Todos sabemos como o AO90 esmaga a Língua Portuguesa, e como os editores portugueses e brasileiros o querem impingir a Portugal, um país com governantes demasiado subservientes, para gostos requintados.
Nas actuais Feiras do Livro, os editores tentam impor-nos obras escritas em mau Português. Num Português fabricado no outro lado do Atlântico, longe das suas raízes, europeias e cultas. Um Português abrasileirado e acordizado, numa versão atabalhoada, que arrasta a Língua Portuguesa pela lama.
As Feiras do Livro tornaram-se num lugar esvaziado de sedução.
Já não me dizem nada.
Ler, para mim, continua a ser um prazer desmedido.
Visitar uma Feira do Livro era (não é mais), para mim, um grande prazer. Folhear os livros. Sentir-lhe o cheiro. Ler palavras que nos enfeitiçam…
Hoje, é uma autêntica viagem ao reino dos horrores.
Ver a Língua Portuguesa tão maltratada, tão esmagada sob as patorras de ignorantes traidores, em objectos a que continuam a chamar “livros”, perturba-me os sentidos.
Macera-me a alma.
As actuais Feiras do Livro já não me dizem nada.
Aplicava (não gastava) fortunas a comprar livros. E comprava tantos livros, que nunca consegui dar vazão à leitura de todos eles.
Hoje, esses livros que ficaram por ler são o meu esteio.
E são tantos, que poderia passar o resto da minha vida somente a ler, e não os leria a todos.
Hoje, já não frequento as Feiras do Livro. Para quê?
Faz-me mal ver a minha Língua Materna diminuída como se fosse uma coisa qualquer, manipulada por ignorantes.
E tudo isto por motivos que nada têm a ver com a evolução natural da Língua, mas apenas porque sim…
E o governo português, qual Judas Iscariotes, está a tentar vender a Língua Portuguesa por trinta dinheiros. Mais dia, menos dia, acabará enforcado na própria corda que está a tecer.
Isabel A. Ferreira
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