Sempre foi assim, desde as minhas andanças por terras do Brasil.
A questão é: porquê ainda tem de ser assim, passados tantos anos?
Não há qualquer motivo, para que seja assim, mas sendo, e como quem não se sente, não é filho de boa gente, nem honra o País da sua origem, nunca deixei, nem deixo barato as falsidades e as afrontas à Cultura, à Língua e à História portuguesas.
E desta vez não foi diferente. Recebi dois comentários afrontosos, e o que fiz foi simplesmente defender a minha Bandeira – a Portuguesa.
Fiz mal?
Isabel A. Ferreira
Carlos comentou o post Portugal e Brasil: dois países, duas línguas... às 11:00, 14/05/2021 :
***
Carlos, vou ater-me, também de forma respeitosa, mas muito realista, apenas ao seu último parágrafo = trivial discurso de um brasileiro que se preza de o ser: «Só gostaria (ou gostava) de deixar uma dica, de forma respeitosa e sátira, em breve o Brasil vai colonizar Portugal que Portugal passará a se chamar "Brasil do Norte" e ainda falará o idioma "brasileiro de Portugal". Brincadeiras a parte, grande abraço e bom trabalho.»
Satírico ou não, brincadeiras à parte, ou não, o Carlos diz que gostaria (tempo futuro) ou gostava (tempo passado) de deixar uma dica, a dica que tantas vezes EU, nas minhas andanças pelo Brasil, num PASSADO, já bem passado, ouvi demasiadas vezes, para acreditar que num futuro, que já é PRESENTE, poderia acontecer: o de, um dia, Portugal poder ser colonizado pelo Brasil, a modos de vingança, por não se designar Inglaterra. O que ainda não se sabia era como o fazer.
Mas lá chegou um tempo em que os marxistas brasileiros, eivados de um ódio lunático por tudo o que soe a colonial, colonialismo e colonizadores, lembraram-se de estroncar a História comum aos dois países, pulverizando-a com asquerosas mentiras, que introduziram nas Escolas (que eu frequentei), começando aqui a vingança; e colonizar Portugal através da destruição da Língua Portuguesa, a qual Antônio Houais se apressou a deslusitanizar (o termo é dele).
Entretanto, o sonho da “Língua Brasileira”, preconizado por alguns intelectuais brasileiros, num passado distante, acordou do sono profundo em que estava mergulhado, quando uns tantos idiotas, entre pseudo-linguistas, políticos ignorantes e editores mercenários, engendraram e puseram em marcha o Acordo Ortográfico de 1990, pensando com isso que iriam “conquistar” Portugal, esquecendo-se que nem Napoleão Bonaparte, que fez três tentativas, o conseguiu. E o que os bravos Portugueses de antanho fizeram com os generais de Napoleão, os bravos Portugueses hodiernos continuarão (porque a acção já começou) a fazer com os novos candidatos a colonizadores.
E eis-nos chegados ao tal futuro, que já é presente, onde se estrebucha para manter essa colonização de Portugal, através da Língua, que, por CONVENIÊNCIA, ainda se chama portuguesa, mas que os Brasileiros, logo que possam, mudarão para BRASILEIRA.
Todos sabemos que esse dia chegará, entretanto, Portugal libertar-se-á dos colonos brasileiros e deixá-los-á livres e felizes com a VARIANTE BRASILEIRA do idioma português, e a Língua Portuguesa regressará às suas origens, ao seu território ibérico, dure o tempo que durar esse regresso, porque nos corre nas veias o sangue dos nossos bravos antepassados, que nunca permitiram que nem Castelhanos, nem Franceses, nem Ingleses, usurpassem o pequeno (apenas territorialmente) País que nos deixou Dom Afonso Henriques, mas que, infelizmente, os esquerdistas portugueses também eivados de um ódio lunático por tudo o que tornou Portugal GRANDE aos olhos do mundo, querem destruir, para, muito subservientemente, servirem interesses estrangeiros.
Um grande abraço, também para si.
Isabel A. Ferreira
***
- - - - - respondeu ao seu comentário no post «Opinião sobre “Contestação do Livro “1808” de Laurentino Gomes” de autoria de Isabel A. Ferreira» às 10:02, 14/05/2021 :
***
Gostaria de trocar ideias com quem tivesse um nome.
Não é o caso, ainda assim, vou responder, porque este comentário está eivado do ódio dos marxistas brasileiros, por tudo o que é colonial, colonialismo e colonizadores, então lembraram-se de estroncar a História comum aos dois países, pulverizando-a com asquerosas mentiras, como as que aqui relata, as quais introduziram nas Escolas brasileiras (que eu frequentei, por isso SEI), começando aqui a vingança, por Portugal não se designar Inglaterra.
Quando o Brasil se tornou independente, ficou INDEPENDENTE, e isto significa que os brasileiros poderiam ter acabado com a mentalidade colonizadora, mas não tiveram CAPACIDADE para o fazer. E a culpa NÃO É dos Portugueses hodiernos.
Seja quem for que está por traz deste comentário diz que é «extremamente contra julgar o passado através dos valores éticos e morais da actualidade, e não fez mais do que julgar esse passado à luz dos valores do tempo hodierno, ao dizer que é mais contra «quem não assume os erros cometidos no passado». Quais erros é que os Portugueses da actualidade cometeram, num passado que nem sequer viveram? Num passado em que todos os colonizadores colonizavam quase do mesmo modo, e digo quase, porque os Portugueses foram os menos agressivos, os menos carniceiros.
De que INVASÃO do Brasil fala? Isso é linguagem de marxista IGNORANTE, porque os há com sabedoria. O Brasil foi invadido por Holandeses, Franceses, Ingleses, mas NUNCA por Portugueses. Não sabia? Então fique a saber.
A história que vos contam nas mal-amanhadas escolas brasileiras é uma história de carunchinhos, muito eivada de uma ignorância, da mais pura. Devia ter vergonha de envergonhar o Brasil com a sua desmedida ignorância.
O Brasil pós-independência foi afectado, sim, mas pela INCOMPETÊNCIA dos que não souberam aproveitar essa LIBERTAÇÃO, para se verem livres do jugo do colonizador. Em vez de aproveitarem a libertação, encolheram-se num complexo de colonizados, o complexo de inferioridade, o complexo de vira-lata (de que fala Nelson Rodrigues) que vos incapacitou de CRESCEREM como país e como povo. Agora querem pôr a culpa aos colonizadores? Olhem por vós abaixo. Vejam o que estão a fazer aos indígenas: invadem a terra deles, como se fossem os novos colonizadores, os verdadeiros INVASORES. Ao menos os portugueses nunca os expulsaram das suas terras. Os verdadeiros DONOS do Brasil são os indígenas. Os outros, vocês, vieram por acréscimo.
A sua insistência na INVASÃO do Brasil é demonstrativa de uma ignorância atroz. Quando os Portugueses chegaram às terras, que depois baptizaram de Terras de Santa Cruz, o BRASIL NÃO EXISTIA. Nem o Brasil nem os brasileiros, que hoje atacam os indígenas e lhes querem tomar as terras, que são deles, por DIREITO. Isso não vos ensinam nas escolas? Mas deviam ensinar.
Nenhum português hodierno se enaltece por aquilo que eram os VALORES daquela época, e válidos para TODOS os outros povos colonizadores. Mas, a inteliêngia diz-nos que por muito bárbaros que tivessem sido os antepassados, nada podemos fazer para mudar ESSA barbárie, a não ser NÃO a repetir.
Nós ORGULHAMO-NOS pelo nosso feito de dar novos mundos ao mundo, não nos orgulhamos das barbaridades cometidas por TODOS os que colonizaram territórios nessa época: Ingleses, Holandeses, Franceses, Espanhóis (só estes EXTERMINARAM três civilizações avançadas, da época: a Inca, a Asteca e a Maia). Não nos orgulhamos dos extermínios de povos, mas não fomos NÓS que os cometemos.
Olhe, vá estudar HISTÓRIA do Brasil nos livros escritos por HISTORIADORES, e não nos livros escritos por imbecis ignorantes, que não têm a mínima noção da infinitude da ignorância deles.
Só quando os brasileiros ignorantes (porque os há com Saber) se dignarem a estudar a HISTÓRIA tal como ela é, e não através da lupa fosca de marxistas ignorantes, talvez a relação Brasil/Portugal possa levar outro rumo.
Ah! E não se esqueçam: DEIXEM de INVADIR (aqui sim, o termo é este) os territórios dos INDÍGENAS BRASILEIROS, os verdadeiros donos desses territórios, dos quais os Portugueses nunca os expulsaram. Deixem os Indígenas em paz. Estamos no ano 2021 d. C., e não no ano 2021 a. C.
E quando quiser comentar, sugiro que vá à certidão do seu nascimento, (se é que a tem) e veja o nome que lá consta, para o USAR com legitimidade, nos comentários.
E saiba que a sua falta de discernimento e saber, neste comentário, é um INSULTO ao Brasil e ao Povo Brasileiro INSTRUÍDO.
Isabel A. Ferreira
Nem o Rei mais avoado, cometeu a insensatez de estrangeirar a Língua herdada de Dom Diniz, o Rei Trovador. Nenhum dos mais incompetentes governantes republicanos jamais se rebaixou ao poder estrangeiro. Tinha de vir um socialista (José Sócrates) e um social-democrata (Cavaco Silva) já na era pós-25 de Abril (que se arma em democrata), para substituir a grafia portuguesa, pela grafia de uma ex-colónia que desprezou a língua que herdou, mutilando-a e desenraizando-a das suas nobres origens europeias.
Vem isto a propósito do comentário que recebi de Sérgio Lopes, ao meu texto «(Des)concerto de Ano Novo».
Sérgio Lopes comentou o post (Des)concerto de Ano Novo às 00:26, 03/01/2020 :
Isabel, pode fazer chegar ao Senhor ministro mais isto, sff? https://www.ufmg.br/online/arquivos/015374.shtml
|
***
Caro Sérgio Lopes,
Não sei a que senhor ministro se refere. O primeiro-ministro? O dos Negócios (DOS) Estrangeiros? O da (Des) Educação? Na dúvida, faz-se chegar isto a todos. E a mais alguns.
Não sei se tudo o que lhes envio é lido por eles ou não. Alguns têm a amabilidade de me responder. Outros, não. Tenho cá para mim, que talvez leiam, quando muito, por mera curiosidade. Se lêem e levam em conta o que lhes envio, isso é outra história.
Mas o que lhe quero dizer, caro Sérgio Lopes, é que é devido aos “marios perinis” brasileiros que se escreve e fala tão mal no Brasil. (Atenção! E isto não é ser xenófoba ou racista, como os ignorantes gostam de me taxar. Isto é relatar um facto. Certo?).
Esses “marios” transformaram o que ainda chamam “Português” (porque lhes dá jeito, para parecer que têm um idioma a sério) numa linguagem que já não é a portuguesa. Nem pouco mais ou menos.
Todos os que estudam Línguas estrangeiras (Inglês, Francês, Alemão, Castelhano) estudam a GRAMÁTICA como ponto fundamental de partida para uma LINGUAGEM ESCRITA ESCORREITA, porque é a escrita (e não a oralidade) que fixa o pensamento, algo que no Brasil se perdeu por completo. Nenhum país com uma Língua Íntegra, abdica da aprendizagem da Gramática. Nenhum. E todos fixaram a Língua.
Apenas países, com índices elevados de analfabetismo, como é o caso único do Brasil e de Portugal, se atiram para a triste aventura de simplificar o estudo da Língua, apenas porque ao Povo, conduzido por políticas e políticos culturalmente pobres e ignorantes, não lhe deram oportunidade de desenvolverem capacidades intelectuais para uma primorosa aprendizagem. E isto só acontece no Brasil e em Portugal. Em mais nenhum país do mundo civilizado.
O Brasil abdicou do estudo do Português e da Gramática (que foram substituídos pela disciplina «Comunicação e Expressão» paupérrima em saberes), simplesmente porque está-se nas tintas para a Língua herdada do colonizador, a pedra no sapato dos brasileiros que sofrem da “síndrome do colonizado”, e apenas destes, o que os impede de avançar culturalmente, mas não só. Os “marios”, que espigam no Brasil como uma lepra, não contentes com os estragos que já fizeram no que respeita à Língua herdada do repudiado colonizador, pretendem estender esses estragos à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Mas não vão conseguir.
São os que sofrem da “síndrome do colonizado” que suspiram por algo que nunca acontecerá: «Se tivéssemos sido colonizados pelos Ingleses seríamos os Estados Unidos da América do Sul…». Este sonho americano dos “marios” está assente numa gigantesca ignorância. Aos “marios” da Língua juntam-se os “marios” da História que, no Brasil, é ministrada de um modo completamente pervertido, induzindo os desventurados alunos a monumentais erros, que depois espalham por aí (a Internet está cheio deles) numa lamentável demonstração de ignorância, também monumental, sobre a realidade histórica, que não pode ser sonhada, mas tão-só admitida tal como ela foi. Não podemos reescrever a História, tal como ela aconteceu. O que podemos é aprender com os erros da História, para não os repetir no futuro.
Lamento muito que, passados tantos anos, desde que frequentei escolas brasileiras, nada tenha mudado para melhorar o Ensino, muito pelo contrário, comprovo que tudo piorou desastrosamente.
O Brasil, sendo um país grande, jamais será um grande país, enquanto não aceitar o seu passado português e a História comum a todos os países colonizadores. Enquanto não aprenderem que a HISTÓRIA não se faz sobre aquilo que nós gostaríamos que tivesse acontecido, mas sobre a realidade que caracteriza cada época.
Os Brasileiros desconhecem que, de todos os povos colonizadores (Espanhóis, Ingleses, Franceses, Holandeses), os Portugueses foram os menos cruéis, os menos destruidores, os menos racistas, e os que deixaram um maior legado cultural, algo que os Brasileiros pós-1822, não souberam absorver nem valorizar, fechando-se, infortunadamente, no seu “complexo de vira-lata”, conforme lhe chamou o dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, o que os impediu de crescer.
Portanto, meu caro Sérgio Lopes, mandarei esta resposta ao seu comentário, a todos os ministros, para que eles próprios possam tirar ilações e escrever, ao menos, uma página sem nódoas, na nossa História Coeva, extinguindo aquele que foi o maior erro histórico, desde a fundação de Portugal.
É que nem o Rei mais avoado, cometeu a insensatez de estrangeirar a Língua herdada de Dom Diniz, o Rei Trovador. Nenhum dos mais incompetentes governantes republicanos jamais se rebaixou ao poder estrangeiro.
Tinha de vir um socialista (José Sócrates) e um social-democrata (Cavaco Silva) já na era pós-25 de Abril, que se arma em democrata, para substituir a grafia portuguesa, pela grafia de uma ex-colónia que desprezou a língua que herdou, mutilando-a e desenraizando-a das suas nobres origens europeias.
Por conseguinte, meu caro Sérgio Lopes, dispensamos todos os “marios”.
Isabel A. Ferreira
Exórdio:
Não sendo fácil exercer a profissão de Professor em Portugal, não é impossível exercê-la em sã consciência, e com uma responsabilidade incólume que legitime a confiança e respeito que lhe são devidos.
Em Portugal, não há imperadores, mas há professores que se vergam a governantes que não sabem nem o que fazem, nem o que dizem, e muito menos não imaginam a ignorância que estão a impôr aos Portugueses, não por decreto, mas por uma simples Resolução do Conselho de Ministros, que não tem valor de Lei...
Caros ex-colegas:
Já farta de ver triunfar as nulidades;
Já farta de ver a Língua Portuguesa amarfanhada nos meios de comunicação social;
Já farta de ver a passividade dos que podem pôr termo a esta tragédia linguística, mas não estão para se incomodarem;
Já farta do mesquinho servilismo a uma “ordem oficial” ilegal e inconstitucional;
Já farta de ver violar o direito das crianças a um ensino de qualidade, e a aprenderem a sua Língua Materna correCtamente;
Atrevo-me a dirigir-vos umas quantas palavras de repúdio, de protesto, de indignação pelo modo como os que deviam ser os guardiães do Ensino, da Educação e da Cultura têm conduzido a imposição ilegal e inconstitucional do Acordo Ortográfico de 1990, nas Escolas Portuguesas, contribuindo para a desalfabetização, desinstrução, deseducação e incultura das crianças portuguesas, que mereciam melhor sorte, superior ensino e maior respeito.
O que mais me custa suportar neste criminoso processo de desintegração da Língua Portuguesa, é a cobardia de todos os que se vergaram a uma ordem parva, e estão a incitar as crianças, ainda inocentes no seu desconhecimento das coisas, e que começam agora o seu aprendizado escolar, a escrever "incorretamente" a sua própria Língua Materna, produzindo erros ortográficos involuntariamente.
Digam-me o que é um "arquitêto", um "têto", um "dirêto", um "excêto" , uma "rec'ção"(pois é desta maneira que isto se lê)? Se forem capaz de chegar à raiz deste amontoado de letras gerado pelo AO90, e de me dizerem o que isto é, que significado tem, dou a minha mão a essa palmatória.
Isto é uma nítida violação da alínea c) do Princípio VII da Declaração Universal dos Direitos das Crianças, que refere: a criança tem o direito a receber uma educação escolar (…) que favoreça a sua cultura geral e lhe permita – em condições de igualdade de oportunidades (algo que também é violado em Portugal) – desenvolver as suas aptidões e a sua individualidade, o seu senso de responsabilidade social e moral, para ser um membro útil à sociedade.
O que pretendem fazer das crianças?
Os analfabetos funcionais do futuro?
Desculpem, mas não têm esse direito.
Ensinar a Língua Portuguesa segundo o AO90 é um crime de lesa-língua e de lesa-infância, e não sou eu que o digo.
Se os governantes portugueses não têm capacidade moral e intelectual para o impedir, por uma manifesta e obscena subserviência ao estrangeiro e ao lobby de alguns editores mercenários (porque os há conscientes dos resultados funestos que a aplicação do AO90 terá para o futuro da Língua Portuguesa, que deixará de pertencer ao rol das Línguas Cultas Europeias, para ser uma qualquer outra coisa, indefinida e amarfanhada na ignorância, e os quais recusaram este ultraje linguístico), é dever de todos os Portugueses com responsabilidades na área do Ensino, da Cultura e da Comunicação Social exigir que o governo português suspenda imediatamente a aplicação ilegal e inconstitucional (agora que se está a denunciar a trafulhice que envolve um "acordo" ,que afinal não existe (*) ) e reponha o estudo da Língua Portuguesa Europeia nas escolas portuguesas, e que deixe de ser “obrigatório" algo que nunca teve nenhuma legitimidade legal para o ser, e por violar o direito à aprendizagem da legítima Língua Materna.
Deixem de enganar as crianças, impingindo-lhes gato por lebre.
Além disso, todos sabemos que a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 viola o disposto na alínea a) do artigo 9º da Constituição da República Portuguesa, que diz: são tarefas fundamentais do Estado garantir a independência nacional e criar as condições políticas, económicas, sociais e culturais que a promovam. Sabemos que o AO90 não promove a Cultura e a Língua Portuguesas.
Ora esta inominável tentativa de “abrasileirar” a Língua Materna dos Portugueses, a qual sendo um dos elementos da nossa nacionalidade, também é um baluarte da nossa autonomia, como nação, da nossa portugalidade, e se a vendermos ao desbarato, para que editores e governantes traidores da Pátria possam encher os bolsos, e apenas isso, viola a tarefa fundamental que o Estado Português tem, como garante da nossa independência.
Portugal é e sempre será, quer aceitem isto ou não, a origem dos actuais países livres que já foram colónias portuguesas. E não há nada, nem ninguém que possa alterar o passado.
Se os países que integram a CPLP adoptassem o que construíram a partir do que receberam do ex-colonizador, e se cortassem o cordão umbilical que ainda os mantém ligados a Portugal, quem os condenaria? Assim é com os países que já foram colónias inglesas, francesas, espanholas. Porquê este servilismo português a um nação estrangeira?
Depois que obtiveram a independência, cada país colonizado foi livre de optar pelo próprio destino. O que fizeram com a herança portuguesa, não é mais problema de Portugal.
E Portugal, como país independente, e com a sua milenar cultura europeia, um dos primeiros estados-nação do mundo, que deu novos mundos ao mundo, não tem de se vergar perante uma imposição político-jurídico-diplomática, de quem quer que seja, muito menos quando essa imposição está assente numa descomunal ignorância, ilegalidade e inconstitucionalidade.
Uma língua não evolui por um decreto qeu não existe. Não evolui por vontades assentes em interesses políticos e económicos.
Por que há-de Portugal ser o rebotalho da Europa, quando os outros países europeus, também ex-colonizadores, como os Ingleses, os Franceses, os Espanhóis, os Holandeses, os Alemães, não mexeram uma letra sequer, nas suas Línguas Maternas, para “unificarem” a língua herdada pelos países colonizados por eles?
É que é do bom senso e da racionalidade que se preserve a identidade linguística de cada país.
Contudo, ao que tenho verificado, até não é da vontade da maioria dos restantes países da CPLP que este acordo parvo vá adiante.
Então por que há-de Portugal rebaixar-se à vontade de um grémio desqualificado, constituído por ignorantes e traidores da pátria?
Finalmente, farei minhas as palavras de uma Professora lúcida, da qual, neste momento, não me recordo o nome, mas se ela, por acaso, vier a ler este texto, por favor, acuse a sua autoria:
«Tenho a maior consideração por todos os colegas que ensinam Português, e que se vêem confrontados com este flagelo. Não lhes invejo a sorte (ou o azar).
Sei que tenho uma posição privilegiada que me permite assumir a minha oposição ao AO90, porque beneficio da falta de uma posição oficial da minha Faculdade, e da posição contra o AO tomada pela Associação de Estudantes.
Sei também que posso sempre evocar, se isso vier a ser necessário, a minha autonomia científica nas minhas aulas e nos meus trabalhos.
O que já não me parece aceitável é que, os professores, que estão representados por sindicatos de diversas orientações políticas, nunca tenham exigido destes que dessem voz ao seu protesto.
Porque ver os sindicatos dos professores apelarem a manifestações e greves por razões políticas/sociais/laborais mas nunca por razões de carácter científico/educativo, como é o caso do AO90, descredibiliza a classe perante a opinião pública.
Se os professores se mobilizarem em torno de uma causa que não tem a ver com as suas condições remuneratórias, mas com o futuro dos alunos, estou certa de que teriam o apoio dos pais e dos encarregados de educação, talvez como nunca tiveram antes».
Este é o caminho.
Lembrem-se: sem desobediência nunca houve mudanças, nem evolução…
O que aqui está em causa não é o presente da Língua, porque esse está assegurado por todos os que estão a recusar-se a cumprir a “ordem oficial” que não tem a mínima legitimidade.
O que aqui está em causa é o futuro, é o modo como estão a transformar as nossas crianças nos analfabetos funcionais e ignorantes do futuro…
O que fazer?
Primeiro: recusar ENSINAR esta ortografia, que não é Portuguesa, às crianças.
Segundo: boicotar todas as publicações em AO90: livros, jornais, revistas… e tudo o que mais for…
Terceiro: não escrever em acordês nem em mixordês (o mais divulgado), porque temos esse direito.
Quarto: EXIGIR que o governo suspenda imediatamente a aplicação ilegal e inconstitucional do AO90 e reponha o ensino da Língua Portuguesa Materna, nas escolas portuguesas.
As minhas saudações desacordistas.
(*) Ver a trafulhice em que o AO9o está envolvido neste link:
Isabel A. Ferreira
Novo livro da escritora brasileira Valdívia S. Beauchamp, que fala dos Holandeses em Nova Holanda - Recife, e New Amsterdam - New York, e a fuga dos Judeus Sefarditas com a chegada do Santo Ofício ao Brasil (1654).
Nunca, jamais, em tempo algum, e em parte nenhuma do Planeta Terra, e quiçá, de todo o Universo, nenhum país independente trocou a sua própria Língua (Bela, Culta e Rica) pelo dialecto de uma ex-colónia, ainda que derivado da Língua Matriz, e o qual se convencionou chamar AO90, apenas porque um punhado de ignorantes sonhou engrossar a lista dos que mutilaram a Língua Portuguesa, sem qualquer critério científico.
Ao estudarmos a História das Línguas Indo-Europeias, na qual a Língua Portuguesa se inclui, verificamos que a nossa língua faz parte de uma grande e nobre família linguística com a mais longa e coesa cronografia, e que nada tem a ver com nenhuma das Américas.
Portugal é um país com uma dimensão territorial pequena, mas não é um país com uma História pequena. Se hoje está reduzido a uma quase insignificância, num mundo de gigantes, outrora foi um país que deu novos mundos ao mundo, epopeia imortalizada pelo nome maior da nossa Literatura, Luís Vaz de Camões, na sua imortal e universal obra Os Lusíadas.
Portugal já representou um papel importantíssimo no mundo. Teve prestígio. Os Portugueses eram conhecidos de ponta a ponta do mundo, pelos seus grandes feitos, associados a todos os defeitos comuns aos restantes povos conquistadores da época (Ingleses, Espanhóis, Franceses, Holandeses).
Portugal tinha um povo destemido, que sempre defendeu, com unhas e dentes, paus e pedras, o seu território, que foi sendo conquistado ao invasor, palmo a palmo, por Reis aguerridos e empenhados em fundar o País que herdámos.
Nunca permitimos que estrangeiro nenhum cá assentasse arraiais. O povo unia-se, e, à paulada, à pedrada, fosse com o que fosse, corriam com eles…
E hoje, o que temos? Quem temos?
Temos uns governantes servis, desprovidos de espinha dorsal, comprometidos com a falta de excelência, que fazem o jogo sujo de um punhado de ignorantes que acha que o Dialecto Brasileiro, vulgo, AO90, pode sobrepor-se à longa e magnífica história da nobre Família Linguística Indo-Europeia, de que os Portugueses fazem parte.
Por isso, não podemos substituir a Língua Portuguesa pelo Dialecto Brasileiro (=AO90), permitindo que passemos a integrar uma família “linguística” sem história, desenraizada, descaracterizada, desmembrada, apenas porque esse tal punhado de ignorantes (avessos ao conhecimento) simplistas (de lógica extremamente básica) e facilitistas (contrários à exigência) acham que um dialecto teria mais prestígio no mundo, por serem milhões, do que uma das Línguas mais antigas e cultas da Europa, falada e escrita por milhares.
Como se enganam!
A quantidade jamais suplantará a qualidade, até porque o Dialecto Brasileiro (erradamente denominado Português do Brasil) circula pela Internet muito mal escrito, envergonhando os Brasileiros.
A Língua Portuguesa é a mais pura essência que se guarda num pequeno frasco (Portugal). O AO90 só veio adulterar essa essência.
© Isabel A. Ferreira
Esclarecimento: para que não subsista qualquer dúvida na mente dos leitores, acerca do que escreverei sobre esta matéria, sinto-me na obrigação de, desde já, esclarecer que sou uma assumida e aguerrida anticolonialista, anti-imperialista, anti-racista, anti-xenófoba, antiesclavagista e anti-preconceituosa.
Tenho o Brasil no coração, como minha segunda pátria, e considero todos os povos do mundo meus irmãos. Porém, nunca me calei, nem nunca me calarei, diante do menosprezo a que o meu País é frequentemente votado, por mero preconceito, profunda ignorância e uma incompreensível lusofobia.
Sei que existem muito bons aliados brasileiros, como o Paulo Franchetti, que aqui cito, mas também sei que além de serem uma minoria, não são eles que mandam nestas coisas da Língua. É o Itamaraty.
Por isso, e por conhecer bastante bem a realidade, tanto a de lá, como a de cá, ouso atrever-me (assim mesmo) a dizer o que muitos já poderão saber, mas não têm a coragem de dizer alto.
Realmente, a ordem que vem de cima, na esmagadora maioria das vezes, assenta num interesse que vem de baixo, e quase nunca é a ordem das coisas.
E isto é absolutamente inaceitável. Se numa Democracia, o povo é soberano, é ao povo que cabe acabar com a descomunal fraude do AO90.
Todos nós sabemos que o chamado Acordo Ortográfico de 1990 impõe a grafia brasileira saída da reforma ortográfica unilateral, de 1943, que o Brasil, continuou a adoptar, quando renegou, apesar de a ter assinado, a Convenção Ortográfica Luso-Brasileira 1945 que, esta sim, unificava a Língua, e a qual, «desde então, tem vigorado em Portugal e antigo Ultramar português, como ortografia oficial portuguesa e (…) ainda vigora, por falta da sua revogação», à excepção «desse esquisito irmão de Portugal, que é o Brasil» (1).
Posto isto, quando falamos do abrasileiramento da grafia portuguesa, que o governo português obrigou a adoptar em Portugal, a partir de 01 de Janeiro de 2012, estamos a falar do acordês, do brasileirês, do malaquês, do socratês, do lulês, do cavaquês, e mais recentemente do costês e do marcelês, vulgarismos pelos quais o AO90 passou a ser conhecido. Ou seja, é tudo menos Português.
Como chegámos a este ponto?
Temos de recuar no tempo e analisar o que nos diz a História.
1 - A História diz-nos que o território, ao qual se deu o nome de Brasil, foi descoberto em 22 de Abril de 1500, pela frota de Pedro Álvares Cabral, um ilustre navegador português, ao serviço de Dom Manuel I, Rei de Portugal.
2 – Lá chegados, os Portugueses encontraram um território já povoado por tribos indígenas com uma cultura primitiva, porém bem organizada. E estes eram e sempre foram os verdadeiros donos daquele território.
3 – Tal como fizeram os restantes povos (descobridores de mares e terras), os Portugueses mesclaram-se com os indígenas e levaram para o Brasil homens e mulheres (gente boa e menos boa) e ali cresceram e multiplicaram-se à boa maneira bíblica.
4 – Como os indígenas eram senhores de si, não alinharam, de livre e espontânea vontade, com os Portugueses no que respeita à construção de um país. Então, já descobertos os territórios africanos, cujos indígenas raptavam os seus próprios irmãos e os vendiam como escravos a quem os quisesse comprar, os Portugueses (como todos os outros povos colonizadores) viram ali um grande negócio e levaram para o Brasil os africanos e, com uns e com outros, assim se foi criando um novo povo.
5 – Na fúria daqueles tempos, em que os senhores do mundo queriam dominar os povos descobertos, à América do Sul foram chegando Espanhóis, Ingleses, Franceses, Holandeses, e, pelo que sabemos, as senhoras daquela época eram formosas como as rosas, e então continuou-se aquela multiplicação bíblica, agora com mais possibilidade de escolha.
6 – E o tempo foi passando e, entre o povo, cada vez mais brasileiro, foi crescendo o sonho da independência, até porque Dom João VI, que transferiu a corte para o Brasil em 1808, foi criando neste pedaço de Portugal, as estruturas essenciais a um povo, para que caminhasse com os próprios pés. Em 1820, rebenta em Portugal uma revolução liberal e a família real foi forçada a regressar a Lisboa. Dom João VI nomeia então o seu filho mais velho, Dom Pedro de Alcântara Orléans e Bragança, como Príncipe Regente do Brasil, em 1821. Instado pelas circunstâncias, em 07 de Setembro de 1822, encontrando-se Dom Pedro nas margens do riacho Ipiranga, (onde se situa a actual cidade de São Paulo) deu aquele grito de “independência ou morte” e em 12 de Outubro do mesmo ano é proclamado Imperador do Brasil, com o nome de Dom Pedro I. E assim nasce o Império do Brasil, completamente desligado do de Portugal. E o Brasil continuou Império até 15 de Novembro de 1889, quando se transformou no Brasil República.
7 – A partir daqui, já completamente livre do jugo português, e com, pelo menos, duas gerações legitimamente brasileiras, os Brasileiros ficaram senhores de si próprios e responsáveis por tudo o que daí em diante fizeram (ou não fizeram) pelo Brasil.
8 – A partir daqui nasceram quatro grupos de cidadãos brasileiros: os indiferentes, para quem tanto faz, como tanto fez; os saudosistas, que suspiravam pela majestade do antigo Império; os progressistas, aqueles para quem o passado é passado, vamos construir o futuro (infelizmente a minoria); e os ressabiados, aqueles que, sem sequer saberem porquê, rejeitaram pura e simplesmente o passado de colonizados, e criaram à volta dessa rejeição, quase irracional, um complexo de inferioridade (que o escritor e jornalista brasileiro, Nelson Rodrigues, com muito humor, designou como “complexo de vira-lata”, e, ainda mais irracionalmente, vivem a sonhar o sonho impossível de quererem ter sido colonizados pelos Ingleses, uma vez que têm como “ídolo” o gigante norte-americano, desconhecendo por completo que a História do gigante norte-americano é tão igual ou até mesmo inferior (facto: os Ingleses sempre foram muito mais racistas e xenófobos do que os portugueses) do que a do gigante (ainda a ser) sul-americano, desenvolvendo-se a partir daqui uma perniciosa e irracional lusofobia.
9 – E é dentre estes ressabiados, maioritariamente esquerdistas, que, vá lá saber-se como, saíram uns tantos que, chegados ao Poder, introduziram esta lusofobia no ensino da Língua Portuguesa (idioma que livremente adoptaram depois da independência, pois ninguém lhes impôs nada) e também no ensino da História do Brasil, inacreditavelmente deturpado, o que fez parte de uma lavagem cerebral bem orquestrada que perdura até aos dias de hoje.
10 – Chegados aqui, há que dar provas disto.
O que ficará para a segunda parte.
(1) in «O Acordo Ortográfico de 1990 Não Está em Vigor» da autoria do Embaixador Carlos Fernandes (Edição Guerra & Paz)
Isabel A. Ferreira
***
Génese do Acordo Ortográfico de 1990 (I)
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/a-genese-do-acordo-ortografico-de-1990-52848
Génese do Acordo Ortográfico de 1990 (II)
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/a-genese-do-acordo-ortografico-de-1990-53853
Génese do Acordo Ortográfico de 1990 (III)
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/genese-do-acordo-ortografico-de-1990-55885
. Quando a Língua e a Histó...
. Carta aberta aos professo...
. «STIGMA - SAGA POR UM NOV...
. Portugal é caso único no ...
. Génese do Acordo Ortográf...