Este foi um texto publicado no Jornal «Correio da Manhã», em Fevereiro de 2014, pelo Historiador Luciano Amaral, doutorado pelo Instituto Universitário Europeu de Florença, sendo Professor Associado da Nova School of Business and Economics.
O texto tem 11 anos, mas é como se tivesse sido escrito hoje, está actualíssimo, o que significa que tudo o que personalidades de alta patente cultural têm escrito sobre o acordo ortográfico de 1990, ainda não foi suficiente para que os decisores políticos portugueses possam perceber o quão errados estão e o quanto mal estão a fazer a Portugal e aos Portugueses, à sua Língua e à sua Cultura e História.
Por isso, nunca é demais recordar textos como este, porque acredito piamente que água mole em pedra dura, tanto dá até que fura, o que significa persistência, perseverança, podendo levar-nos à realização das nossas mais difíceis aspirações, sendo que a água simboliza a força da perseverança.
Isabel A. Ferreira
«Geopolítica ortográfica»
Texto retirado da página «Iniciativa Legislativa de Cidadãos Contra o Acordo Ortográfico»
https://ilcao.com/2014/03/03/geopolitica-ortografica-luciano-amaral-cm-03-02-14/
Na sexta-feira, o Acordo Ortográfico foi discutido no parlamento. Infelizmente, daí não resultou a possibilidade de suspender a sua aplicação. O Acordo não é uma questão ortográfica. É uma questão política. Não é ortográfica porque não cumpre o seu próprio propósito de unificar a ortografia. Sem o Acordo, a semelhança ortográfica entre Portugal e Brasil era de 96% das palavras; com o Acordo, passa a 98%. Ou seja, quase nada. Sendo que as confusões se multiplicaram. E já muita gente as enumerou.
O Acordo nasce de duas coisas: do delírio português de que existe uma entidade chamada ‘Lusofonia’ que pode ter um grande peso geopolítico mundial, e da ambição do Brasil em ser uma potência.
As duas casam bem, porque desde há muito que os portugueses só entendem a sua imaginada grandeza como algo para além de Portugal: antes era o império, agora é a Lusofonia (noutras versões, a Europa). A coisa vai tão longe que chega muitas vezes ao ponto da anulação do país. O padre António Vieira, perante a ameaça espanhola de 1663, aconselhava D. Luísa de Gusmão a esquecer Portugal e mudar-se para o Brasil para fundar o V Império; D. Rodrigo de Sousa Coutinho, no fim do século XVIII, dizia que a parte europeia de Portugal não era a “mais importante”, pelo que a rainha Maria devia ir para o Brasil; D. João VI fugiu mesmo para o Brasil quando Napoleão cá entrou em 1807, e não queria voltar. Hoje, também a Lusofonia só pode sonhar em ser um actor geopolítico graças ao Brasil.
É típico da elite portuguesa. Como o campónio que esquece as origens, sonha com os grandes espaços, a Europa, a América. Tudo menos o Portugalzinho triste e acanhado.
Diz que o Acordo é preciso para o português passar a língua oficial da ONU. Pois há um acordo muito mais simples: cada país escreve como quer.
O inglês, cuja ortografia varia de país para país e é das mais contra-intuitivas, não precisou de nada disto para ser a mais importante língua do mundo.
O preâmbulo do Acordo diz que ele é essencial para o “prestígio” da Lusofonia. Prestígio era recusar a adesão da Guiné Equatorial à dita Lusofonia.
Mais uns litros de petróleo e uns quantos bancos salvos da falência não justificam tal coisa.
[Transcrição integral de artigo, da autoria de Luciano Amaral, publicado no jornal “Correio da Manhã” em 01.03.14. “Links” e destaques adicionados por nós.]
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Quando Portugal tem um Presidente da República que se está nas tintas para Portugal, para os Portugueses, para a Língua Portuguesa – o nosso maior símbolo identitário – para a nossa Cultura e para a nossa História, não surpreende que no site da Presidência se dê tratos de polé à nossa Língua Materna.
Supondo que não é o presidente da República que escreva as notas da Presidência, ainda assim, seria da sua competência verificar se, ao menos, a nota não sairia com erros de português, em seu nome. Trata-se de uma questão de brio, porque o cargo de Presidente da República não é um cargo qualquer.
Não saberá o PR que as efemérides, nomes de festividades, datas comemorativas são escritas com letra maiúscula? Não saberá que aquele Junho, do 10 de Junho é escrito com letra maiúscula, como Abril, no 25 de Abril?
Em Bom Português, ou seja, em Língua Portuguesa, os meses do ano são escritos com maiúsculas. Quem segue o ilegal e inconstitucional AO90, como o PR de Portugal, que devia dar o exemplo de legalidade e constitucionalidade, mas não dá, é que escreve incorreCtamente o Português, o que para um presidente da República é uma vergonha.
Verificamos que o site da Presidência é um lugar sem brio.
Em Bom Português também se escreve aCtualidade. Esta palavra grafada sem o cê é exclusiva do léxico brasileiro. E apesar de o presidente da República ter a dupla nacionalidade, ou seja, ser luso-brasileiro (se a informação que me deram está correcta) ainda é presidente de Portugal, NÃO é presidente do Brasil, para escrever à brasileira.
Porém, não é apenas no site da Presidência da República que encontramos erros de Português.
No Jornal online ECO, o lead (*) da notícia sobre o 10 de Junho tem erros de palmatória. E o pior é que online (*) podem corrigi-los, no jornal em papel, não podem. Se podem corrigi-los, por que se mantêm os erros visíveis interminavelmente?
Por falta de brio profissional, certamente.
Hoje tudo se faz à balda, conforme calha, e com o exemplo que vem de cima, não é de esperar outra coisa.
Este é o Portugal que temos, e que o presidente da República diz ser o país melhor do mundo.
Se um País que está na cauda da Europa em quase tudo, e que tem uma língua mal grafada é ser o melhor do mundo, até neste juízo que se faz sobre o País reina a insensatez.
«Temos o dever de nos recriar e cuidar melhor da nossa gente» disse o PR no seu último discurso DO 10 de Junho, não DE. Pois um presidente da República deve ter esse dever, sim. Mas não é isso que acontece. A nossa gente é desprezada, mas a gente dos outros é acarinhada. É isto que acontece.
E as pontes devem começar por ser feitas a partir da nossa gente para poder chegar aos outros povos.
E por fim, aquele distingiu Eanes, que, desta vez, não é culpa do PR, constitui um açoite no Bom Português, que o General Ramalho Eanes sempre cultivou, honrando, deste modo, o cargo que ocupa, porque um Presidente da República além de todos os outros deveres inerentes ao cargo, deve, ao menos, saber grafar correCtamente a Língua que identifica o País ao qual preside, se tiver brio e honra.
Um presidente que dá erros ortográficos é um mau exemplo para o País, e que não venha escudar-se no AO90, porque o AO90 é ilegal e inconstitucional, e não está em vigor na ordem jurídica internacional, nem na ordem jurídica nacional. Dizem os constitucionalistas.
Isabel A. Ferreira
***
Esclarecimento:
(*) Esclareço que uso os anglicismos site, online e lead por se tratar de Linguagem Informática e Jornalística, e por não concordar com o aportuguesamento destes géneros de linguagem por serem universais e alguns vocábulos intraduzíveis. Ninguém traduz a Linguagem Musical em Italiano, ou a do Ballet Clássico, em Francês, por serem intraduzíveis, além de horrorosas, se aportuguesadas ou abrasileiradas. O que vejo traduzido ou aportuguesado ou abrasileirado por aí é absolutamente uma bizarrice, que não favorece a Língua. Só a desfeia. E da Língua também faz parte a Estética.
Sabem como se diz sítio em Inglês? Diz-se place. Sítio pode ser muitas outras coisas, mas não nos leva imediatamente para o lugar onde está alojado um determinado serviço na World Wide Web (WWW), ou simplesmente Web, que é algo que universalmente todos percebem.
(I.A.F.)
A consulta das mais variadas produções escritas de grande difusão continua a ser, na nossa modesta opinião, a forma mais fiável de aferir a qualidade e a estabilidade da ortografia que por aí circula.
Assim, no nosso escrito de Maio, usaremos um exemplo retirado de um órgão da Comunicação Social e um texto de opinião de uma candidata a deputada nas eleições legislativas de 18 de Maio.
1 - «Mycola operava uma retro-escavadora e apercebeu-se das cerâmicas. Deu o alerta ao colega de serviço Yevhen, que diz ter um grande interesse em história e foram juntos entregar os artefatos ao Museu Staroflotski Barracks.
Os especialistas do museu analisaram os materiais arqueológicos e confirmaram mais tarde que o pequeno recipiente cerâmico é uma ânfora grega em miniatura de origem jônica. Tem a configuração de um jarro com duas pegas e um gargalo alto.
Este tipo de artefacto era usado para fins rituais e usada em cerimónias de fúnebres em período grego clássico.
Para além destes artefactos terem feito a viagem da antiga Grécia para a costa norte do Mar Negro, “o fato de os vasos estarem intactos e sem marca de uso - sugere que os indivíduos enterrados teriam um alto estatuto social”.
Junto destes artefatos foram também encontrados restos de esqueletos humanos, entretanto entregues a antropólogos. A análise aprofundada dos vestigios osteológicos dará pistas sobre a vida dos habitantes da região de há 2600 anos.» RTP, 02-04-2025
Ah, como se vê, é uma oscilografia rectígrada que cambaleia, acertando aqui, errando ali…
Ah, os vasos estão intactos… E os fatos?
Outro texto que nos chamou a atenção foi o curioso artigo de opinião (que transcrevemos integralmente) de Joana Amaral Dias, activista política e candidata a deputada pela ADN:
«Os caniches de Bruxelas
Todos os partidos com representação parlamentar – todos! – são responsáveis pelo apagão de 28 de Abril de 2025. Afinal, todos eles, sem excepção, têm sido seguidistas acríticos destas políticas europeias psicopatas: desde a chamada transição energética à dita transcrição digital.
São todos caniches de Bruxelas, focas amestradas de Von Der Leyen e Lagarde, mas, agora, perante o forte abanão que todos levamos, querem hipocritamente posicionar-se como grandes salvadores da situação, críticos das causas do desastre. Balelas. Fungos oportunistas.
A transição energética ou verde é uma das maiores burlas da história da humanidade. Com o pretexto da proteção do clima, não apenas se cobram mais taxas e taxinhas aos pobres cidadãos, como se dá a ganhar muito (mas mesmo muito) dinheiro às empresas dos hidrogénios verdes, dos carros eléctricos, do lítio, etc., escondendo às populações que essas indústrias são tão ou mais poluentes do que os combustíveis fósseis. Além disso, do ponto de vista político estratégico, afunilar todas as fontes de energia na electricidade, colocar todos os ovos no mesmo cesto, é um erro fatal, como se viu neste blackout, como se observou na crise energética aquando do começo da guerra na Ucrânia e da evidente dependência da Alemanha perante a Rússia.
Aliás, esta Europa acarinhada e aplaudida por partidos tão díspares como o Livre ou o Chega, é a Europa Globalista, a que defende sobretudo a centralização, a perigosa centralização com redes de interdependência, que leva a fenómenos dominó como este de dia 28. Esta é a Europa dos grandes interesses e dos poderes fácticos. Não é a Europa dos povos. É a Europa dos tubarões brancos, misantropa e anti-regionalismos, contrária às pequenas e médias empresas, adversa à diversidade e à localização da economia. Nenhum dos deputados tem promovido a nossa autonomia nacional, o Estado Nação, a soberania, na qual se inclui a segurança energética. Nem um.
Já a transição digital, a confiança cega e quase religiosa na desmaterialização é também burlona. Mata o ensino, destrói a medicina e toda a prática clínica, rebenta com a socialização e extermina os nossos direitos, liberdades e garantias. Basta ver a introdução do euro digital e a morte lenta do dinheiro físico para o entender. Aliás, todo o projecto da identidade digital é um caminho despótico e totalitário, que começou com o passaporte digital na era covid que, repito, nenhum partido com assento parlamentar contestou.
Até ao dia 28 de Abril de 2025, nunca se ouviu um pio que fosse de reparo ou reflexão sobre esta Europa a caminho do totalitarismo por parte dos partidos da Assembleia da República. Portanto, que verdadeira convicção podem estar agora a verter nos seus discursos? Nenhuma, claro. Tudo não passa de surfar a onda do momento, de rentabilizar a ocasião, de aproveitamento político. Para a semana, quando o povo já estiver de novo distraído com a bola, a praia e o ordenado que não estica para tudo pagar, já voltam a lamber as botas da Úrsula e Christine. E nós às escuras.»
***
Ah, como se vê, outro exemplo de oscilografia, assinalada a negrito, embora aqui pareça haver alguma vontade de escrever na legítima ortografia de 1945.
Ah, os ingleses, esse povo atrasado, escreve phatic, quando quer dizer fáctico. Com “ph”, vede lá!
Ah, tubarão-branco, em qualquer ortografia, é sempre, sempre com hífen. Hipercorrecção, já deveis ter ouvido.
Ah, a propósito da imagem, copiada da internet, galáctico é a única forma aceite, quer numa, quer noutra ortografia.
João Esperança Barroca
Esta é a Bandeira de Portugal. Aquela que representa os Portugueses e a Língua Portuguesa = Português = Língua de Portugal, que anda por aí a ser usurpada, bem nas barbas dos que se dizem governantes portugueses, mas NÃO são. São servos do país que anda a usurpar a NOSSA Língua.
Já repararam que os candidatos, todos eles, não trouxeram para a campanha eleitoral um tema crucial que está a pôr em causa o futuro de Portugal: a questão do AO90, o tabu dos tabus, unida à questão do Ensino, que está a fabricar os analfabetos funcionais do futuro, sem que nenhum dos que se sentarão naquelas cadeiras magnetizadas do Parlamento Português tenha a mínima ideia do mal que está a fazer ao País, aos Portugueses e às gerações futuras?
É que nem só de pão vive o homem, e o que aqui está em causa é a perda da Identidade Portuguesa. Portugal era um país livre e soberano. ERA. Já não é mais, porque perdeu o seu maior pilar identitário: a sua Língua Materna, estando a ser trocada pela Variante Brasileira do Português, apenas porque eles são milhões. E isto o que interessa aos candidatos que se apresentam às eleições legislativas de 2025? Nada. Não lhes interessa nada. Porém, isto não é coisa pouca.
Prometem tudo e mais alguma coisa, que diga respeito a encher os bolsos dos eleitores, até os transvazar, para depois de conquistado o Poder, mantê-los vazios, ou quase vazios, por incumprimento das promessas que nunca tiveram a intenção de cumprir. Foi assim sempre, até chegarmos ao que chegámos: ao caos em todos os sectores da sociedade portuguesa! E tanto é que cada vez temos mais pobres e a FOME espreita a cada esquina. Os salários são dos mais baixos da Europa, e o custo de vida, dos mais caros. E as promessas que os candidatos fazem em cada eleição, ficam por cumprir. Sempre.
Em vez de evoluirmos, estamos a regredir cada vez mais, em quase todo os sentidos.
Sou adepta de que mais vale ter alguns tostões no bolso, que nos garanta o necessário para vivermos condignamente, todos nós, do que andar à deriva, sob o comando estrangeiro, sem Língua própria, sem bandeira, vergados aos senhores feudais do século XXI d. C.
Não votarei em nenhum candidato que não saiba escrever correCtamente a Língua Portuguesa, e que não a defenda dos predadores furtivos que a querem destruir, estando incluídos nesses predadores portugueses traidores e apátridas.
Preocupada, como estou, com a possibilidade de os meus netos virem a engrossar o rol dos analfabetos funcionais, que já existem ao mais alto nível, e do Futuro, sem saberem escrever correCtamente a sua Língua Materna, fui à Google pesquisar sobre o tema.
Surpreendi-me, porque agora a informação vem através da Inteligência Artificial (IA), e não da desinteligência humana. Ao menos isso.
Transcrevo o que disse a IA:
Vista geral de IA:
Um analfabeto funcional é uma pessoa que, apesar de saber ler e escrever, tem dificuldades em aplicar esses conhecimentos em tarefas práticas do dia a dia, como entender instruções simples, interpretar textos e realizar cálculos básicos. Em outras palavras, é alguém que não consegue utilizar o conhecimento da leitura e escrita de forma eficaz para resolver problemas ou interagir com o mundo.
Em termos mais detalhados:
O analfabeto funcional pode reconhecer letras e palavras, mas não consegue compreender o significado de frases mais longas ou textos complexos.
Mesmo com algum nível de escolaridade, não consegue aplicar a leitura e escrita para resolver problemas cotidianos, como entender um manual de instruções, interpretar um gráfico ou realizar um cálculo simples.
O analfabetismo funcional pode limitar o desenvolvimento profissional e social, dificultando o acesso a oportunidades de emprego e a uma participação plena na sociedade.
A dificuldade em compreender e aplicar a leitura e escrita pode afectar diversos aspectos da vida, desde o desempenho escolar até à capacidade de entender notícias, contratos ou documentos importantes.
***
É isto tal e qual, aliás, o que todos já sabem, e podemos comprovar facilmente. Será por estarem nesta situação de analfabetos funcionais que as entidades para as quais escrevemos não nos respondem, por não conseguirem perceber o que escrevemos?
Usando a informação da IA quero mostrar que tudo o que ela diz eu também já me fartei de dizer antes dela, mas hoje não sou eu que o digo.
É nisto que os candidatos a primeiro-ministro nas Eleições Legislativas 2025 querem transformar as nossas crianças e os nossos jovens?
A responsabilidade será toda dos que forem ocupar as cadeiras magnetizadas do Parlamento Português, na próxima legislatura, de entre eles, da direita para a esquerda:
Inês Sousa Real (PAN); Paulo Raimundo (CDU); Rui Tavares (Livre); Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda); Pedro Nuno Santos (PS); Luís Montenegro (AD- Coligação PSD-CDS/PP); Rui Rocha (Iniciativa Liberal); e André Ventura (Chega)
Posto isto, nada mais há a dizer, a não ser, repito, que me recuso a votar em quem NÃO sabe escrever correCtamente a Língua Portuguesa e NÃO a defende.
Isabel A. Ferreira
Fernando Kvistgaard, cidadão luso-dinamarquês, radicado na Dinamarca, que é um dos mais activos subscritores do Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes, no estrangeiro, enviou-me uma mensagem intitulada «E a mixórdia continua e ninguém põe ordem no País».
Pois é, caro Fernando. Estamos cada vez pior. A linguagem usada em Portugal, na sua forma escrita e oral (e que me custa a chamar-lhe Português) está a piorar de dia para dia.
Vou aproveitar esta sua chamada de atenção, para frisar que na Dinamarca existe alguém que se importa com o desregramento que está a transformar a nossa Língua numa linguagem castrada pela ignorância optativa de quem a usa e dela abusa, ao contrário de muitos portugueses que vivem em Portugal e estão-se nas tintas para a própria Língua Materna, incluindo os governantes, vassalos do Senhor de Engenho colonial, actualmente no poder, no outro lado do Atlântico.
Tenho de lhe agradecer o facto de ser um Português de primeira, que se preocupa com o estado caótico em que se encontra a nossa Língua. A esmagadora maioria dos que andam por cá, estão caladinhos como estátuas de pedra, não contribuindo em nada para acabar com este ataque a um Idioma dos mais antigos da Europa, e um dos mais belos.
Fernando: «Inspetores e inspectivas - com isto até querem obrigar-me a pronunciar de maneira diferente da que aprendi.
Podem até querer obrigá-lo a pronunciar estes vocábulos -- que não pertencem ao léxico da Língua Portuguesa -- de maneira diferente da que aprendeu, mas é dessa maneira que todos devem lê-los: insp’tôres e insp’tivâs, porque assim as regras gramaticais o obrigam, pois falta-lhes o pês diacríticos, que têm a função de abrir as vogais, e pronunciá-los como aprendeu, e muito bem, na escola.
Fernando: «A RTP deve trabalhar com dois dicionários! E eu que aprendi que a RTP era a garante do bom Português! Outros tempos! Mas, "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades».
E quando essas vontades são vassalas da ignorância, caro Fernando, o país recua a um tempo antigo, já ultrapassado.
***
Fernando Kvistgaard, não se ficou apenas por estas observações da mixórdia que vai pelas TVs.
Escreveu a seguinte crónica:
A crónica do dia para quem de direito
No que concerne às Línguas faladas entre nós, humanos, quiçá igualmente entre outros animais, existem regras, pois, sem elas, seria o caos, não na acepção (aceção?) primária do seu termo, mas como desordem e confusão.
Quando a nossa geração, a do pré-AO90, já não vaguear por esta Terra desarranjada, em que muitos ousam mudar as regras do jogo a torto e a direito, sem que ninguém se oponha, não sei como os que cá ficarem irão entender-se. Gostaria de acreditar numa vida pós-morte para, algures, poder divertir-me.
De futuro, como será a pronúncia das palavras que, segundo as regras se escreviam: espectador e, agora, espetador (será que significam o mesmo? E quanto a aspecto e aspeto (qual a regra que me diz que sem o “c” se pronuncia com “e” aberto? E "electrónico" que mudou também a grafia para eletrónico. Qual a regra que me diz se o “e” aqui é aberto? Agora, que "tecto" passou a ser "teto", será que “teto” ( = glândula mamária) é o mesmo que o tecto (de uma casa)?
Quanto a “actor”, agora “ator” será que se pronuncia como o “a” em Amazónia? Será que as pessoas se vão entender?
Será também que um “carro eléctrico” é um veículo elétrico?
Cá por mim, os que cá ficarem que se entendam.
Fernando Kvistgaard
***
Nota: os vocábulos assinalados a vermelho são da minha responsabilidade, para fazer notar que NÃO pertencem ao léxico Português, em vigor, por isso, são considerados erros ortográficos, para os que sabem escrever e falar correCtamente.
Isabel A. Ferreira
O que espero para 2025?
Embora não interesse a ninguém, vou dizer o que penso, porque é algo que ainda posso fazer, neste meu lugar de luta.
Espero que uma luz radiante passe nos céus de Portugal e ilumine todos aqueles que têm nas suas mãos a solução para os graves problemas que estão a arruinar o nosso desditoso pedaço de terra, à beira-mar plantado, há quase 900 anos, e que más políticas e a falta delas estão a fazer desaparecer do mapa da Península Ibérica.
E isto não é uma hipérbole. Um exagero.
É apenas o sentimento de alguém que quando olha, vê a realidade, não a escamoteando para parecer que somos um povo europeu civilizado, quando parte da população portuguesa e os decisores políticos nem sequer sabe falar e escrever correctamente.
Isto pode parecer um facto de pouca monta, mas não é.
É algo que nos retira o direito de sermos um Povo com identidade própria, culto, civilizado, instruído, senhor da sua História, da sua Cultura, da sua própria Língua, das mais antigas da Europa.
Sem este direito protegido, por quem de direito, nada somos como Povo.
Regresso em Janeiro.
Até lá, Boas Festas e o meu muito obrigada a todos os que por aqui passam...
Isabel A. Ferreira
(Imagem retirada da Internet)
Mais um texto que ajuda a compreender por que o AO90 é incompreensível.
«As línguas: ser colonizado ou mudar?»
Por Raúl Proença Mesquita
Já há tempos tinha pensado em trazer este assunto à baila. É para mim um assunto da maior importância: a língua. Esta exprime um tipo de pensamento ou vice-versa, o pensamento exprime-se por uma sintaxe e por uma morfologia particulares.
Ora vejamos. “I am going to go home”, à letra, “eu vou indo para ir para casa”, ou seja, “eu vou andando para casa”. O “eu vou indo para ir para casa”, mentalmente, não é o mesmo do que eu vou para casa. Significam o mesmo, mas não são o mesmo. O que quero dizer com isto? Quero simplesmente dizer que o processo mental de um falante da língua inglesa é diferente do da língua dos portugueses e dos PALOP.
No Brasil a coisa é outra. O português deste país está oficialmente colonizado pelo inglês dos EUA. Mas o encadeamento não acaba aqui. Com a invasão de telenovelas brasileiras, mas especialmente com a massa imigratória de brasileiros para o nosso país, sem fazer qualquer comentário sociopolítico, até porque sou por uma sociedade cosmopolita, a língua portuguesa degradou-se ao ponto de a mente se deteriorar no raciocínio, tal como a britânica pela colonização linguística americana, por exemplo, nas exclamações tais como “cool!”, “awesome!”, etc..
Claro que vou dar mais exemplos (mas não “darei exemplos”). “Sente aqui, relaxe.” O que é isto? Primeiro: Sente aqui uma dor? Não sinto. Está bem. Em português diz-se sente-se aqui. Segundo: Relaxe não é português, é inglês, relax. Em português usa-se o verbo descontrair – descontraia-se. Como veem em inglês não há praticamente verbos reflexos, excepto quando se usa o yourself mas em português há muitos.
Dir-me-ão que as línguas mudam. Sim, é verdade. A língua portuguesa, por exemplo, mudou muito no século XVI, a francesa, no princípio do século XVIII, por exemplo, na pronúncia de Roi (rei) Rué, para Ruá, mas a estrutura mental, não. Tirar a reflexão a um verbo é como retirar os espelhos a uma sociedade inteira. Isso não mudará a mentalidade de um povo?
As mudanças que referimos em Portugal foram de ordem gráfica e de pronúncia, relativas a um lógico afastamento da tradição galega. De bēstia para besta, por exemplo. Mas actualmente são muito graves.
Aqueles que advogam acordos ortográficos que, curiosamente, não o são só, são muito mais, tornam-se em acordos ideológicos em que se serve de bandeja a língua de vários países (Portugal e PALOP) a um que se estipulou ser o mais importante, que será, do ponto de vista económico.
A Europa abdicou de lutar pela sua cultura, ou seja, pela sua maneira de pensar, pelas suas estruturas mentais, entregando-se ao facilitismo de um pensamento primário que serve para o dia-a-dia, mas nunca para um pensamento crítico que, aliás, infelizmente, não convém ao status quo.
Tudo isto acompanhado pelas aspas em mímica com os dedos indicador e médio de ambas as mãos em jeito de teatro de Robertos, onde pode ter graça, mais o constante OK americano que invadiu o a cultura britânica e agora o mundo (em Portugal, o bonito Ókay) e o wau, aqui, uau, completam um cocktail de asneirada apropriado para os tempos actuais. Mas não ficamos por aqui.
Que tal o “avariou”? Mas avariou o quê? É um verbo transitivo, pede complemento directo. Desculpem, mas tem de haver gramática, o tal pensamento de que falei. Exemplo: Ele avariou todas as trotinetes do Alfeite. Ou então: O meu carro avariou-se. Já sabemos de onde vem o erro. Mas os portugueses mesmo os dos meios universitários dão-no. Grave, hein! E não posso deixar de assinalar, antes do fecho, dois advérbios que andam na boca das gentes: basicamente e obviamente. Bem, existem no léxico português mas são palavras anglo saxónicas. Por que não, no primeiro caso, no fundo… e no segundo, é claro ou é evidente…?
Falar bem, ou seja, com simplicidade, sem arrebiques, será actualmente uma utopia tal como Shangri-La? Depois do exposto fica-se perplexo.
“To be, or not to be”, Hamlet, Shakespeare. A pergunta metafísica par excellence no contexto da decadência da linguagem leva a quem se preocupa a perguntar: decadência contínua inevitável ou esperança numa travagem? Acredito na segunda hipótese. Será difícil. À primeira vista parece impossível, lembremos a República de Platão, mas então por que escrevo?
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia (*)
Fonte: https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/as-linguas-ser-colonizado-ou-mudanca/
(*) Eu diria: «O autor escreve conforme a ortografia legal: a ortografia vigente, a ortografia de 1945», porque a antiga ortografia é a ortografia de 1911. E não existe outra em Portugal, nem nos países de Língua Oficial Portuguesa, excepto no Brasil, onde se escreve segundo a grafia preconizada no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943, essa mesmo, que querem impingir a Portugal.
Good afternoon.
My name is Isabel A. Ferreira, and I am a Portuguese journalist and writer, and former Portuguese and History teacher.
At this moment, I coordinate a Civic Group of Portuguese Citizens, in a fight to defend the Portuguese Language or Portuguese, which Brazil usurped, calling “Portuguese” the language that is spoken and written in that country, and which, in fact, is the Brazilian Variant of Portuguese or Brazilian Language, as many Brazilians have been calling it for a long time. It is not Portuguese. Besides, I know what I am talking about, because I learned to read and write in Brazil, going through all the education cycles, up to University.
Brazil's official language is Portuguese, yes, but this is just a designation for political convenience, no, because they speak and write Portuguese. Brazil needs this designation to impose its own language on the world, namely at the UN, which does not accept Language Variants.
Brazilian language diverged from Portuguese in a natural and political way, and presents differences in phonetics, grammar, sentence construction, verbal conjugation and obviously in vocabulary. It is not an independent language due to political will.
Worse than that, through an agreement between Brazilian and Portuguese politicians, and without consulting the Portuguese People, they imposed the Brazilian spelling on Portugal, because they consider themselves “owners” of the Portuguese Language, as they are millions of people. This have disrupted the education system in Portugal, either by changing spellings or by teaching simultaneously Portuguese students and Brazilian emigrants, with a language that has the same name but is not the same.
This is an usurpation of Portuguese Intangible Cultural Heritage, and we, in Portugal, are fighting for the Government to return to the Portuguese our language with Greco-Latin roots, and one of the oldest in Europe, just like the English language, that the USA modified, but did not remove it from its Indo-European and Germanic roots.
Therefore, it is not true that Portuguese was the leading language in USA university entrance exams in 2023, as has been reported. The leading language was the Brazilian Variant of Portuguese or Brazilian, as we see written many times in Internet.
To get an idea of what is happening in Portugal you can consult the Blog O Lugar da Língua Portuguesa, the repository of texts that tell the whole truth about this illegal and unconstitutional usurpation.
We would like that USA, which, like Brazil, was colonized by a small country, not to enter into the game that malicious Brazilians are playing, only to get revenge on Portugal, and this is their expression, with the complicity of the Portuguese government.
Brazil did not accept Portuguese colonization, they do not accept their Portuguese past, they are not able to cut the umbilical cord with the former colonizer, as the USA did, and this is bringing a lot of harm to the learning of the Portuguese language, not only in Portugal, but also in the world. As we say in Portugal – they are selling a pig in a poke, with the approval of Portuguese politicians. They are trying to destroy a European language, one of the oldest in Europe.
They are making the Portuguese language a bargaining chip, for dark favours.
As you can imagine, this is unacceptable for the thinking Portuguese people.
I hope that the American Councils for International Education take into account our fight for the Defence of the Portuguese Language, and restore the truth of the facts.
No other Portuguese colony behaved in this way towards the former colonizer.
If you want to learn more about all this, you can access this link:
This is not a war against Brazil. We just want that they leave the Portuguese language to the Portuguese People, their true heirs, and keep the Brazilian language, the language they created from Portuguese, for themselves.
With my best regards,
Isabel A. Ferreira
on behalf of the Civic Group of Portuguese Citizens
Carta Aberta para American Councils for International Education
Boa tarde.
O meu nome é Isabel A. Ferreira e sou uma jornalista e escritora portuguesa, ex-professora de Português e História.
Neste momento, estou acoordenar um Grupo Cívico de Cidadãos que luta para defender a Língua Portuguesa ou Português, que o Brasil usurpou, chamando “Português” à língua que nesse país se fala e escreve, e que, na verdade, é a Variante Brasileira do Português ou Língua Brasileira, como muitos Brasileiros a designam há muito, muito tempo. Não é Português. E eu sei do que estou a falar, porque aprendi a ler e a escrever no Brasil, passando por todos os ciclos do Ensino, até à Universidade.
O Brasil tem como Língua oficial o Português, mas esta é apenas uma designação por conveniência política, não, porque falem e escrevam Português. O Brasil precisa desta designação para impor a sua própria Língua no mundo, nomeadamente na ONU, que não aceita as Variantes das Línguas.
O Brasileiro divergiu do Português de forma natural e política, e apresenta diferenças de fonética, gramática, construção frásica, conjugação verbal e obviamente de vocabulário. Só não é uma língua independente por vontade política.
E pior do que isto, através de um acordo entre políticos brasileiros e portugueses, e sem consultar o Povo Português, impuseram a Portugal a grafia brasileira, porque se considerarem “donos” da Língua Portuguesa, por serem milhões de pessoas.
Isto perturbou o sistema educativo em Portugal, quer pela mudança de grafia, quer pelo ensino simultâneo de estudantes portugueses e emigrantes brasileiros, com uma língua que tem o mesmo nome, mas não é a mesma.
Isto é uma usurpação de Património Cultural Imaterial português, e nós, em Portugal, estamos a lutar para que o Governo devolva aos Portugueses a sua Língua de raiz greco-latina, e uma das mais antigas da Europa, tal como a Língua Inglesa, que os EUA modificaram, mas não a afastaram das suas raízes Indo-Europeias e Germânicas.
Portanto, não é verdade, que o Português foi língua-líder em exames de acesso a universidades dos EUA em 2023, como se propagou por aí. A língua-líder foi a Variante Brasileira do Português ou o Brasileiro.
Para terem uma ideia do que se passa em Portugal a este propósito, consultem, por favor, o Blogue «O Lugar da Língua Portuguesa», o repositório de textos que contam toda a verdade sobre esta usurpação, ilegal e inconstitucional.
Gostaríamos que os EUA, que tal como o Brasil, foi colonizado, por um país pequeno, não entrasse no jogo que os Brasileiros mal-intencionados andam a jogar, unicamente para se vingarem de Portugal, e isto é expressão deles. Não aceitaram a colonização portuguesa, não aceitam o seu passado português, não conseguem cortar o cordão umbilical com o ex-colonizador, como os EUA conseguiram, e isto está a trazer muito malefícios para o estudo da Língua Portuguesa, não só em Portugal, como no mundo. Como nós dizemos em Portugal: andam a vender gato por lebre, com o aval dos políticos portugueses. Estão a tentar destruir uma Língua europeia, das mais antigas da Europa.
Estão a fazer da Língua Portuguesa moeda de troca, para favores obscuros.
Como devem calcular, isto é inaceitável para os Portugueses Pensantes.
Espero que a American Councils for International Education leve em conta a nossa luta pela Defesa da Língua Portuguesa, e reponha a verdade dos factos.
Nenhuma outra colónia portuguesa se comportou deste modo com o ex-colonizador.
Se quiserem saber mais sobre tudo isto, podem consultar este link:
Isto não é uma guerra contra o Brasil. Só queremos que deixem a Língua Portuguesa para os Portugueses, os seus verdadeiros herdeiros, e fiquem com a Língua Brasileira, a Língua que eles criaram a partir do Português, para eles.
Com os meus melhores cumprimentos,
Isabel A. Ferreira,
em nome do Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses
«É a nossa aversão à cultura, o baixo índice de sentido crítico, bem como a total falta de desejo de defesa e preservação do nosso Património Linguístico que ajudam a manter o AO90» (Professor António Vieira)
Por isso, os Portugueses Pensantes REJEITAM este falso dia desta FALSA celebração.
A mixórdia ortográfica portuguesa, que andam por aí hoje a celebrar, é tão ridícula, tão medíocre, tão pobre, tão sem sentido, tão feia que, por muito que a queiram impingir ao mundo, ela NÃO tem pernas para andar, porque é coxa das duas pernas.
O verdadeiro Dia em que se celebra a Língua Portuguesa é o Dia 10 de Junho, Dia de Camões.
Hoje, uma vez que os predadores da Língua Portuguesa andam por aí a “celebrar” o dia mundial do mixordês, (NÃO, o Dia da NOSSA Língua Portuguesa), repesco um poderoso texto do Professor António Vieira, que faz uma análise nua e crua, numa linguagem apropriada à mediocridade, à subserviência e a tiques de rastejamento inerentes ao uso e abuso de um acordo abortográfico, sobre o qual Augusto Santos Silva (o ainda pretenso dono da língua) disse esta coisa inaceitável no tempo em que era ministro dos Negócios DOS Estanheiros: «Se quisesse, o Governo podia denunciar o acordo ortográfico – mas não quer», ou seja ELE, Augusto Santos Silva que se apoderou da Língua DOS Portugueses, NÃO QUER, como se a Língua Portuguesa fosse pertença do Governo e possa andar por aí aos rebolões, segundo o querer ou o não-querer de suas “excelências”, que de excelências nada têm. E isto tem um nome: ditadura!
Hoje, mais do que nunca, temos todos os motivos para estarmos de LUTO pela nossa Língua Portuguesa, que anda por aí desenraizada, despojada da sua beleza, apenas porque uns nada esclarecidos políticos, impregnados de um colossal complexo de inferioridade, entre outros que tais estados psicológicos, assim o querem.
Hoje, NADA HÁ, portanto, a celebrar. Muito pelo contrário: há a lamentar que Portugal tivesse vendido ao desbarato a sua preciosa Língua, e ande agora por aí a celebrar os farrapos que dela restam.
Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Augusto Santos Silva deviam vir a público retractar-se, pela VERGONHOSA imagem que passam ao mundo, ao permitirem que por aí se ande a enxovalhar uma das Línguas mais antigas da Europa, com mais de 800 anos de história [e, na Europa, nem todos são parvos, para não verem a diferença entre o que é Português e o que é Brasileiro] apenas porque sofrem de um complexo de inferioridade patológico.
Por isso, HOJE, os Portugueses Pensantes EXIGEM a preservação da Língua Portuguesa, e fazem LUTO por vê-la ignorantemente tão ENXOVALHADA na Internet, no Google, na Wikipédia, nas redes sociais, nos documentos oficiais do Estado Português, sites governamentais, site da presidência, nas televisões, nos livros incurrêtâmente traduzidos, nos livros acordizados de escritores que abominavam o AO90, enfim, no mundo MEDÍOCRE que é o dos PREDADORES da íntegra, culta, original e verdadeira Língua Portuguesa.
Uma coisa é certa e segura: Língua Portuguesa há só UMA e mais nenhuma: é a de Camões, a de Gil Vicente, a de Pessoa, a de Eça, a de Camilo, a de Saramago, a MINHA.
A Língua Portuguesa deu várias Variantes dela ao mundo, sendo uma delas a Variante Brasileira, tal como os navegadores portugueses deram novos mundos ao mundo.
Isto chegará a um ponto em que os Portugueses, não tendo mais uma LÍNGUA sua, terá um linguajar escrito e falado que, NÃO pertencendo às Famílias Linguísticas do mundo, que foi estruturando as suas Línguas Maternas segundo as regras das Ciências da Linguagem, estarão fora desse mundo a papaguear e a juntar umas letras com outras, que não fazem o mínimo sentido, ou seja, os Portugueses estão a caminhar para o regresso ao tempo das cavernas, e os que se estão nas tintas para esta tragédia linguística, e não se manifestam, começarão a fazer desenhos nas paredes dessas cavernas, para se entenderem uns aos outros, e a rebusnar como um animal de uma nova espécie que, em vez de evoluir, regride, ao ponto de ser candidato a uma criatura em vias de extinção.
Esta é uma previsão do que poderá acontecer ao nosso País, cujos actuais governantes não têm capacidade intelectual para defender o seu património, e uma grande fatia do seu Povo é zombie.
Para os interessados, para os que querem manter-se informados, para os que amam a Língua Portuguesa, aqui deixo o texto do Professor António Vieira.
Isabel A. Ferreira
Está a realizar-se uma Cimeira do Clima, no EgiPto, palavra que, em todo o mundo, é grafada com pê, até porque é o país dos EgíPcios (confirmem vendo os canais estrangeiros de televisão, excePto Itália, que grafa Egitto e o Brasil que grafa Egito).
É absolutamente vergonhoso e a pender para a estupidez que, no NOSSO País [que, queiram ou não queiram, gostem ou não gostem, os actuais governantes portugueses, incluindo o presidente da República Portuguesa - mais brasileira do que portuguesa - ainda é (até ver) um País Europeu], graças a uns média servilistas (salvo raras excePções), se grafe Egito, à brasileira, como se o Egito fosse o País dos Egícios.
Vou repetir-me mas tem de ser: eu, que aprendi a ler e a escrever no Brasil (fui para lá com dois anos, já a saber falar, porém, de certeza absoluta que, com essa idade, nunca precisei de pronunciar a palavra EgiPto). Contudo, quando fui para a escola primária, uma vez ou outra (já não me lembro) talvez pudesse ter esbarrado com as palavras EgiPto e EgíPcios. Talvez. Não sei. Mas de uma coisa, eu lembro-me: vim para Portugal a pronunciar o pê, de EgiPto, tal como pronunciava o pê, de EgiPcios, de EgiPtólogo, de EgiPtologia, algo que, até hoje continuo a fazer, até por uma questão de Lógica. EgiPto deriva do Latim AegyPcius; e as restantes derivações têm origem em EgiPto. Como se pode pronunciar e escrever Egito, sem o pê?????
Como se explica a uma criança que tem de pronunciar e escrever Egito sem pê, e EgíPcio com pê, se Egípcio deriva de EgiPto? Que lógica terá fazer derivar EgíPcio de Egito? E uma vez que as crianças NÃO são parvas, logicamente têm a tendência para escrever e pronunciar o pê de EgiPto. Não sei se foi esse o meu caso, pois no Brasil pronunciam Egito e escrevem Egito, à italiana, mas sem pê duplo. Só sei que desde sempre, desde que me conheço a falar e a escrever, pronuncio o pê de EgiPto, e escrevo-o, porque é LÓGICO que assim seja.
Nós somos Portugueses. E presumo que a SIC, a TVI, a CNN Portugal, a RTP3, a CMTV são canais de televisão europeus. Ou não serão?
Querem ver que não são, para apresentarem a vergonha que se segue, desviando-se dos canais televisivos da Europa, que estão em direCto do EgiPto? E os de cá estão em dirêtu do Egito???? E estas duas palavrinhas estranhas nada têm a ver com Português, nem com a Europa, nem com Línguas indo-europeias, nem com uma Língua derivada do Latim.
Já agora, sabem porque é que eu escrevo os nomes das Línguas em maiúsculas? Um dos motivos (porque há o gramatical) é porque NÃO hei-de escrever, se os acordistas escrevem o aberrativo «acordo ortográfico de 1990» em maiúsculas? O que é que o AO90 é a mais do que as Línguas Indo-Europeias, para ser escrito em maiúsculas, e a Língua Portuguesa opu as outras Línguas, em minúsculas?
Não estaria na hora de parar com esta IRRACIONALIDADE LINGUÍSTICA e dar a César o que é de César, ou seja, devolver a Portugal a sua grafia portuguesa, para não parecermos estúpidos aos olhos da Europa e do mundo?
É que Egito e direto são duas palavras brasileiras. E nós somos Portugueses e temos a NOSSA Língua, que é da Família Europeia. E os Brasileiros NÃO têm o direito de escrever Egito e direto e chamar a isto Português. Porque NÃO é. Chamem-lhe Brasileiro, porque É, e muito bem.
Isabel A. Ferreira
A Associated Press é uma cooperativa cujos proprietários são os jornais e estações de rádio e televisão norte-americanos, e aquele Egito escrito pela AP está obviamente à brasileira.
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