O título desta publicação é um excerto de um dos comentários com que pessoas lúcidas brindaram Ascenso Luís Simões, deputado socialista, na Assembleia da República, e só podia ser socialista (pois não se arrogam os "donos" da Língua?) para escrever tamanha calinada no Twitter, conforme podem confirmar neste link:
Como se em Portugal não houvesse pessoas PENSANTES, e todos fossemos muito parvos, para engolir as patranhas dos que querem levar adiante a negociata fraudulenta que envolve o AO90, e que os socialistas querem, porque querem, manter, por motivos obscuros, como todos nós sabemos.
Mas enganam-se.
Há gente atenta ao “AO90 Leaks”, que é tão “leaks”, como todas as outras vigarices que andam por aí a ser divulgadas.
O cerco aperta-se.
Os comentários ao Twitter do deputado socialista representam o pensar dos milhões de escreventes de Língua Portuguesa, que não se revêem nesta coisa ranhosa (*) chamada AO90.
Senhor Ascenso Luís Simões, vai desculpar-me, mas isto não pode ser dito de outra maneira: dizer que a Língua Portuguesa não pode ficar agarrada a uma visão e a um tempo marcados pelo colonialismo, é passar um atestado de ignorância a si próprio, pois demonstra um descomunal desconhecimento da Língua e da História Portuguesas, do tempo e da visão, nomeadamente da época colonialista(**). Que pobreza! Que tristeza!
Não fica nada bem a deputados da Nação, andarem por aí a debitar ignorâncias, que passam de boca em boca, sem a mínima filtragem, sem a mínima preocupação de se certificarem de que o que dizem corresponde à exactidão dos factos, repetem os disparates que uns vão passando aos outros, tal como papagaios, numa tentativa obtusa de tornarem essas ignorâncias em verdades.
E isto não fica nada, nada, nada bem a deputados da Nação e a governantes. Ao menos tentem esclarecer-se, junto de quem sabe, para não passarem vergonhas.
(*) Coisa ranhosa, em linguagem informal, significa que é de má qualidade ou está em mau estado, algo que assenta como uma luva ao (des)acordo ortográfico de 1990. A Língua Portuguesa é riquíssima. Destruí-la é destruir um dos nossos maiores tesouros. E o Dr. Malaca Casteleiro deixou de ser um grande linguista no momento em que se vendeu ao Brasil. E o que fica dele é o seu contributo, de má memória, por tentar destruir a grafia portuguesa que como filólogo também deveria saber que não era mutilável. E pensar que foi pelas mãos de um "linguista" e "filólogo" que a Língua Portuguesa foi ameaçada de destruição! Foi ameaçada, não destruída, porque não vamos permitir tal destruição.
(**) Não querem uma ortografia do tempo colonial, mas querem a actividade selvática das touradas, do tempo da monarquia.
Isabel A. Ferreira
. «O desacordo ortográfico ...