Na verdade, esta invenção da linguagem inclusiva é uma desmedida patetice, se bem aplicada, como acabaram de ler, no título, porque se querem aplicá-la, terão de ser coerentes no discurso.
Nos discursos da celebração do "25 de Abril", o nosso presidente da República veio com "todas estas " e "todos estes", e vá lá que não imitou Ferro Rodrigues a dizer "Portuguesas e Portugueses". O deputado Alexandre Quintanilha também usou o "elas e eles", e os discursos ficam mais pobres e foleiros com este tipo de linguagem, que tem por objectivo igualar os géneros, mas quem os profere não tem a mínima noção da ignorância que demonstram ao juntar um subconjunto, ao conjunto, como o Dr. António Bagão Félix explica, e muito bem, no magistral texto, intitulado «Estatísticas com Género Gramatical a Papel Químico» que escreveu na sua habitual rubrica “Português”, publicada na sua página do Facebook.
Simplesmente brilhante e obrigatório ler.
Isabel A. Ferreira
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, por ser mulher, foi marginalizada num encontro com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, onde também se encontrava o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, como podemos ver na imagem. Contudo, NÃO É com o uso da disparatada linguagem inclusiva que, num próximo encontro, a Senhora Von der Leyen terá direito a um tratamento de igual para igual. Não é. Apenas uma atitude sentará a Senhora Von der Leyen ao lado daqueles dois machistas.
Fonte da imagem: https://hojemacau.com.mo/2021/04/14/sofagate-o-jogo-das-cadeiras-diplomatico/
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EM PORTUGUÊS
n. 34
𝑀𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑝𝑎́𝑡𝑟𝑖𝑎 𝑒́ 𝑎 𝑙𝑖́𝑛𝑔𝑢𝑎 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑔𝑢𝑒𝑠𝑎 (Fernando Pessoa)
ESTATÍSTICAS COM GÉNERO GRAMATICAL A PAPEL QUÍMICO
Estava equivocado. Segundo o censo de 2011, afinal há, no nosso País, 16.077.756 pessoas. Portugueses são 10.562.178 e portuguesas são 5.515.578. Nos portugueses estão incluídas as portuguesas, mas, como cada vez mais ouço “portugueses e portuguesas” (ou vice-versa), fiquei baralhado e fui fazer as contas. É que essa coisa dos conjuntos matemáticos, em que na sua união não se consideram os subconjuntos contidos num ou mais dos conjuntos, foi inventada antes deste século e, como tal, está antiquada.
Antes da pandemia, tenho uma vaga memória de que estive numa cerimónia presencial. Nos discursos da praxe, ouvi “todas e todos”. Éramos para aí umas duzentas pessoas. Pelas minhas contas, 110 homens e 90 mulheres, logo todas (90) e todos (110+90) seríamos 290, mais do que os 200 que julgava. Até me pus a pensar como se deve dizer se houver 100 homens e uma mulher (ou vice-versa). Será “todos e toda”? (ou “todas e todo?”)
As audiências televisivas pecam por defeito e a tiragem dos jornais deveria ser rectificada. É que, além dos espectadores, compradores e leitores, há que juntar as espectadoras, compradoras e leitoras.
Também não concordo com a ideia de que há carência de pessoal lectivo. Não é verdade, “professoras e professores” são muito mais do que professores, ainda que reconheça que seria bom que houvesse mais estabelecimentos de ensino por haver “alunas e alunos” que, pelos vistos, excedem o total dos alunos. E numa aula de antropologia dir-se-á “humanos e humanas” para caracterizar a espécie?
Nas eleições, a taxa de votação excedeu, em muito, os cadernos eleitorais. É que entre todos os eleitores e as eleitoras, não há abstenção que resista!
Portugal está muito mais envelhecido do que nos andam a dizer. Afinal o número de idosos não é de 2.010.064 pessoas. Temos de lhe juntar as idosas, que são mais de 1.000.000. Evidentemente, assim não há sistema de pensões que resista, a não ser que não se paguem, em duplicado, pensões às reformadas, mas apenas às que estão incluídas nos reformados. E quanto às vacinas contra a Covid-19, não há quantidade que chegue para todos e todas…
Só tenho filhas, netas e irmãos, pelo que, em reunião familiar, não tenho de dizer “filhas e filhos”, “netas e netos” e “irmãs e irmãos”. Interessante é reparar como se diz o conjunto dos nossos progenitores. A mãe e o pai juntos são pais, ou seja, o plural do pai. A avó e o avô são avós, que é o plural da avó! Segundo a linguagem de género, não se pode acusar nenhum deles de discriminação. Língua sábia…
Já quanto à minha relação com o transcendente, sou monoteísta, o que evita e até me proíbe de invocar “minhas deusas e meus deuses”.
Curioso é que esta prática matemática de juntar um subconjunto ao conjunto que já o contém, de modo a evitar infracções relacionadas com “estereótipos de género”, não se aplica a situações negativas ou indesejáveis. Ninguém balbucia “desempregadas e desempregados” (bastam os desempregados), “mortas e mortos” (bastam os mortos), “arguidas e arguidos” (bastam os arguidos), etc. Creio, também, que não vai aparecer num partido alguém a referir-se a “militantes e militantas”, não só porque esta forma feminina não existe, como correria o risco de ser redutora e alguém a entender como “militantes e mil e tantas”.
Dizem que, afinal, todos (e já agora, todas) dizem “minhas senhoras e meus senhores” no início de uma intervenção. Mas aqui, está-se a fazer uma distinção com urbanidade e elegância, pois que, neste caso, a palavra “senhores” é inequivocamente só destinada às pessoas do sexo masculino. Ou seja, matematicamente falando, o conjunto dos senhores não inclui as senhoras e vice-versa.
E acabo, agradecendo a todos quantos e a todas quantas fizeram o favor de me ler, concordando ou discordando.»
Fonte: https://www.facebook.com/antonio.bagaofelix/posts/10218818151313861
Como se promove o sucesso escolar com base no insucesso?
O sucesso escolar só é promovido com SABER, não com ignorância.
A falta de uma política de Ensino, baseada no SABER e na má preparação dos professores (nem todos felizmente) e no caos em que se transformou o ensino da Língua Portuguesa, importante PILAR para todas as disciplinas, porque é a Língua que gera a LITERACIA, e na trapalhada em que o ensino se tornou, está na base do elevado índice de insucesso escolar, em Portugal, país com o maior índice de analfabetismo (sem contar com os analfabetos funcionais que por aí já circulam, incluindo na classe docente), como pode comprovar-se neste link:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/portugal-tem-a-taxa-de-analfabetismo-96078
Mas vamos dar voz à professora Teresa Botelho, e ao professor universitário Fernando Alberto II.
Texto de Teresa Botelho, que subscrevo na totalidade.
«Explique-me quem puder, onde vai parar a literacia e a cultura deste país, porque se os erros ortográficos já fervem em muitos comentários que por aí leio, como será se acabarem as retenções e os meninos forem para as escolas só porque sim?
Se nesta altura do ano ainda faltam professores em muitas escolas, onde vão arranjar quem dê apoio aos alunos que transitam para o ano seguinte sem saberem nada do que ficou para trás e quantas horas lectivas a mais se irão acrescentar à carga horária normal para os recuperar?
Poupa-se em profissionais no SNS, carrega-se nos impostos, financiam-se bancos e formam-se ignorantes nas escolas, porque um aluno que repete, sai mais caro ao Estado, do que um quase analfabeto a prazo com 635€ mensais que trabalha 40h por semana.
Não se fala em conteúdos, novas estratégias, alterações de programas, nem incentivos à aprendizagem, porque isso custa dinheiro. O que com isto se pretende, não é a valorização das competências dos nossos jovens, mas sim o aumento de um falso sucesso, para as estatísticas.
Sinto-me ultrajada perante tamanha manobra suja de poupança, à custa das gerações futuras (sobretudo as mais carenciadas) que não terão acesso a escolas privadas, a explicações, ou a famílias que os saibam apoiar, porque são esses que jamais conseguirão os conhecimentos necessários para entrarem numa universidade, ou para terem qualquer outra formação que os faça ter um futuro.
Este é afinal, o socialismo das desigualdades, da vigarice e da rasteira mascarada de uma competência saloia e elitista que parece que poucos ainda se dignaram desmascarar, porque ainda engolem tudo o que lhes é vendido!
Fonte:
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Eis um curto texto que o Professor Fernando Alberto II, publicou no Facebook, e que gerou um comentário de uma professora, o qual, infelizmente, é o pão nosso de cada dia de muitas mais professoras, incluindo de universitárias, protagonistas de comentários de pasmar, com ordinarices à mistura!!!!! (Tenho uma colecção deles, não os publico, porque o meu Blogue não é uma tasca rasca).
«Sempre estive a par da grande ilegalidade e inconstitucionalidade, que é este falso e traiçoeiro "Acordo Ortográfico, de 1990". Ninguém o encomendou nem ninguém o quer. Temos de lutar para que seja definitivamente ANULADO.»
Comentários:
Elsa Bernardes Temos que lutar por melhores salários e condições de vida mais dignas, isso sim! Acordo ortográfico? Que importa isso na nossa vida? Fernando, acho que há causas mais importantes para direcionares a tua atenção.
Fernando Alberto II Esses problemas sempre existiram em Portugal, não são de agora.
Fernando Alberto II Este falso "Acordo Ortográfico, de 1990", é que é um grave problema surgido há poucos anos e, sem qualquer necessidade.
Isabel A. Ferreira Inacreditável, o seu comentário, Elsa Bernardes!
Na sua vidinha, que já vai adiantada, o Acordo Ortográfico pode não importar nada. Mas importa na VIDA das crianças e jovens estudantes, que estão a ser enganados e a aprender incorreCTamente a Língua Materna deles. Serão os analfabetos funcionais do futuro, se nada se fizer, para travar esta tragédia linguística. O que adianta bolso cheio, num cérebro vazio?
A Causa da Língua Portuguesa é uma causa das mais importantes, da actualidade, porque está em causa a IDENTIDADE PORTUGUESA e o analfabetismo funcional
Eu nem acredito, que alguém que está ligada ao ENSINO, possa ter uma visão tão economicista da nobre MISSÃO de ENSINAR. Nem acredito! Não admira que os jovens cheguem às universidades sem saberem escrever e com um elevado grau de ILITERACIA, o que implica numa ignorância de quase tudo.
Fernando Alberto II Não há dúvida de que tem razão, cara amiga Isabel A. Ferreira pois, o que eu noto, infelizmente, para grande desgosto meu, nas Universidades por onde tenho passado, quando os alunos entram no ensino Superior para se licenciarem no Curso por si escolhido, conseguem acabar esse mesmo Curso, com maior ou menor dificuldade mas, quanto à sua cultura geral, às Ciências Sociais e Humanas, Linguística, Semântica, Morfologia, Sintaxe, Gramática, Conjugações verbais, diferença entre verbos regulares e irregulares, Geografia Política, Ciências Políticas, Ciência Histórica, etc...etc..etc.., infelizmente, não sabem nada de nada, nada, mesmo nada de nada, nada, absolutamente nada de nada. Quanto a mim, infelizmente, a maior parte faz muito má figura, quando entra no mercado do trabalho.
Isabel A. Ferreira Pois, é uma vergonha. A Cultura Culta do futuro está comprometida, caro amigo. Não sei como se há-de corrigir este gravíssimo erro.
Fernando Alberto II Como já deve ter tido oportunidade de verificar, a maior parte das pessoas são extremamente materialistas e, não lhes interessa para nada o conhecimento e a cultura. Como referiu e bem, no futuro vamos ser um "povo materialista rico, com os bolsos cheios de dinheiro mas, com a CABEÇA ÔCA, SEM CÉREBRO pois, o que conta é o dinheiro, o materialismo CAPITALISTA/SELVAGEM.
Fonte:
https://www.facebook.com/profile.php?id=100013357123117
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Posto isto, aqui fica uma amostra deste nosso triste Portugal, que caiu em mãos erradas.
Espero que tal governo caia. Espero que haja uma forte oposição, de todos os restantes partidos com assento na Assembleia da República, a estas políticas socialistas desastrosas, porque comprometem seriamente o futuro das próximas gerações, e atira Portugal para o charco.
Isabel A. Ferreira
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