa” que mais abaixo se segue encontra-se nestes dois links:
https://www.facebook.com/ppdpsd/photos/a.123647340997508/5326447357384121
https://www.facebook.com/ppdpsd
sob o lema do PSD: Vamos dar Novos Horizontes para Portugal.
Novos horizontes? Sem mudar nada?
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Maior fã
Isabel A. Ferreira dar como, e o quê, por exemplo?
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Fernando Pires penso que o senhor não percebeu o que eu disse. Eu não disse DAR, disse MUDAR. E o que nós queremos que MUDE é a pouca-vergonha que se passa nas escolas portuguesas, ao não permitirem que os alunos escrevam correCtamente a sua Língua Materna, cumprindo a a LEI VIGENTE, e obrigando-os a escrever segundo o ILEGAL AO90, do qual Rui Rio diz ser a favor, tal como António Costa, que é cúmplice dessa ilegalidade.
É isto que tem de mudar, além de outras coisas, como a interferência dos governantes em certas questões da justiça, e a nomeação de "primos e primas" para cargos que estão sob a alçada dos políticos, que servem lobbies, em detrimento dos interesses de Portugal e dos Portugueses.
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Maior fã
Isabel A. Ferreira correto!
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Fernando Pires "correto" (lê-se "currêtu")? Não! CorreCto, segundo a Lei vigente.
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Isabel A. Ferreira efetivamente, nessa matéria, estamos em desacordo.
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Fernando Pires estamos em desacordo, sim. Mas se o senhor tiver um argumento racional (um só basta) que possa oferecer-me para que eu mude o meu olhar sobre a mudança ILEGAL da Língua Portuguesa para o dialecto brasileiro, eu rendo-me.
A quem servirá o AO90? Aos países lusófonos sabemos que não serve. Só Portugal o aplica.
Que vantagens trouxe para Portugal? Sei que trouxe vantagens para os BOLSOS de alguns.
Mas para Portugal e para os Portugueses PENSANTES (o oposto de servilistas) que vantagens trouxe, além de ter gerado o CAOS ORTOGRÁFICO e a subserviência a um país estrangeiro, e que tem afugentado os jovens para estudar no estrangeiro, onde as Línguas são LÍNGUAS?
Que país do mundo trocou a Língua Materna por uma variante de si mesma?
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Isabel A. Ferreira a senhora tem ideia bem vincada quanto ao acordo ortográfico, e eu tenho a minha. Portanto, ponto!
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Fernando Pires já esperava essa resposta chapa cinco. Nenhum acordista, até ao momento, teve UM argumento RACIONAL, que fosse, para sustentar o AO90.
Isto não é matéria de ideias. É matéria de RACIONALIDADE e senso comum.
O senhor conhece a minha RAZÃO. Qual é a sua? Poderei saber?
Acaba a conversa assim: PONTO?
É o que todos fazem.
Como é possível não conseguir manter um debate sobre o AO90, refutando o que digo? Como é possível aceitar o AO90 assim, porque sim?
Isto é a prova provada de que o AO90 ainda persiste porque a irracionalidade impera.
É essa irracionalidade que gostaria de ver fora da próxima legislatura. Infelizmente não será por via do PSD.
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Maior fã
Isabel A. Ferreira se está convencida que alguém rasgue o acordo ortográfico, e isto é chapa 6, talvez fosse melhor preocupar-se com algo que valha a pena.
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Fernando Pires eu não estou convencida de que se rasgue o AO90. Eu tenho a certeza de que ele vai ser destruído, e com ele muita gente vai cair, principalmente aqueles que insistem no erro. Pode ter a certeza disso. Porque um país não se aguenta em cima de um monte de lixo ortográfico degradável e degradante.
E o senhor lá continua sem dar UM argumento racional que possa sustentar o insustentável. Não é fácil, pois não?
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Por sua vez:
Antonio José Verissimo
Isabel A. Ferreira de onde retirou essa ideia? Já leu o programa eleitoral?
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Maior fã
Isabel A. Ferreira tudo é importante. Mas no final do mês ter lá o dinheirinho n é mais importante? Na educação isso já bateu no fundo há muito tempo, mas há que arrumar primeiro a casa para depois ir tratar disso, e é no site do PSD que deve deixar as suas preocupações, sugestões, não é aqui
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Miguel Neto de que dinheirinho está a falar? Do dinheirinho do Povo ou do dinheirinho dos políticos?
A Educação bateu no fundo. Portugal está cheio de analfabetos funcionais, a começar pelos políticos (salvo raras excePções).
O que é preciso arrumar na casa? Ou pensa que a EDUCAÇÃO de um povo não é a coisa mais importante a seguir à Saúde e à Habitação?
Ou pretendem um povo analfabeto para melhor ser subjugado?
O lugar certo para deixar as reflexões e sugestões de uma mulher pensante é aqui também, porque tenho de escolher um primeiro-ministro para o meu País, e até agora não vislumbro OPÇÃO.
Os partidos políticos não me dizem NADA.
As pessoas sim. Eu não voto em partidos, voto em pessoas que mereçam a minha confiança.
Gostaria de saber mais o que pensa Rui Rio destas minhas questões, por ser o que está mais perto de poder tirar o poder aos incompetentes socialistas, que mantiveram Portugal em banho-maria, enquanto lá estiveram.
Não queremos mais do mesmo. Queremos MUDANÇAS RADICAIS, que catapultem Portugal para a modernidade.
E não vejo que possamos ter OPÇÕES mais credíveis e mais competentes e com mais visão de FUTURO.
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Isabel A. Ferreira Olhe que sem OE não ha AO90 que resista, sabia? Vejam lá agora onde vão votar, se continuam a amamentar a xuxalhada para depois não vir para aqui fazer de muro das lamentações.
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Miguel Neto nem só de DINHEIRO vive um POVO. Se o OE é importante, e É, o AO não lhe fica atrás, nem um milímetro. Ainda não se deram conta do que se está a passar no ENSINO? Não saem dos gabinetes e nada sabem do CAOS ortográfico nas escolas e na comunicação social.
Uma vergonha! Um país que tem governantes e jornalistas que não sabem escrever e falar, e está a fabricar os analfabetos funcionais do futuro (os alunos) que não são LIVRES de cumprir a LEI vigente, que obriga a escrever segundo o AO45, e NÃO, segundo o AO90.
Os políticos falam e escrevem mal, e o AO90 deve dar-lhes muuuuuuito jeito, para que não reconheçam o ERRO e se batam pela sua anulação.
E onde fica a cumplicidade dos partidos políticos com a ILEGALIDADE? O AO90 é ilegal, é uma fraude, e quem está a favor dele, está a favor da ilegalidade e da fraude.
Será que o povo português quererá continuar a ter um primei-ministro envolvido em fraude e ilegalidade, como o que lá ainda está?
MUDANÇA URGENTE precisa-se!
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Isabel A. Ferreira as questões: acordo ortográfico, justiça, economia, finanças públicas, exportações, educação, etc., têm sempre, e em particular no actual contexto político nacional, um determinado peso específico. E este substantivo poderá ser visto quanto:
- à materialidade -- pesar,
- ao valor relativo -- ponderação,
- ao peso -- pertinência.
Destarte, e considerando o actual quadro institucional, uns assuntos terão maior relevância que outros. A dúvida está apenas em considerar qual ou quais se sobrepõem.
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Antonio José Verissimo que assunto mais importante existirá do que FORMAR JOVENS de qualidade, para se manterem no País? O ENSINO está um caos, porque a Língua Portuguesa, pilar de todas as disciplinas, está de rastos, e NÃO é permitido aos jovens escrever correCtamente e cumprir a LEI VIGENTE, a que obriga a escrever segundo o AO45. Então vão estudar para o estrangeiro. Fixam-se lá. E Portugal anda por aí ó-tio-ó-tio que não tem pessoal qualificado para ocupar cargos superiores.
E fala quem tem conhecimento de causa sobre esta matéria.
Se as crianças votassem, o senhor não subestimaria a importância VITAL de anular o AO90.
Um político que não tenha esta visão, que despreza o direito das crianças e jovens a um ENSINO DE QUALIDADE, não serve para governar o País.
Os que ainda estão no poder não têm a mínima visão de futuro. E não vejo quem tenha. Depois surpreendam-se se a abstenção GANHAR estas eleições.
É preciso ver mais do que €€€€€€€€€€ diante do nariz!!!!!
O que vale um OE primoroso, num país de analfabetos funcionais, que já os há por aí aos magotes?
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Isabel A. Ferreira o acordo ortográfico é importante mas, neste momento, é tão importante como o estado da justiça, como a enormidade da dívida pública e como a recuperação da economia, entre outros? Tudo a seu tempo!
Antonio José Verissimo desculpe não concordar consigo. Tudo a seu tempo, não. Este é o tempo de se falar no AO90. Ou ainda não se aperceberam no MAL que estão a fazer aos alunos?
Este é um assunto da maior importância. Deve ser debatido nestas eleições. Dele depende muitos votos.
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Antonio José Verissimo sim e não vejo lá nada que vá mudar o caos ortográfico em que Portugal está mergulhado e está a levar-nos para um buraco negro, sem regresso. Além disso existe a ilegalidade do AO90, que é avalizada por Rui Rio. Tudo isso será pago com votos.
Eu sou completamente apartidária. Voto nas pessoas, não, nos partidos. Eu até simpatizo com Rui Rio. Queria ver o PS daqui para fora. Mas Rui Rio terá de mostrar a sua RAÇA no que respeita a um acordo ilegal que estão a impingir-nos e que ele já disse que é a favor.
Não é lamentável?
E como eu, há muito mais gente que votaria Rio, se não tivesse essa pedra no sapato.
Deixei num comentário numa publicação mais abaixo, uma pergunta para Rui Rio responder.
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O FUTURO DAS GERAÇÕES MAIS NOVAS, neste link:
https://www.facebook.com/ppdpsd/photos/a.123647340997508/5327035057325351
O Dr. Rui Rio está preocupado com o futuro das gerações mais novas? É para estar, mas não só de pão viverão as gerações futuras.
Existe um gravíssimo problema que fará delas os analfabetos funcionais do futuro, e não vejo o Dr. Rui Rio preocupado com isso, ou melhor, assobia para o lado: a questão de estarem a ser obrigadas a usar o AO90, que todos sabemos ser ilegal, mas o Dr. Rui Rio diz «ser a favor, mas a forma como o acordo foi feito podia ter sido melhor.»
Posso fazer-lhe uma pergunta, Dr. Rui Rio?
O Dr. Rui Rio pode dizer-nos o que o AO90 trouxe de BOM para Portugal? Que benefícios trouxe para os Portugueses, para a sua Cultura Linguística, para o seu Ensino de Qualidade? O que é que podia ter sido melhor no universo do PIOR?
Podemos saber?
Isabel A. Ferreira
A escola, hoje, é um lugar terrível, tanto para alunos, como para professores, como para os pais. Para mim, foi-o igualmente, quando por lá andei, nos anos lectivos de 1973/74 (na Frei João de Vila do Conde) e 1974/75 (na Eça de Queiroz Póvoa de Varzim)
Eu já fui professora do Ciclo Preparatório (que hoje já não se chama Ciclo Preparatório), não por vocação, mas porque na altura, ainda Bacharel, não podia seguir o meu sonho: fazer prospecção arqueológica, até porque, por incrível que pareça, não havia nada para fazer nesse campo, num país cheio de ruínas.
Então, fui parar ao Ensino. Dei aulas apenas dois anos. No primeiro ano, não suportei as campainhas, os horários, o sistema, o programa de Português, e principalmente o de História, desadequado e falacioso. No segundo ano, acabaram com a História, e os programas eram experimentais e completamente idiotas. Além disto, que já era muito, não admiti a indisciplina que o 25 de Abril deixou entrar nas Escolas, em nome do conceito errado de liberdade.
O Presidente do Conselho Directivo da segunda escola em que dei aulas, confundia Liberdade com Indisciplina (e não foi só naquela escola), de modo que se implantou uma rebaldaria tal, que os alunos podiam fazer tudo e mais alguma coisa, dentro das salas de aula, e ai do professor que quisesse manter a disciplina: não podia repreender-se os alunos, não podia marcar-se faltas de castigo, não se podia mandá-los para fora da aula, se estivessem a ser inconvenientes, porque podíamos causar-lhes traumas irreversíveis; eles tinham de sentir-se livres, para poderem crescer em liberdade, enfim, confundindo-se alhos com bugalhos, plantou-se as sementes da bandalheira a que hoje se chegou.
Então acontecia que os alunos começaram a chegar à minha aula a mascar pastilhas elásticas; a pôr os pés em cima das mesas; a jogar à bola, simplesmente porque o professor X deixava (o professor X era o Presidente do Conselho Directivo). Tive de impor as minhas regras, e fui curta e grossa: «que fizessem o que quisessem nas aulas do professor X, mas nas minhas, nada de pastilhas elásticas, nada de pés em cima da mesa e nada de bolas. E quem não quisesse obedecer às minhas regras que saísse da sala, se faz favor». Aguardei. Ninguém saía. Guardavam as bolas. Punham as pastilhas elásticas no caixote do lixo, e sentavam-se.
A esse tempo (1975), e a uns dois meses do término do ano lectivo, eu andava grávida, já quase no fim da gestação, e numa das minhas turmas, havia um rapaz já espigadote e muito problemático, que não obedeceu à minha ordem de se sentar (uma vez que andava de carteira em carteira a perturbar os outros alunos). Em vez de ir sentar-se, aproximou-se de mim e disse: «Dou-te já um pontapé na barriga!». Mantive a calma, para não lhe dar um grande bofetão (como me apetecia) e disse-lhe para se retirar imediatamente da sala. Fez-me frente. Então agarrei-o por uma orelha e levei-o para fora da sala até ao meio do corredor, e deixei-o ali, e nada disse. O miúdo sai para a área exterior e apedreja a janela da sala de aula, quebrando o vidro, não ferindo ninguém, por um mero acaso.
O estardalhaço chegou aos ouvidos do professor X. O que foi, o que não foi, fui chamada ao gabinete. Porque não podia ser, porque mais isto e mais aquilo... Os meninos não podem ser expulsos da aula.
Então eu disse ao Senhor Presidente do Conselho Directivo da Escola: «O que não pode ser é eu ser ameaçada por um fedelho com treze ou catorze anos, e ficar-me por ali mesmo. E se ele me desse o pontapé na barriga? Não permito que ninguém, muito menos um aluno, me falte ao respeito; não permito indisciplina nas minhas aulas; e se estas minhas simples regras não tiverem lugar nesta escola, faça queixa de mim a quem quiser, ponha-me um processo disciplinar, ou ponha-me na rua, que eu saio imediatamente pela porta da frente, e não volto a entrar; e se tiver de ir lavar retretes para ganhar a vida, prefiro, a continuar num lugar onde não há disciplina nem autoridade – regras de ouro para o bom funcionamento de uma escola e para a boa educação dos alunos».
O Senhor Presidente do Conselho Directivo ficou estupefacto com o meu atrevimento. O mau ambiente instalou-se. Quem é que ela pensa que é? Ouvia-se. E eu era apenas a bacharel rebelde (nesse ano terminava a minha Licenciatura em História), que não abdicava da minha cidadania, e dos meus princípios e dos meus direitos. Aguardei o castigo. Porém, o castigo não veio.
Continuei, pois, a manter as minhas regras de disciplina com os meus alunos, e não haveria lei nenhuma que me obrigasse a aturar catraios indisciplinados. Dentro da sala de aula a autoridade era eu. Não abdiquei nem um milímetro da regra do respeito mútuo e das benfazejas disciplina e autoridade, dentro da sala de aula. Desse modo consegui manter as minhas turmas no bom caminho, e a partir de então nunca mais tive qualquer problema, no decurso das minhas aulas. Ao mínimo deslize, o aluno sabia que ia porta fora, gostasse ou não gostasse o Senhor Presidente do Conselho Directivo. Houvesse ou não houvesse leis a dizer o contrário. Nas minhas aulas a autoridade era eu. Se não fosse para ser eu, não me contratassem e pagassem para ENSINAR.
Para mim, o conceito de Ensinar não é apenas “despejar” matéria para cima dos alunos, como se despeja um copo de água. Por detrás do ensinar, há muitas outras regras que um Professor tem obrigação de apresentar aos seus alunos, como o respeito mútuo ou a disciplina, e até a higiene pessoal.
No final daquele ano lectivo, fui mãe, e decidi abandonar o Ensino, onde não havia lugar para mim, pois estaria sempre à margem das novas “filosofias libertárias”, aplicadas ao ensino pós-25 de Abril, que não se coadunavam, e tanto quanto sei, ainda não se coadunam, com o conceito de Educação.
Dediquei-me ao Jornalismo de causas. Não consegui mudar nada, até porque um palito não faz uma canoa. Mas o mais importante é não nos tornarmos cúmplices do desgoverno.
Pelo que se vê, depois desta minha desastrosa passagem pelo Ensino, as coisas foram piorando, cada vez mais.
E hoje, o que é a Escola, hoje? Um lugar de medo, onde não existe disciplina, nem autoridade, nem respeito por coisa nenhuma. Alunos atacam alunos. Alunos atacam professores. Professores atacam alunos. Os pais dos alunos atacam os professores. E o que acontece a uns e a outros? Nada, ou quase nada.
Certa vez, um menino chamado Leandro, vítima de bullying, atirou-se ao rio, por medo. Um professor de Música lançou-se ao Tejo, porque não aguentava as agressões dos alunos. Pergunta: então onde fica a disciplina e a autoridade?
A partir de um certo momento, os professores deixaram de se preocupar. Despejam a matéria, cujos conteúdos e programas são de bradar aos céus, alguns deles com atraso considerável (ex. o ensino da Matemática) em relação aos restantes países europeus; escrevem e falam mal a Língua Materna, que passou de língua íntegra a dialecto, sendo o índice de iliteracia bastante elevado; e ainda aguentam a falta de educação e indisciplina dos alunos. Chegam ao fim do mês, recebem o salário, que é o que mais interessa, e o resto que se lixe!
É urgente uma revolução no Ensino.
É urgente uma revolução na Educação.
É urgente uma revolução na Cultura.
É urgente a demissão dos ministros que tutelam o Ensino, a Educação e a Cultura, os quais não servem os interesses escolares, mas tão-só interesses subalternos, que não se encaixam nas exigências de um ensino de qualidade.
É urgente mudar de paradigma. É urgente um ensino escolar baseado no respeito mútuo e nos valores humanos mais primários, e no ensinamento-base de todos os ensinamentos: «Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti», uma sentença que já vem de um tempo sem tempo, adoptada na antiguidade por todos os filósofos, e que eu sempre fiz questão de passar aos meus alunos.
Ou as escolas portuguesas entram nos carris de um ensino de excelência, a começar pelo da Língua Portuguesa, a matéria-prima de todas as matérias escolares, retomando a grafia de 1945, ou Portugal estará irremediavelmente perdido para o futuro, porque os que estão a ser actualmente (de)formados por um ensino, uma educação e uma cultura assentes em areias movediças, e com um elevado insucesso e abandono escolares, não estarão à altura dos desafios, cada vez mais exigentes e competitivos, do tempo que aí vem.
Isabel A. Ferreira
Uma primorosa análise do Professor Santana Castilho, sobre o declínio da Educação em Portugal.
Obrigatório LER.
«Os padrões de exigência relativamente ao uso do português, escrito e falado, foram diminuindo. (…) A degradação das políticas de Educação na vigência dos governos de António Costa é um facto. A Educação perdeu relevância social e vai perdendo os seus melhores quadros, desmotivados, desiludidos, descrentes, cansados. (…) Um país com a sua Educação em declínio compromete o futuro e não se regenera repetindo os mesmos rituais (…) Em tempos de higienizações constantes, o Ministério da Educação carecia de uma, radical, que varresse políticas perniciosas e chefias sem préstimo.»
Origem da imagem: Internet
«A grande fixação do momento»
no Público, 28/4/2021
por Santana Castilho*
A grande fixação do momento é quantificar as perdas educativas provocadas pelos confinamentos e desenhar programas para as recuperar. Como se objectivos irrealistas de ocasião removessem erros de décadas, simplesmente agora ampliados. Tanto alarme catastrofista (houve quem clamasse por um “Plano Marshall” para a Educação) pode terminar no que já vimos: um aproveitamento para impor enxertos que, de outro modo, não passariam.
Mais do que programas de recuperação de aprendizagens, precisamos de clarividência para preparar o futuro da Educação, instrumento vital para promover o acesso a melhores condições de saúde, empregabilidade e desenvolvimento económico e social. Todos os programas servidos por lindos enquadramentos teóricos, de quem vive afastado do dia-a-dia das pessoas, resultarão abaixo de zero, se o desemprego galopar e as famílias prosseguirem na rota do empobrecimento provocado pela interdição do direito ao trabalho. Mais do que economistas prescientes, necessitamos de pedagogos e políticos conscientes, que não nos amarrem a generalizações e nos libertem dos aspirantes a tiranos.
O impacto nas aprendizagens, pela pluralidade de situações contextuais, é extremamente diferenciado de aluno para aluno, de nível de ensino para nível de ensino e de escola para escola, pelo que deviam ser as escolas e os seus professores a identificar as necessidades e definir as metodologias de actuação, cabendo ao ministério, apenas, garantir os recursos (mais técnicos e tutores que apoiem os alunos mais vulneráveis, um regime de incentivos a professores deslocados, liberdade para diminuir a dimensão de algumas turmas, mais psicólogos e mais meios e materiais de ensino). Ir por aqui seria optar pelo que comprovadamente funciona, em detrimento de experimentalismos duvidosos. Ir por aqui seria optar pela rentabilização do tempo de ensino, em detrimento de mais tempo de ensino. O programa de recuperação de que o país carece é um programa de reforço da confiança nos professores e de estabilização das competências emocionais de todos. Sim, porque deveríamos estar antes centrados em encontrar meios para recuperar alguma felicidade e optimismo perdidos ou compreender como, neste período, a propaganda cavalgou o medo e prejudicou a adopção de políticas públicas norteadas pela racionalidade e pelo debate sério e desapaixonado.
Não foi a pandemia que destruiu o Ensino de Português no Estrangeiro (hoje com 45% da expressão que tinha em 2010), assente na contratação precária de professores e onde os filhos dos emigrantes, ao arrepio do que a Constituição estabelece, pagam para aprender Português, ensinado não como língua de origem mas como língua estrangeira, enquanto os alunos estrangeiros nada pagam.
Foi na peugada do miserável Acordo Ortográfico, que não na peugada da pandemia, que assistimos à gradual desfiguração da nossa língua. Os padrões de exigência relativamente ao uso do português, escrito e falado, foram diminuindo. Aumentou o número dos que escrevem mal e cometem erros ortográficos e gramaticais inaceitáveis. Sinal dos tempos, e à semelhança do Reino Unido, não tardarão a aparecer recomendações para, em nome da inclusão e da igualdade de acesso, não penalizar essa ignorância. Numa palavra, uma verdadeira ideologia de falsa inclusão tem vindo, subliminarmente, afirmando a exigência e o rigor como elitistas e a lassidão e a mediocridade como igualitários.
A degradação das políticas de Educação na vigência dos governos de António Costa é um facto. A Educação perdeu relevância social e vai perdendo os seus melhores quadros, desmotivados, desiludidos, descrentes, cansados. A manifesta falta de vontade de António Costa para reverter políticas anteriores, melhor dizendo, o seu atávico apego ao banditismo administrativo com que Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues começaram a destruir a vida dos professores, levará o país a confrontar-se, a breve trecho, com a falta de docentes para garantir a escolaridade obrigatória universal. Um país com a sua Educação em declínio compromete o futuro e não se regenera repetindo os mesmos rituais, por mais digitalizados que sejam, sob os mesmos comandos incapazes. Em tempos de higienizações constantes, o Ministério da Educação carecia de uma, radical, que varresse políticas perniciosas e chefias sem préstimo.
*Professor do ensino superior
Fonte: https://santanacastilho.
Muito bem dito, para além de muito bem escrito.
A escritora Patrícia Reis escreve carta ao primeiro-ministro porque é muito triste um governo fechar o País aos Livros, logo numa altura em que os Bons Livros, escritos em Bom Português, são uma Boa companhia, para passar o tempo do confinamento. (Isabel A. Ferreira)
Por Patrícia Reis
Leitura, um desígnio nacional
Carta ao Primeiro-Ministro
Como não creio que a Leitura e a Educação dependam de uma única tutela, e considerando que é o Ministério da Economia que interdita a circulação de livros, opto por lhe escrever deste modo, para o exortar a fazer da Leitura um desígnio nacional. Não estranhe este meu pedido - será apoiado por muitas pessoas, algumas suas apoiantes, algumas militantes do seu partido, outras com quem trava amizades de natureza distinta. O livro une-os, é parte indissociável da nossa identidade cultural. O senhor deverá saber que assim é, já que é filho de um escritor e de uma jornalista, ambos seres humanos de excepção. O índice de leitura neste país faz corar de vergonha. Outros indicadores também, já se sabe, mas a leitura é algo que nos garante o futuro. Diria mesmo que é na promoção da leitura, que implica pensamento, que podemos evitar outros índices menos democráticos. Enfim, é uma ideia.
Temos a mania, nós que habitamos num grande centro urbano, de ver o país à nossa medida, a partir da nossa realidade. Nada de mais errado. Existem muitas cidades, vilas e localidades em Portugal cujo acesso à leitura é feito na sucursal dos CTT, na tabacaria local ou nos hipermercados. A venda em hipermercados é uma discussão que deveria ser considerada, já que é realmente injusta face aos restantes livreiros; contudo, em tempos de pandemia, retirar os livros e deixar as revistas, por exemplo, é totalmente incompreensível. Tenho um grande amigo que foi comprar um livro clandestinamente. Rimos sobre isto, mas não tem graça. Os livros vendiam-se debaixo da mesa noutros tempos, que não desejamos revisitar.
Fazer da Leitura um grande desígnio nacional é um projecto ambicioso e cuja tutela deveria ser sua, não do Ministério da Cultura, da Economia ou da Educação. Temos de preparar o nosso futuro, temos de fomentar pensamento, temos de perceber a importância de estarmos atentos, informados, com a maior cultura geral possível e, já agora, com vocabulário enriquecido, ao contrário do que sucede nas redes sociais e afins.
Bem sei que estes são tempos em que o foco está, acima de tudo, nas questões de saúde. Nada contra, como pode facilmente imaginar, para mais uma pessoa como eu. É preciso ter visão, importa projectar e entender que o nosso modo de vida será, fatalmente, alterado com esta pandemia. Muitos negócios extinguir-se-ão, outros irão sofrer durante um longo período. A Leitura pode salvar-nos. Outros sectores da Cultura estão a sofrer, é verdade, e existem situações realmente preocupantes. Como escritora, apoio os movimentos do meio artístico. Como leitora cito-lhe a poetisa Filipa Leal: “Havemos de ir ao Futuro”. Sem livros, senhor Primeiro-Ministro, sem leitura promovida e acarinhada, o futuro adivinha-se muito perigoso.»
Fonte: https://24.sapo.pt/opiniao/artigos/carta-ao-primeiro-ministro
«Não usarei este AO90 por não ser normal…»
Quem o diz é um Professor:
«Por cá, as luminárias políticas, que se dobram em salamaleques de obediência estúpida a valores que nada têm a ver com cultura, querem impor um acordo protervo, iníquo, vil e pérfido. Muitos dos nossos agentes políticos (nomeadamente os que ainda estão na governação) não sabem proferir uma frase em condições, proferem "acórdos", "precaridade" e outras bojardas que tais. São os mesmos que acham de bom tom falar na "alavancagem da economia", no "élan dos mercados", no "respaldo das reformas" e etc.. Não usarei este AO90 por não ser normal nem profícuo para a nossa Língua. E sempre posso usar o artigo 21 da CRP...»
Mário Ribeiro Caiado
***
Mário Ribeiro Caiado é um homem com a mente bem aberta! “Gandarês de gema” – como se auto-intitula, este professor que já dá aulas há 41 anos – a maior parte do tempo em Vale de Cambra, onde reside – define-se um homem “muito curioso”, que enveredou pela área das línguas, pois a cultura em geral e a “origem das palavras” sempre o apaixonou. Formado em Filologia Germânica, deu – e ainda dá – aulas de Inglês, Alemão, Espanhol e Português. Mais sobre Mário Ribeiro Caiado, neste link:
http://miraonline.pt/um-homem-com-a-mente-bem-aberta/
O AO90 gerou uma anormalidade intrínsica e extrínseca a ele. É de lamentar que os restantes professores portugueses não tivessem usado o Artigo 21 da Constituição da República Portuguesa: Direito de Resistência, para pôr fim a esta anormalidade.
Pois é, o Povo ainda não se apercebeu de que os governantes são nossos serviçais, porque somos nós que lhes pagamos os salários, para que nos governem a Casa, ou seja, o País, tarefa que eles cumprem mal e parcamente. Por sua vez, os governantes não têm a noção de que são nossos serviçais, julgando-se uns deuses, e fazem o que bem entendem em proveito dos lobbies a quem servem mais do que ao Povo e a Portugal.
A Educação está um caos. Mas é o caos na Educação que convém aos governantes, porque, desse modo, manterão o povo domesticado. Um Povo instruído e educado não se verga aos políticos, como uma boa fatia do povo português se verga, por falta de instrução, educação e cultura.
Eu já fui professora de Língua Portuguesa. Mas já não sou, infelizmente.
Porque se fosse, ter-me-ia RECUSADO a ensinar DISPARATES aos meus alunos, como me recusei a ensinar DISPARATES HISTÓRICOS, quando dei aulas de História, e isto no ano lectivo de 1973/74, era eu ainda bacharel, e estava debaixo das patorras da ditadura.
Depois veio o 25 de Abril, e acabaram com a História. Puseram-nos a dar uma disciplina, na qual tínhamos de INVENTAR a matéria: Alimentação, Habitação e Vestuário.
Foi então que decidi abandonar o Ensino, por andar às turras com o SISTEMA. Ainda tentei resistir, contudo, a aversão de servir um Sistema caduco, que, apesar da Revolução de Abril, continuou com um pé enterrado no passado, foi mais forte.
Ainda hoje continuo às turras com o Sistema, pelos mesmos motivos e por muitos outros. Sem regalias. Sem reforma. Sem subsídios. Nada devo ao Estado. O Estado deve-me tudo, até porque o ajudo a pagar os salários dos que (des) governam o meu País.
Dediquei-me ao Jornalismo Freelance, para continuar a lutar por DIREITOS e pela nova Constituição da República Portuguesa, gerada pela Revolução de Abril, e que os governantes não cumprem.
É que se quisermos entrar na engrenagem, que faz avançar o mundo, é preciso, antes de mais, aprendermos a perder regalias.
E eu perdi regalias, mas não perdi a minha liberdade, e tenho a certeza de que já contribuí bastante para agitar as águas, no meu País, infelizmente muito estagnado, para o meu gosto, no que diz respeito à evolução de mentalidades.
Portugal jamais será um grande PAÍS enquanto as mentalidadezinhas forem pequenas, e continuarmos a falar e a escrever anormalmente a Língua que é a nossa: a Portuguesa, a Indo-europeia, a Românica, a Greco-latina.
Isabel A. Ferreira
Costumo ver o programa “Visita Guiada”, por Paula Moura Pinheiro, aos domingos de manhã, na RTP3, que é dos poucos que fogem à mediocridade da programação televisiva em geral, apesar de nos esbofetear com uma “conceção” e quejandas palavras no genérico do programa, o que constitui um insulto à Portugalidade, (que os moderneiros (*) rejeitam por desconhecerem o conceito) ou seja, é um insulto ao carácter específico da Cultura e da História de Portugal, neste caso é um insulto à Cultura Linguística Portuguesa.
No passado domingo, a Visita Guiada foi à Terra de Miranda (do Douro) onde, actualmente, se fala a única e verdadeira Língua Oficial de Portugal, a Língua Mirandesa (que era a segunda língua oficial do nosso País, identitária de Miranda) uma vez que a Língua Portuguesa (que era [passado] a primeira língua oficial portuguesa, identitária de Portugal) foi adulterada: está abrasileirada (setor, atua, inspeção, inspetor, teto, arquiteto, fatura, direto, adota, ação, insetos, etc.), mixordizada (fato, por facto, contato por contacto, ora directo, ora direto, ora acção, ora ação, etc.) e falsificada (circunspeto, concetual, receção, aspeto, exceto, infeção, infetar, injetar, respetivo, conceção, deceção, espetador, correção, aceção, anticoncetivo, conceção, confeção, contraceção, deceção, deteção, infete, impercetível), ao ponto de esta linguagem já não ser mais reconhecida como portuguesa, porque, na verdade, não é.
Imagem: o Arqueiro da Fraga do Puio (Picote – Mirando do Douro – Arte rupestre no Parque Natural do Douro Internacional)
Gostei de ouvir o linguista António Bártolo Alves (**) que, com enorme paixão, falou da Língua Mirandesa, reconhecida como língua europeia minoritária e segunda (agora única) língua oficial portuguesa, desde 1999, e que se aprende nas escolas.
O que mais me chamou a atenção foi a ligação da Língua com a História do lugar, porque as palavras arrastam a História, as palavras são a nossa História, as palavras contam a nossa História, no dizer de António Bártolo Alves.
O Mirandês não é um dialecto, nem uma variante sincrónica na evolução da Língua Portuguesa. Tem diferenças nas silabas tónicas, mas também na morfologia, na sintaxe e no léxico. É uma língua oriunda do Latim, uma mistura entre o Leonês (que se falava naquelas terras antes do tratado de Alcanizes, assinado entre os reis de Leão e Castela, Fernando IV (1295-1312), e de Portugal, D. Dinis (1279-1325), em 12 de Setembro de 1297) e o Galaico-Português com forte influência deste no vocabulário, o qual remonta ao povoamento dos enclaves raianos da antiga Terra de Miranda, já no fim da Idade Média, onde ficou cristalizado pelo isolamento geográfico.
E é o fio da linha das palavras que nos conduz à História, de acordo com António Bártolo Alves.
E a que História nos conduz as palavas setor, atua, inspeção, inspetor, teto, arquiteto, fatura, direto, adota, ação, insectos, circunspeto, concetual, receção, aspeto, exceto, infeção, infetar, injetar, respetivo, conceção, deceção, espetador, correção, aceção, anticoncetivo, conceção, confeção, contraceção, deceção, deteção, infete, impercetível e outras que tais, às centenas…?
Alguém é capaz de me dizer a que História nos levam estas palavras?
Não é por acaso que Portugal tem a mais inferior taxa de escolaridade, e o maior índice de analfabetismo da Europa. Portugal é um país envelhecido, cheio de desigualdades, onde não se vislumbra um futuro promissor, onde os licenciados em determinados cursos (estou a lembrar-me dos Engenheiros Florestais e Biólogos) estão, por exemplo, a secretariar hostals ou empresas de exportação (conheço alguns) daí que os nossos cérebros estejam a emigrar e a ter grande sucesso lá fora, além de auferirem salários substancialmente superiores aos de Portugal.
Portugal atrasou-se na Educação, e agora, com esta parvoíce do AO90, é o único país do mundo que escreve à balda, como se a escrita não fizesse parte do Idioma. Como já ouvi da boca de alguém a quem fizeram uma lavagem cerebral, neste sentido: a língua serve para comunicar, não para escrever. Como se o Pensamento, a História, a Literatura, o Saber se fixasse na oralidade!
Nesta Visita Guiada a Miranda, falou-se de Identidade, da identidade do Povo Mirandês, através da sua Língua.
De acordo com o linguista António Bártolo Alves, «as Línguas humanas fazem parte do ADN humano. Das cinco ou seis mil Línguas existentes, o Mirandês é uma delas, faz parte do ADN dos Mirandeses, e cada vez que perdemos um elo linguístico, ficamos mais pobres».
O Português está em vias de não fazer parte das línguas do mundo.
A Terra de Miranda tem o seu Idioma e a sua identidade intactas. Portugal perdeu todos os elos que o ligavam à História das Línguas Europeias. Perdeu a sua identidade. Ficou paupérrimo.
Contudo, a Língua Portuguesa sobrevive num gueto onde um ainda elevado grupo de Portugueses, com espírito identitário e que têm a Língua Portuguesa no seu ADN, não a deixará morrer, assim como um grupo de Galegos com espírito identitário e com a Língua Galega no seu ADN, não a deixaram morrer, e ela ressurgiu das cinzas em que a transformou a imposição do Castelhano, e hoje é uma Língua novamente viva, falada e estudada nas escolas da Galiza.
Não percamos a esperança, porque os maus não se aguentam por muito tempo.
(*) Para quem não saiba, moderneiros são aqueles que, pretendendo ser gente moderna, espezinham a Cultura e a História, com uma ignorância atávica.
(**) O linguista António Bártolo Alves, nascido em Picote, Miranda do Douro, em 5 de Dezembro de 1964, é também investigador e divulgador da Língua Mirandesa. Licenciou-se em Português-Francês pela Universidade do Minho, onde apresentou uma tese de mestrado sobre a Língua Mirandesa. Em 2002, doutorou-se pela Universidade de Toulouse. É professor do ensino secundário. Assumiu vários cargos de gestão e representação, sendo actualmente também director do Centro de Estudos António Maria Mourinho, presidente da direcção da FRAUGA e Secretário Territorial para Portugal da Associação Internacional pela Defesa das Línguas e das Culturas Ameaçadas (AIDLCM).
Isabel A. Ferreira
Concordadíssimo, Dr. Rui Rio. A Educação e o Ensino em Portugal andam de rastos. Mais rasteiros não podiam andar. É urgente elevar o nível, ou condenaremos a próxima geração à condição de analfabetos funcionais. Até porque já existe uma geração intermédia, entre a minha e a actual, que é completamente analfabeta funcional. Uma autêntica desgraça! E nós não temos o direito de condenar a próxima geração, ao mesmo destino obscuro, apenas porque políticos desabilitados assim o querem.
Contudo, se de facto o Dr. Rui Rio pretende que os níveis de exigência na Educação aumentem, tem, com a autoridade que lhe é outorgada, de exigir a extinção do Acordo Ortográfico de 1990, que introduziu em Portugal a grafia brasileira (algo que só diz respeito ao Brasil), aplicada ilegalmente nas Escolas e instituições do Estado, ilegalidade essa que se apressaram a estender ao País, e pugne por mandar repor, já no próximo ano lectivo, a Língua Portuguesa na sua matriz indo-europeia, uma vez que é inconcebível e desprovido de todo o bom senso e senso comum, que um mero despacho ministerial, sem valor de Lei, desrespeite o nosso Património Imaterial – a Língua Portuguesa - e obrigue as nossas crianças, em idade escolar, a grafar a Língua Materna delas à moda brasileira, e isto baseado na proposta de uns poucos desalumiados, entre os quais se encontram o linguista, destruidor-mor da nossa Língua, Dr. Malaca Casteleiro (falecido ontem - paz à sua alma) e governantes e ex-governantes e políticos sem o mínimo conhecimento e sem a mínima habilitação, para condenarem à morte a Língua Portuguesa, que nos identifica como Nação, livre e independente.
Porque não há Educação sem uma Linguagem Escrita (mas também oral) escorreita.
Até porque uma Educação de qualidade é incompatível com o AO90.
Porque é a Linguagem Escrita que fixa o Pensamento, as Memórias, a Criação Literária, os Factos que fazem a História e o Saber de um Povo, e se o que se escreve fica registado "incorrêtamente", isto significa apenas que o Povo que, desse modo danoso, fixou o seu Pensamento, as suas Memórias, a sua Criação Literária, os Factos que fizeram a sua História e o seu Saber, não passa de um povo apedeuta e decadente.
E nós, que somos seres pensantes e portugueses, não podemos permitir que o Povo Português caminhe para o Futuro como um povo apedeuta e decadente.
Por isso, continuamos a lutar pela Língua Portuguesa, pertencente à grande Família Linguística Indo-Europeia. Nada temos a ver com a América do Sul.
Isabel A. Ferreira
Excelente raciocínio. Excelente artigo, escrito por António Manuel Ribeiro (músico, poeta e vocalista da banda de rock portuguesa UHF) o qual publiquei em 22 de Março de 2017.
Trago-o à liça, hoje, porque já tudo foi dito e escrito acerca da aberração ortográfica AO90, e nada há mais para dizer e escrever de novo debaixo do Sol. Além disso, o que se escreveu no passado, continua actualíssimo, porque (como cansa repetir isto!) as mentes dos políticos, que poderiam acabar com este pesadelo de não termos uma Língua, na forma grafada, que nos identifique como povo português, enquistaram, e isto so lá vai à martelada.
Não sei (saberei) por que motivo os governantes fazem ouvidos de mercador às vozes lúcidas que têm alertado para este linguicídio. Além de cegos, também serão surdos mentais?
O ministro Santos Silva, não quer saber. Ele é apenas o ministro dos Negócios (DOS) Estrangeiros. Vá-se lá saber porquê! E os outros ministros e deputados da Nação (nem todos, mas não são suficientes para imporem ordem e lucidez no hemiciclo) vão simplesmente atrás... E o presidente da República diz Ámen.
Faço minhas as actualíssimas palavras de António Manuel Ribeiro, que aqui transcrevo com a devida vénia.
«Na semana em que uma delegação da Academia das Ciências de Lisboa promoveu na Assembleia da República uma abordagem sobre rectificações necessárias e urgentes ao Erro Ortográfico – cuidado, que há mais gente por aí certificada ao domingo ou “adoutorados” por soma de cupões da Farinha Amparo -, li um artigo sobre os erros ortográficos nos comunicados da Casa Branca, publicado pelo insuspeito The Guardian. Confrangedor e banal, a arrogância do cobói abafará os precários do alfabeto inglês.
Por cá tem sido um fartote, por ventura nunca se escreveu tão mal e há muito boa gente que já se encosta ao disparate do Erro Ortográfico (para haver um acordo tinha de haver signatários desse acordo, mas até agora não houve consenso) para escrever deficientemente. O meu rígido professor da 4.ª classe deixaria as mãos a arder a muito nariz levantado da nossa praça.
Há dois dias, na abertura do portal Sapo vi um anúncio da MEO. Prometia à clientela da operadora que se iria apaixonar com letra grande (A), escrito numa tarja rosa, quando o correcto seria apaixonar com letra maiúscula.
Talvez um criativo da agência de publicidade contratada pela MEO nos queira dizer que o defeito é feitio. Mas não é. É erro. Das letras do abecedário não se diz grande ou pequeno, mas maiúsculo ou minúsculo. Ou será que os alvos do anúncio estão tão bem identificados que a mensagem passa muito melhor defeituosa? Perdoa-lhes Camões, que eles não sabem mas fazem.
Ainda esperei (até hoje) um laivo de inteligência por parte do governo ao receber a proposta de afinação do Erro Ortográfico em vigor, a que chama Acordo, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros – por onde andarão os da Educação e da Cultura? – proferiu, em resposta, uma daquelas declarações que eles empinam quando chegam ao poder. É um manual secreto que ensina a todos que entram para as cadeiras da governação como falar sem nada dizer mantendo a compostura, o tom e o ar de estarem a dissertar profundamente sobre coisas muito pensadas.
Confesso que nunca fui à bola com este senhor, que esteve ao lado dos que nos trouxeram a mais uma bancarrota, a de 2011, comentador trauliteiro que revelava restos de um trotskismo mal enterrado. Mas tem vocação para ministro, percebe-se.
Disse que não era este o tempo para alterar um Acordo assinado e em vigor em dois países, Portugal e Brasil (não é verdade, senhor ministro, há muito que o povo brasileiro adoptou maneirismos que agora fomos copiar), esperando-se que o resto da lusofonia o faça. Quando? Porquê perder a alma?
Este Erro Ortográfico viola o princípio científico de uma língua, a etimologia que criou vocábulos e estes um discurso escrito e falado coerente.
Para quando, senhor ministro, o tempo certo para corrigir os erros que vão sendo somados, essas calendas gregas vulgares em política, esta deriva que está a criar mais analfabetos funcionais, apesar de, nas tiradas inflamadas dos últimos governos, dizerem que temos as gerações mais qualificadas, quando o correcto seria dizer mais certificadas?
Dá-se, por ventura, ao luxo de anotar os erros que os jornais, em papel e virtuais, publicam sem uma correcção a posteriori, porque das duas, alguma, ou já ninguém sabe corrigir, ou esquecer dá mais jeito?
Talvez o senhor ministro sacuda a importância de uma língua correcta – é a nossa – por ter outros assuntos mais urgentes, como por exemplo, aclarar se devemos cortar relações diplomáticas com o Iraque ou prepararmo-nos para a guerra – a agressão ao miúdo português foi comprada e todos se calaram. Diplomacia e livro de cheques. Soberania, logo se vê. A ironia serve este tempo.
Andamos de cócoras em tantas horas do dia que dava gosto ouvir por uma vez a diferença que não batesse na vulgaridade, no lugar-comum, no mais do mesmo que mantém os do poder no poder e os outros no rebanho.»
António Manuel Ribeiro
Fonte:
http://frentecivica.blogspot.pt/2017/02/janela-da-frente-o-erro-ortografico.html?spref=fb
Isto é um facto. E quem o diz é uma mulher portuguesa, pensante, lúcida, sem papas na língua, que não tem medo de caras feias, nem de bichos-papões. Uma mulher comparável às “padeiras de Aljubarrota” de outros tempos, as quais, lamentavelmente, escasseiam, hoje, em Portugal. E são tão necessárias, neste momento difícil, de caos e insanidade que o nosso País vive!
Esta mulher, por quem tenho a maior admiração e respeito, é Idalete Giga, professora universitária, autora da análise, em jeito de desabafo, que se segue, extremamente lúcida e real, no que concerne à pouca-vergonha que envolve o AO90, e a qual subscrevo na íntegra.
Isabel A. Ferreira
Vem esta análise a propósito do que disse Manuel Maria Carrilho, num vídeo que circula na Internet, e que está publicado neste link:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-laxismo-nacional-do-fim-dos-chumbos-216233?tc=24781008632
Por Idalete Giga
"A ignorância casou com o Poder". Foi com estas palavras que Manuel Maria Carrilho terminou a sua intervenção, no vídeo, referindo-se ao (des)AO90. Também afirmou logo no início que este Acordo Ortográfico é um crime de lesa-pátria!
Acrescento que quanto mais tarde se atacar o problema, mais danoso se torna, sobretudo para as crianças que são obrigadas a escrever o absurdo "acordês"(!) Mas parece que o (des)governo continua a assobiar para o lado. A arrogância do grande propagandista do Acordo TORTOGRÁFICO começa a ser patológica, pois não assumir o erro do maior desastre linguístico ocorrido na nossa História, revela uma estranha patologia. O grande propagandista e ilusionista é o ministro dos N. Estrangeiros Santos Silva. (!)
Quanto ao fim dos chumbos é uma monstruosidade pedagógica. É alimentar o facilitismo, a irresponsabilidade, a desigualdade entre os alunos, tudo por uma questão economicista repugnante. É uma medida que se for avante, causará um mal-estar permanente em toda a comunidade educativa. Poupar 250 milhões de euros à custa das crianças é um crime (!) Em Portugal andamos sempre a copiar modelos estrangeiros. Pois este modelo de passar de ano, quer se tenha ou não aproveitamento, já fracassou na Inglaterra (!) Agora é até ao 9º ano, depois será no 10, 11º e 12º e finalmente na Universidade (!!!!!!!!!!!!!!!) E VIVA A IGNORÂNCIA, O ANALFABETISMO LEGALIZADOS POR IDIOTAS (!!!!!!!!!!!!!)
(…)
Não sei como tudo isto vai terminar. Nunca se viu uma coisa destas (!) E hoje, dia da manifestação das forças de segurança (PSP e GNR ) o (des)governo que teme, sem dúvida, quem nos defende, manda colocar um VERGONHOSO MURO junto da escadaria do Palácio de S. Bento (!!!!) Isto é inadmissível. É tratar os polícias como terroristas e malfeitores. É um insulto a todos os portugueses. Quem não deve, não teme, mas o (des)governo teme porque deve. Deve muito. Deve milhões aos portugueses que trata como escravos : não são só os polícias. São os médicos, enfermeiros, professores de todos os graus e níveis de ensino. São os reformados que recebem pensões de miséria, etc., etc. Os três pilares em qualquer País desenvolvido e democrático são a EDUCAÇÃO, a SAÚDE, a JUSTIÇA. Pois qualquer destes pilares estão a colapsar PERIGOSAMENTE (!) E o PR alimenta toda a paz podre que se vive em Portugal. Se ele visse a revolta da maioria do povo português que cresce dia a dia pelos mais variados motivos, fugiria já para o Brasil para junto da família que lá vive....
(…)
É assustador o que se está a passar em Portugal, em todos os seCtores importantes da vida do País, mas o mais assustador ainda é que o (des)governo continue a usar óculos cor-de-rosa e o PR ajude à absurda festa (!)
(…)
«Que problema, Amiga! Ouviu hoje o propagandista do (des)AO/90? Santos Silva, a propósito da criação do dia 5 de Maio que foi destinado à"Língua Portuguesa"? - Não tem um pingo de vergonha e continua a mentir descaradamente sobre a Língua Portuguesa. Coloca tudo no mesmo saco e continua a falar despudoradamente de "Língua comum" que é cada vez mais falada no mundo… Mas qual comum, qual carapuça? É o português do Brasil que se tem espalhado, efectivamente, e não o Português europeu que é o LEGÍTIMO!!!! Mas este, a continuar com a profunda arrogância e desprezo do propagandista e não só, por todos os portugueses que não aceitam o Acordo TORTOGRÁFICO transformar-se-á, como já foi afirmado por gente que pensa com a sua cabeça, num simples DIALECTO (!) Isto causa-me arrepios e uma revolta sem limites (!!!!!!). Parece que está tudo rendido à grande burla que foi e continua a ser o maldito e absurdo AO90 (!!!!!!!) Mas que Portugal é este?????????
(…)
Não há dúvida que o "lápis azul da pide facebookiana" é uma realidade. Não tenho quaisquer dúvidas que há um complot do silêncio para calar quem se revolta das mais variadas formas contra o maldito e absurdo desAcordo Tortográfico(!) Neste complot, também o PR está comprometido, vergonhosamente, já que, segundo tem afirmado, é contra o AO (!) Há tanto lóbi metido neste cano de esgoto que serão necessárias, talvez duas ou três gerações ( Já cá não estarei) para fazer JUSTIÇA À NOSSA QUERIDA LÍNGUA MATERNA que vários desgovernos têm ajudado e continuam a ajudar à sua decadência (!)
(…)
Mas neste momento quem é que ouve a voz da razão? - Por enquanto é a voz da força e do totalitarismo desenfreado, nojento, desumano, que impera (!)
***
Perfeito, prezada amiga Idalete Giga. Eu não diria melhor. E concordo plenamente com tudo o que disse. Assino em baixo.
E pergunto-me: por que será que todas as pessoas lúcidas chegam à conclusão, que tão brilhantemente Idalete Giga expôs, excePto os governantes, fechados no seu mundinho bacoco, cegos, surdos e mudos à racionalidade, que grita ao redor deles? Eles vão cair. Tenho certeza disso. E quando caírem, cairão de vez, e ficarão para a História como os maiores inimigos que Portugal já teve.
Espero que esta sua análise, em jeito de desabafo, possa ajudar a abrir o escuro em que vive o nosso tão apatetado país, governado por tão cega gente!
***
Vou aproveitar esta maré de desabafos, para transcrever outro desabafo. Desta vez, o de Luís Paixão Martins, consultor de comunicação e relações públicas, que fundou a LPM Comunicação, e criou o NewsMuseum.
«O meu modesto desabafo sobre o Acordo Ortográfico
O coiso foi-nos vendido como uma fórmula para homogeneizar a escrita da Língua Portuguesa nos vários países que a usam oficialmente. Sim, parece boa ideia.
Mas, desconfia-se logo, será que falámos com os outros? E os outros estão de acordo com o Acordo? E, tendo-o subscrito porque somos todos uns porreiros, irão aplicá-lo? E as assinaturas dos porreiros da Língua Portuguesa serão ratificadas nos respectivos órgãos de soberania?
Pensa-se logo no Brasil. Para que uma potência com 200 milhões de habitantes precisa dos apenas 10 milhões de portugueses para reforçar o peso global da língua comum? Sim, calcula-se, o Brasil não se irá (nunca) adaptar a um Acordo com Portugal. Por que não precisa. Ponto final.
Portanto, o desígnio do Acordo – digo eu, modesto utilizador profissional da Língua escrita - fica logo ferido de morte.
Mesmo assim, perguntar-se-á, e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa? Aqui, cada caso é um caso, mas sobressai – pela sua dimensão geoestratégica e económica – o caso de Angola.
E não é que Angola – a Nação de Língua Portuguesa com quem Portugal tem relações mais fortes – também não adere ao Acordo.
Resultado: quem escreve simultaneamente conteúdos para Portugal e Angola tem de aplicar duas normas ortográficas. Ou aplica em Portugal as normas antigas.
Isto é surreal. Afinal, aquilo que nos venderam como sendo um instrumento de aproximação transformou-se em mais uma dificuldade e um afastamento.
Antes do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (é assim que se chama o coiso) havia duas normas ortográficas oficiais divergentes. O coiso foi criado para as unificar. Agora temos três normas.
É o milagre da multiplicação da Língua Portuguesa.»
Fonte do texto e da imagem:
http://www.ateoriadoq.pt/content/o-meu-modesto-desabafo-sobre-o-acordo-ortografico
***
Um milagre que ninguém pediu, nem desejou.
Vade retro satanás, com tal diabólico “milagre”!
Isabel A. Ferreira
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