Terça-feira, 24 de Maio de 2022

«Em Defesa da Ortografia (XLVII), por João Esperança Barroca

 

ALERTA!!!!

Por tudo o que neste artigo, da autoria de João Esperança Barroca, se diz e se vê, SE, na Assembleia da República, houver alguém dotado de LUCIDEZ, apela-se a esse alguém que, em nome da RACIONALIDADE, sugira que (e citando José Vieira) «está na altura de baixar o IRS e passar a taxar a ignorância», porque a IGNORÂNCIA, disseminada nas escolas, nas televisões e nas traduções e edições acordizadas, está a ENCARCERAR os cérebros e a transformar Portugal no país com mais IGNORANTES por metro quadrado, nos sectores que mais estão ligados à expansão do nosso Idioma. (Isabel A. Ferreira)

 

Cérebro encarcerado.jpg

 

«Em Defesa da Ortografia (XLVII)»

por João Esperança Barroca

 

«É altura de dar uma alegria à língua portuguesa: é altura de a libertar do Acordo Ortográfico.

 O Acordo Ortográfico foi feito numa altura em que a uniformização estava na moda, numa época em que se pedia às pessoas que esquecessem as diferenças.

Mas, entretanto, tudo mudou: agora são as diferenças que é preciso celebrar. Portugal já não é um país pequenino diante do Brasil e dos outros países que falam português. Agora, Portugal é Portugal e o Brasil é o Brasil e São Tomé e Príncipe é São Tomé e Príncipe.  

O contrário da uniformização é a celebração das diferenças. A melhor maneira de as celebrar é através do estudo. Deite-se fora o Acordo Ortográfico e, em vez desse desmando, ensinemos às nossas crianças a riqueza, a graça e a personalidade das várias versões nacionais da língua portuguesa.

E nós também temos direito à nossa versão, à nossa ortografia, às nossas manias, às nossas particularidades.

Miguel Esteves Cardoso, Escritor, em 22 de Abril de 2022

 

«[…] o AO é um acto de genocídio cultural, estético, racional e político.»

Miguel Esteves Cardoso, Escritor, em 12 de Agosto de 2011

 

«Daqui a 50 anos, em 2065, quase todos os opositores do analfabeto Acordo Ortográfico estarão mortos. Em contrapartida, as crianças que este ano, em 2015, começaram a ser ensinadas a escrever tortograficamente, terão 55 anos ou menos. Ou seja: mandarão no país e na língua oficial portuguesa.

A jogada repugnante dos acordistas imperialistas — ignorantes e cada vez mais desacompanhados pelas ex-colónias que tentaram recolonizar ortograficamente — terá ganho tanto por manha como por estultícia.

As vítimas e os alvos dos conspiradores do AO90 não somos nós: são as criancinhas que não sabem defender-se.

 Miguel Esteves Cardoso, Escritor, em 20 de Maio de 2015

 

Após três citações, do escritor Miguel Esteves Cardoso, apoiante oficial da iniciativa Acordo Zero, um pouco mais longas que o habitual, o espaço para as nossas reflexões ficou mais escasso. Por essa razão, o nosso texto de Maio, dedicado à Beatriz, que faz hoje 29 anos e que merece conviver com uma ortografia lógica, coerente, congruente e sem vergonha da sua história, incide sobre alguns aspectos desse movimento de cidadãos.

 

Em Fevereiro do corrente ano, o jornal Cidade de Tomar, divulgou esta iniciativa, totalmente independente, livre de facções de qualquer espécie e que canaliza as suas forças para a imediata revogação do Acordo Ortográfico de 1990, única forma de proteger a Língua Portuguesa em todo o espaço onde é falada e escrita. Saliente-se, a propósito, que há alguns cidadãos tomarenses com o estatuto de subscritores de apoio desta iniciativa.

 

Na página de Facebook da iniciativa Acordo Zero têm sido regularmente publicadas, no âmbito do tópico “Circo Cacográfico”, algumas frases, que abaixo se transcrevem, ilustrativas do caos a que isto chegou (parafraseando uma célebre expressão do capitão de Abril Salgueiro Maia):

 

- Cato pelos e pelo catos na boca do urso!

- Pouco dinheiro para todos nós neste circo!

- Nem sei se o elefante tem problemas óticos ou óticos!

- O corréu correu rua fora e acabou na jaula do tigre!

- O egiptólogo francês foi ao circo no Egito!

- O macaco roubou a caneta corretora do corretor!

- A adoção de adoçante no engodo da foca foi uma boa ideia!

- O palhaço não ata nem desata no primeiro ato da ata!

- Tetas e tetos falsos deteta o mágico à distância!

- Espetador arruína espetáculo de espetador de facas!

 

Confuso, caro leitor? Isto não é mais do que «[…] a impressionante oscilografia que o Monstruoso Acordo (MA) instalou, com consequências terríveis para os olhos e para os ouvidos — sim, para os ouvidos.  […] (Não, isto não tem nada que ver com o MA, contraporão os empedernidos. Nadinha. Ainda terão lata para tal dislate?)»

Manuel Monteiro, autor, tradutor, revisor e formador, em 22 de Março de 2022

 

Talvez a solução seja a preconizada por José Vieira, cidadão do Entroncamento, num comentário, no Facebook, ao artigo “Em Defesa da Ortografia XLIV: «Está na altura de baixar o IRS e passar a taxar a ignorância

 

João Esperança Barroca

 

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publicado por Isabel A. Ferreira às 15:25

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Quinta-feira, 21 de Outubro de 2021

A notícia diz que a Academia de Montpellier recusa ensinar “Português” nas escolas públicas para não baixar o nível de ensino, e preferem o Mandarim

 

Contudo, o que a notícia deveria dizer é que a Academia de Montpellier recusa ensinar o “mixordês português”, que anda por aí disseminado, na sua forma grafada, e que realmente baixa o nível de qualquer ensino, em qualquer Escola do mundo.

 

Os acordistas tiveram a pretensão de achar (deveriam ter pensado, em vez de achar) que o mal-amanhado AO90, iria trazer prestígio à Língua Portuguesa e expandi-la pelo mundo. Acharam mal. Em vez disso, arrastaram-na para a lama.

 

Nenhuma Escola, que se preze, considerará a grafia do “acordês”, que querem à força chamar de “Português”, uma grafia culta e europeia, até porque a grafia portuguesa, sendo uma grafia de origem românica, será muito mais perceptível aos alunos estrangeiros, que têm Línguas também românicas.  


Quem entenderá estes palavrões assépticos como “aspeto”, “receção” “exceto”, “afeto” e centenas de outros, aos quais foram suprimidos os cês e os pês não pronunciados? Quem entenderá este título de notícia «Ninguém para a manifestação?» Quem entenderá este absurdo vocábulo contrarreação?

 

Cada vez mais cresce a consciência de que o AO90 é um monumental retrocesso linguístico que desprestigia o ensino da Língua Portuguesa no mundo. E é como diz Mauro Seralo, o pensador angolano citado na imagem: «Quando a estupidez fala mais alto, do que a razão, as sociedades demoram séculos a desenvolver-se».

 

Por que haveríamos nós de regredir, em nome da estupidez, e recuarmos séculos na desconstrução do nosso Idioma?

 

Isabel A. Ferreira  

 

A notícia pode ser lida aqui:

https://tvi24.iol.pt/internacional/idiomas/academia-de-montpellier-recusa-ensinar-portugues-nas-escolas-publicas-porque-baixaria-o-nivel-de-ensino?fbclid=IwAR1_BMUyqROJuM4s0PgZFyFsPojpRQjysOZaI8XUCtIIox39TlR0eAbWohA

 

Mauro Seraulo.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:15

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Sexta-feira, 4 de Dezembro de 2020

Também tenho a firme “convição” de que Portugal é o único país do mundo em que se dá tratos de polé à sua Língua Oficial, sem que nenhuma autoridade mexa uma palhinha para repor a vernaculidade da mesma

 

Só nesta imagem, de um jornal de referência (imagino se não fosse!) temos três exemplos desses tratos de polé. Uma vergonha!

 

A “convição” é de bradar aos céus! E nem precisa de comentários.

 

Depois, temos aquele “apesar das vozes”, como se apesar não fosse um advérbio usado nas locuções apesar de e apesar de que.

 

A seguir, aquele julho, grafado em letras minúsculas, à brasileira, como se o mês de Julho, não devesse o seu nome ao imperador romano Júlio César, aliás como quase todos os restantes meses do ano devem o seu nome a personalidades.

 

Tal como se escreve em maiúsculas Período Isabelino, Dinastia Afonsina, etc., provenientes de nomes próprios (Isabel, Afonso) que se escrevem, obviamente, em maiúsculas.  Não é para virem uns e outros mudar agora as regras gramaticais, apenas porque sim.

 

Uma Língua não se corta aos pedaços para fazer guisadinho, como fazem com as línguas de porco ou de boi, ou de sei lá mais quem.

 

E é, precisamente, para distinguir a Língua (Idioma) de uma língua de boi ou de trapos, que escrevo Língua com letra maiúscula, quando me refiro ao Idioma. Uma questão de coerência e, principalmente, para tornar a escrita mais clara, que é uma das funções das regras gramaticais.

 

Isabel A. Ferreira

 

CONVIÇÃO.png

Fonte da imagem:

https://www.facebook.com/photo?fbid=3621194954593544&set=gm.3753305121381500

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:34

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Segunda-feira, 16 de Novembro de 2020

Uma escola privada do Rio de Janeiro decidiu dar voz à “ideologia de género” e agora “todes” são “querides alunes”

 

 "Desventurades alunes"  que, sem darem conta, ainda alunam na Lua, que é o lugar ideal para as alu(ci)nações

Se a estupidez matasse, estariam todos mortos os que acham que este tipo de linguagem vai resolver o problema dos ILES. Apenas as ATITUDES resolvem os problemas das pessoas. ATITUDES! As palavras leva-as o vento, além de desqualificar um Idioma.

Este tipo de linguagem é absolutamente I-DI-O-TA.  

Isto faz parte de gente muito mal resolvida.

Temos de travar esta tendência, antes que as novas gerações sejam anuladas como pessoas.

Isabel A. Ferreira

 

Ideologia de género.png

 

Fonte:

https://www.facebook.com/OsPingosnosIsOficial/posts/2828873854024187?comment_id=300018504466031&notif_id=1605538926485304&notif_t=feedback_reaction_generic

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:31

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Terça-feira, 19 de Maio de 2020

«Eu sou a vossa professora de Português, OK?»

 

Isto aconteceu logo no primeiro dia em que abriu a telescola, na RTP. Fiquei com curiosidade e andei a espreitar. A professora chegou e apresentou-se: «Eu sou a vossa professora de Português, OK?» (Agora entendo por que as crianças e os jovens, por tudo e por nada, andam sempre com o “OK” na boca).

 

So, OK, teacher. Let's go to learn Portuguese Language.  Está bem?

 

E isto para não deixar esmorecer a luta que um grupo de resistentes vem travando contra a imposição ilegal e inconstitucional do AO90, nomeadamente nas escolas, onde os alunos deveriam aprender a ler e a escrever correCtamente o Português, e o que lhes ensinam é um vergonhoso mixordês, que faz catedrático qualquer cidadão português, que tem apenas a 4ª classe concluída antes de 2012.

 

Todos sabemos do engajamento de Marcelo Rebelo de Sousa (PR), de António Costa (PM), de Augusto Santos Silva (MNE) e de certos deputados da Nação (que acham que reduzir a Língua à sua norma vulgar é evoluir), nesta questão da imposição do AO90, que apenas Portugal aplica servilmente, como bom pau-mandado que é. Isto está de tal modo forjado, que ninguém olha a meios para, ditatorialmente, levarem a deles adiante. Contudo, lá reza os anais da História, que, mais dia, menos dia (é uma questão de tempo) cairão do cavalo, porque por muito que o cavalo possa parecer forte, para se aguentar na corrida, tem essencialmente de ser forte.  E forte, todos nós sabemos que não é. Porque para se ser forte há que estar-se bem alimentado, e, como todos nós também sabemos, o alimento deste cavalo é um farelo bastante inconsistente e cheio de bafios.

Então vamos à lição.

 

PROFESSORA.png

 

No meu entender, um IDIOMA  - sistema de signos e de regras combinatórias que constitui um instrumento de comunicação de uma comunidade, o qual cobre os conceitos de falar e escrever) -  serve para nos comunicarmos com as outras pessoas de uma forma clara e escorreita, e não para tentar adivinhações, daí que uso todas as ferramentas que a Gramática (que, eu saiba, ainda não foi atirada ao lixo) nos proporciona, para tornar percePtível aquilo que quero dizer através da escrita ou através da fala.

 

Por exemplo, escrevo Língua e Língua Portuguesa com maiúscula, quando quero referir-me ao idioma, porque língua pode ser também o órgão móvel da cavidade bucal; pode ser a tromba dos insectos lepidópteros; pode ser o fiel da balança; pode ser a parte estreita e comprida de terra banhada lateralmente por água; também se pode dar à língua, ou dar com a língua nos dentes, ou ter língua afiada ou língua viperina, ou ainda puxar pela língua a alguém. E quando eu puxo pela língua a alguém, não me refiro à Língua Portuguesa, mas ao órgão móvel da cavidade bucal, para que a pessoa diga mais do que queria ou devia…


É óbvio que isto serve para a escrita, e não para a fala. A falar digo idioma = Língua; mas se digo o nosso idioma , já me refiro à Língua Portuguesa.

 

Um Professor (com maiúscula, para evidenciar a sua importância na formação de todos os que buscam na Escola (instituição) uma formação de qualidade) tem por missão ENSINAR = transmitir conhecimentos, para tal tem de percorrer um longo caminho e adquirir esses conhecimentos e as técnicas de os transmitir, para que os alunos captem a mensagem e, sobretudo, gostem de estar na aula a aprender o que lhes interessa, e não o que não lhes interessa, sobretudo para não os baralhar com incoerências, como agora se vê, no que respeita à Língua Portuguesa, que é fala, mas sobretudo escrita, porque é a escrita que fixa o Saber, o Pensamento de um Povo (com maiúscula para significar o conjunto dos habitantes de uma nação, e não, por exemplo, aquele povo = aglomeração de pessoas, que se juntou à porta do tribunal para chamar nomes ao assassino).

 

Daí que um Professor = pessoa que ensina em escolas, universidades, colégios (não sendo necessário dizer professor e professora, para aqui e para ali, como agora, parvamente se usa, para dar visibilidade às mulheres [dizem] como se essa visibilidade passasse pelas palavras, e não exclusivamente por atitudes) deva estar munido dos conhecimentos necessários para responder às dúvidas das crianças e dos jovens, quando se deparam com situações como as que passo a referir, e com as quais já lidei, e respondi com a verdade: coisas de políticos pouco esclarecidos e muito desalumiados.

 

Com este modismo (= idiotismo de linguagem) a que se convencionou chamar AO90, os alunos deparam-se com isto:


Aspeto (âspêtu) – que o aluno atento lê como espeto (ispêtu), e o professor corrige para “âspétu”. Como vai explicar ao aluno que numa palavra se lê o E aberto, e na outra, fechado? Baseado em que regra gramatical?

 

Mas há muito mais:

Correto” (currêtu) que se lê como em carreto (cârrêtu).

Setor” (s’tôr) que se lê como em fedor (f’dôr), tenor (te’nôr).

Desinfetante” (d’sinf’tant’), que se lê como em desinteressante (d’sint’r’ssant’).

Adotar” (âdutár) que se lê como em adorar (âdurár), apodar (âpudár), amolar (âmulár).

receção” (r’c’ção) que se lê como em recessão (r’c’ssão).

Coação” (cuâção) que se lê como em doação (duâção).

Percetor” (p’erc’tôr) que se lê como torcedor (turc’dôr).

 

(E como estas há milhentas mais. Todas as palavras às quais se suprimiram os cês e os pês lêem-se com as vogais fechadas, porque as consoantes que suprimiram tinham um valor diacrítico (de acento gráfico) que lhes abria as vogais. Daí que dizer às crianças que leiam “âfétu” em vez de “âfêtu”, para “afeto”,  é burlar as crianças, levando-as ao engano, induzindo-as a lerem e escreverem incorreCtamente a própria Língua Materna. E a missão do Professor não é essa. Então, melhor seria que apresentassem a demissão e fossem fazer carreira política, porque enganar condiz mais com a política e não com a nobre missão de ENSINAR.

 

Já agora, como explicam às crianças que o substantivo masculino fim-de-semana = período composto pelos dias de sábado e domingo e que se opõe aos dias úteis, já não é um substantivo masculino, mas sim fim de semana = um substantivo masculino (fim = termo) + uma preposição (de = que une ao nome o seu complemento) + (semana = série de sete dias consecutivos a partir do domingo), acabando com o período composto pelo sábado e domingo?


Como interpretarão as crianças esta fase: «Nada para os professores»? Quando a linguagem quer-se clara para que se perceba, de imediato, o que escrevemos? Como explicar às crianças a acentuação na preposição/advérbio até, para se diferenciar de ate, do verbo atar, e a falta de acentuação em pára, do verbo parar, para se diferenciar da preposição para)? A linguagem tem de ser clara. Certo?

 

Como explicar às crianças que EGITO (o país dos egíPcios, dos egiPtólogos, da EgiPtologia) não se escreve com o (que permanece nas outras palavras) apenas porque alguns não o pronunciam? Eu sempre pronunciei o de EgiPto, porque é da RACIONALIDADE pronunciá-lo, e apenas Brasil e Portugal, em todo o mundo onde se escreve em caracteres latinos, EgiPto escreve-se com o .

 

Como explicar às crianças que infeCcioso e infeCciologia, se escreve com dois cês, porque se lêem, e infeção, infetar, infetado (que deve ler-se inf’ção, inf’tar, inf’tadu) escreve-se deste modo apoucado, só porque não se pronuncia os cês, palavras que no Brasil (eureka!) os cês são pronunciados e escritos, tornando ainda mais desunificada uma ortografia que se pretendeu, desinteligentemente, unificar?

 

Bem, por hoje, penso que já chega.

Isto só para dizer que para ser Professor não basta parecer ou ter um canudo (OK?).

É preciso essencialmente SER Professor e TER SABER, para não andar a enganar quem frequenta uma Escola para aprender a ler e a escrever, e sai de lá semianalfabeto (= quem tem apenas os rudimentos da escrita e da leitura e não é capaz de ler e escrever correCtamente).

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:19

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Quarta-feira, 6 de Junho de 2018

Rejeição da proposta do PCP para abandonar o AO90 - «Uma decisão para lamentar»

 

Excelente reflexão, de Luiz Menezes Leitão, publicada a 27 de Fevereiro de 2018, no Jornal i, ainda actualíssima.

 

É, de facto, para lamentar a cegueira mental que prolifera ali para os lados de São Bento, a qual não permite que os nossos deputados vejam o óbvio. A subserviência ao estrangeiro é demasiado evidente.

 

E Portugal irá pagar bem caro esta insólita aventura pelo Hemisfério Sul. (Isabel A. Ferreira)

 

LUÍS MENEZES LEITÃO.jpg

Luís Menezes Leitão

 (Os excertos a negrito são da responsabilidade da autora do Blogue)

 

«UMA DECISÃO PARA LAMENTAR

 

 

O acordo ortográfico contribui para abolir as variantes cultas das palavras e as suas ligações etimológicas. A língua portuguesa torna-se mais pobre e distante das suas raízes, transformando-se num idioma de laboratório.

 

A semana passada foi marcada pela rejeição, pelo parlamento, da proposta do PCP de abandono do acordo ortográfico. Trata-se de decisão que demonstra bem a insensibilidade dos nossos deputados, uma vez que, perante o desastre que está a ser a aplicação deste acordo, o parlamento prefere ignorar o que se está a passar, assistindo pacificamente à destruição total da língua portuguesa. Porque de facto, com este acordo ortográfico, o português europeu está a transformar-se num estranho dialecto, com regras escritas incompreensíveis, que se afastam da sua etimologia e das restantes línguas latinas. Com a agravante de nem sequer haver qualquer uniformização com os outros países de língua portuguesa que ou não aplicam o acordo ou do mesmo resulta que sigam regras diferentes, graças à pronúncia que utilizam.

 

Um bom exemplo disto resulta da recente tradução do livro da escritora argentina María Gainza, que em espanhol se chama “El nervio óptico”, mas que no português acordista se transforma em “O Nervo Ótico”. O problema é que sempre se utilizou na língua portuguesa a expressão “ótico” como relativa ao ouvido, reservando-se o termo “óptico” para a visão. Tal é o significado dos respectivos antecedentes gregos “otikos” e “optikos”. O acordo ortográfico aboliu esta distinção essencial, mas apenas no português de Portugal, continuando a distinção a existir no português do Brasil. Será que isto faz algum sentido?

 

E o mesmo sucede com outras palavras como “recepção”, “concepção”, que se conservam sem alterações na ortografia brasileira, mas que na portuguesa passam a “receção” e “conceção”, facilmente confundíveis com “recessão” e “concessão”. Qual a necessidade de abolir a grafia anterior se o que se consegue é criar uma ortografia que ainda mais se diferencia da dos outros países lusófonos?

 

Isto já para não falar da multiplicação dos erros de escrita que o acordo ortográfico causou, com a absurda directriz de querer abolir as consoantes mudas, estando muita gente a abolir consoantes que continuam a pronunciar-se. É assim que já se viu aparecer erros como “fato”, “ineto”, “corruto”, que demonstram bem a falta de critério na abolição das consoantes pretensamente mudas.

 

E por último deveria salientar-se o facto de o acordo ortográfico contribuir para levar à abolição das variantes cultas das palavras e às ligações etimológicas das mesmas. Assim, a expressão culta “ruptura”, mais próxima do latim, foi transformada em “rutura”, esquecendo-se que já existia a variante popular “rotura”. Fala-se em “ótico” para a visão, mas esquece-se que a medição da mesma continua a ser a “optometria”. E os egípcios, pelos vistos, passaram agora a viver no “Egito”, esquecendo-se que a palavra Egipto tem origem no deus Ptah que, que se saiba, ainda não passou a Tah. Com o acordo ortográfico, a língua portuguesa torna-se assim mais pobre e distante das suas raízes, transformando-se num idioma de laboratório.

 

Na banda desenhada “Spirou e Fantásio”, da autoria de Franquin, aparece um vilão chamado Zorglub que pretende criar uma ditadura alterando o cérebro das pessoas, o que as faz falar e escrever numa nova língua, a zorglíngua, em que todas as palavras surgem ao contrário. Esperava-se que um parlamento democrático, como o português, nos livrasse deste triste destino. Mas afinal, graças aos restantes partidos, com excepção do PCP, vai tudo continuar como dantes. Isto não foi uma decisão parlamentar, foi uma decisão para lamentar.

 

Fonte:

https://ionline.sapo.pt/602187

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:35

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Sexta-feira, 2 de Março de 2018

O ESTADO DO IDIOMA NO BRASIL E EM PORTUGAL

 

ESTADO DO IDIOMA.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 09:41

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Quinta-feira, 4 de Fevereiro de 2016

«O Idioma é o laço sagrado da identidade dos Povos»

 

O AO90 não respeita as diversidades da Língua Portuguesa.

Insulta-as.

 

INSULTO.png

 

Ouçamos a voz de um Português que se preza de o ser:

João Graça

 

«Por isso as ridículas alterações na ortografia da Língua Portuguesa são uma ofensa.

 

Eu recuso aceder ao AO/90.

 

Os povos lusófonos, apesar da diversidade do idioma, têm-se entendido muito bem durante séculos. Todos ficamos confusos com a ortografia nova.

 

Este chamado acordo ortográfico não foi um acordo e nem sequer foi um acto democrático, numa questão bastante importante. O AO/90 foi impingido por abuso de poder de quem tomou decisões.

 

Os governantes só se importam com a opinião pública quando esta lhe causa “dores de cabeça” severas e persistentemente lhe perturba o sono.

 

Escrever-lhes cartas elucidativas não os influencia.

 

Demonstrações de protesto junto do parlamento, escolas, bibliotecas, cinema, etc., talvez não os incomode muito.

 

Quando se deseja mudanças é preciso acrescentar à opinião pública actos de demonstração de força com todos os métodos cívicos válidos.

Há que manifestar a vontade da população com actos concretos.

 

Sem tribulações nem barulho consegue-se fazer muita coisa.

 

Provavelmente a influência eficaz mais rápida seria criar uma onda de mobilização da população para bloqueios económicos a actividades e venda de produtos que utilizam o AO/90.

 

Refiro-me não só a artigos de leitura como os livros, jornais e revistas mas também aos variados artigos de mercado com publicidade e rótulos que seguem o AO/90.

 

Por exemplo, a classe de professores, entre outras profissões, poderia com relativa facilidade pôr isto em movimento.

 

Basta que um grupo de professores de uma cidade consiga incentivar a população para que o resto do país siga o seu exemplo.

 

As instituições e associações independentes com credibilidade poderão fazer o mesmo.

 

A Democracia dá-nos muitas regalias, mas como tudo o mais também tem o seu preço. O preço da Democracia é que para preservá-la é preciso a nossa participação contínua.

(…)

Obrigado.»

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:23

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.Acordo Ortográfico

A autora deste Blogue não adopta o “Acordo Ortográfico de 1990”, por recusar ser cúmplice de uma fraude comprovada.

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Uma página onde podem encontrar sugestões de livros em Português correCto, permanentemente aCtualizada. https://www.facebook.com/portuguesdefacto

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1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome. 2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas". 3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias.

.Os textos assinados por Isabel A. Ferreira, autora deste Blogue, têm ©.

Agradeço a todos os que difundem os meus artigos que indiquem a fonte e os links dos mesmos.

.ACORDO ZERO

ACORDO ZERO é uma iniciativa independente de incentivo à rejeição do Acordo Ortográfico de 1990, alojada no Facebook. Eu aderi ao ACORDO ZERO. Sugiro que também adiram.
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