Domingo, 24 de Novembro de 2019

Esta é que é esta: Jorge Jesus, treinador do “Flamengo”, honra muito mais Portugal, a Língua e a Bandeira Portuguesas, do que Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa

 

É sempre conveniente estar a par daquilo que nos interessa, mas também daquilo que não nos interessa. Sempre ouvi dizer. E eu sou uma dessas. Não me interessa nada o futebol, mas dado o que se passou ontem em Portugal, a propósito da Final da Copa Libertadores da América de 2019, onde o treinador português, Jorge Jesus, estava a ser endeusado, andei a fazer zapping pelas nossas televisões, para apreciar a extensão deste fenómeno.

 

E, por aquilo que vi, ouvi e li, tenho de louvar Jorge Jesus (para além dos seus feitos futebolísticos). Tenho de o louvar essencialmente pelo seu patriotismo, pelo seu amor a Portugal e à sua Língua Portuguesa, à sua Bandeira. Foi algo que gostei de ver.   

 

E imediatamente tracei um paralelo entre o treinador português e o nosso presidente da República, que se estivesse no lugar do JJ comportar-se-ia de um modo muito distinto, e envergonharia Portugal, como já envergonhou.

 

Vejamos porquê.

 

Jorge Jesus.png

 

Jorge Jesus é português, tal como Marcelo Rebelo de Sousa, e ambos, cada um à sua maneira obviamente, representam um pedaço do povo português.

 

Contudo, o treinador de futebol, sabe honrar Portugal, ainda que esteja no Brasil, a treinar um clube brasileiro. E o presidente da República Portuguesa, ainda que esteja em Portugal, não sabe honrar o País.

 

Porquê?

Porque:

 

1 – Jorge Jesus foi para o Brasil, está rodeado de Brasileiros por todos os lados, e tem de comunicar com eles.  E como faz isto? Em Língua Portuguesa. A sua. Sem sotaquezinho nenhum. E os futebolistas não entenderão o Mister? Pelo que vi, ouvi e li, entendem-no perfeitamente. O Português dele pode não ser o mais erudito. Mas é o NOSSO Português.

 

2 – Jorge Jesus esteve enrolado na Bandeira Portuguesa, enquanto dirigia, na bancada, o jogo entre o Flamengo e o River Plate. E se estivesse enrolado na Bandeira Brasileira eu até entenderia, pois estava ali por um clube brasileiro. Nada tinha a apontar. Mas fiquei deveras comovida com aquele gesto português.

 

3 – No final ganhou a Taça, e dedicou a vitória aos Portugueses, que ele sabia estarem a torcer por ele em Portugal, tal como os flamenguistas e os não flamenguistas. Poderia tê-la dedicado aos Brasileiros. Não lhe ficava mal. Mas dedicou-a aos Portugueses. E esse sentimento, todos os Brasileiros, que vivem actualmente em Portugal, entenderão. Estar fora da nossa Pátria, faz-nos exacerbar os vínculos com as nossas mais profundas raízes.

 

Como declarei ontem a um acordista, que disse que o meu patriotismo (ou seja, o meu exacerbado amor pela Língua Portuguesa) cheirava à naftalina e infelicidade:  se não temos amor à nossa Pátria, à nossa Língua, aos nossos Valores Culturais, somos uns sem-abrigo, sem eira, nem beira, uns apátridas, que andam no mundo só por ver andar os outros. Uns zombies, uns alienados… E Jorge Jesus provou que, além de ser um bom treinador de futebol (a sua profissão), não é um sem-abrigo, um sem eira, nem beira, um apátrida, não anda no mundo só por ver andar os outros. Não é um zombie, um alienado. É um cidadão português que merece o meu respeito.

 

4 – E numa entrevista a um jornal desportivo, JJ disse “tenho muito orgulho em ser português”, algo que o nosso PR não tem.

 

E o que me ficou desta história foi que, apesar de estar ali em nome do Brasil, foi em Portugal que JJ pensou, neste momento tão importante da carreira dele.

 

E isto foi algo que me tocou a alma. E se Jorge Jesus, até agora, para mim, que não sou dada a futebóis (embora torça pela SeleCção Portuguesa, porque vivo no mundo real) era apenas um treinador de futebol, como tantos outros, subiu na minha consideração, porque podia estar todo virado para o Brasil (e nada se poderia apontar-lhe, pois é no Brasil que vive e exerce a sua profissão de treinador), mas num momento tão importante para si e para a sua carreira, não esqueceu Portugal, as suas raízes, os seus símbolos.  E isto não é algo que qualquer um possa fazer. Tem de ser muito especial.

 

E se Jorge Jesus subiu na minha consideração (antes disto eu nem considerava, nem desconsiderava JJ, porque não é o futebol que é a minha “pátria”), Marcelo Rebelo de Sousa desceu ainda mais na desconsideração que lhe dedico há muito, devido à sua atitude absolutamente antitudo no que respeita a Portugal, à Língua Portuguesa, e aos símbolos portugueses, como a Bandeira Portuguesa (que já desapareceu da Internet, quando se trata de indicar a Língua) e que para ele nada valem. Ele, que é o Chefe do Estado Português!

 

Aqui deixo um vídeo, onde podemos ouvir Jorge Jesus a ser entrevistado por um jornalista brasileiro, e a responder no NOSSO Português.

 

 

E aqui, neste link, está o vídeo onde Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, na qualidade de presidente da República Portuguesa, dá uma entrevista ao jornalista brasileiro Pedro Bial, num brasuquês, de envergonhar as pedras da calçada portuguesa.

https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/presidente-da-republica-portuguesa-em-182286

 

E agora respondam-me: quem honra mais Portugal, a Língua Portuguesa e a Bandeira Portuguesa?  O treinador do Flamengo ou o presidente da República Portuguesa?

 

Faço uma vénia ao primeiro.

 

E apupo o segundo, pelo seu laxismo, pela sua indiferença, pelo seu desrespeito, pela sua cumplicidade com as mentiras e fraudes do AO90, pelo seu virar costas a Portugal e aos Portugueses, aos seus valores linguísticos e culturais, à Constituição da República Portuguesa, aos símbolos portugueses, e andar por aí a brasucar, como se Portugal fosse uma colónia brasileira.

 

Envergonho-me disto.

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:25

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