Pela consciência e responsabilidade demonstradas na defesa da Língua Portuguesa, a iniciativa Acordo Zero atribui a sua distinção de mérito ao blogue O Lugar da Língua Portuguesa.
Um enorme obrigado pela coragem de rejeitar o Acordo Ortográfico de 1990!
Só me resta agradecer a Paulo Teixeira, criador da Distinção de Mérito Acordo Zero.
O ACORDO ZERO é uma iniciativa independente de incentivo à rejeição do Acordo Ortográfico de 1990, e "O Lugar da Língua Portuguesa" foi criado em 16 de Outubro de 2015, depois de ver trinfar as nulidades, e com um objectivo bastante específico, que pode ser consultado neste link:
Estamos juntos neste barco, porque Língua Portuguesa só há UMA. Nem verdadeira, nem falsa. É a Língua Portuguesa. A única, e poderá estar em extinção não daqui a décadas, mas já amanhã, se se continuar a assobiar para o lado, e permitirmos que os governantes portugueses nos andem a tomar por lorpas: caso do presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa), do primeiro-ministro (António Costa)e do presidente da Assembleia da República (Augusto Santos Silva).
Preservá-la é uma tarefa de todos. Não pode ser apenas de alguns.
Na escola, as crianças aprendem o "brasileiro". Em casa, treinam o Português, para quando se libertarem do carrasco escolar, poderem reabilitar a Língua Materna delas, e mandar às malvas a Língua Madrasta, que tentaram impingir-lhes ilegalmente.
Por exemplo, o que fizeram ou estão a fazer objectivamente as “conhecidíssimas personalidades” e os “parceiros oficiais” que constam da lista do ACORDO ZERO - iniciativa independente de incentivo à rejeição do AO90, criada em 10 de Julho de 2021, no Facebook?
A Língua Portuguesa está moribunda, e a sua morte iminente deve-se não só aos governantes portugueses, que CEGAMENTE rastejam aos pés de quem a destruiu com um objectivo dos mais abjectos, como também à INACÇÃO daqueles que dizem ser contra este incompreensível, inacreditável e inútil acordo, mas NÃO passam das palavras às acções. E só com palavras não levaremos a água ao nosso moinho. E os que estão a fazer alguma coisa, precisam de fazer muito MAIS.
Por sua vez, a segunda Língua Oficial de Portugal, a Língua Mirandesa está em risco de desaparecer, e aguarda ratificação da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias, que enumera uma série de premissas com que os Estados-membros, entre eles Portugal, se comprometem para “a salvaguarda e defesa das várias línguas minoritárias”. Ora neste caso, Portugal, como em tudo o resto, anda a passo de caracol, e, por este andar, o Mirandês, que devia ser aprendido, tal como o Português, nas escolas portuguesas, está também em vias de extinção. Apenas os péssimos políticos NÃO estão em vias de extinção.
E com que Língua Portugal entrará no futuro? Com a Variante Brasileira do Português? Aquela que, devido a um ensino altamente ineficaz e defeituoso, se tem degradado a olhos vistos, estando a ser disseminada pela Internet como sendo “língua portuguesa”, mas com bandeira brasileira?
O erro já foi cometido, mas ainda vamos muito a tempo de o reparar. Para tal, é necessário que as figuras públicas, mais divulgadas nos média ou com acesso a eles, como escritores, músicos, cantores, professores ou ex-professores, actores, políticos, poetas, ensaístas, tradutores, jornalistas, cineastas, advogados, juristas, juízes-conselheiros, historiadores, linguistas, humoristas, filólogos, revisores, autores, investigadores, aprendizes d’escrita, editores, embaixadores, livreiros, agentes culturais, explicadores de português, enfim, todos os que constam da lista abaixo apresentada (e também todos os que não constam, mas são anti-AO90) da INICIATIVA ACORDO ZERO, se UNAM numa acção que aqui vou apresentar, para instar o presidente da República Portuguesa a cumprir o seu DEVER, ou seja, a ANULAR o AO90, e devolver a Portugal a grafia portuguesa.
O que PROPONHO é que se estiverem de acordo com o texto/apelo, dirigido a Marcelo Rebelo de Sousa, mais abaixo reproduzido, o subscrevam, enviando os vossos nomes e profissões (ainda que já na reforma), para o e-mail do Blogue isabelferreira@net.sapo.pt e quando tivermos um número considerado razoavelmente suficiente de subscritores encaminhá-lo-emos para o site da Presidência da República. Podem dar outras sugestões para o texto, ou para a acção, PORÉM, o fundamental é que FAÇAMOS alguma coisa, se quisermos SALVAR a Língua Portuguesa. Ela está a com os pés na cova, mas ainda vamos a tempo de a salvar. É só QUERER e AGIR.
Atentem nesta notícia, do Jornal Observador:
«Exame de Português para acesso a universidades nos EUA tem recorde de inscritos»
O exame de “português” do National Examinations in World Languages (NEWL), que atribui créditos para acesso ao ensino superior nos Estados Unidos da América, registou um recorde de alunos inscritos e é já o idioma líder nesse segmento, segundo fontes oficiais, ultrapassando o Russo, o Coreano e o Árabe.
Esqueceram-se, porém, de dizer o principal: essa linguagem, a que chamam “português” é a Variante Brasileira do Português. Nos EUA o que mais há é brasileiros a leccionar a Variante Brasileira da nossa Língua. Desses cursos os alunos sairão a falar Bráziu e não, Brâzil, e a escrever “onipresente”, “umidade” “exporte”, “trem”, “tornozeleira eletrónica” e NÃO, omnipresente, humidade, desporto, comboio, pulseira electrónica ( = bracelete OU dispositivo usado geralmente no tornozelo, que transmite sinais em radiofrequência e permite a vigilância de determinada pessoa em local previamente definido).
Não sei qual é a vossa opinião. A minha, é que estão a USURPAR a Língua de um País livre e soberano, ALTERANDO-A, tendo o desplante de continuar a chamá-la “portuguesa”, fazendo isto parte de um objectivo abjecto, já em curso.
E isto com a cumplicidade dos governantes portugueses, acolitados pelos que os SERVEM acriticamente, cegamente, servilmente.
Apelo a enviar a Marcelo Rebelo de Sousa, da autoria de um jurista, para apreciação e subscrição.
Dirigimo-nos a Vossa Excelência apelando à Sua intervenção no sentido da defesa da Língua Portuguesa, tal como esta nos surge definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa.
Permita-nos, Vossa Excelência, o exercício do nosso dever cívico e obrigação de invocarmos a Lei Fundamental, designadamente no que tange aos deveres e obrigações que dela decorrem para todos os agentes do Estado, e, em especial para o Presidente da República, enquanto primeiro e máximo representante do Estado. Estado a quem cabe, nos termos da alínea f) do artigo 9.º também da Constituição da República Portuguesa “[a]ssegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da Língua Portuguesa”.
Bem sabemos, Excelência, que, nos últimos anos, em concreto desde que o Estado impôs aos portugueses a aplicação de uma grafia que consideramos inconstitucional, tais deveres não têm sido cumpridos.
Esta não é uma questão de somenos importância. É um imperativo de cidadania. É um dever que nos é imposto pela Constituição da República Portuguesa. Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico -- a Língua Portuguesa -- da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados.
Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção, defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa.
Apelamos a Vossa Excelência que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de História.
Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943.
Apelamos-lhe, Senhor Presidente da República, que proporcione às nossas crianças a possibilidade de escreverem conforme a grafia da sua Língua Materna – aquela que foi também a Língua Materna de Gil Vicente, Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Fernando Pessoa, Fernando Campos, Luís Rosas, Altino do Tojal, Luísa Dacosta, Fernando Dacosta, José Saramago e tantos, tantos outros, cujas obras estão a ser acordizadas, num manifesto insulto à Cultura Culta Literária Portuguesa – ao invés de numa grafia desestruturada, incoerente e desenraizada das restantes Línguas europeias, as quais também estão a aprender (Inglês, Castelhano, Francês).
Apelamos a Vossa Excelência, ao Presidente da República Portuguesa, mas, também, ao académico e cidadão Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, que recuse deixar às gerações futuras, como legado para a posteridade, a renúncia da nossa Língua, da nossa Cultura, da nossa História, de quase nove séculos.
Apelamos, em suma, a Vossa Excelência, que seja reconhecido e revertido o gravíssimo erro cometido e por via do qual o Estado Português adoptou o Acordo Ortográfico, anulando-o, e restituindo a Portugal e aos Portugueses a sua Língua.
… e para este jogo SUJO estão a contribuir os governantes portugueses, presidente da República e deputados da Nação incluídos, e também os professores com excesso de zelo burrocrático e a comunicação social seguidista e servilista.
Criei este Blogue para DEFENDER a Língua Portuguesa. Mas não me limito a defendê-la, neste espaço, que partilho com tantos outros defensores, que dizem de sua justiça, nos artigos que escrevem e que aqui publico.
Costumo andarilhar pela Internet, para medir o pulso ao que se passa neste nosso mundo desvairado, e, quando encontro algo que diga respeito ao AO90 ou à Língua Portuguesa, que me faz subir pelas paredes, intervenho.
Por vezes, recebo e-mails como este:
Que tipo de linguagem será esta? Como me mexeu com as entranhas, nem sequer mereceu resposta.
Contudo, é um pouco dessa minha intervenção, na Internet, que me propus a trazer, hoje.
Desta vez foi uma mensagem da Joana Coelho que me alertou para um artigo publicado no Quora, sob o título: «Existe a língua portuguesa do Brasil e a língua portuguesa de Portugal? Se sim, quais as diferenças?»
«Boa Tarde Dona Isabel! Espero que se encontre bem.
Recebi esta resposta ao meu comentário da mesma pessoa que respondeu à pergunta inicial, mas não tenho jeito para escrever não respondi. É difícil não sentir que a língua portuguesa está a ser engolida pelo dialecto brasileiro, por variadas maneiras: acordo ortográfico, nas sinopses da Netflix e TV por cabo, jornalistas brasileiros a darem notícias de Portugal em canais de TV portugueses (não é frequente mas já aconteceu), o site de línguas Babbel que é financiado pela união europeia ensina o dialecto brasileiro, já vi na tradução portuguesa de um volume de um Manga (BD japonesa) escrito zumbis e exterior em vez de zombie e estrangeiro, e agora até foi criado um grupo para discutir a aceitação do dialecto brasileiro no exames e ensino em Portugal (se os alunos brasileiros estão em Portugal porque raio é que deveriam ser avaliados no dialecto brasileiro? os professores podem aceitar o vocabulário, mas a gramática tem de ser a nossa), até já vi pessoas que sem repararem utilizam expressões e vocabulário brasileiro, como uma colega minha que dizia jogar no lixo e quando lhe perguntei, ela respondeu que foi devido à influência de crianças suas familiares que vêem youtubers e programas brasileiros para crianças e que ela às vezes os corrige mas que é uma pessoa que facilmente "apanha" o modo de falar das outras pessoas.
Mesmo que Portugal inteiro criasse conteúdo no nosso português, na Internet e em livros escolares para os PALOPs, o dialecto brasileiro é utilizado, fora de Portugal, como se fosse o português padrão, infelizmente. Quando estive de férias em Amesterdão, uma estrangeira ouviu-me a falar com o meu pai e perguntou-me qual a minha língua materna, tendo ficado chocada quando lhe respondi que era portuguesa e falava português. Disse que o português que conhecia era o que se fala no Brasil e que era tão diferente.
***
(Respondi à Joana, num comentário, no artigo acima referido):
Joana, nós, que lutamos pela preservação da Língua Portuguesa, jamais permitiremos que a Variante Brasileira do Português se sobreponha ao Português, ainda que seja verdade tudo o que mencionou, quanto a essa infiltração abusiva da Variante Brasileira do Português. Mas a linguagem é tão má, tão má, e as traduções são tão más, tão más, que não se aguentarão por muito mais tempo.
Jamais a IGNORÂNCIA, a ESTUPIDEZ, a MEDIOCRIDADE levaram a palma.
As diferenças são muitas. E os povos europeus, muito mais facilmente aprendem a Língua Portuguesa do que a Língua Brasileira (ainda a ser), porque têm a mesma RAIZ indo-europeia.
O acordo ortográfico de 1990 é simplesmente um PEDREGULHO no caminho da evolução da nossa Língua, mas nós somos seguidores da Filosofia da Água, e avançamos, contornando os obstáculos, que nos querem impor.
O acordo ortográfico de 1990foi criado politicamente com a única intenção de DESTRUIR a Língua Portuguesa e substituí-la pela Língua Brasileira (ainda a ser). Mas vamos contornar o pedregulho, deixando-o para trás, e manteremos a Língua Portuguesa no seu original, como é da NOSSA Cultura.
Uma coisa da qual não gosto é a agressividade com a qual algumas pessoa creem dever proteger a sua língua duma suposta desvirtuação que se daria por influências de línguas estrangeiras: muita emoção e muito pouco conhecimento.
Isabel:
NÃO EXISTE língua portuguesa do Brasil. O que existe é uma Variante Brasileira da Língua Portuguesa, que é ÚNICA. É a de Portugal. Todas as outras são VARIANTES do Português. A Língua Portuguesa é A Língua. Não se queira pôr ao mesmo nível um IDIOMA e uma Variante.
Alexey:
O que a Senhora não sabe, não entende ou não quer entender é que, por muito que o português europeu (que tem as sua variantes regionais, como as tem o português do Brasil) seja a variedade primigénia da língua portuguesa, da qual nasceram todas as variedades do português que se falam nas ex-colónias, o português é hoje uma língua pluricéntrica, na qual o padrão europeu vale tanto quanto o padrão brasileiro: nem mais, nem menos.
Observe que a Asociação das Academias da língua espanhola (23 em tudo) o que faz é coordinar a unidade ortográfica dos vários países de língua espanhola e ninguém está a gritar que os países hispano-americanos querem americanizar o espanhol falado na Europa. Diz alguém que os espanhóis devem deixar de usar a segunda pessoa do plural? Pois não. Diz alguém que devem passar ao voseo rioplatense (desde algum tempo incluído nos paradigmas de conjugação)? Também não.
Recordo: fostes vós, os portugueses, a romper a unidade ortográfica da língua portuguesa em 1911. O Acordo Ortográfico de 1990 nem sequer elimina todas as diferências entre a ortografia brasileira e a dos demais países de fala portuguesa, e para a qual os brasileiro também deveram despedir-se dalgumas particularidades como o trema. Depois de várias etapas de reaproximação ne século passado, os dois padrões nem tornaram a ser um. Então, porque alguns portugueses se exaltam pela suposta — e não verdadeira — abrasileiração do padrão ortográfico europeu?
Isabel:
As diferenças são enormes, e NÃO é pelo facto de o Brasil ter milhões de falantes e escreventes de uma VARIANTE do Português, que levará à extinção da Língua Portuguesa, como é objectivo político. O Brasil que fique com a sua Variante, e que a transforme em Língua Brasileira.
Alexey:
Seja conseqÜente e use a ortHograPHia correcta de antes do 1911. Vá ao theatro, compre os seus medicamentos na pharmácia e mire os cygnos nos parques.
Ao tratar-se da influência do português brasileiro no português europeu a ortografia é o menor problema. Nem sequer o léxico é um problema, pois muitas vezes uma palavra frequente na variedade europeia é uma variante marginal no Brasil e, ao revés, uma variante dominante no Brasil é uma variante marginal no Portugal (mais difícil é quando uma palavra tem significados diferentes aquém e além do Atlántico). Bem mais significativa é a influência na pronúncia e na gramática: generalização da próclise, uso de construções como "vejo ele" em vez de "vejo-o" etc. Aquela não penetrará na fala dos portugeses por culpa do Acordo ortográfico de 1990, mas porque as crianças e os jovens portugueses se exporem a música, produção cinematográfica e televisiva e textos escritos que empreguem a variedade brasileira.
Isabel:
Não a queremos Brasileira, porque a Brasileira está deslusitanizada, italianizada, afrancesada, castelhanizada e americanizada, e mais o que vier. E isto é já OUTRA língua. Jamais a Língua Portuguesa será destruída, porque também somos milhões a preservá-la.
Alexey:
Já. Simplesmente as duas variedades enveredaram por caminhos distintos. As influências do italiano e francês no português brasileiro não são maiores do que no português europeu: cada vez que diz ou escreve "chapeu", cada vez que usa palavras em -agem a Senhora usa francesismos. Os castelhanismos no português do Brasil não se dão se não nas variedades das regiões fronteiriças, principalmente com a Argentina e o Uruguai. As influências americanas? Meh…
O que a Senhora não entende ou não quer entender é que as línguas se evolvem no tempo, todas, de maneira mais ou menos rápida. Se a língua portuguesa fosse imutável, a Senhora estaria ainda a falar latim.
Primeiro: não confunda INDIGNAÇÃO com agressividade, por favor. São coisas diferentes, e EU tenho o direito à MINHA indignação, por estarem a tentar destruir a MINHA Língua Materna, a Portuguesa, e a ÚNICA (repito), porque o que se fala e escreve no Brasil é uma VARIANTE, que será transformada em Língua, como o Galaico-Português, derivado do Latim, se transformou em Língua Galega, na Galiza, e Língua Portuguesa, em Portugal. Bem como o Crioulo Cabo-Verdiano, com origem no Português, já é a Língua Cabo-Verdiana. E o Brasil só ainda NÃO elevou a sua Variante Brasileira, por uma questão meramente política, onde a DESTRUIÇÃO da Língua Portuguesa é objectivo principal dessa política, para depois imporem a Língua Brasileira.
Segundo: a DESVIRTUAÇÃO da Língua Portuguesa, encetada pelo Brasil, NÃO é suposta, é REAL. Veja que os Africanos, de expressão portuguesa, NÃO desvirtuaram o Português, não o DESLUSITANIZARAM, não o afastaram da sua GENETRIZ, como fizeram os Brasileiros, e apenas os Brasileiros o fizeram, ILEGITIMAMENTE (pois a Língua Portuguesa era e É a Língua de Portugal, um país soberano, e nenhum outro país soberano tem o direito de desvirtuar a Língua de outro país soberano e continuar a chamar-lhe portuguesa). O Brasil MUTILOU a Língua aquando do Formulário Ortográfico de 1943, numa tentativa de baixar o elevado índice de analfabetismo, então existente no Brasil, o que, ao que parece, ainda NÃO resultou, pois o Brasil continua com um elevado índice de analfabetos.
Terceiro: não gosto de puxar pelos meus galões, mas a isso estou a ser obrigada. O que o senhor NÃO sabe é que eu já estudei no Brasil, e sei o que é o estudo da linguagem no Brasil; fui Professora de Português em Portugal, enveredei depois pelo Jornalismo e tenho vários livros publicados, o que faz da Língua Portuguesa o meu mais precioso instrumento de trabalho, por isso, de Língua Portuguesa SEI EU, e também sei da Língua que há-de ser designada por Brasileira, e sei das restantes variantes que Portugal espalhou pelo mundo.
Quarto: NÃO há português europeu (REPITO). Há Língua Portuguesa. Ponto final. Todas as suas VARIANTES valem tanto quanto a GENETRIZ delas, apenasno país delas. Porém, o que aqui está em causa é a IMPOSIÇÃO da Variante Brasileira do Português a Portugal e aos restantes países, ditos, lusógrafos, os quais, e muito bem, a REJEITARAM, à excepção de Portugal, porque os políticos portugueses são de uma ignorância assustadora!!!!!
Quinto: o que vale para as Línguas Castelhana (não existe língua espanhola), Inglesa, Francesa, Holandesa, Alemã, NÃO VALE para a Língua Portuguesa, pois NENHUM país ex-colonizado desvirtuou a Língua-Mãe, como os Brasileiros desvirtuaram o Português. Ponto final.
Sexto: a Língua Portuguesa, tal como as restantes línguas indo-europeias EVOLUIU. O Português de Camões não é o Português do século XXI d. C., mas a RAIZ da Língua continua lá. O Inglês de Shakespeare NÃO é o mesmo do século XXI d. C., mas a Matriz da Língua, continua lá. O Brasil assinou a Convenção de 1911, que proporcionou a EVOLUÇÃO da Língua, NÃO a afastando da sua RAIZ, e o Brasil desprezou-a depois. Não nos culpe do rompimento da unidade que JAMAIS existirá na linguagem das ex-colónias portuguesas, muito menos na do Brasil.
Sétimo: o AO90, criado por Antônio Houaiss, elimina 99,999% das consoantes não-pronunciadas, e para que não se dissesse que o Brasil nada tinha para mudar, tiraram-lhe o TREMA e mais uns poucos acentos e hífenes. De resto a GRAFIA, no Brasil, ficou IGUAL. Para Portugal, a GRAFIA MUDOU substancialmente, e por causa disso, hoje temos uma MIXÓRDIA ortográfica, única no mundo. Querem unificar a Língua? Então que o Brasil comece a escrever o Português não-mutilado. É algo mais racional.
Oitavo: as diferenças entre a Variante Brasileira do Português e a Língua Portuguesa são gigantescas e abarcam a fonologia, a ortografia, o léxico, a morfologia, a sintaxe e a semântica. E isto BASTA para que chamem ao que escrevem e falam no Brasil, Língua Brasileira.
Nono: por acaso sabe por que motivo se passou dos fonemas gregos PH para F, e TH para T, e do Y para I, se não sabe é melhor ir aprender os Alfabetos Latino e Grego e terá a resposta científica. Sabe o que o PH significa hoje? É o símbolo da IGNORÂNCIA dos que seguem o AO90.
Décimo: eu uso anglicismos e galicismos para EVITAR o aportuguesamento e abrasileiramento HORROROSOS, e traduções HORROROSAS que existem, principalmente na Variante Brasileira do Português. É que a Língua também é ELEGÂNCIA, é BELEZA, é SUAVIDADE, é HARMONIA visual, e o aportuguesamento ou o abrasileiramento de determinados vocábulos ingleses, franceses ou mesmo castelhanos são de FUGIR!!!! São de uma deselegância e fealdade e aspereza gigantescas.
E para terminar quero dizer-lhe que as línguas MUDAM, EVOLUEM, mas NÃO se DESTROEM, NÃO se MUTILAM, como os Brasileiros destruíram e mutilaram a Língua Portuguesa. Por isso, é da RACIONALIDADE que cada país fique com a sua Língua. Tenho certeza de que a Língua Brasileira terá muito sucesso sozinha, sem precisar da MULETA portuguesa. Cortem o cordão umbilical com o ex-colonizador. O Grito do Ipiranga já tem 200 anos, e os Brasileiros ainda arrastam pelo chão o cordão umbilical que os prendeu a Portugal. Porquê?
***
O conteúdo desta conversa está no link que indiquei mais acima.
Não podemos permitir que um País livre e soberano (Brasil) USURPE a Língua Portuguesa, a Língua de Portugal, um país também livre e soberano, mexa na sua estrutura e continue ILEGITIMAMENTE a chamar-lhe Portuguesa.
A questão da Língua e do AO90 é uma questão meramente POLÍTICA e NÃO linguística. Jamais ninguém pretendeu unificar ortografias, porque isso é uma missão impossível, a não ser que o BRASIL abdique da sua Variante e passe a escrever e a falar Português, como, por exemplo, os Angolanos. E se eu estiver errada corrijam-me.
É que tudo isto passa dos limites, e é preciso que a Língua Portuguesa seja RESPEITADA como tal, na sua integridade, porque é OFICIALMENTE a Língua nascida em Portugal, consignada na Constituição da República Portuguesa, sem “diretores”, sem “atores”, sem “arquitetos”, sem “onisciências”, sem “contatos”, sem “Egito”...
[Eles pisam Portugal, e os governantes portugueses arrastam-se aos pés deles e ainda lhes lambem as botas. Quem nasceu com vocação para ser rastejante, jamais conseguirá andar na vertical. Isabel A. Ferreira]
Escusado será dizer que mesmo depois disto o tugazinho brasileirista continuará, no seu atávico embevecimento para com tudo o que (lhe) cheire ao “gigante” sul-americano, a negar a mais comezinha das evidências, como mais uma vez se comprova: o Português e o brasileiro são línguas diferentes.
Começaram já a chover as desculpas do costume, uns quantos a rir-se do “ignorante”, outros fabricando piadolas sobre o dito e o seu… dito, outros ainda inventando teorias mirabolantes sobre os verdadeiros motivos subjacentes: como, por exemplo, e nisso, para variar, até têm alguma razão, a interferência do Primeiro Ministro tuga nos assuntos internos do Brasil, um país soberano.
A bajulação militante, uma particularidade exclusiva de alguns tugas, aliada a outras não menos peculiares características de tal degenerescência, vai fazendo o seu caminho, impante e até aparentemente triunfante.
Que aquele candidato presidencial brasileiro estaria simplesmente a brincar, dizem.
Que terá sido uma espécie de lapsus linguae, o que de resto é um contra-senso para ambos os candidatos, incluindo ou especialmente o outro, a quem a Universidade do Calçadão de Coimbra cedeu o título de “doutor” Honoris Causa, já que será no mínimo duvidoso conhecer qualquer dos dois a expressão latina (uma “língua estrangeira”, como sabemos, e ainda por cima das da pior espécie, visto que está “morta”).
Enfim, as desculpas esfarrapadas sucedem-se, agora por maioria de razões, dada a excelente oportunidade que ignorantes aproveitam para chamar “ignorante” a um ignorante, e, também como habitualmente acontece, a nenhum desses brasileiristas (incluindo os que se intitulam a si mesmos como “anti-acordistas” mas que não querem “guerras com o Brasil” porque adoram levar porrada sem dar troco) ocorre sequer admitir que “olha, se calhar” o tipo não entendeu mesmo a pergunta. Que não entendeu a pergunta porque o jornalista português — para variar — não falou em brasileiro (comoMarceloou Durão Barroso ou Costa ou outro qualquer brasileirista deslumbrado). Não entendeu aquele fulano da mesma forma que não entende Português a maioria da população do “gigante”.
Os tugas que vergam a cerviz até ao chão, os que apreciam andar de rojo e à babujem, os traidores, vendidos e mercenários pretendem tão-só aproveitar as sobras dos “negócios estrangeiros” brasileiros, a sua “expansão” neo-imperialista, a “difusão” da CPLB, o “valor económico da língua“… brasileira.
Daí o #AO90, daí a CPLB, daí a “porta dos fundos” para a UE, daí o assalto às ex-colónias portuguesas em África e na Ásia.
Dirão com certeza alguns, já em desespero de causa perante a crueza da realidade, que isto não tem nada a ver com a sua querida “língua universau”.
Não? Não tem? Ah, pois não, tem só a ver com o Espanhol. Ou com o portunhol, vá.
Enviaram-me um artigo que, na altura, passou-me despercebido, da autoria de Ana Paula Laborinho, sob o título «O Grito do Ipiranga», no Jornal Diário de Notícias, no qual reconhece que «o grande objetivo[em Língua Portuguesa: objeCtivo] do Acordo Ortográfico de 1990 não foi alcançado: criar uma base ortográfica comum a todos os países de língua oficial portuguesa que permitisse, por exemplo, maior circulação do livro e de todos os produtos escritos, mas também contribuísse para a criação de um espaço de conhecimento comum, facilitando a mobilidade de estudantes e professores.»
E disse que «Lindley Cintra (1925-1991), um dos maiores linguistas portugueses, que colaborou ativamente[em Língua Portuguesa: aCtivamente] na elaboração das bases desse acordo, publicou no semanário Expresso, em 28 de junho[em Língua Portuguesa Junho] de 1986, um artigo em que expõe as razões para que, segundo ele, "deve considerar-se indispensável e urgente que se chegue a um verdadeiro e eficaz acordo sobre tal matéria ainda que, para isso, haja que sacrificar preconceitos e hábitos há muito adquiridos [...]". O resto da história já a conhecemos».
O resto desta história é a História Trágico-Linguística Portuguesa que, devido à mesquinha e inaceitável e inacreditável subserviência dos governantes portugueses aos interesses brasileiros, e APENAS brasileiros, porque aqui não entram interesses portugueses, nem angolanos, nem moçambicanos, nem timorenses, nem cabo-verdianos, nem guineenses, nem são-tomenses, gerou-se um caos ortográfico em Portugal, e APENAS em Portugal, porque os restantes países lusógrafos estão-se nas tintas para este "acordo" que, todos os que não são imbecis, consideram IDIOTA.
E tanto assim é que, no Brasil, os alunos portugueses têm de escrever à brasileira, e também falar à brasileira, ou correm o risco de ninguém os entender. Tenho por vizinhos um casal brasileiro, com dois filhos em idade escolar, gente muito educada e simpática, que veio para Portugal procurar a PAZ, que não encontravam no violento Brasil, e as crianças já me disseram quetinham muita dificuldade em entender o que os professores diziam nas aulas. E isto só se resolve com uma atitude, por parte do Ministério que dizem ser (mas não é) da EDUCAÇÃO: as crianças brasileiras ou de qualquer outra nacionalidade devem aprender PORTUGUÊS, para poderem frequentar as aulas, em Portugal. Assim como nós, no Brasil, e MUITO BEM, temos de aprender a escrever e a falar Brasileiro, para podermos frequentar as aulas, no Brasil.
Lindley Sintra, que Deus o tenha no seu eterno descanso, até podia ser um dos maiores linguistas portugueses, porém, nada sabia da realidade brasileira, de outro modo não teria colaborado nas bases do AO90, e muito me surpreendeu, que personalidades, como ele e como Ana Paula Laborinho, entre outros, com currículos tão cheios de rococós, tivessem, ACRITICAMENTE, aderido a algo tão imbecil, como um acordo, que não diz coisa com coisa, tem milhentas incongruências e erros gravíssimos, e que ninguém, com juízo, adoPtou. Nem mesmo os Brasileiros, que pariram o AO90, mas NÃO para eles adoptarem.
E ainda há mais, as novelas ou filmes portugueses que, eventualmente, passam nas televisões brasileiras, são legendados, ou pior ainda, são DUBLADOS. E os editores brasileiros preferem que os livros de autores portugueses, que escrevem em Língua Portuguesa, para serem publicados no Brasil, sejam traduzidos para BRASILEIRO. Será que é porque falamos a mesma Língua?
Um dia, o acordo ortográfico de 1990 cairá de podre. O Brasil elevará o que lá se chama ilegitimamente "Português do Brasil" a Língua Brasileira, e os portugueses que aderiram a este jogo sujo, ficarão a chuchar no dedo, feito parvos, como idiotinhas que são.
O meu correCtor ortográfico marcou erro na palavra setembro, escrita com letra minúscula. Em Língua Portuguesa escreve-se Setembro, com maiúscula.
Podem ler o artigo de Ana Paula Laborinho, neste link:
Como é que uma pessoa com tantos pergaminhos, andou (e continua) por aí a divulgar a mixórdia ortográfica em que se transformou a Língua Portuguesa, na sua forma grafada, e pior, a lançar o CAOS ortográfico, nas escolas Portuguesas?
É por isso, que se diz que: nem tudo o que reluz é ouro.
Hoje, nós, OS Portugueses, distanciamo-nos dos políticos, e celebramos também o Dia de Portugal, o NOSSO Portugal, não, o dos estrangeiros, e também o Dia das Comunidades Portuguesas, espalhadas pelos quatro cantos do mundo, que os políticos portugueses tanto desprezam, porque, NÃO honrando Portugal, como não honram, como podem honrar os Portugueses, que, na diáspora, vêem a sua Cultura, a sua História e a sua Língua tão DESPREZADAS pelos governantes, que, hipocritamente, descaradamente, andam por aí a mentir-lhes, vendendo-lhesgato por lebre, com a ilusão dos milhões?
A primeira referência conhecida do simbolismo festivo do dia 10 de Junho, dia da morte do Poeta, data do ano de 1880, num decreto real de Dom Luís I, que o proclamou como "Dia de Festa Nacional e de Grande Gala" para comemorar os 300 anos da morte de Luiz Vaz de Camões, em 10 de Junho de 1580.
Porquê “Língua de Camões”? Porque, na verdade, Camões foi considerado um revolucionário em relação à Língua Portuguesa culta da sua geração, trazendo à Língua inovações linguísticas, evidenciadas no Poema Épico «Os Lusíadas».
A este propósito, diz a investigadora Maria Helena Paiva:
«Os Lusíadas constituem um testemunho de primeira importância sobre uma mudança (linguística) em curso na época. Camões não se revela apenas como um homem do seu tempo cuja linguagem reflecte a variedade padrão, sobre a qual o corpus metalinguístico quinhentista fornece uma informação específica ao nível da consciência, da práxis escritural e da dimensão normativa. O aumento da amplitude da variação que o texto acusa não é só inerente à diversificação dos conteúdos, à pluralidade de vozes e à policromia de cambiantes. Camões identifica a tendência que prevalecerá no futuro, e extrai, daquilo que intui na língua, consequências detectáveis no plano da criação estética».
Hoje, celebramos também a Língua de Fernando Pessoa, Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz, Antero de Quental, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eugénio de Andrade, Padre António Vieira, Ferreira de Castro, Florbela Espanca, Natália Correia, Aquilino Ribeiro, Miguel Torga, António Lobo Antunes, Manuel Maria Barbosa du Bocage, Vitorino Nemésio, Raul Brandão, Altino do Tojal, Luísa Dacosta, Luís Rosa, Fernando Campos, Fernando Namora, Júlio Dinis, Mário de Sá-Carneiro, Luísa Costa Gomes, Gil Vicente, José Saramago, Vergílio Ferreira, Marquesa de Alorna, Teolinda Gersão, Deana Barroqueiro, Dom Dinis, Maria Velho da Costa, Hélia Correia, Ilse Losa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Cesário Verde, Fernando Dacosta, José Régio, Mário de Andrade, Maria Isabel Barreno, Amadeo de Souza-Cardoso, Santa Rita Pintor, Almada Negreiros, Afonso Lopes Vieira, Maria Gabriela Llansol, Alexandre O’Neill, Maria Judite de Carvalho, Bernardim Ribeiro, Camilo Pessanha, Maria Teresa Horta, Fernão Lopes, Herberto Helder, Garcia de Resende, José Cardoso Pires,Sá de Miranda, Teixeira de Pascoaes, Mariana Alcoforado e tantos, tantos outros, que não me vêm agora à memória.
Todos estes escritores, prosadores e poetas portugueses fizeram da Língua Portuguesa um Monumento à Arte de Bem Escrever a Língua que Dom Dinis, ele próprio um excelente Trovador, nos deixou, e constitui o nosso Património Cultural Linguístico, que os governantes acordistas, de má-fé e ignorantemente, estão a tentar destruir.
É bem verdade que a Língua Portuguesa gerou Variantes/Dialectos/Crioulos, como lhes queiram chamar, que hoje são usados nas ex-colónias portuguesas de África e América do Sul, e noutros territórios dos confins da Ásia.
Nessas Variantes/Dialectos/Crioulos foram escritas obras primorosíssimas, porém, o que hoje celebramos é a GENETRIZ de todas essas Variantes/Dialectos/Crioulos, para que se saiba que a Língua Portuguesa não pode setriturada, à mercê de gostos duvidosos e com base nos milhões, e continuar a ser chamada Portuguesa. Será portuguesa apenas por conveniências políticas, altamente lesivas dos interesses de Portugal.
Para celebrar a “Língua de Camões” escolhi este belíssimo poema musicado por Zeca Afonso (a política, aqui, fica de fora, se fazem favor), porque a nossa Cultura é feita de uns e de outros.
E VIVA a Língua Portuguesa!
Isabel A. Ferreira
Quadro pintado referente a Camões a’prisionado em Goa. Trata-se de uma pintura a guache, de 1556, considerada como retratando co veracidade o maior poeta lusíada.
Endechas a Bárbara Escrava
Endechas a uma cativa, chamada Bárbara, por quem Luiz de Camões andava de amores, na Índia
Um périplo pela absurdez de um “acordo ortográfico” que ninguém quis, ninguém pediu, e apenas os servilistas portugueses aplicam, em obediência cega aos ditadores que nos (des)governam.
Comecemos pelo que nos diz a livre-pensadora portuguesa Idalete Giga:
«Vivemos numa ditadura travestida de democracia(!). Um dos efeitos mais trágicos: o fosso entre ricos e pobres que é cada vez maior(!). São os pobres que, efectivamente, geram grande parte da riqueza e não usufruem dela.
Podemos perguntar: mas como dar volta a isto? Como iniciar uma política de redistribuição justa da riqueza.? Alguém sabe, perante o caos em que se encontra o mundo empestado de corrupção a todos os níveis? Enquanto o povo (aquele que trabalha) aceitar e fechar os olhos à corrupção, tudo continuará na mesma ou pior(!).
Sempre acreditei que tudo vai melhorar com as crianças que ainda não nasceram de pais não corruptos.... e numa Escola livre que dê iguais oportunidades a todas essas crianças … desde a pré-escola até à Universidade. inclusive.
Mas... o nosso sistema educativo, em Portugal é, desde há muito, especializado em desperdiçar talentos. Formatam-se as crianças para que não aprendam a pensar. A escola mata a espontaneidade, a imaginação, a criatividade da criança. Tudo converge para o facilitismo (o aborto ortográfico/90 é bem a prova disso), para a mediocridade, para o vazio mental. A Filosofia, que é tão importante para ensinar a pensar, foi praticamente banida das Universidades. Há uma verdadeira praga de . E porque continua Portugal a ser tão mal gerido? É proibido usar a inteligência. É proibido pensar.»
«O MUNDO NA PALMA DA MÃO À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE | pode vir a limitar as novas gerações à realização de tarefas básicas. Num mundo em que a evolução tecnológica acontece a uma velocidade supersónica a leitura continua a ser a melhor forma para a construção do cérebro. E nem sequer falo da manipulação de que são alvo a todos os níveis, desde que nascem, pela "ditadura" do algoritmo. Esta seria uma conversa para muitas horas ou dias.»
O que se anda a tramar por aí, e que os media portugueses não dizem
João Costa, Secretário de Estado Adjunto e da Educação, do governo socialista de António Costa prometeu que
«Portugal vai conscientizar professores sobre diversidade da língua e tolerância ao “brasileiro”» (título de um artigo de Gian Amato, publicado no Jornal online «O Globo»).
Ainda de acordo com João Costa, na prática, o primeiro passo tem sido dar formação sobre a diversidade e tolerância linguística [apenas em relação a alunos brasileiros e não em relação às outras nacionalidades, e são muitas] e este tem sido um foco de actuação do Ministério da Educação, que já tem investido muito na formação dos professores, mas talveztenham de investir mais neste tipo de acção.
No final do artigo, Gian Amato, acaba por dizer o seguinte: «Mesmo com a dissolução do Parlamento em dezembro, o governo manterá funcões. As novas eleiçõesestão programadaspara 30 de janeiro. Se o Partido Socialista (PS) permanecer no poder, a tendência é que o Ministério da Educação acelere as ações. A sigla dopremier António Costalidera as pesquisas.»
ATENÇÃO desacordistas!!!!! Pensem muito bem, antes de VOTAR no “premier” António Costa!!!!!
Uma pessoa, que quis o anonimato, que isto de vivermos numa ditadura disfarçada de democracia, pode levar a represálias ou penalizações, a propósito do que publiquei num texto, neste link
em que abordo esta matéria, que não vi tratada em nenhum órgão de comunicação social, deixou o seguinte comentário:
«Deve ser por isso que, nas escolas portuguesas, os professores estão a obrigar os alunos a utilizar o Google “Classroom” onde aparecem palavras como "compartilhar". Vergonha! Porquê este desprezo pelo modo como se escreve e fala em Portugal?»
Porquê este desprezo pelo modo como se escreve e fala em Portugal?
Eu respondi-lhe:
Primeiro: por uma gigantesca IGNORÂNCIA da Cultura, da História e da Língua Portuguesas, que os governantes portugueses, que devem milhares de Euros à racionalidade e ao sentido de Estado, mantêm, com a inexistência de políticas adequadas à evolução cultural, social e linguística de Portugal. Para os actuais governantes só lhes interessa os lugares a ocupar no Parlamento, as políticas económico-financeiras e servir os grupos de pressão económica, para assegurarem um “lugar ao sol” quando a Politiquice (repare que não me referi à ARTE POLÍTICA, da qual são totalmente desprovidos), já não lhes tiver mais serventia.
Segundo: por uma também gigantesca ESTUPIDEZ generalizada, que os governantes portugueses, que devem milhares de Euros à racionalidade e ao sentido de Estado, mantêm em banho-maria, para melhor subjugar o povinho tanso e manso, como lhes convém.
Terceiro: por um ainda mais agigantado COMPLEXO DE INFERIORIDADE. Como, devido às incapacidades intelectuais, que não foram adequadamente desenvolvidas, com um ENSINO inteligente, voltado para o SABER PENSAR, sentem-se pequenos diante de um gigante, que só tem tamanho. E um gigante que só tem tamanho pode ser facilmente neutralizado se se tiver a capacidade de usar a inteligência.
Quarto: porque já não se fazem HOMENS e MULHERES com sangue na guelra, começando pelo presidente da República Portuguesa, que dá entrevistas em BRASILEIRO, na própria sede da Presidência, e acabando nos governantes e parlamentares que, sendo desprovidos de sentido crítico, não se apercebem de que estão a ser comidos por lorpas.
Daí que não surpreenda que a nossa bela e rica Língua Portuguesa esteja a escorrer pelo cano de esgoto.
É pouco provável, até porque os protagonistas serão os mesmos (e já estamos fartos deles), mas esperemos que a luz da inteligência possa brilhar lá para os lados de São Bento e Belém, e mudar as mentes que o novo-velho Governo trará, porque mais do mesmo, acabará por afundar Portugal, mais do que ele já está afundado.
«O estúpido AO/90 foi a maior traição à Língua e Cultura Portuguesas. Foi e continua a ser um verdadeiro atentado terrorista contra a nossa alma colectiva como povo. Na nossa alma colectiva habita toda a riqueza mental e espiritual que foi crescendo ao longo da nossa História. Por que razão um punhado de aventureiros ignorantes e oportunistas quiseram matar a nossa alma colectiva?
Que cada um pense com a sua cabeça. Quando se quer destruir um povo para melhor o controlar e escravizar, os traidores começam por destruir a sua maior riqueza: a LÍNGUA MATERNA. Os que decidiram, por decreto, tentar matar a alma colectiva do povo português terão de pagar bem caro os erros tremendos que cometeram. Em Portugal há muitas ilegalidades que vão contra a nossa Constituição. O AO/90 impingido à administração pública e seguido por uma comunicação social acéfala, empresas com administrações interesseiras e cobardes, editoras oportunistas, uma imprensa católica seguidista, etc., etc., foi um crime de lesa pátria(!).
Felizmente que há muitas editoras e cada vez mais portugueses a escrever correctamente. Também o Jornal PÚBLICO não adoptou o miserável desAcordo. Parece que os acentos faziam comichão aos aventureiros idiotas que já referi e são muitos. O que foi modificado não tem pés nem cabeça e veio empobrecer a Língua Portuguesa. As Línguas sempre evoluíram, mas não desta forma absurda como o AO90 para agradar a um punhado de pulhíticos brasileiros e portugueses.
Infelizmente , há muita gente que tem os olhos fechados e, talvez por medo não sei de quê, não os quer abrir. Uma mente aberta é a característica mais reveladora de uma inteligência superior. Parece que os portugueses estão a atravessar um período negro em relação à sua antiga Sabedoria. Que ela desperte rapidamente para podermos limpar os miasmas que têm atrasado séculos o nosso País. Temos tudo o que é bom para sermos um dos Países mais avançados e desenvolvidos do mundo. Então porque razão vivemos neste marasmo, nesta cegueira de obedecer constantemente a governos tiranos? É HORA de ACORDAR!»
***
Ser ou não ser politicamente correcta, na questão da Língua Portuguesa, eis a questão…
George Orwell é um dos meus autores preferidos.
Estudei a obra dele, na sua Língua original. Captei-lhe o pensamento, mas também a alma, nas palavras que tão bem sabia usar.
Ele dizia que «if people cannot write well, they cannot think well, and if they cannot think well, others will do their thinking for them» - «se as pessoas não conseguem escrever bem, não conseguem pensar bem, e se não conseguem pensar bem, outros pensarão por elas». Obviamente.
Ele era daqueles Homens para quem as verdades eram para ser ditas, mas dizê-las exigia um preço, que ele, como todos os que ousam dizê-las e são livres, pagam conscientemente.
Escrevi uns textos, contendo umas verdades que, para os portugueses que não ousam, é politicamente incorrecto dizê-las alto. Verdades inconvenientes que é preciso calar, para que outros pensem por eles.
Publiquei-os nuns Grupos do Facebook, que se dizem anti-AO90, mas foram censurados. Para ser livre é preciso ousar. Mas em Portugal, quem ousa ousar, nesta questão da Língua?
Eu não tenho de ser politicamente correcta. Um livre-pensador não tem de ser politicamente correcto.
George Orwell não era. Eu também não sou, não que queira comparar-me a ele, ou imitá-lo. Quem sou eu!!!! Mas simplesmente porque gente como nós, que conseguimos escrever bem, também pensamos bem, e não permitimos que ninguém pense por nós.
Sim, sinto-me odiada por essa sociedade que se distancia da verdade. Mas que importância tem ser odiada por uma sociedade sem importância nenhuma?
«Com este tipo de politiquice o povo português caminha a passos largos para a extinção. Sempre se apoiou mais a aceitação da globalização e com ela a mão de obra externa vinda de povos cada vez em maior expansão. O nosso povo envelhecido e a necessitar de incentivos à natalidade, assiste adormecido ao fecho de escolas primárias, de maternidades, e já agora, porque não diluir a língua-mãe? Se este país pode abraçar toda e qualquer influência externa e esbater-se sem pudor, a nossa "língua-mater" também poderá tornar-se numa língua secundária, fruto da hegemonia de outros povos mais fortes vindos de África, América do Sul e Ásia. É assim que se extingue um povo.»
***
Sim, é assim que se extingue um povo. Verdade. É também verdade que quem nos (des)governa está a fazer tudo, TUDO, TUDO, TUDO, para extinguir o Povo Português.
E nesta nossa República das Bananas, o Povo Português, embalado pela canção do bandido, dorme, à sombra das bananeiras, tão profundamente, que nem se dá conta de que também está a ser comido por lorpa.
O que será que os governantes portugueses, que teimam em manter o AO90, ainda não entenderam?
«O Desacordo” é um texto deAntónio Bagão Félix, publicado na rubrica da sua página do Facebook:
EM PORTUGUÊS
47
𝑀𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑝𝑎́𝑡𝑟𝑖𝑎 𝑒́ 𝑎 𝑙𝑖́𝑛𝑔𝑢𝑎 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑔𝑢𝑒𝑠𝑎
Fernando Pessoa
***
Quantas pessoas mais serão precisas, para esmiuçar a já muito esmiuçada inutilidade do AO90, para que os governantes portugueses, que teimam em manter esta aberração, acabem com a sua infantil casmurrice e libertem Portugal deste pesadelo?
1. Escrevo sobre o famigerado “Acordo Ortográfico” (AO90). Por não ter funções no Estado ou em entidades que se obrigaram a adoptar o AO90, não estou sujeito à violência do seu cumprimento e jamais abdicarei de exprimir o meu direito a indignação, ainda que "romântico".
Eis um assunto que deveria exigir um consenso tão alargado quanto possível. Mas, por omissão, indiferença, desleixo, preguiça, ou seja, lá o que for, tem recebido dos poderes (actual e anteriores) um alheamento e passividade inconcebíveis, apesar de muitas iniciativas de cidadãos, designadamente junto da Assembleia da República. Os partidos ignoram olimpicamente a questão (com a excepção do PCP) e o Presidente da República, que se pronuncia e exerce a sua importante magistratura em tantos assuntos, tem preferido passar ao lado do tema. Um silêncio perverso tem sido a regra imposta diante de um assunto que é considerado como quase marginal, apesar de todos os encómios quando, politicamente, se fazem oratórias sobre o papel do idioma português. A maior parte das editoras apressou-se a subjugar-se acriticamente aos ditames do estado linguístico impositivo. Muitos media - mais 𝑎𝑐𝑜𝑟𝑑𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠 do que o acordo - têm, também, evitado dar voz a movimentos, testemunhos e análises desfavoráveis ao AO90.
É lamentável, ou mesmo indecente, o défice do seu escrutínio público. Isto apesar de entidades de reconhecido peso institucional e profissional manifestarem, de há muito, as suas perplexidades e dúvidas. Falo, p. ex., da Academia das Ciências de Lisboa, da Sociedade Portuguesa de Autores, da Associação Portuguesa de Tradutores, da Associação Nacional de Professores de Português. Falo ainda de muitos escritores, académicos, linguistas diplomados e meros amadores (em que o autor se inclui), naturalmente respeitadores do velho preceito do grego Apeles: “𝑁𝑒𝑠𝑢𝑡𝑜𝑟𝑢𝑙𝑡𝑟𝑎𝑐𝑟𝑒𝑝𝑖𝑑𝑎𝑚” …
2. O AO90 é o acordo do desacordo. Divide, em vez de unir. Faz divergir, em vez de homogeneizar. Empobrece quando elege a unicidade da prevalência do critério fonético como base da mudança (em detrimento da preservação da sua raiz etimológica), em vez de enriquecer na diversidade e na dinâmica (sobretudo lexical) de uma língua viva.
O AO90 é também um conglomerado anacrónico e ambíguo de facultatividades absurdas. De tal forma que, em muitos casos, gerou situações de palavras que, em Portugal, se passaram a escrever e pronunciar como no Brasil, e neste país se grafam e pronunciam como por cá era antes do AO90! Cito um elucidativo exemplo que vi referido num artigo de opinião: um hipotético curso designado “Electrónica e Electrotecnia” pode ser escrito com 32 combinações diferentes!
Recordo que, na apressada Resolução do C. Ministros de 8/2011, se argumentou que o AO90 iria “garantir uma maior harmonização ortográfica entre os oito países da CPLP”, considerada “fundamental para que os cerca de 250 milhões de falantes nos países de língua oficial portuguesa (…) possam comunicar utilizando uma grafia comum”.
E o que temos visto? Confusão linguística, trapalhada crescente, imaginação ignorante e Angola e Moçambique e outros países lusófonos sem ratificarem o acordo. Tudo, menos a tal “harmonização”.
3. O português, como a 5ª língua nativa no Mundo, tem beneficiado da sua diversidade lexical, sintáctica e semântica, num contexto de globalização de relações, culturas e negócios. O intercâmbio de programas televisivos, em especial de telenovelas, é a prova real da sua riqueza linguística.
Alguém imagina os países de língua inglesa a celebrar um acordo para unificar, por decreto, as suas 18 variantes ortográficas (desde logo, entre a Grã-Bretanha e os EUA), ou as 21 variantes de castelhano ou as 15 do francês?
4 - Entre os argumentos pró-AO90, saliento três: o de já não se poder voltar atrás, pela confusão e gastos que seriam gerados; o de não haver necessidade de continuar a usar as consoantes mudas; e o de acabar com alguns acentos para facilitar a aprendizagem da língua.
Quanto ao primeiro, é o velho argumento do facto (ou fato?) consumado. Ou, como agora sói dizer-se, do “não há alternativa”. O AO90 é mau - diz-se - mas nada a fazer. É um argumento atávico, de desistência e de visão redutora de curto-prazo. Há problemas na mudança? Claro que sim, mas não podemos agir em função da conveniência do momento, do facilitismo e do “deixa-andar”.
Quanto à degola inocente de consoantes mudas, observa-se um caos. Em muitos casos, não respeitando a etimologia, muitas vezes comum a outras línguas (p. ex., actor, factor, sector…), e permitindo a ambivalência de critérios e a deriva de todo inaceitável do próprio AO90 em Portugal (facto, 𝑓𝑎𝑡𝑜; pacto, 𝑝𝑎𝑡𝑜; contacto, 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑡𝑜; etc.). Já o h no início de uma palavra – a mais muda consoante do nosso alfabeto - subsiste enquanto grafema, dizem os ideólogos do AO, por razões etimológicas.
Noutros casos de mudez da consoante, este fundamento não interessa, mas no h já é decisivo, ainda que, no Brasil, não seja bem assim (por ex., 𝑢́𝑚𝑖𝑑𝑜). Haja coerência! Claro que homem sem h, seria uma pena impedindo a existência de homens com H grande. E uma hora H, sem o inicial h? seria “a ora O”?...
Por fim, a supressão de alguns acentos – dizem – é para tornar mais acessível o ensino do português e não maçar muito os (pobres) alunos. Quer dizer, um AO para tornar a gramática mais lúdica e prolongar a indigência gramatical que grassa e se vai tornando a norma. E, por certo, meio caminho andado para facilitar a osmose entre a “língua das mensagens e redes sociais” e a nova grafia. Notável!
5. Com base nesta amálgama ortográfica entre o previsto no AO90 e a “terceira via” inventada por cada qual (que até já vi ensinada!), ficcionei um texto-caricatura para ilustrar este absurdo que o acordo fez desabar sobre a nossa língua escrita. Além das suas aberrações endógenas e de toda a gama de facultatividades, há cada vez mais erros (assinalados com *) resultantes da total confusão do “pós-acordismo”, que todos os dias lemos nos jornais e televisões e até no respeitável Diário da República. Ei-lo:
Não andam ambos a arrastar-se aos pés do gigante brasileiro, no que ao AO90 diz respeito? Não andou Marcelo a fazer rapapés a Lula da Silva, promotor do AO90, e inimigo de Bolsonaro, o qual (Lula) numa viagem a Espanha, disse alto e em bom som que se havia corrupção no Brasil a CULPA era dos Portugueses?
E andam os governantes portugueses a bajular estas personagens, que se estão nas tintas para Portugal, para os Portugueses e para a Língua Portuguesa!
O que espero agora é que ambos tenham aprendido a lição e deixem de fazer salamaleques ao Brasil (*) e devolvam a Portugal a ortografia que nos representa: a PORTUGUESA, a de 1945.
(*) Quando me refiro ao "Brasil" não estão aqui incluídos TODOS os Brasileiros, obviamente, mas apenas os POLÍTICOS e os seus subjugados, que espalham uma ignorância gigantesca pela Internet, pelo YouTube no que respeita a Portugal e aos Portugueses, envergonhando o Brasil.
Toda esta questão da Língua e a relação Brasil/Portugal é uma questão meramente de política marxista mal-amanhada, e de políticos portugueses muito subservientes.
Os nossos governantes arrastam-se aos pés dos políticos brasileiros que nos pisam há bastante tempo, e surpreenderam-se com o que se passou no almoço de Estado?
E mais, no dia em que em Portugal se soube que Bolsonaro havia ganho as eleições, Marcelo Rebelo de Sousa acerca disso disse: «Isto é uma MÁ notícia». Depois, com a maior lata, foi à tomada de posse de Bolsonaro. E é óbvio que Bolsonaro soube deste dito de Marcelo, que nesta última viagem ao Brasil, foi fazer salamaleques ao Lula, e à reinauguração do Museu da Língua Portuguesa onde todas, todos e todes estavam presentes, excepto Bolsonaro, que se esteve nas tintas para a cerimónia da atribuição da primeira Medalha de Camões (pobre Camões!) a um Museu que guardará o AO90 e a linguagem neutra, mas não a Língua Portuguesa.
A terminar esta visita ao Brasil, Marcelo e Santos Silva, apesar da desfeita no Museu, aceitaram ir ao almoço de Estado, onde se sentiram constrangidos, com a linguagem livre de Bolsonaro.
Esperavam o quê? Serem recebidos com pompa e circuntância?
Há erros que se pagam muito caro.
E mais caro irão pagar o facto de estarem a contribuir para a destruição da Língua Portuguesa.
Infelizmente, em Portugal, os crimes de lesa-infância não se reduzem apenas a esta imposição absurda, de obrigarem as crianças a escrever “incurrêtamente” a Língua Materna delas. A fome, a pobreza extrema, as violações, a pedofilia, os assassinatos (demasiadas vezes perpetrados pelos progenitores), as desigualdades abismais, tudo isto são crimes inadmissíveis, numa sociedade do século XXI d. C..
No entanto, hoje, neste Blogue, ater-me-ei ao crime da Língua mal-ensinada, nas escolas portuguesas, com o aval de TODOS os governantes e do Presidente da República Portuguesa.
No outro meu Blogue, abordei os restantes crimes, perpetrados contra as crianças, que podem ser consultados neste link:
«As vítimas e os alvos dos conspiradores do AO90 não somos nós: são as criancinhas que não sabem defender-se» é um texto de Miguel Esteves Cardoso, reproduzido mais abaixo, datado de 2015, infelizmente, ainda muito actual, porque nada foi feito no sentido de pôr fim ao linguicídio e ao crime de lesa-infância que está a ser cometido, impunemente, por governantes, professores e pais.
É com ele que que “celebro” este dia dedicado às crianças, porque celebrar o Dia da Criança, com festas e festinhas, prendas e prendinhas, não as ajudará a NÃO SEREM as analfabetas funcionais do futuro, mal que não desejo para a nenhuma criança portuguesa.
Daí que seja urgente que se comece a dizer às crianças portuguesas, que estão a escrever à brasileira, e tal ortografia nada tem a ver com Portugal e com as raízes europeias da Língua Materna delas.
A Língua das crianças portuguesas é a Língua Portuguesa, com todas as letras no seu devido lugar, como no Inglês, por exemplo, Língua que muitas crianças portuguesas estão a aprender nas escolas, como segunda Língua, e baralham-se tanto ao ponto de já terem questionado: «Por que em Inglês se escreve direCtor, aCtor,objeCt, aspeCt, inseCt, colleCtion, adoPt, affeCtion, colleCtive, dialeCt, direCt, correCt,inspeCtor (etc.) e em Português (aquele que lhes estão a impingir nas escolas portuguesas), se escreve diretor (dir’tor), ator (âtor), objeto(objêto), aspeto (aspêto), inseto (insêto), coleção (col’ção), adotar (adutar), afeto (afêto), coletivo(col’tivo), dialeto (dialêto), direto (dirêto), correto (corrêto), inspetor(insp’tor), (etc.)?
(O que está entre parêntesis é o modo de ler das crianças que aprendem Inglês, porque elas não são estúpidas, como os governantes pretendem que elas sejam).
A esta pergunta simples e lógica há que responder-lhes, como eu já respondi à minha neta: «Em Inglês escreve-se desse modo, porque os governantes ingleses sabem Inglês, respeitam e defendem a Língua Inglesa, e não se subjugam ao linguajar da maior (territorial e populacionalmente) das suas ex-colónias - os Estados unidos da América; e em Português escreve-se e lê-se desse modo, porque os governantes portugueses não sabem Português, não respeitam, nem defendem a Língua Portuguesa e subjugam-se ao linguajar da maior (territorial e populacionalmente) das suas ex-colónias - o Brasil».
As crianças portuguesas, ao contrário do que os governantes portugueses acham (porque se conseguissem pensarachariam outra coisa) não são estúpidas e compreendem perfeitamente o que está a passar-se, basta explicar-lhes, tintim por tintim, a questão das três linguagens aqui envolvidas: a Língua Inglesa, a Língua Portuguesa e a ortografia brasileira.
Foi o que já fiz em relação à minha neta. E ela, obviamente, porque não é estúpida, entendeu perfeitamente, e perguntou: «Então estamos a aprender a escrever errado?».
Eu - «Erradíssimo».
Ela - «E agora?»
Eu - «E agora? E agora, mais dia, menos dia, irás aprender a escrever usando a tua Língua Materna, correCtamente (e vinquei bem o C), porque num futuro próximo, quando fores mais crescida, não pretenderás escrever incorreCtamente a tua própria Língua, que é uma Língua europeia e culta, trocando-a por uma ortografia sul-americana, que nada tem a ver com a Europa; e também a escrever correCtamente a Língua dos Ingleses, que não é a tua Língua, e também é uma Língua europeia e culta».
Fez-se um certo silêncio.
Contei-lhe, então, a minha história: a de ter aprendido a ler e a escrever no Brasil, à moda do Brasil, ou seja, usando a ortografia que agora estão a obrigá-la a aprender na escola, embora ela não esteja no Brasil; mas eu, era lá que me encontrava, desde os dois anos, e não tive outra opção. Com oito anos regressei a Portugal, e tive de reaprender a ler e a escrever a minha Língua Materna; e mais duas vezes fui e vim, vim e fui, e mais duas vezes tive de escrever e reescrever a Língua à moda do Brasil, e à moda de Portugal, durante a infância, a adolescência e parte da juventude.
Mas quando se é criança aprende-se e desaprende-se tudo muito facilmente. Só quem não está atento ao desenvolvimento das crianças, só quem não sabe nada sobre crianças, é que não sabe disto, o que parece ser o caso dos governantes portugueses e dos acordistas.
Portanto, os pais ou avós que se interessem realmente pelas suas crianças, devem dizer-lhes que estão a aprender a escreverincorreCtamente a Língua Materna delas, mas deverão aprender a escrevê-la correCtamente, fora da escola (na escola, por incrível que pareça, penalizam as crianças que escrevem correCtamente a sua Língua Materna) porque não seria justo saberem escrevera Língua Inglesa, com todas as letras que não se pronunciam (e são bastantes) e serem capazes disso; e não escreverem a Língua Portuguesa, com todas as letras que não se pronunciam, apenas porque um punhado de ignorantesas consideram mais estúpidas do que as crianças inglesas.
E isto não se faz.
As nossas crianças não merecem tamanha desconsideração.
Miguel Esteves Cardoso abordou esta problemática de um modo excePcional, e só posso fazer minhas as suas palavras.
Isabel A. Ferreira
****
Texto de Miguel Esteves Cardoso
O segundo acto
«Daqui a 50 anos, em 2065, quase todos os opositores do analfabeto Acordo Ortográfico estarão mortos. Em contrapartida, as crianças que este ano, em 2015, começaram a ser ensinadas a escrever tortograficamente, terão 55 anos ou menos. Ou seja: mandarão no país e na língua oficial portuguesa.
A jogada repugnante dos acordistas imperialistas — ignorantes e cada vez mais desacompanhados pelas ex-colónias que tentaram recolonizar ortograficamente — terá ganho tanto por manha como por estultícia.
As vítimas e os alvos dos conspiradores do AO90 não somos nós: são as criancinhas que não sabem defender-se. Deseducando-as sistematicamente, conseguirão enganá-las facilmente. A ignorância é a inocência. Pensarão, a partir deste ano, que só existe aquela maneira de escrever a língua portuguesa.
Os adversários morrerão e predominará a inestética e estúpida ortografia de quem quis unir o "mundo lusófono" através de um Esperanto lusográfico que não tem uma única vontade colectiva ou raiz comum.
Como bilingue anglo-português, incito os jovens portugueses que falam bem inglês (quase todos) a falar português com a exactidão fonética, vinda do bom latim, da língua portuguesa. Eu digo "exacto" e "correcto" como digo "pacto" e "concreto". Digo "facto" como fact, tal como "pacto" como pact.
Falar como se escreve (ou escrevia) é um acto de rebeldia. Ler todas as letras é libertador. Compreender a raiz das palavras é conhecê-las e poder tratá-las por tu.
A autora deste Blogue não adopta o “Acordo Ortográfico de 1990”, por recusar ser cúmplice de uma fraude comprovada.
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ACORDO ZERO é uma iniciativa independente de incentivo à rejeição do Acordo Ortográfico de 1990, alojada no Facebook.
Eu aderi ao ACORDO ZERO.
Sugiro que também adiram.