Desde 2015, todos os nossos serviços públicos vêm-se degradando cada vez mais, chegando ao ponto máximo do CAOS. Darei apenas alguns exemplos: SNS, ENSINO, JUSTIÇA, PROTECÇÃO À INFÂNCIA e, obviamente, a LÍNGUA PORTUGUESA.
Mas tudo o resto, na sociedade portuguesa, está a ir pelo cano de esgoto abaixo, como excremento oriundo das más políticas, em certos casos, ou da falta delas, noutros casos, e de uma gigantesca subserviência ao estrangeiro.
E porque já ando farta de dar murros em ponta de facas, e dos calhaus com olhos que nos rodeiam (sempre quis acreditar que vivíamos numa Democracia, com democratas dotados de honra, de vergonha na cara e de carácter, mas enganei-me); porque já estou farta de ver por aí, a nossa LÍNGUA a sofrer tratos de polé, conforme a amostragem recolhida pela Teresa Ramalho, em 2015, e que continua em vigor, e de não ver resultados positivos, que nos possam tirar desta fossa séptica, em que se transformou a nossa sociedade, preciso de fazer uma PAUSA.
Preciso urgentemente de mudar de ares…
Até breve.
Isabel A. Ferreira
Ainda ontem, no telejornal da SIC, ouvi lamentos relacionados com o mau desempenho escolar dos alunos portugueses. E pensei cá para os meus botões: como é possível ter bom desempenho escolar se os alunos são bombardeados com uma Língua TORTA? Logo a Língua, que é o pilar de todo o Ensino.
Os alunos, desde o básico ao superior, estão desmotivados (sei disto porque frequentemente falo com eles, além disso, tenho netos a quem ensinaram a PENSAR, e uns e outros queixam-se do mesmo): a desmotivação tem origem na mixórdia ortográfica que lhes apresentam. De todas as disciplinas, a Língua Materna é o principal elo de comunicação no Ensino. Se a Língua está abandalhada, tudo o resto se abandalha, e o termo correCto é mesmo este. Não será o mais elegante, mas o que oferecem aos alunos não é uma escrita elegante, como veremos neste comentário que recebi, de um aluno do IEFP, que demonstra a infelicidade de ser aluno (seja do que for), em Portugal, nos tempos que correm.
E por mais que chamemos à atenção dos governantes, estes, muito despoticamente, fazem ouvidos de mercador, para não destoar do absolutismo que há muito se impôs no nosso País, e agora, mais do que nunca. Eles servem o Brasil. Eles não servem Portugal.
Obrigada, António M.
O seu testemunho é precioso, e faz eco do sentimento generalizado de todos os restantes alunos portugueses dotados da substância cinzenta que está dentro dos seus crânios.
O que nos conta António M. acontece também noutros estabelecimentos de ensino, e constitui uma VERGONHA para um País que perdeu o rumo e o prumo.
E já agora, atente-se no que diz Afonso Reis Cabral, trineto do nosso magistral Eça de Queiroz, no cartaz mais abaixo: espera-se que [o AO90] morra à fome.
Isabel A. Ferreira
António M. comentou o post «O discurso enviesado [do dono e senhor da Língua Portuguesa] A. Santos Silva [na AR] tresandou mais a ódio do que a elevação intelectual» às 17:18, 05/04/2022 :
Estou a tirar um curso num centro de formação do IEFP e as aulas que os formadores nos dão, são apresentadas com diapositivos escritos em brasileiro, acordês e português correcto. Tudo à mistura. Até tive um teste escrito cujas perguntas foram tiradas de um "site" brasileiro e a formadora nem se deu ao trabalho de modificar o português. Estes formadores, que supostamente deveriam ter qualidade para darem formação, vão buscar textos à internet e toca de plagiar o que vêem por lá para mostrar aos seus formandos. Isto é de uma falta de qualidade tremenda e de uma falta de respeito para com os alunos por duas razões:
1 - Falta de qualidade porque sendo licenciados e mestres deveriam ter a obrigação de saber transmitir os seus conhecimentos numa determinada área, com explicações concretas e fornecer bibliografia (e não o fazem);
Depois, há aqueles que nos dão vídeos brasileiros do Youtube para aprendermos a matéria (trata-se de um grupo de formadores que não se quer dar ao trabalho de dar formação) e outros pedem desculpa aos alunos porque aquele texto que estão a apresentar está sem acordo ortográfico! Pedir desculpa porque aquele texto está bem escrito? Até me ri com isso. E quando alguém, como eu, demonstra estar contra o AO90, é logo alvo de uma interpretação errada por parte de pessoas menos informadas. Não tenho nada contra os brasileiros, pelo contrário, apoio-os quando defendem que o português deles evoluiu de forma diferente e que isso tem de ser respeitado. Claro! Então e o nosso português não deve igualmente ser respeitado? Não merecemos o mesmo respeito? Pelos vistos não e toca de impor aos portugueses um novo acordo ortográfico que mais não fez do que provocar o caos ortográfico no nosso país. |
Recebi um comentário, que subscrevo inteiramente, e que aqui destaco, porque, de uma vez por todas, é preciso, resolver a questão da Língua Portuguesa, que está a escoar-se por um cano de esgoto, graças a uma personagem insólita, que devia ter sido banida da política nacional, e não foi, muito pelo contrário, foi nomeado para um cargo nacional de topo.
E devia ter sido banido porquê? Perguntarão os leitores. Simplesmente porque andou a servir interesses estrangeiros, em detrimento dos interesses nacionais, uma vez que sendo socialista, ser nacionalista, ou seja, adepto da independência e dos interesses nacionais é algo que está fora de hipótese.
Contudo, ser nacionalista, NÃO é ter ódio pelas outras Nações, como o afirmou SS no dircurso inaugural do novo cargo. Há vários tipos de nacionalismo: de esquerda, de extrema-esquerda, de direita, de extrema-direita; nacionalismo fascista, nacionalismo nazista, nacionalismo para todos os gostos. Mas ser nacionalista é SOBRETUDO ser adepto da independência e dos interesses nacionais, algo que SS nunca foi, não é nem nunca será, porque ser socialista, em Portugal, ao que parece, é servir todas as Nações, EXCEPTO a Nação Portuguesa.
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Senhor Jorge Pacheco Oliveira, não poderia estar mais de acordo consigo.
Subscrevo cada palavra que escreveu.
Fico com urticária, só de pensar que SS continuará a ser SS por mais quatro anos e meio, disseminando o autoritarismo que lhe é característico - algo que ficou bem patente no discurso que proferiu como presidente da Assembleia da República [pobre República] no que respeita aos recadinhos para o partido Chega, como quem diz: «eu sou democrata ma non tropo», uma vez que o nacionalismo (**) não agrada aos déspotas, porque estes servem as nações estrangeiras, mas não a NAÇÃO que lhes deu os cargos.
O SS está-se nas tintas para a Língua Portuguesa, que NÃO soube defender, e que a manteve cativa nos calabouços do Ministério dos Negócios DOS Estrangeiros, a quem serviu servilmente. Espero que o novo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, liberte a língua Portuguesa e reponha a LEGALIDADE, destruindo um “acordo”, que NUNCA foi acordo e que SS mantinha unilateralmente, porque achava que os acordos são para cumprir. Mas apenas ELE achava isso, porque os restantes países, ditos lusófonos, não o cumpriram, simplesmente por ser ILEGAL.
Não auguro nada de bom com o ABSOLUTISMO que se PLANTOU no Parlamento, ainda mais com o absolutista-mor da nossa triste república DOS bananas, num cargo de topo.
O senhor Jorge Pacheco de Oliveira diz que «para as sumidades socialistas o AO90 é irreversível». Poderá ser para as eminências pardas socialistas, que se autoproclamam donos da Língua Portuguesa, mas o AO90 NÃO é irreversível. O AO90 É UM ERRO.
Irreversível só a morte ou doenças terminais, até porque está provado por A mais B que o AO90 é ILEGAL, e todas essas eminências pardas, que andaram por aí a lançar o caos ortográfico no ENSINO (esperamos que o novo ministro da Educação, João Costa, tenha CONSCIÊNCIA e peça a anulação do AO90) e a destruir a Língua Portuguesa, aquela que está consignada na Constituição da República Portuguesa, terão de prestar contas aos Portugueses, terão de ser PUNIDOS severamente pelos crimes de lesa-pátria e de lesa-ingfãncia, porque, como diz Miguel de Cervantes: «Deus suporta os maus, mas não eternamente». E os todo-poderosos poderão governar por uns tempos, mas acabam sempre por cair.
O tempo de CAIR já vem a caminho.
(**) O Nacionalismo saudável defende que cada Nação deve governar-se a si própria, livre de interferências externas. Defende a construção e manutenção de uma identidade nacional, baseada na CULTURA, localização geográfica, LÍNGUA, governo, religião, tradições e HISTÓRIA.
Isabel A. Ferreira
Até agora, os debates têm se centrado nas questões económico-financeiras, e pouco mais. De fora têm ficado as graves questões da Cultura (culta, não a cultura rasteira, que tem tantos aficionados socialistas e sociais-democratas no Parlamento) da Educação e Ensino, da destruição da Língua Portuguesa, da miséria ortográfica vigente, do analfabetismo funcional, já instalado em Portugal, enfim, tudo o que diz respeito ao alimento do espírito.
E tal deve-se ao facto de os governantes não investirem na Cultura e no Ensino, porque quanto mais inculto for um Povo, mais fácil é de o subjugar. Mas isto já vem de tempos muito antigos.
Andei há dias, pela página de campanha do PSD, a sondar os sociais-democratas sobre a questão do AO90, (porque do PS já sabemos que são adeptos da destruição do nosso Português), e embora o resultado não me surpreendesse absolutamente nada, fiquei com a certeza de que interesses mais obscuros do que aqueles que já sabemos, mantém o AO90 ainda activo, apesar de ser ILEGAL. E nem os partidos políticos, e nem os tribunais estão dispostos a repor a legalidade.
Nessa minha sondagem, fiquei sem saber, o que pensa o Dr. Rui Rio exactamente, pois o Partido Social Democrata disse em público que:
«[…] a comunicação social pôde assistir à fase das perguntas e respostas dos militantes. Mas foram apenas três: uma sobre dívida pública, outra sobre políticas de emigração e uma sobre... acordo ortográfico. Rio é a favor, em princípio, mas a forma como o acordo foi feito podia ter sido melhor.»
Mas no programa eleitoral vem esta coisa espantosa: “A tentativa da uniformização ortográfica não constituiu qualquer vantagem face ao mundo globalizado, pelo que o PSD defende a avaliação do real impacto do novo Acordo Ortográfico”. Verdade Dr. Rui Rio? Não foi essa a postura que o PSD tomou sempre que no Parlamento a questão do AO90 se levantou.
Dá-se uma no cravo, outra na ferradura? Porque o tempo é de eleições?
A “conversa” que mais abaixo se segue encontra-se nestes dois links:
https://www.facebook.com/ppdpsd/photos/a.123647340997508/5326447357384121
https://www.facebook.com/ppdpsd
sob o lema do PSD: Vamos dar Novos Horizontes para Portugal.
Novos horizontes? Sem mudar nada?
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Maior fã
Isabel A. Ferreira dar como, e o quê, por exemplo?
*
Fernando Pires penso que o senhor não percebeu o que eu disse. Eu não disse DAR, disse MUDAR. E o que nós queremos que MUDE é a pouca-vergonha que se passa nas escolas portuguesas, ao não permitirem que os alunos escrevam correCtamente a sua Língua Materna, cumprindo a a LEI VIGENTE, e obrigando-os a escrever segundo o ILEGAL AO90, do qual Rui Rio diz ser a favor, tal como António Costa, que é cúmplice dessa ilegalidade.
É isto que tem de mudar, além de outras coisas, como a interferência dos governantes em certas questões da justiça, e a nomeação de "primos e primas" para cargos que estão sob a alçada dos políticos, que servem lobbies, em detrimento dos interesses de Portugal e dos Portugueses.
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Maior fã
Isabel A. Ferreira correto!
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Fernando Pires "correto" (lê-se "currêtu")? Não! CorreCto, segundo a Lei vigente.
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Isabel A. Ferreira efetivamente, nessa matéria, estamos em desacordo.
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Fernando Pires estamos em desacordo, sim. Mas se o senhor tiver um argumento racional (um só basta) que possa oferecer-me para que eu mude o meu olhar sobre a mudança ILEGAL da Língua Portuguesa para o dialecto brasileiro, eu rendo-me.
A quem servirá o AO90? Aos países lusófonos sabemos que não serve. Só Portugal o aplica.
Que vantagens trouxe para Portugal? Sei que trouxe vantagens para os BOLSOS de alguns.
Mas para Portugal e para os Portugueses PENSANTES (o oposto de servilistas) que vantagens trouxe, além de ter gerado o CAOS ORTOGRÁFICO e a subserviência a um país estrangeiro, e que tem afugentado os jovens para estudar no estrangeiro, onde as Línguas são LÍNGUAS?
Que país do mundo trocou a Língua Materna por uma variante de si mesma?
*
Isabel A. Ferreira a senhora tem ideia bem vincada quanto ao acordo ortográfico, e eu tenho a minha. Portanto, ponto!
*
Fernando Pires já esperava essa resposta chapa cinco. Nenhum acordista, até ao momento, teve UM argumento RACIONAL, que fosse, para sustentar o AO90.
Isto não é matéria de ideias. É matéria de RACIONALIDADE e senso comum.
O senhor conhece a minha RAZÃO. Qual é a sua? Poderei saber?
Acaba a conversa assim: PONTO?
É o que todos fazem.
Como é possível não conseguir manter um debate sobre o AO90, refutando o que digo? Como é possível aceitar o AO90 assim, porque sim?
Isto é a prova provada de que o AO90 ainda persiste porque a irracionalidade impera.
É essa irracionalidade que gostaria de ver fora da próxima legislatura. Infelizmente não será por via do PSD.
*
Maior fã
Isabel A. Ferreira se está convencida que alguém rasgue o acordo ortográfico, e isto é chapa 6, talvez fosse melhor preocupar-se com algo que valha a pena.
*
Fernando Pires eu não estou convencida de que se rasgue o AO90. Eu tenho a certeza de que ele vai ser destruído, e com ele muita gente vai cair, principalmente aqueles que insistem no erro. Pode ter a certeza disso. Porque um país não se aguenta em cima de um monte de lixo ortográfico degradável e degradante.
E o senhor lá continua sem dar UM argumento racional que possa sustentar o insustentável. Não é fácil, pois não?
***
Por sua vez:
Antonio José Verissimo
Isabel A. Ferreira de onde retirou essa ideia? Já leu o programa eleitoral?
***
Maior fã
Isabel A. Ferreira tudo é importante. Mas no final do mês ter lá o dinheirinho n é mais importante? Na educação isso já bateu no fundo há muito tempo, mas há que arrumar primeiro a casa para depois ir tratar disso, e é no site do PSD que deve deixar as suas preocupações, sugestões, não é aqui
*
Miguel Neto de que dinheirinho está a falar? Do dinheirinho do Povo ou do dinheirinho dos políticos?
A Educação bateu no fundo. Portugal está cheio de analfabetos funcionais, a começar pelos políticos (salvo raras excePções).
O que é preciso arrumar na casa? Ou pensa que a EDUCAÇÃO de um povo não é a coisa mais importante a seguir à Saúde e à Habitação?
Ou pretendem um povo analfabeto para melhor ser subjugado?
O lugar certo para deixar as reflexões e sugestões de uma mulher pensante é aqui também, porque tenho de escolher um primeiro-ministro para o meu País, e até agora não vislumbro OPÇÃO.
Os partidos políticos não me dizem NADA.
As pessoas sim. Eu não voto em partidos, voto em pessoas que mereçam a minha confiança.
Gostaria de saber mais o que pensa Rui Rio destas minhas questões, por ser o que está mais perto de poder tirar o poder aos incompetentes socialistas, que mantiveram Portugal em banho-maria, enquanto lá estiveram.
Não queremos mais do mesmo. Queremos MUDANÇAS RADICAIS, que catapultem Portugal para a modernidade.
E não vejo que possamos ter OPÇÕES mais credíveis e mais competentes e com mais visão de FUTURO.
*
Isabel A. Ferreira Olhe que sem OE não ha AO90 que resista, sabia? Vejam lá agora onde vão votar, se continuam a amamentar a xuxalhada para depois não vir para aqui fazer de muro das lamentações.
*
Miguel Neto nem só de DINHEIRO vive um POVO. Se o OE é importante, e É, o AO não lhe fica atrás, nem um milímetro. Ainda não se deram conta do que se está a passar no ENSINO? Não saem dos gabinetes e nada sabem do CAOS ortográfico nas escolas e na comunicação social.
Uma vergonha! Um país que tem governantes e jornalistas que não sabem escrever e falar, e está a fabricar os analfabetos funcionais do futuro (os alunos) que não são LIVRES de cumprir a LEI vigente, que obriga a escrever segundo o AO45, e NÃO, segundo o AO90.
Os políticos falam e escrevem mal, e o AO90 deve dar-lhes muuuuuuito jeito, para que não reconheçam o ERRO e se batam pela sua anulação.
E onde fica a cumplicidade dos partidos políticos com a ILEGALIDADE? O AO90 é ilegal, é uma fraude, e quem está a favor dele, está a favor da ilegalidade e da fraude.
Será que o povo português quererá continuar a ter um primei-ministro envolvido em fraude e ilegalidade, como o que lá ainda está?
MUDANÇA URGENTE precisa-se!
*
Isabel A. Ferreira as questões: acordo ortográfico, justiça, economia, finanças públicas, exportações, educação, etc., têm sempre, e em particular no actual contexto político nacional, um determinado peso específico. E este substantivo poderá ser visto quanto:
- à materialidade -- pesar,
- ao valor relativo -- ponderação,
- ao peso -- pertinência.
Destarte, e considerando o actual quadro institucional, uns assuntos terão maior relevância que outros. A dúvida está apenas em considerar qual ou quais se sobrepõem.
*
Antonio José Verissimo que assunto mais importante existirá do que FORMAR JOVENS de qualidade, para se manterem no País? O ENSINO está um caos, porque a Língua Portuguesa, pilar de todas as disciplinas, está de rastos, e NÃO é permitido aos jovens escrever correCtamente e cumprir a LEI VIGENTE, a que obriga a escrever segundo o AO45. Então vão estudar para o estrangeiro. Fixam-se lá. E Portugal anda por aí ó-tio-ó-tio que não tem pessoal qualificado para ocupar cargos superiores.
E fala quem tem conhecimento de causa sobre esta matéria.
Se as crianças votassem, o senhor não subestimaria a importância VITAL de anular o AO90.
Um político que não tenha esta visão, que despreza o direito das crianças e jovens a um ENSINO DE QUALIDADE, não serve para governar o País.
Os que ainda estão no poder não têm a mínima visão de futuro. E não vejo quem tenha. Depois surpreendam-se se a abstenção GANHAR estas eleições.
É preciso ver mais do que €€€€€€€€€€ diante do nariz!!!!!
O que vale um OE primoroso, num país de analfabetos funcionais, que já os há por aí aos magotes?
*
Isabel A. Ferreira o acordo ortográfico é importante mas, neste momento, é tão importante como o estado da justiça, como a enormidade da dívida pública e como a recuperação da economia, entre outros? Tudo a seu tempo!
Antonio José Verissimo desculpe não concordar consigo. Tudo a seu tempo, não. Este é o tempo de se falar no AO90. Ou ainda não se aperceberam no MAL que estão a fazer aos alunos?
Este é um assunto da maior importância. Deve ser debatido nestas eleições. Dele depende muitos votos.
*
Antonio José Verissimo sim e não vejo lá nada que vá mudar o caos ortográfico em que Portugal está mergulhado e está a levar-nos para um buraco negro, sem regresso. Além disso existe a ilegalidade do AO90, que é avalizada por Rui Rio. Tudo isso será pago com votos.
Eu sou completamente apartidária. Voto nas pessoas, não, nos partidos. Eu até simpatizo com Rui Rio. Queria ver o PS daqui para fora. Mas Rui Rio terá de mostrar a sua RAÇA no que respeita a um acordo ilegal que estão a impingir-nos e que ele já disse que é a favor.
Não é lamentável?
E como eu, há muito mais gente que votaria Rio, se não tivesse essa pedra no sapato.
Deixei num comentário numa publicação mais abaixo, uma pergunta para Rui Rio responder.
*
O FUTURO DAS GERAÇÕES MAIS NOVAS, neste link:
https://www.facebook.com/ppdpsd/photos/a.123647340997508/5327035057325351
O Dr. Rui Rio está preocupado com o futuro das gerações mais novas? É para estar, mas não só de pão viverão as gerações futuras.
Existe um gravíssimo problema que fará delas os analfabetos funcionais do futuro, e não vejo o Dr. Rui Rio preocupado com isso, ou melhor, assobia para o lado: a questão de estarem a ser obrigadas a usar o AO90, que todos sabemos ser ilegal, mas o Dr. Rui Rio diz «ser a favor, mas a forma como o acordo foi feito podia ter sido melhor.»
Posso fazer-lhe uma pergunta, Dr. Rui Rio?
O Dr. Rui Rio pode dizer-nos o que o AO90 trouxe de BOM para Portugal? Que benefícios trouxe para os Portugueses, para a sua Cultura Linguística, para o seu Ensino de Qualidade? O que é que podia ter sido melhor no universo do PIOR?
Podemos saber?
Isabel A. Ferreira
Porquê?
Porque o AO90 é uma das questões mais graves que os governantes actuais têm para resolver e calam-se, estando a conduzir Portugal para um generalizado analfabetismo escolarizado vergonhoso, inadmissível e inacreditável, sendo já muitos os analfabetos funcionais, gerados pelo AO90, e a estes, estão em vias de juntar-se aquelas gerações que estão a ser atiradas para um ensino de baixíssima qualidade, porque a Língua é o PILAR de toda a aprendizagem, e não se aprende nada assente numa escrita amixordizada.
Em 03 de Setembro de 2019, leu-se no Jornal i:
«“Não há Acordo Ortográfico quando metade dos subscritores não o ratificam”, diz José Carlos Barros», artigo que pode ser consultado neste link:
https://ionline.sapo.pt/artigo/669961/-nao-ha-acordo-ortografico-quando-metade-dos-subscritores-nao-o-ratificam-diz-jose-carlos-barros-?seccao=Portugal
O que aconteceu desde então?
De então para cá, o que tem feito José Carlos Barros, ex-deputado da Assembleia da República Portuguesa (2015–2019), pelo PSD, que acaba de vencer, por unanimidade, o Prémio LeYa 2021, com a obra "As Pessoas Invisíveis", e relator do Grupo de Trabalho para Avaliação do Impacto da Aplicação do AO90, que tem andado muito caladinho, (aliás, todos os políticos e ex-políticos, e governantes e ex-governantes têm andado muito caladinhos, para o meu gosto) sobre esta matéria?
Será que já não era tempo de este Grupo se pronunciar, definitivamente, pela anulação do AO90, que só trouxe o caos e empobreceu radicalmente a Língua Portuguesa, que anda por aí a rastejar como uma indigente, por ter sido despromovida para variante de si mesma? Algo que, absolutamente, não dignifica o Ensino em Portugal.
O PSD, aliás, o PSD e todos os outros partidos, à excepção do PCP, quando toca a votar a Iniciativa Legislativa de Cidadãos Contra o Acordo Ortográfico (ILCAO), que já se compara às obras de Santa Engrácia, vota contra tudo o que os cidadãos mais querem: a anulação deste mostrengo ortográfico; ou se é preciso votar contra o AO90, o PSD e todos os outros, à excepção do PCP, votam a favor da pobreza orográfica. Além disso, e ao contrário do PCP, que é CONTRA o AO90 e escreve segundo o AO45, conforme a lei vigente o EXIGE, o PSD e todos os outros, escrevem "agradeço a receção", quando nos enviam respostas aos e-mails que lhes enviamos, numa clara adesão ao aborto ortográfico. (Se receção é escrita de gente!!!!!)
Desconheço se, a estas alturas dos acontecimentos, o deputado José Carlos Barros ainda mantém a mesma ideia, ou seja, não há Acordo Ortográfico quando metade dos subscritores não o ratificaram, nem ratificarão. Sabemos que NÃO HÁ. Então, de que estão à espera? Cabo Verde já tem uma Língua oficial: a Língua Cabo-Verdiana, embora a Língua Portuguesa ainda ande por lá a reboque.
Por isso, seria de toda a conveniência que, nesta campanha eleitoral, que se aproxima, todos os partidos políticos tomassem uma posição pública e clara sobre a questão gravíssima do AO90, que está a conduzir Portugal para o generalizado analfabetismo escolarizado mais vergonhoso, mais inadmissível, mais inacreditável de que há memória.
Aqui deixo a proposta de um cidadão português:
Até ao momento, o AO90 tem sido TABU em São Bento e em Belém. O Partido Socialista é o seu guardião-mor, e, ditatorialmente está a impô-lo a quem o abomina, por ser simplesmente abominável; o presidente da República cala-se, por motivos dos mais óbvios, para quem o conhece. A comunicação social (com uma excepção nacional e várias regionais) também obedece muito servilmente, estando a contribuir para o estado calamitoso em que se encontra a escrita em Portugal.
É chegada, pois, a hora de reverter esta vergonhosa situação. Discute-se tudo o que interessa, e também o que não interessa, mas o AO90 é TABU, e numa Democracia a sério, não pode haver tabus.
Não é por acaso que no relatório de 2020, divulgado recentemente pela The Economist Intelligence Unit, Portugal perde a categoria de “país totalmente democrático", para regressar à categoria de "democracia com falhas", um recuo, diz-se, impulsionado pelas medidas restritivas impostas pela pandemia, mas também pela redução dos debates parlamentares [sem tabus] e pela falta de transparência no processo de nomeação do presidente do Tribunal de Contas, e a Intelligence Unit esqueceu-se de mencionar (porque talvez não saiba) a imposição ditatorial de uma grafia que nada tem a ver com Portugal, e que, apesar de estar integrada num falso “acordo” desacordado entre oito países ditos lusófonos, só os servilistas portugueses o cumprem, com medo de sanções de todo o género. E por aqui anda também muita chantagem…
O AO90 faz parte daquelas "coisas" que se não houver coragem para a eliminar, Portugal afundar-se-á como País independente. É vergonhoso ver a nossa bandeira a representar um "português" que não nos pertence.
É que há muita gente, MUITA GENTE, disposta a votar em partidos que DEFENDAM, no Parlamento, a ANULAÇÃO do AO90, o mais vergonhoso falso "acordo" em toda a História de Portugal. A mais vergonhosa imposição ditatorial que o governo português, o presidente da República e os deputados da Nação mantêm activa, (algo que nem António de Oliveira Salazar, que escrevia correCtamente, bem como TODA a população escolarizada, se atreveu a impor).
Aquele partido que conseguir reunir coragem, vontade e humildade para reconhecer o gravíssimo erro que foi a imposição ditatorial do AO90 nas escolas portuguesas, e, com argumentos racionais conseguir convencer os outros partidos de que estão a prestar um péssimo serviço a Portugal, terá todas as probabilidades de ganhar eleições. É que há muita, muita, muita, muita gente, mais do que se possa imaginar, descontente com esta situação/tabu que envergonha, desde o mais analfabeto até ao mais letrado dos portugueses. Só não envergonha quem está metido nisto até ao pescoço, com negociatas das mais obscuras.
A grande maioria dos políticos portugueses está mergulhada na ignorância, na estupidez, num gigantesco complexo de inferioridade e na falta de sangue na guelra.
Não tenho em grande conta os que se apodam de “políticos”. Poderá haver raras excepções, com competência política, ética, social, cultural, para estar na Política, mas são tão poucos que não se evidenciam, e que caladas, deixam de ser excepções, para se juntarem ao todo.
Não podemos ter na governação do País gente que olha para a Política e para a Língua Portuguesa como um boi para um palácio.
O Ensino afunda-se na mediocridade, no desinteresse, na falta de criatividade, e baseia-se na única escrita mais básica e caótica do mundo. E não estou a exagerar.
É hora de os partidos políticos mostrarem o que valem ou o que não valem, para podermos avaliar e sabermos com que contar.
Isabel A. Ferreira
Em 01 de Novembro de 2019, publiquei aqui um texto da autoria do Professor Santana de Castilho, sob o título «Directo a si, Dr. António Costa!», então primeiro-ministro de Portugal. Um texto que subscrevi e continuo a subscrever, e penso que haverá poucos que não o subscrevam, mas acrescentar-lhe-ia a indiferença que governantes e professores dedicam ao Ensino da Língua Portuguesa, não exigindo o melhor para os alunos.
Hoje, o Dr. António Costa está mais de saída do que de entrada. Irão realizar-se eleições, e todos esperamos que não venha mais do mesmo, porque já sabemos que não resultará, como não resultou.
Na altura, o texto que o Professor Santana Castilho dirigiu a António Costa, caiu em saco roto, como cai em saco roto tudo o que diz respeito às exigências do Povo, porque não vivemos numa Democracia, de facto, mas numa democracia de fantasia, onde a voz do Povo não é tida nem achada, para nada. Apelou-se a um acto de contrição por parte de António Costa, para que repensasse a política da Educação, porque um país não sobrevive sem um sistema de Ensino adequado e de qualidade. E, como todos nós sabemos, o ensino, nos mandatos de António Costa, transformou-se num caos, com um ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, dos mais incompetentes que já tivemos, a rechaçar o ensino (ou desensino) da Língua Portuguesa, base de todo o Saber. E António Costa nunca teve a lucidez de o demitir, e permitiu que o ensino chegasse a um estado do mais caótico desde que Dom Afonso Henriques fundou um país chamado Portugal.
No texto que se segue, onde se lê Dr. António Costa, poderá ler-se «ao que vier depois de Costa», por desconhecermos quem aí vem, ainda que possa ser António Costa. Porém, nãoooooooo queremos nem merecemos mais do mesmo!
É preciso mudar tudo, em quase tudo.
Porque:
Isabel A. Ferreira
Por Santana Castilho (*)
(Nota: no texto que se segue, onde se lê Dr. António Costa, poderá ler-se «ao que vier depois de Costa», por desconhecermos quem aí vem, ainda que possa ser António Costa. E às competências dos professores, acrescente-se-lhes a do DEVER de rejeitar o AO90, para que regressem ao estatuto de MESTRES do Ensino, porque a Língua é o pilar de todo o saber. Porque haverá de ser TABU em Portugal?).
«Directo a si, Dr. António Costa!»
«Na Educação, o Governo falhou e o Governo tem um primeiro responsável. Por isso o acuso a si, Dr. António Costa.
«Na Educação, o ambiente é de profundo mal-estar e o programa do novo Governo não conseguiu atribuir-lhe qualquer réstia de esperança. Outrossim, acentua a onda de “planos”, “projectos” e “estratégias”, para picar os miolos aos professores. Antes de Maria de Lurdes Rodrigues, todos sabiam exactamente o que fazer. Os chefes eram menos e as escolas funcionavam. Depois cresceram os chefes. E consigo, Dr. António Costa, cresceu a desorientação e o deslumbramento com as pedagogias sem sentido. E cresceram as siglas “eruditas” para denominar inúteis organismos, projectos, plataformas e planos. Veja estas, Dr. António Costa (e não são todas), criadas pelas suas luminárias da modernidade: ACES, ACCRO, AERBP, AIRO, CAA, CAF, CD, CEB, CP, CPCJ, CRI, CT, DAC, DEE, DT, EE, EECE, EFA, ELT, EMAI, EO, ESAD, JNE, ME, PAA, PASEO, PE, PEI, PES, PHDA, PIT, PL2RTP, SPO, UFC e ULS. Não lhe chegavam? Enxergue-se, Dr. António Costa!
O Dr. António Costa deu campo aberto ao narcisismo político dos seus prosélitos. Mas nunca promoveu um trabalho sério para apurar o que pensa a esmagadora maioria dos professores de sala de aula sobre um conjunto de temas-chave, que permitiriam reformar com solidez o sistema de ensino. Por isso, não me espanta que tenha perdido totalmente o pudor, proibindo as reprovações no Ensino Básico. Não me espanta, Dr. António Costa, que a decisão política em Educação continue assente no desconhecimento da realidade e no oportunismo político das madraças da flexibilidade e da inclusão, criadas para pastorear incautos e transformar velharias falhadas em tendências pedagógicas novas.
O grande tema da comunicação social foi, recentemente, o professor que bateu no aluno e os alunos que batem todos os dias nos professores. O contraste evidente entre a presteza com que o Ministério da Educação suspendeu o professor agressor e a espiral de silêncio em que envolve as constantes agressões a professores e funcionários não pode passar de fininho. Sem rodriguinhos e medindo o que digo, é para si, Dr. António Costa, que falo, que o ministro Tiago é tão-só seu mordomo. O Dr. António Costa é um dos grandes responsáveis pela sucessão de políticas que têm reduzido os professores a simples funcionários, cada vez mais desautorizados e despromovidos socialmente. Um dos grandes responsáveis por, farisaicamente e de modo cruel e perverso, pôr a sociedade e a opinião pública contra os professores: para lhes retirar o direito à greve; para lhes retirar força salarial; para lhes roubar o tempo de trabalho cumprido. É duro o que lhe digo? Repito-lho na cara se quiser, sem seguranças de permeio, para ver se se domina, como o desgraçado professor da D. Leonor não se dominou.
O seráfico paternalismo com que os ideólogos a quem deu rédeas querem que os professores ensinem quem não quer aprender ou integrem quem não quer ser integrado tem de ser denunciado. Com efeito, é fácil medalhar os líricos que decidiram a “inclusão” universal. Mas é impossível, sem meios nem recursos (materiais e humanos), lidar, dia-a-dia, na sala de aula, com jovens com perturbações mentais sérias, descompensados por imposições pedagógicas criminosas.
O problema, Dr. António Costa, é a natureza das políticas, que fizeram entrar o ensino em decadência. O problema é que o Dr. António Costa afaga banqueiros e juízes sem perceber que morre lentamente uma sociedade que não acarinha os seus professores.
Quando as obrigações do Estado não são cumpridas, é ao Governo em funções que devemos pedir responsabilidades. Porque o Governo, qualquer que seja a força partidária que o sustente, é o rosto do Estado. Porque, independentemente da responsabilidade subjectiva (que no caso vertente é sua), a responsabilidade objectiva do Governo é proteger os professores das agressões de que são vítimas. O Governo falhou e o Governo tem um primeiro responsável. Por isso o acuso a si, Dr. António Costa.
Victor Jara (que também foi professor) foi abandonado numa favela de Santiago do Chile, depois de torturado e assassinado, por cantar O direito de viver em paz. A sua sorte, Dr. António Costa, é que os professores não são capazes de se unir, ao menos uma vez, para reclamar o direito de ensinar em paz. Antes que acabem, definitivamente, abandonados num país sem défice.»
(*) Professor do ensino superior
Fonte:
A que extremos ridículos chegou a prática da linguagem, em Portugal!
in: https://www.facebook.com/groups/emaccao
«Demonstra bem até que ponto o tal "acordo" contribui para a estupidificação das massas: duas consoantes seguidas, corte-se a primeira... Tristeza! Já há muito que a iliteracia é apanágio da sociedade portuguesa, mas, desde o AO90, ela tem estado nos píncaros. O exercício de pensar parece ser cada vez mais raro.» - Elisabeth Henriques
***
Acordem PROFESSORES!
Não estará na hora de se REVOLTAREM?
Recusem-se a ser cúmplices desta miséria linguística.
Daqui faço um apelo a estas duas Associações:
Associação de Professores de Português: APP
Anproport - Associação Nacional de Professores de Português
Unam-se como se fossem um exército. Está nas vossas mãos extinguir o AO90.
Nenhum Governo, por mais ditatorial que seja, pode despedir ou penalizar um EXÉRCITO de Professores, que têm a RAZÃO do lado deles.
Nenhuma Lei vos obriga a ser incompetentes, ao ponto de em vez de ensinar aos alunos a Língua Portuguesa, optaram por uma língua de farrapos.
Tenham espírito de MISSÃO.
Como Mestres do Ensino, não se demitam da vossa RESPONSABILIDADE quanto ao estado caótico em que se encontra a prática da linguagem escrita, mas também falada, em Portugal.
Vós sois PROFESSORES! Não sois paus-mandados!
Devolvam ao ENSINO a dignidade perdida. Porque a Língua não abrange apenas uma disciplina. A Língua é o pilar de TODAS as disciplinas.
Não cedam a chantagens! Ergam as vossas vozes, porque é urgente acabar com esta pobreza linguística, e só vós o podereis fazer. Tenho certeza de que terão o apoio de todos os desacordistas portugueses.
Isabel A. Ferreira
A escola, hoje, é um lugar terrível, tanto para alunos, como para professores, como para os pais. Para mim, foi-o igualmente, quando por lá andei, nos anos lectivos de 1973/74 (na Frei João de Vila do Conde) e 1974/75 (na Eça de Queiroz Póvoa de Varzim)
Eu já fui professora do Ciclo Preparatório (que hoje já não se chama Ciclo Preparatório), não por vocação, mas porque na altura, ainda Bacharel, não podia seguir o meu sonho: fazer prospecção arqueológica, até porque, por incrível que pareça, não havia nada para fazer nesse campo, num país cheio de ruínas.
Então, fui parar ao Ensino. Dei aulas apenas dois anos. No primeiro ano, não suportei as campainhas, os horários, o sistema, o programa de Português, e principalmente o de História, desadequado e falacioso. No segundo ano, acabaram com a História, e os programas eram experimentais e completamente idiotas. Além disto, que já era muito, não admiti a indisciplina que o 25 de Abril deixou entrar nas Escolas, em nome do conceito errado de liberdade.
O Presidente do Conselho Directivo da segunda escola em que dei aulas, confundia Liberdade com Indisciplina (e não foi só naquela escola), de modo que se implantou uma rebaldaria tal, que os alunos podiam fazer tudo e mais alguma coisa, dentro das salas de aula, e ai do professor que quisesse manter a disciplina: não podia repreender-se os alunos, não podia marcar-se faltas de castigo, não se podia mandá-los para fora da aula, se estivessem a ser inconvenientes, porque podíamos causar-lhes traumas irreversíveis; eles tinham de sentir-se livres, para poderem crescer em liberdade, enfim, confundindo-se alhos com bugalhos, plantou-se as sementes da bandalheira a que hoje se chegou.
Então acontecia que os alunos começaram a chegar à minha aula a mascar pastilhas elásticas; a pôr os pés em cima das mesas; a jogar à bola, simplesmente porque o professor X deixava (o professor X era o Presidente do Conselho Directivo). Tive de impor as minhas regras, e fui curta e grossa: «que fizessem o que quisessem nas aulas do professor X, mas nas minhas, nada de pastilhas elásticas, nada de pés em cima da mesa e nada de bolas. E quem não quisesse obedecer às minhas regras que saísse da sala, se faz favor». Aguardei. Ninguém saía. Guardavam as bolas. Punham as pastilhas elásticas no caixote do lixo, e sentavam-se.
A esse tempo (1975), e a uns dois meses do término do ano lectivo, eu andava grávida, já quase no fim da gestação, e numa das minhas turmas, havia um rapaz já espigadote e muito problemático, que não obedeceu à minha ordem de se sentar (uma vez que andava de carteira em carteira a perturbar os outros alunos). Em vez de ir sentar-se, aproximou-se de mim e disse: «Dou-te já um pontapé na barriga!». Mantive a calma, para não lhe dar um grande bofetão (como me apetecia) e disse-lhe para se retirar imediatamente da sala. Fez-me frente. Então agarrei-o por uma orelha e levei-o para fora da sala até ao meio do corredor, e deixei-o ali, e nada disse. O miúdo sai para a área exterior e apedreja a janela da sala de aula, quebrando o vidro, não ferindo ninguém, por um mero acaso.
O estardalhaço chegou aos ouvidos do professor X. O que foi, o que não foi, fui chamada ao gabinete. Porque não podia ser, porque mais isto e mais aquilo... Os meninos não podem ser expulsos da aula.
Então eu disse ao Senhor Presidente do Conselho Directivo da Escola: «O que não pode ser é eu ser ameaçada por um fedelho com treze ou catorze anos, e ficar-me por ali mesmo. E se ele me desse o pontapé na barriga? Não permito que ninguém, muito menos um aluno, me falte ao respeito; não permito indisciplina nas minhas aulas; e se estas minhas simples regras não tiverem lugar nesta escola, faça queixa de mim a quem quiser, ponha-me um processo disciplinar, ou ponha-me na rua, que eu saio imediatamente pela porta da frente, e não volto a entrar; e se tiver de ir lavar retretes para ganhar a vida, prefiro, a continuar num lugar onde não há disciplina nem autoridade – regras de ouro para o bom funcionamento de uma escola e para a boa educação dos alunos».
O Senhor Presidente do Conselho Directivo ficou estupefacto com o meu atrevimento. O mau ambiente instalou-se. Quem é que ela pensa que é? Ouvia-se. E eu era apenas a bacharel rebelde (nesse ano terminava a minha Licenciatura em História), que não abdicava da minha cidadania, e dos meus princípios e dos meus direitos. Aguardei o castigo. Porém, o castigo não veio.
Continuei, pois, a manter as minhas regras de disciplina com os meus alunos, e não haveria lei nenhuma que me obrigasse a aturar catraios indisciplinados. Dentro da sala de aula a autoridade era eu. Não abdiquei nem um milímetro da regra do respeito mútuo e das benfazejas disciplina e autoridade, dentro da sala de aula. Desse modo consegui manter as minhas turmas no bom caminho, e a partir de então nunca mais tive qualquer problema, no decurso das minhas aulas. Ao mínimo deslize, o aluno sabia que ia porta fora, gostasse ou não gostasse o Senhor Presidente do Conselho Directivo. Houvesse ou não houvesse leis a dizer o contrário. Nas minhas aulas a autoridade era eu. Se não fosse para ser eu, não me contratassem e pagassem para ENSINAR.
Para mim, o conceito de Ensinar não é apenas “despejar” matéria para cima dos alunos, como se despeja um copo de água. Por detrás do ensinar, há muitas outras regras que um Professor tem obrigação de apresentar aos seus alunos, como o respeito mútuo ou a disciplina, e até a higiene pessoal.
No final daquele ano lectivo, fui mãe, e decidi abandonar o Ensino, onde não havia lugar para mim, pois estaria sempre à margem das novas “filosofias libertárias”, aplicadas ao ensino pós-25 de Abril, que não se coadunavam, e tanto quanto sei, ainda não se coadunam, com o conceito de Educação.
Dediquei-me ao Jornalismo de causas. Não consegui mudar nada, até porque um palito não faz uma canoa. Mas o mais importante é não nos tornarmos cúmplices do desgoverno.
Pelo que se vê, depois desta minha desastrosa passagem pelo Ensino, as coisas foram piorando, cada vez mais.
E hoje, o que é a Escola, hoje? Um lugar de medo, onde não existe disciplina, nem autoridade, nem respeito por coisa nenhuma. Alunos atacam alunos. Alunos atacam professores. Professores atacam alunos. Os pais dos alunos atacam os professores. E o que acontece a uns e a outros? Nada, ou quase nada.
Certa vez, um menino chamado Leandro, vítima de bullying, atirou-se ao rio, por medo. Um professor de Música lançou-se ao Tejo, porque não aguentava as agressões dos alunos. Pergunta: então onde fica a disciplina e a autoridade?
A partir de um certo momento, os professores deixaram de se preocupar. Despejam a matéria, cujos conteúdos e programas são de bradar aos céus, alguns deles com atraso considerável (ex. o ensino da Matemática) em relação aos restantes países europeus; escrevem e falam mal a Língua Materna, que passou de língua íntegra a dialecto, sendo o índice de iliteracia bastante elevado; e ainda aguentam a falta de educação e indisciplina dos alunos. Chegam ao fim do mês, recebem o salário, que é o que mais interessa, e o resto que se lixe!
É urgente uma revolução no Ensino.
É urgente uma revolução na Educação.
É urgente uma revolução na Cultura.
É urgente a demissão dos ministros que tutelam o Ensino, a Educação e a Cultura, os quais não servem os interesses escolares, mas tão-só interesses subalternos, que não se encaixam nas exigências de um ensino de qualidade.
É urgente mudar de paradigma. É urgente um ensino escolar baseado no respeito mútuo e nos valores humanos mais primários, e no ensinamento-base de todos os ensinamentos: «Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti», uma sentença que já vem de um tempo sem tempo, adoptada na antiguidade por todos os filósofos, e que eu sempre fiz questão de passar aos meus alunos.
Ou as escolas portuguesas entram nos carris de um ensino de excelência, a começar pelo da Língua Portuguesa, a matéria-prima de todas as matérias escolares, retomando a grafia de 1945, ou Portugal estará irremediavelmente perdido para o futuro, porque os que estão a ser actualmente (de)formados por um ensino, uma educação e uma cultura assentes em areias movediças, e com um elevado insucesso e abandono escolares, não estarão à altura dos desafios, cada vez mais exigentes e competitivos, do tempo que aí vem.
Isabel A. Ferreira
Um interessante exercício, da escritora Helena Sacadura Cabral, sobre o novo-riquismo linguístico, a linguagem dita “politicamente correcta”, usada num mundo linguisticamente (mas não só) pobre, onde começa a proliferar também a linguagem pimba (aquela do todos e todas), tudo embrulhado numa ignorância pavorosa, que está a transformar Portugal num deserto linguístico-cultural.
A não ser que, do nada, surja uma mente brilhante, dentre a intelectualmente pobre governação deste nosso tão desditoso País, que possa pôr o Bom Português nos carris da prioridade do Ensino.
Obviamente, livre do malvisto AO90, e do linguajar pseudo-correcto.
Isabel A. Ferreira
Por Helena Sacadura Cabral
«Hoje não se fala Português… Linguareja-se!»
«Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos negros de 'afro-americanos', com vista a acabar com as raças por via gramatical, isto tem sido um fartote pegado! As criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se agora para receber a menção de 'auxiliares de apoio doméstico'.
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os 'contínuos' que passaram todos a 'auxiliares da acção educativa' e agora são 'assistentes operacionais'.
Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por 'delegados de informação médica'.
E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas' ou "comerciais".
O aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez'.
Os gangs étnicos são 'grupos de jovens'.
Os operários fizeram-se de repente 'colaboradores'.
As fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas' e vistas de exterior são 'centros de decisão nacionais'.
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante. Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...»; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» – eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo' Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)
As p.... passaram a ser 'senhoras de alterne'.
Quando a vida corre bem é "bué de fixe".
À mentira passou a chamar-se de inverdade.
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem. E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
Estamos "tramados" com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.»
Helena Sacadura Cabral
Fonte: https://abemdanacao.blogs.sapo.pt/tag/%22helena+sacadura+cabral%22
«Será uma exigência a discussão da Língua Portuguesa e do AO90 nos vossos debates, caros candidatos à Presidência da República. Os Portugueses, de quem se dirão representantes, desejam-na.» (Maria do Carmo Vieira - Professora)
«A Língua Portuguesa também deveria interessar aos candidatos à Presidência»
Por Maria do Carmo Vieira
Todos os cidadãos têm o direito de ser esclarecidos objectivamente sobre actos do Estado e demais entidades públicas e de ser informados pelo Governo e outras autoridades acerca da gestão dos assuntos públicos. N.º 2 do Artigo 48.º da Constituição.
Em qualquer eleição que se realize, não há candidato que não justifique a sua candidatura, invocando o desejo de bem servir o país e o povo, ou que não alerte e incentive para a necessidade de, em democracia, ser benéfica a intervenção dos cidadãos porque forma de a sustentar e fortalecer. Palavras que conduzem ao significado etimológico de Política e que é, ou não, do conhecimento dos candidatos. Inicialmente, congratulámo-nos com a bondade dessas palavras, depois conhecemos a desilusão, mas na complexidade que caracteriza todo o ser humano, apesar de desiludidos, incitamo-nos continuamente a teimar, a recomeçar, como uma espécie de sobrevivência espiritual.
Redigido o preâmbulo, dirijo-me agora a todos os candidatos presidenciais cujos encontros a dois já se iniciaram nas televisões, em princípio, para que os cidadãos conheçam as suas ideias relativamente aos vários temas que caracterizam e tecem a vida de uma sociedade. Relevante será o papel dos jornalistas que moderam os debates e a quem se exige conhecer e estar atento a esses temas essenciais: saúde, educação, cultura, trabalho, migração, economia, política externa, etc. Forçosamente, incidirá a minha atenção sobre a Língua Portuguesa, património privilegiado em duas áreas íntimas entre si – Educação e Cultura – que são substanciais no desenvolvimento de um país e na formação espiritual dos seus cidadãos. Duas mais-valias que não podem ser interpretadas na perspectiva do lucro imediato, mas a médio e a longo prazos.
Assim acontece com a Natureza que requer tempo para criar e que o Homem tem destruído, com uma rapidez estonteante, movido pela ganância do lucro rápido, bem evidente na proliferação de culturas intensivas e na construção desenfreada, com a consequente destruição da biodiversidade e da extinção de espécies (serra de Carnaxide, barragens a eito para depois serem vendidas ou aeroportos sem um sério estudo de impacto ambiental …), numa miríade de exemplos que poderiam ser identificados.
Mencionar a Língua Portuguesa, património identitário que “gerações dos nossos maiores” pacientemente trabalharam, enriqueceram e valorizaram, implica forçosamente pensar na sua ortografia, relíquia que nos conta a história das múltiplas influências geográficas e linguísticas, ao longo dos tempos. Uma ortografia que disputas políticas, negociatas, sucessivas aventuras e irresponsabilidades várias têm vindo a lesar impunemente. E chegamos ao cerne da questão: o Acordo Ortográfico de 1990 que nos foi imposto e cuja discussão nunca foi abertamente feita, com a lamentável cumplicidade da Comunicação Social, na sua generalidade, que se tem recusado abordar o tema quando nesse sentido contactada.
Senhores candidatos à Presidência da República, tendo em conta os ideais democráticos que vos orientam, ou deveriam orientar, e o respeito pela Constituição, no dever de defesa e de preservação do nosso património cultural (artigo 78.º, n.º 1) em que se integra a Língua Portuguesa, será intolerável que não discutam, nos debates em que intervirão, e a par de outros temas, a polémica que se arrasta há anos relativamente ao AO90 (independentemente de serem a favor ou contra) e cujas nefastas consequências são visíveis no dia-a-dia, com uma repercussão fortemente negativa na qualidade do Ensino e da Cultura.
São indesmentíveis a instabilidade e o caos que este acordo trouxe, e não há quem não os presencie, seja na aplicação dos hífens ou na existência das facultatividades ou na supressão de acentos, ou nas novas palavras, como “receção” ou “conceção”… que em flagrante contrariam a impossível “unidade ortográfica” ou ainda na avalancha diária de “corrutos”, “sutis”, “núcias”, “patos”, “impatos”, “contatos”, “convição”, “batérias”, “infeciologia”, “fatos”, “putrefato”, “manânimo”, exemplos que se desdobram numa listagem infindável de palavras inventadas que a Associação Portuguesa de Tradutores, entre outros, tem rigorosamente registado. A própria pronúncia das palavras está a ser atingida por esta voracidade e por isso mesmo ouvimos amiúde, na televisão e na rádio, a euforia de “infeção” (com a vogal fechada) e “infeciologia” (aqui com o “e” aberto, mas falhando um “c”, ao arrepio das próprias regras deste acordo que o mantém porque “pronunciado”).
Tendo ainda em conta que:
Creio, na base do que enumerei, repetindo vozes em número infindável, que será uma exigência a discussão deste tema, nos vossos debates, caros candidatos à Presidência da República. Os Portugueses, de quem se dirão representantes, desejam-na.
Termino com palavras de António Emiliano, conhecendo as nefastas experiências dos professores com o uso forçado do AO90 e certa de que serão também motivo de reflexão: “A ortografia não é apenas património cultural do Povo português […] é a ferramenta que dá acesso a todas as áreas do saber. A estabilidade ortográfica é um bem que importa preservar: pôr em causa a estabilidade ortográfica é atentar contra a qualidade do ensino, contra a integridade do uso da língua e contra o desenvolvimento cultural e científico do povo português.”
Fonte: https://www.facebook.com/groups/178207905663865/permalink/1864409907043648/
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