Gostaria de estar aqui hoje a celebrar o 48º aniversário da “Revolução dos Cravos» com outra disposição, que não esta que me invade, por ter posto demasiadas esperanças de que aquele dia 25 de Abril de 1974 pudesse catapultar Portugal para um sistema político diferente da ditadura que nos foi imposta durante 46 anos, na qual não tive participação alguma, e para um País mais evoluído, ao nível dos países europeus. Mas não posso, porque Portugal, em quase tudo, continua na cauda da Europa, em pleno ano de 2022, desde 1974.
Devo estar contente com a actuação dos sucessivos governos, nos quais, a partir daquele dia de Abril, participei com o MEU voto?
Não, não posso estar contente. Nem devo, porque estaria a trair os ideais de Abril, muitos deles ainda por cumprir, passados todos estes anos, e os que foram cumpridos, foram muito mal cumpridos. Se houve algumas conquistas, o RETROCESSO pelo qual enveredamos, supera as coisas positivas que a Revolução de Abril nos trouxe.
A criança a oferecer um cravo a um soldado, significa “esperança no futuro”. E o futuro que deram às crianças portuguesas e aos jovens, depois de Abril, está a ser assombrado pela MEDIOCRIDADE reinante.
Fez-se uma revolução para nos libertar de uma ditadura de direita, fascista, que foi demasiado dura, quanto à LIBERDADE que não tínhamos, para estar, para ter e para ser um Povo com Direitos e Deveres cívicos, como mandam as boas regras de uma sociedade que se quer civilizada e evoluída.
Fez-se uma revolução para que o Povo melhorasse de vida, para acabar com a pobreza, com a fome, com o analfabetismo, com a incultura, com um ensino e educação decadentes, com uma justiça injusta, com a prepotência então reinante em Portugal.
Reparem que não referi que se fez uma revolução para acabar com a corrupção, com as vigarices, com o compadrio, com a roubalheira ao mais alto nível. Porque isso temos q.b., actualmente.
O que se seguiu imediatamente ao «25 de Abril» não foi propriamente uma explosão de liberdade, mas sim, uma explosão de libertinagem, onde o vale tudo valia, e continua a valer.
Porque LIBERDADE é ter consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, quando vivemos numa sociedade em que o todo faz parte de tudo, e que esse tudo é a VIDA, no seu significado mais universal.
E tirando o mandato do primeiro Presidente da República eleito, no pós-25 de Abril, General Ramalho Eanes, e o Governo de então, os que lhe seguiram entre PRs e governos e deputados da Nação, começaram a enveredar por trilhos que se foram desviando do CAMINHO PRINCIPAL, até chegarmos ao estado calamitoso em que nos encontramos hoje, ou seja, a isto:
Mas não só isto.
Passados 48 anos, sobre o «25 de Abril», em Portugal,
- continuamos a ter muita POBREZA e FOME, nomeadamente entre crianças;
- continuamos a ter o maior índice de ANALFABETISMO da Europa e um elevado número de ANALFABETOS FUNCIONAIS a ocupar cargos de topo, incluindo entre a classe docente;
- continuamos a ser um país onde a INCULTURA prevalece;
- continuamos a ter um ENSINO e uma EDUCAÇÃO absolutamente caóticos, decadentes e de má qualidade, onde se usam manuais escolares completamente desadequados, elaborados como se as crianças fossem muito estúpidas; a CLASSE DOCENTE (com raras excePções) desqualificou-se, desprestigiou-se, desde o momento em que aceitou, sem pestanejar, e a tal não era obrigada, a ensinar às crianças e jovens uma ilegal mixórdia ortográfica, sem precedentes em Portugal e no mundo, e passou de classe docente a classe INDECENTE. Neste ponto, tenho de concordar com António José Vilela, porque também me deparo com a mesma estupidez e ignorância, nas redes sociais. A quem as nossas crianças estão entregues!!!! Uma vergonha.
- continuamos a ter um elevadíssimo índice de ILITELACIA, agora espalhada ao mais alto nível;
- continuamos a ter uma JUSTIÇA demasiado lenta, demasiado cara e, por vezes, demasiado injusta e falaciosa.
- continuamos a ter o nosso PATRIMÓNIO HISTÓRICO abandonado; assim como ao abandono estão a FLORA, as nossas FLORESTAS, entregues a criminosos incendiários; e também a nossa FAUNA, que é exterminada, por caçadores assassinos; e permite-se que animais sencientes e indefesos sejam massacrados em corridas de Galgos e Cavalos, rinhas de Galos, matanças públicas de Porcos… e que outros, sejam barbaramente torturados para divertir sádicos e psicopatas da tauromaquia, recebendo esta chorudos subsídios, como se fizesse parte de uma “cultura” privilegiada, enquanto que a verdadeira CULTURA CULTA anda à dependura;
- o SNS, uma conquista de Abril, actualmente é um serviço terceiro-mundista, caótico, com milhares de pessoas sem médico de família, a precisar de fazer filas enormes à porta dos Centros de Saúde, de madrugada, à chuva e ao sol, para conseguir uma consulta; espera-se anos por uma consulta de especialização; morre-se sentado numa cadeira de hospital, por falta de atendimento; não há médicos nem há enfermeiros suficientes;
- e o que de menos existe no SNS, existe a mais na FUNÇÃO PÚBLICA, ocupando-se cargos absolutamente inúteis;
- vivemos num tempo em que ainda se TORTURA e MATA cidadãos em instalações do Estado, em nome de uma brutalidade gratuita;
- vivemos num tempo em os ministros de Estado cometem as maiores sandices, e não têm a HOMBRIDADE de se demitirem, como seria da honra e da honestidade, nem sequer o primeiro-ministro de Portugal tem coragem de os demitir, porque a amizade não permite;
- vivemos num país onde pais e filhos, maridos e mulheres, e sobrinhos, primos e amigos ocupam CARGOS na governação, quase como nos tempos da monarquia;
- vivemos num país onde os ESCÂNDALOS BANCÁRIOS são quase o pão nosso de cada dia, e os administradores recebem prémios por MAL administrarem os bancos; e o governo injecta-lhes dinheiros públicos para alimentar vigaristas;
- e a cereja no topo do bolo é o facto de o presidente da República Portuguesa estar a contribuir para a notória PERDA DA NOSSA IDENTIDADE LINGUÍSTICA, violando, deste modo, a Constituição da República, que jurou defender. Uma situação já denunciada à Procuradoria-Geral da República e que foi simplesmente ignorada.
Fez-se uma revolução para pôr fim à ditadura salazarista; mas ao menos, António de Oliveira Salazar, nos seus documentos oficiais, apresentava uma grafia escorreita e correCta da Língua Portuguesa, a Língua Oficial de Portugal.
Veja-se como o actual presidente da República Portuguesa, em plena era, dita democrática, apresenta os agradecimentos a um Chefe de Estado estrangeiro, numa grafia cheia de erros ortográficos, que não é portuguesa, e que nos foi imposta DITATORIALMENTE, e é ILEGAL, mas que ele defende, com o seu silêncio muito esclarecedor. E o uso daquele “todas e todos” só demonstra uma surpreendente e vergonhosa ignorância da Língua Portuguesa.
Fez-se uma revolução para implantar uma “democracia”, que não tem em conta os interesses de Portugal e dos Portugueses, porque os governantes e os deputados da Nação candidatam-se para servir os lobbies poderosos, e fazem ouvidos de mercador à voz do Povo.
Fez-se uma revolução para implantar uma “democracia”, que não tem em conta os interesses de Portugal e dos Portugueses, porque os políticos candidatam-se para servir os lobbies poderosos, e fazem ouvidos de mercador à voz do Povo, e isto é coisa de ditaduras.
Afinal, a PREPOTÊNCIA não abandonou Portugal, depois de o «25 de Abril de 1974». Mudou-se o regime. Mas não se mudou a vontade de MUDAR. E quase tudo tem piorado para o comum dos Portugueses, e muita coisa melhorou para os estrangeiros, que são reis e senhores, em terras lusitanas.
Portugal vive um tempo de claro retrocesso, com um povo pouco esclarecido, tão pouco esclarecido que deu maioria absoluta a um partido político que tem muitos telhados de vidro na sua governação. E, como sabemos, as maiorias absolutas são uma outra forma de ditadura. A que temos, actualmente, é a ditadura de uma esquerda pouco esclarecida, que ainda não se apercebeu de que trilha o caminho errado.
Hoje, temos mais do mesmo. A MEDIOCRIDADE GOVERNATIVA continuará a reinar. Continuaremos com a mesma política pobre e podre, que tem caracterizado a governação, desde há muito.
Havia muito mais para dizer. Mas penso que o que disse é o suficiente para reflectirmos no tudo que ainda há a fazer por Portugal.
Ainda não é desta vez, e já lá vão 48 anos, que poderei celebrar o “25 de Abril” como o dia da LIBERTAÇÃO de Portugal dos jugos, internos e externos, rumo a um futuro onde o Povo Português esteja ao nível de outros povos europeus: com uma plena DEMOCRACIA, na qual a VOZ do POVO faça Lei; com a nossa INDEPENDÊNCIA LINGUÍSTICA; com uma SOCIEDADE mais equilibrada, sem o actual gigantesco fosso entre pobres e ricos; uma sociedade limpa da ladroagem, da corrupção, dos vigaristas, do compadrio; uma sociedade com todos os DIREITOS ASSEGURADOS, e também todos os DEVERES a ser cumpridos.
Só então poderemos celebrar a tão mal aclamada LIBERDADE.
Para já, somos apenas a CLOACA da Europa.
Isabel A. Ferreira
É raro, nos tempos que correm, encontrar o vocábulo ACTO escrito correCtamente.
Agradou-me ver, nesta foto, publicada no SAPO24, aqui há tempos, este aCto médico, assim escrito, porque segundo o AO deveria estar ali ATO e, nesse caso, ATAVA-SE o médico despropositadamente, como se começou a ATAR tudo e mais alguma coisa, por aí…
Origem da foto:
O título da notícia é o seguinte:
Ministro da Saúde diz que vai reavaliar despacho sobre fecho de urgências
16:04, 28 nov
E aqui temos a palavra ACTUALIDADE escrita correCtamente.
Depois vem aquele “nov”, correspondente a Novembro, escrito incorreCtamente.
Escrever o nome dos meses do ano em minúsculas é o mesmo que escrever lisboa, portugal, e aníbal cavaco silva, malaca casteleiro, porto editora, josé sócrates, pedro santana lopes, augusto santos silva, antónio costa, marcelo rebelo de sousa (os grandes responsáveis pela actual anarquia ortográfica registada em Portugal), primavera, ásia, europa, ursa maior, zeus, academia brasileira de letras, papa, os lusíadas, e iniciar um parágrafo também com letra minúscula, etc., etc., etc….
A regra é a mesma para todas estas palavras.
Desrespeitar as regras gramaticais é um aCto de ignorância.
Se a GRAMÁTICA não serve para nada, atire-se a Gramática ao lixo, onde já está a Língua Portuguesa acordizada.
E é esta INCULTURA que nos querem impor?
O AO90 é inconstitucional e ilegal, e não é obrigatório aplicar em nenhuma escola ou repartição pública, muito menos em empresas privadas e nos meios de comunicação social, que se querem dissociados do Poder. A resolução de ministros, que impôs o AO90 aos Portugueses, não tem valor de LEI. E pela LEI , o que está em vigor é a ortografia de 1945. Portanto, todos os que se vergaram a esta imposição estão a cometer uma ilegalidade avalizada pelos governantes, o que, apesar disso, não deixa de ser uma ilegalidade. Dizem-me os juristas. Até porque os governantes cometem muitos erros, impunemente.
O que é OBRIGATÓRIO e URGENTE é COMBATER esta PRAGA, que governantes incultos querem IMPINGIR-NOS.
Isabel A. Ferreira
E nem tudo tem a ver com o caos gerado pelo AO90, mas com uma descomunal falta de Saber…
RTP, o grupo chama-se "Peste & Sida"...
E como estamos em Portugal, secção é seCção, até porque se lê o Cê; e como ainda continuamos em Portugal, arquitecto é arquiteCto, apesar de não se ler o Cê. Porquê? Porque em Portugal a palavra arquiteto (ârquitêtu) leva-nos para umas grandes tetas, no masculino, até porque no Dicionário Infopédia, teto (têtu) é um sinónimo de teta: mama; órgão mamário das fêmeas de alguns mamíferos; úbere; teto (têtu) Podem ir lá consultar.
No Brasil, sim, escreve-se seção e arquiteto - lê-se s’ção e arquitêto - de acordo com as regras gramaticais da Língua Portuguesa.
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E na TVI o “desiquilíbrio” é total.
É que nem em Português, nem em Inglês se acerta…
O que será merchandisin? Uma gralha? Ou isto será aplicação do papa-letras AO90, em vocábulos ingleses?
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Bem… A SIC não pode dizer que chamar primeiro-ministro ao presidente da República foi gralha... Por que não foi.
Isto é uma imperdoável falta de tudo: de atenção, de conhecimento, de profissionalismo, uma autêntica balda…
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E esta?
O teclado falhou? Quem estava a escrever estaria com os copos?
Isto é inadmissível num órgão de informação.
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E na CMTV, que também aderiu à ortografia brasileira, aquele “projêto” que prevê que os “cônjugues” … em que tempo verbal?
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E não só de brasileirices os nossos canais estão cheios, mas também de um desconhecimento (ou será desleixo?) da Gramática.
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Isto é uma pequeníssima amostra do que vai por aí...
Estas situações são imperdoáveis e inadmissíveis em qualquer circunstância, mas muito menos em canais de televisão, os maiores difusores da cultura ou da incultura, conforme o caso.
Nos tempos que correm, a difusão está mais para a incultura linguística, uma autêntica calamidade, no nosso país.
Todos os órgãos de comunicação, já contactados a este respeito da vergonhosa aplicação do AO90, dizem-nos isto, à laia de treta de cassete: o Vocabulário Ortográfico do Português (VOP) foi tornado oficial em 2010 e obrigatório em todos os organismos do Estado.
Por conseguinte, devemos concluir então que todos os jornais, revistas e canais de televisão que adotaram (âdutáram) a ortografia brasileira são organismos do Estado. Certo? Ou devemos dizer lacaios do Estado?
Só os organismos do Estado, em princípio, deveriam seguir, apenas por obediência cega e acrítica ao Poder, esse tal VOP, mais VOB (Vocabulário Ortográfico do Brasileiro) do que VOP, porque não existe lei alguma que os obrigue (e muitos são os que desobedeceram) a escrever à moda brasileira.
Isto foi o que sempre desconfiámos: os órgãos de comunicação social são manipulados pelo Estado. Mas são os próprios que confirmam ser organismos do Estado… Ou não?
Haja ao menos profissionalismo e brio profissional.
Isabel A. Ferreira
Mas…
Em Portugal, a ignorância optativa está a alastrar-se a uma velocidade considerável, e os governantes portugueses, comprometidos com essa ignorância, estão a apostar nela, numa tentativa de levar adiante um plano assente num obscurantismo jamais visto em Portugal.
Tudo isto, a médio prazo, irá custar muito caro ao nosso País que, cada dia, mais se afunda numa insólita incultura e, para tal, o maior difusor dessa ignorância, está a ser instrumentalizado para oferecer ao povo, já meio anestesiado com o soro do desatino, aquelas coisas que o desviam do essencial: futebol, novelas, realities shows e notícias sensacionalistas e sombrias, como se o Sol se tivesse retirado do mundo, tudo baralhado numa linguagem de bradar aos céus, com a intenção de levarem a melhor… e com a agravante de estarem a insultar a inteligência de um povo.
Na verdade, ser ignorante não é defeito. Defeito é optar pela ignorância e achar que se tem razão. É o caso dos acordistas, que decidiram assentar o AO90 na mais descomunal ignorância da Língua, e achar que os sapientes são retrógrados.
E vamos deixar que isto perdure?
Isabel A. Ferreira
5% da população portuguesa ainda não sabe ler nem escrever, mas não são estes 5% de analfabetos que estão a destruir a nossa Língua Materna.
O analfabetismo atinge mais de 500 mil portugueses (não contando com os semianalfabetos, os analfabetos funcionais, os escolarizados, incluídos numa boa fatia das gentes que se dizem "letradas").
E estamos a caminho para muitos mais "milhões", de ambos os lados do Oceano Atlântico, se o AO90 não for urgentemente mandado às malvas.
Este analfabetismo faz parte do programa do governo português, ele próprio, cheio de analfabetos funcionais.
Além disso a política é esta: quanto mais ANALFABETO for um povo, mais submisso ele será.
Por isso nunca há verbas para implementar a Cultura, o Ensino, a Educação, as Artes…
Mas para a INCULTURA, as verbas rolam a rodos...
Portugal está entre os cinco países da União Europeia que menos investem na Cultura. Os últimos dados disponíveis referem-se a 2016.
No ensino da Língua Materna ocupa o último lugar, pois é o único país do mundo que investe num dialecto estrangeiro, em detrimento da Língua Oficial: a Língua Portuguesa.
A liderar a lista dos países que mais investem nestas áreas está a Hungria (3,3%), seguindo-se Estónia (2,1%) e a Croácia e a Dinamarca (ambos com 1,8%). Do lado oposto está a Irlanda (0,5%), o Reino Unido (0,6%) e três países periféricos ex-aequo (0,8%): Grécia, Itália e Portugal.
O Eurostat explica que neste indicador são incluídos os gastos com desporto e espaços de lazer, bibliotecas, museus, teatros, serviços de transmissão e espaços religiosos, entre outros.
Fonte:
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Portugal, além de não investir na Cultura Culta e na Língua Portuguesa, que faz parte dessa Cultura, integra-se nos três tristes países europeus (com Espanha e França) que investem na incultura, ou seja, na tauromaquia (tortura de Touros) que os governos destes três países consideram fazer parte da verdadeira Cultura, contribuindo para que uma fatia (felizmente pouca) da população, além de analfabeta, se mantenha na Idade Média.
Isabel A. Ferreira
Uma voz lúcida que vem de Angola
Não poderia estar mais de acordo com o escritor António Fonseca.
Saibam os governantes brasileiros e portugueses, e o lobby editorial, que LUCRA com este (des)acordo, ouvir a voz dos sábios e lúcidos verdadeiros guardiães da Língua Portuguesa.
E acabe-se, de uma vez por todas, com esta incultura que nos querem impor.» (I.A.F.)
Admite que uma eventual adesão poderia causar algum impacto negativo na cultura, história, administração e ensino.
Em entrevista exclusiva a O PAÍS, o escritor justificou-se com o facto de os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) não terem sido contactados no momento desta projecção linguística, que resultou na alteração de alguns vocábulos, como é o caso da supressão da letra c nas palavras de sequência consonântica. Segundo a fonte, “por aquilo que eu saiba, de um modo particular, o acordo foi feito inicialmente sem a presença e anuência dos países africanos, para depois ser imposta a nós, o que demonstra uma falta de respeito”, desabafou António Fonseca.
O também jornalista acrescentou que, depois de Angola ter acesso ao referido acordo, elaborou a seguir um estudo que revelava os inúmeros erros e as deficiências contidas no projecto. Prudente nas suas afirmações, António Fonseca esclareceu que não foi por razões políticas que o país não aderiu ao referido acordo ortográfico, mas por conter erros técnicos e culturais “bastante visíveis”. Referiu que a alteração da escrita de algumas palavras feria o sentido de identidade cultural, enquanto a sua estrutura remetia a um conflito de sentido semântico. Exemplificou o caso das palavras “facto” e “fato”.
Sobre o ferimento do sentido da identidade cultural, realçou ainda que algumas palavras acarretavam elementos matriciais que configuravam nas realidades, sendo fruto da história do povo angolano, quer da ocupação, quer dos poderes autóctones, que convergiam na angolanidade, com um peso carregado de matrizes e variantes.
Fonte:
http://opais.co.ao/escritor-antonio-fonseca-desaconselha-adesao-ao-acordo-ortografico/
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