Agradeço ao Erick a sua lucidez.
Lamento que em Portugal haja portugueses que não tenham a lucidez do Erick.
Erick de Castro Valverde respondeu a um comentário no post «Fonoaudióloga brasileira em Portugal luta para provar que fala português» às 16:37, 04/05/2023 :
Olá, Célia e Isabel! Concordo plenamente com a vossa colocação. Eu sou brasileiro, estudei em escola pública e atesto que a educação brasileira está muito aquém da portuguesa. Há até mesmo estrangeiros de outras nacionalidades se colocando como linguistas criando padrões para o Português falado no Brasil. Se nem os brasileiros em seu precário sistema de ensino conseguem dominar, imaginem estrangeiros de outras nacionalidades em solo brasileiro se colocando como letrados... Acho que isso já diz a que pés andam as equivalências educacionais... O "vitimismo" realmente impera. Vocês não imaginam os absurdos que algumas pessoas escrevem se houver uma simples fala que relacione a cor da pele ou questões sexuais. Eu aprecio e acordo com a vossa postura. Defendam tudo que preserve a cultura e as tradições do vosso povo. Infelizmente, Portugal está sobrecarregado de estrangeiros. Reconheço que há falta de mão de obra e a única forma de tapar essas lacunas é abrir as fronteiras para os imigrantes ( e os que tem vindo ultimamente, ao menos do Brasil, são da pior espécie), mas desenvolvam políticas públicas para preservar os traços linguísticos do vosso povo, ou muito em breve, o que hoje se conhece como o sotaque Português de Portugal vai ser conhecido apenas por relatos em livros de história. Um abraço do Alto Minho.
E um ALERTA!!!!!!! 《(...) muito em breve, o que hoje se conhece como o sotaque Português de Portugal vai ser conhecido apenas por relatos em livros de história.》Diz o JPG que esta é uma frase assassina, sim, por isso, o Erick ALERTA para que Portugal desenvolva políticas públicas para preservar os traços linguísticos do NOSSO povo, OU, muito em breve, o que hoje se conhece no Brasil como o "sotaque Português de Portugal" vai ser conhecido apenas por relatos em livros de história. E isto é uma verdade cruel. E se nada fizermos para SALVAR a NOSSA Língua, é isto que acontecerá, e é isto que eles pretendem: os de lá e os de cá. Vamos deixar que isto aconteça?
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O título é de um artigo publicado num jornal online brasileiro (TAB), o qual esmiúço mais abaixo.
A imagem ilustra o artigo. Por sua vez, a ilustração contém um vídeo de baixo nível, que diz bem ao que a autora do artigo, Luciana Alvarez, vem.
Antes de ir ao assunto e para quem não saiba (eu não sabia) uma fonoaudióloga, em Portugal, corresponde a uma terapeuta da fala, que, de um modo simplificado, estuda a voz e a audição e os distúrbios a elas associados, embora seja mais abrangente. E, esclarecendo esta parte, tudo ficaria explicado, porque a questão aqui é a de uma fonoaudióloga brasileira (só na designação já se percebe a diferença) não ser aceite, em Portugal, para exercer esta profissão.
O motivo não será óbvio?
O título é de um artigo publicado num jornal online brasileiro (TAB) onde se distorce a questão, por não se entender que a fala brasileira é diferente da fala portuguesa, e tratando-se de terapia da fala, a dicção, a pronúncia das palavras e tudo o resto a elas ligado, é extremamente importante. E se estamos diante de uma pessoa que não domina completamente a expressão da Língua do País, como poderá exercer com eficiência tal profissão?
Não estamos a falar das falas das novelas. Estamos a falar de terapia da fala, que mexe com o modo como as pessoas que procuram o terapeuta se expressam e procuram corrigir esse modo.
Ora a fonoaudióloga em questão, segundo a notícia, depois de passar por uma entrevista e escrever uma redacção, recebeu um documento a dizer que ela não dominava a semântica (sentido das palavras), a morfossintaxe (construção das frases), a fonética e a fonologia (os sons) do Português falado em Portugal. Não dominando estes importantíssimos meandros da fala, como poderia exercer a profissão de terapeuta da fala, em Portugal? Dependendo da competência, todas as outras terapias (psicológicas, físicas) podem ser exercidas por qualquer estrangeiro. Mas a fala é a fala. Se não a dominamos, não podemos exercer nada que com ela se relacione.
Poderia um brasileiro ser professor de Português português em Portugal?
Poderia um português ser professor de Português brasileiro, no Brasil?
Porém, a fonoaudióloga brasileira entendeu que o preconceito linguístico ou reserva de mercado seriam as verdadeiras motivações para que o seu credenciamento profissional em Portugal tenha sido negado.
Não. Não foi preconceito linguístico ou reserva de mercado. Foi simplesmente algo muito óbvio: os Brasileiros não falam Português português. E isto até uma criança tem capacidade de observar. E não falando Português português, não pode exercer a profissão de terapeuta da fala, pelos motivos mais óbvios.
Se uma terapeuta da fala portuguesa pretendesse exercer a profissão no Brasil seria aceite?
Este artigo mistura alhos com bugalhos, faz uma análise arrevesada da questão, e pela ilustração que usaram, já se vê na aragem o que vai na carruagem.
Deixo aqui o link do artigo, para quem estiver interessado em consultá-lo, e recomendo vivamente que leiam também os comentários, porque neles encontraremos o verdadeiro busílis da questão:
Isabel A. Ferreira
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