Quinta-feira, 8 de Fevereiro de 2024

Os “fatos” da GNR

 

Todos os dias, a toda a hora, em toda a parte deparamo-nos com uma linguagem alienígena. Com uma linguagem que NÃO nos pertence.

 

Os Portugueses Pensantes cada vez mais se indignam com esta falta de brio profissional, ao ponto de já não se saber o que é o quê.


Pois não é que agentes da GNR em vez de fardas vestiram fatos para irem à manifestação, e os fatos da GNR foram averiguados, não vá terem neles escondida alguma coisa indevida?


Ao que parece, depois de averiguados os fatos da GNR e nada ter sido encontrado de suspeito, o caso ficou resolvido.


Já nem sequer uma Força da Ordem Pública consegue dar o exemplo, escrevendo correCtamente a Língua Oficial de Portugal?


Usar palavras que são exclusivas do léxico brasileiro não é algo que pertença ao profissionalismo que se espera de uma autoridade.

Até porque, se os Brasileiros soubessem do que estão a falar quando falam de "fatos", jamais deixariam de pronunciar aquele que faz toda a diferença. O problema é que eles quando elaboraram o Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943, em cuja Base IV se baseia o AO90, desataram a mutilar as palavras a torto e a direito, sem saberem o que estavam a fazer e porque o faziam.


Não é da inteligência, pois, que sendo-se Português, se use o léxico brasileiro, que foi distanciado do léxico português, sem base científica alguma que o justificasse.



É URGENTE acabar com a destruição da Língua Portuguesa.

 

(Já estou farta de dizer isto, mas se tivéssemos políticos e governantes com ouvidos de ouvir e olhos de ver, não seria necessária tanta repetição. Parece que estamos diante de uma turma de alunos pouco dotados intelectualmente, em que é preciso repetir, repetir, repetir a matéria, até à exaustão, para que possam aprender a lição).  Danação 2.png

 

Isabel A. Ferreira

 

Os FATOS da GNR.PNG

Fonte da imagem:

https://www.facebook.com/photo/?fbid=7857755904252955&set=gm.1508972966562995&idorvanity=1059980261462270

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:29

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Quarta-feira, 6 de Dezembro de 2023

«As línguas: ser colonizado ou mudar?»

 

Mais um texto que ajuda a compreender por que o AO90 é incompreensível.

 

Raúl Proença Mesquita.png

 

«As línguas: ser colonizado ou mudar?»

Por Raúl Proença Mesquita 

 

Já há tempos tinha pensado em trazer este assunto à baila. É para mim um assunto da maior importância: a língua. Esta exprime um tipo de pensamento ou vice-versa, o pensamento exprime-se por uma sintaxe e por uma morfologia particulares.

 

Ora vejamos. “I am going to go home”, à letra, “eu vou indo para ir para casa”, ou seja, “eu vou andando para casa”. O “eu vou indo para ir para casa”, mentalmente, não é o mesmo do que eu vou para casa. Significam o mesmo, mas não são o mesmo. O que quero dizer com isto? Quero simplesmente dizer que o processo mental de um falante da língua inglesa é diferente do da língua dos portugueses e dos PALOP.

 

No Brasil a coisa é outra. O português deste país está oficialmente colonizado pelo inglês dos EUA. Mas o encadeamento não acaba aqui.  Com a invasão de telenovelas brasileiras, mas especialmente com a massa imigratória de brasileiros para o nosso país, sem fazer qualquer comentário sociopolítico, até porque sou por uma sociedade cosmopolita, a língua portuguesa degradou-se ao ponto de a mente se deteriorar no raciocínio, tal como a britânica pela colonização linguística americana, por exemplo, nas exclamações tais como “cool!”, “awesome!”, etc..

 

Claro que vou dar mais exemplos (mas não “darei exemplos”). “Sente aqui, relaxe.” O que é isto? Primeiro: Sente aqui uma dor? Não sinto. Está bem. Em português diz-se sente-se aqui. Segundo: Relaxe não é português, é inglês, relax. Em português usa-se o verbo descontrair – descontraia-se. Como veem em inglês não há praticamente verbos reflexos, excepto quando se usa o yourself mas em português há muitos.

 

Dir-me-ão que as línguas mudam. Sim, é verdade. A língua portuguesa, por exemplo, mudou muito no século XVI, a francesa, no princípio do século XVIII, por exemplo, na pronúncia de Roi (rei) Rué, para Ruá, mas a estrutura mental, não. Tirar a reflexão a um verbo é como retirar os espelhos a uma sociedade inteira. Isso não mudará a mentalidade de um povo?

 

As mudanças que referimos em Portugal foram de ordem gráfica e de pronúncia, relativas a um lógico afastamento da tradição galega. De bēstia para besta, por exemplo. Mas actualmente são muito graves.

 

Aqueles que advogam acordos ortográficos que, curiosamente, não o são só, são muito mais, tornam-se em acordos ideológicos em que se serve de bandeja a língua de vários países (Portugal e PALOP) a um que se estipulou ser o mais importante, que será, do ponto de vista económico.

 

A Europa abdicou de lutar pela sua cultura, ou seja, pela sua maneira de pensar, pelas suas estruturas mentais, entregando-se ao facilitismo de um pensamento primário que serve para o dia-a-dia, mas nunca para um pensamento crítico que, aliás, infelizmente, não convém ao status quo.

 

Tudo isto acompanhado pelas aspas em mímica com os dedos indicador e médio de ambas as mãos em jeito de teatro de Robertos, onde pode ter graça, mais o constante OK americano que invadiu o a cultura britânica e agora o mundo (em Portugal, o bonito Ókay) e o wau, aqui, uau, completam um cocktail de asneirada apropriado para os tempos actuais. Mas não ficamos por aqui.

 

Que tal o “avariou”? Mas avariou o quê? É um verbo transitivo, pede complemento directo. Desculpem, mas tem de haver gramática, o tal pensamento de que falei. Exemplo: Ele avariou todas as trotinetes do Alfeite. Ou então: O meu carro avariou-se. Já sabemos de onde vem o erro. Mas os portugueses mesmo os dos meios universitários dão-no. Grave, hein! E não posso deixar de assinalar, antes do fecho, dois advérbios que andam na boca das gentes: basicamente e obviamente. Bem, existem no léxico português mas são palavras anglo saxónicas. Por que não, no primeiro caso, no fundo… e no segundo, é claro ou é evidente…?

 

Falar bem, ou seja, com simplicidade, sem arrebiques, será actualmente uma utopia tal como Shangri-La? Depois do exposto fica-se perplexo.

 

“To be, or not to be”, Hamlet, Shakespeare. A pergunta metafísica par excellence no contexto da decadência da linguagem leva a quem se preocupa a perguntar: decadência contínua inevitável ou esperança numa travagem? Acredito na segunda hipótese.  Será difícil. À primeira vista parece impossível, lembremos a República de Platão, mas então por que escrevo?

 

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia (*)

 

Fonte: https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/as-linguas-ser-colonizado-ou-mudanca/

 

(*) Eu diria: «O autor escreve conforme a ortografia legal: a ortografia vigente, a ortografia de 1945», porque a antiga ortografia é a ortografia de 1911. E não existe outra em Portugal, nem nos países de Língua Oficial Portuguesa, excepto no Brasil, onde se escreve segundo a grafia preconizada no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943, essa mesmo, que querem impingir a Portugal.

 

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:02

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Terça-feira, 20 de Setembro de 2022

Diferenças lexicais entre a Língua Portuguesa e a sua Variante Brasileira

 

De tanto se escrever errado, o erro passará a ser correcto?

 

Uma coisa é evolução natural da Língua. Outra coisa é a sua destruição.  E outra coisa é a sua variação.


Sabemos que, no Brasil, existiu (e ainda existe), uma corrente, iniciada por Antônio Houaiss, o enciclopedista libanês, de quem Millôr Fernandes (jornalista e escritor brasileiro) dizia que «conhecia todas as palavras da Língua, só não sabia juntá-las», a qual deslusitanizou a Língua Portuguesa intencionalmente, para a afastar das sua raízes greco-latinas, o que viria a dar origem ao Acordo Ortográfico de 1990, também engendrado por Houaiss, ao qual se juntou Malaca Casteleiro, para ajudar à missa. Tudo o que fosse português Houaiss modificava, inventava, americanizava, puxava ao Português antigo, para se distanciar da Língua de Portugal. Uma mania como outra qualquer que, contudo, teve consequências absolutamente desastrosas para a NOSSA Língua.

 

Ando a elaborar uma espécie de dicionário (para já é uma lista) de palavras que o Brasil fez questão de diferenciar do léxico Português, deslusitanizando-o, tendo algumas das palavras, introduzidas nesse novo léxico brasileiro, um significado completamente diferente do original.

 

É uma pequena amostra dessas diferenças lexicais que proponho nesta publicação.

 

Paulo Franchetti.jpeg

 

O léxico brasileiro está a negrito. São palavras e expressões que encontro, por aí, nos falares e nos escritos  brasileiros.


Isabel A. Ferreira



Liberar/libertar

Ímã/íman

Seriados/séries

Embutidos/enchidos

Caminhão/camião

Caminhonista/camionista

Touros de briga/Touros de lide

Nos hospitais as ambulâncias tomam e largam doentes/nos hospitais as ambulâncias recebem e deixam doentes

Comentarista/comentador

Tomar um carro de aluguel/Apanhar um táxi

Conosco/connosco

Umidade/humidade

Pausar/parar

Empossamento/tomada de posse

Bitucas de cigarros/ponta de cigarros, beatas

Cotidiano/quotidiano

Fechamento/encerramento

Porcentagem/percentagem

Alvejante/branqueador

Parada cardíaca/paragem cardíaca

Chapéu papal/solidéu

Acessar/aceder

Fato/facto

Psicodélico/psicadélico

Mensurar/medir

Covarde (coward)/cobarde

Estórias em quadradinhos/histórias aos quadradinhos/banda desenhada/BD

Tampar/fechar

Recorrer para a justiça/recorrer à justiça

Cargos de vereança/cargos de vereação

Breque/travão

Sacola véia/sacola velha

Viralizar/ornar-se viral

Ambientalizar/ambientar

Planizava/planeava

Clinicar/exercer clínica

Câmara filmadora/câmara de filmar

Vai-se no médico/vai-se ao médico

Virada do ano/passagem de ano

Coalizão/coligação

Câmeras/câmaras

Eu te preciso/eu preciso de ti

Beija eu/beija-me

Eu lhe amo/eu amo-te

Te amo/amo-te

Eu te gosto/eu gosto de ti

Para eu/para mim

Irã/Irão

Estadunidense/norte-americano

Terno/fato

Banheiro/quarto-de-banho

Gestando/gerindo

Câncer/cancro

Gestar/gerir

Chutou as flores para o cesto/atirou as flores para o cesto

/não é

Oi/olá

Pet/animal de estimação

Friezzer/congelador

Sorvete/gelado

Registrar/registro/registar/registo

Mar do Caribe/Mar das Caraíbas

Caribe/Caraíbas

Parabenizar/felicitar

Israelense/israelita

Estrelar (um filme)/protagonizar? 

Apenado/condenado

Estoriador/ou historiador

Poloneses/polacos

Pausar/fazer pausa

Deletar/eliminar

Panaca/panasca

Galera/pessoal (grupo de pessoas)

Parada de ônibus/paragem de autocarro

Guris/crianças

Geladeira/frigorífico

Café da manhã/pequeno-almoço?

Aquele trem é horrível/aquela coisa é horrível

Trem/combóio

Cidade litorânea/cidade do litoral

Cassino/casino

Bala/rebuçado

Grama/relvado

Grama/relva

Bilhão/Bilião

Torcida/adeptos

Enquete/questionário

Escanear/digitalizar

Estresse/stress

Esporto/desporto

Ganhador/vencedor

Balé/ballet

Espírito natalino/espírito natalício

Campesinos/camponeses

Festejos natalinos/festejos natalícios

Missivista/pessoa que leva ou escreve missivas (cartas)   

Ducha/duche

Planejar/planear

Bonde/eléctrico

Mídia/média

Time/equipa

Copa (do mundo)/taça  

Amsterdã/Amsterdão

Cafifa/papagaio de papel

Enterramento/enterro

Conscientização/consciencialização

 Apoiadores/apoiantes

Buzinaço/buzinão

Chefe da ONU (Guterres)/Director-Geral da ONU

Acessar/ter acesso a

Detento/detido

Concreto/betão

Rifle/espingarda

Cromossomo/cromossoma

Sutileza/subtileza

Sutil/subtil

Traslado do coração/trasladação do coração

Fabricação/ou fabrico

Conscientização/consciencialização

Apuração/apuramento

Maquiagem/maquilhagem

Exterior/estrangeiro

Zumbi/zombie

Esse/este

Em uma/Numa

Cachorro/cão

Mouse/rato

Tela/ecrã

Xícara/chávena

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:13

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Quinta-feira, 15 de Setembro de 2022

Diferenças lexicais entre a Língua Portuguesa e a sua Variante Brasileira

 

De tanto se escrever errado, o erro passará a ser correcto?

 

Uma coisa é evolução natural da Língua. Outra coisa é a sua destruição.  E outra coisa é a sua variação.


Sabemos que, no Brasil, existiu (e ainda existe), uma corrente, iniciada por Antônio Houaiss, o enciclopedista libanês, de quem Millôr Fernandes (jornalista e escritor brasileiro) dizia que «conhecia todas as palavras da Língua, só não sabia juntá-las», a qual deslusitanizou a Língua Portuguesa intencionalmente, para a afastar das sua raízes greco-latinas, o que viria a dar origem ao Acordo Ortográfico de 1990, também engendrado por Houaiss, ao qual se juntou Malaca Casteleiro, para ajudar à missa. Tudo o que fosse português Houaiss modificava, inventava, americanizava, puxava ao Português antigo, para se distanciar da Língua de Portugal. Uma mania como outra qualquer que, contudo, teve consequências absolutamente desastrosas para a NOSSA Língua.

 

Ando a elaborar uma espécie de dicionário (para já é uma lista) de palavras que o Brasil fez questão de diferenciar do léxico Português, deslusitanizando-o, tendo algumas das palavras, introduzidas nesse novo léxico brasileiro, um significado completamente diferente do original.

 

É uma pequena amostra dessas diferenças lexicais que proponho nesta publicação.

 

Paulo Franchetti.jpeg

 

O léxico brasileiro está a negrito. São palavras e expressões que encontro, por aí, nos falares e nos escritos  brasileiros.


Isabel A. Ferreira



Liberar/libertar

Ímã/íman

Seriados/séries

Embutidos/enchidos

Caminhão/camião

Caminhonista/camionista

Touros de briga/Touros de lide

Nos hospitais as ambulâncias tomam e largam doentes/nos hospitais as ambulâncias recebem e deixam doentes

Comentarista/comentador

Tomar um carro de aluguel/Apanhar um táxi

Conosco/connosco

Umidade/humidade

Pausar/parar

Empossamento/tomada de posse

Bitucas de cigarros/ponta de cigarros, beatas

Cotidiano/quotidiano

Fechamento/encerramento

Porcentagem/percentagem

Alvejante/branqueador

Parada cardíaca/paragem cardíaca

Chapéu papal/solidéu

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Fato/facto

Psicodélico/psicadélico

Mensurar/medir

Covarde (coward)/cobarde

Estórias em quadradinhos/histórias aos quadradinhos/banda desenhada/BD

Tampar/fechar

Recorrer para a justiça/recorrer à justiça

Cargos de vereança/cargos de vereação

Breque/travão

Sacola véia/sacola velha

Viralizar/ornar-se viral

Ambientalizar/ambientar

Planizava/planeava

Clinicar/exercer clínica

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Vai-se no médico/vai-se ao médico

Virada do ano/passagem de ano

Coalizão/coligação

Câmeras/câmaras

Eu te preciso/eu preciso de ti

Beija eu/beija-me

Eu lhe amo/eu amo-te

Te amo/amo-te

Eu te gosto/eu gosto de ti

Para eu/para mim

Irã/Irão

Estadunidense/norte-americano

Terno/fato

Banheiro/quarto-de-banho

Gestando/gerindo

Câncer/cancro

Gestar/gerir

Chutou as flores para o cesto/atirou as flores para o cesto

/não é

Oi/olá

Pet/animal de estimação

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Sorvete/gelado

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Mar do Caribe/Mar das Caraíbas

Caribe/Caraíbas

Parabenizar/felicitar

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Estrelar (um filme)/protagonizar? 

Apenado/condenado

Estoriador/ou historiador

Poloneses/polacos

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Deletar/eliminar

Panaca/panasca

Galera/pessoal (grupo de pessoas)

Parada de ônibus/paragem de autocarro

Guris/crianças

Geladeira/frigorífico

Café da manhã/pequeno-almoço?

Aquele trem é horrível/aquela coisa é horrível

Trem/combóio

Cidade litorânea/cidade do litoral

Cassino/casino

Bala/rebuçado

Grama/relvado

Grama/relva

Bilhão/Bilião

Torcida/adeptos

Enquete/questionário

Escanear/digitalizar

Estresse/stress

Esporto/desporto

Ganhador/vencedor

Balé/ballet

Espírito natalino/espírito natalício

Campesinos/camponeses

Festejos natalinos/festejos natalícios

Missivista/pessoa que leva ou escreve missivas (cartas)   

Ducha/duche

Planejar/planear

Bonde/eléctrico

Mídia/média

Time/equipa

Copa (do mundo)/taça  

Amsterdã/Amsterdão

Cafifa/papagaio de papel

Enterramento/enterro

Conscientização/consciencialização

 Apoiadores/apoiantes

Buzinaço/buzinão

Chefe da ONU (Guterres)/Director-Geral da ONU

Acessar/ter acesso a

Detento/detido

Concreto/betão

Rifle/espingarda

Cromossomo/cromossoma

Sutileza/subtileza

Sutil/subtil

Traslado do coração/trasladação do coração

Fabricação/ou fabrico

Conscientização/consciencialização

Apuração/apuramento

Maquiagem/maquilhagem

Exterior/estrangeiro

Zumbi/zombie

Esse/este

Em uma/Numa

Cachorro/cão

Mouse/rato

Tela/ecrã

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:10

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Domingo, 12 de Fevereiro de 2017

Quando o termo "unificar" significa "cada um para o seu lado"…

 

Um dos argumentos de quem defende o AO90 é o delírio de se pretender unificar o que eles chamam de Português de Portugal e Português do Brasil, para que todos se entendam debaixo do mesmo “toldo” …

Dizem que o Acordo Ortográfico de 1990 se propõe a unificar a grafia das duas variantes da Língua Portuguesa (e as variantes africanas, não contam?) criando uma ortografia comum aos países lusófonos (entenda-se apenas Brasil e Portugal).

Isto é o que dizem quanto à grafia made in Brasil que nos querem impingir.

E por que não a grafia made in Portugal, como seria mais natural, uma vez que a legítima Língua Portuguesa (de Portugal) é a Matriz, é a Geratriz de todas as suas variantes, e os Africanos de expressão portuguesa usam-na com elevado nível, apenas o Brasil se afastou dessa matriz?

 

UNIFICAÇÃO2.png

 O que vemos na imagem é um dos entraves à impossível unificação

 

Mas não é apenas a ortografia mutilada que está em causa, nesta negociata fraudulenta e obscura do AO90.

 

Existem aquelas outras palavras (e são às centenas) que os brasileiros dizem e escrevem e os Portugueses e Africanos de expressão portuguesa não dizem, nem escrevem.

 

E se é para haver unificação, a unificação deveria ser total, ou o objectivo dos negócios estrangeiros não se concretizará jamais…  

 

Ora vejamos esta situação: escanção ou sommelier?

 

Ontem, numa reportagem da SIC, sobre vinhos alentejanos, que estão a ser promovidos no Brasil, fiquei a saber algo que desconhecia por completo, simplesmente porque de vinhos percebo o mínimo.

 

Mas sei que em Portugal existe o vocábulo escanção, oriundo do francês antigo eschanson, que por sua vez tem origem no Latim medieval scantio, e que significa profissional especializado em vinhos, ou aquele que nos banquetes antigos deitava o vinho nas taças dos convidados, ou ainda o oficial da corte que estava encarregado de servir o vinho na taça e oferecê-lo ao rei nas refeições.

 

E qual não foi o meu espanto, quando o jornalista aplica a palavra sommelier, e explica que no Brasil, os brasileiros utilizam esta palavra francesa, para designar o que em Português é escanção.  

 

Ora se a Língua Portuguesa tem um termo específico para designar profissional especializado em vinhos, haveria necessidade de se ir buscar um vocábulo francês?

 

Talvez sim… Talvez para esnobar (termo brasileiro)a Língua do colonizador… É uma hipótese.

 

E agora das duas uma: com esta unificação pretendida pelo AO90, ou passamos nós e os Africanos de expressão portuguesa a dizer sommelier, ou passam os brasileiros a dizer escanção. Ou a unificação é apenas restrita à ortografia?

 

É que existem outras questões.

 

Aqui há tempos, um editor brasileiro pretendeu que eu traduzisse para brasileiro, um livro que escrevi em Língua Portuguesa, porque disse ele, no Brasil ninguém sabe o que é um quarto de banho (entre muitos outros termos usados cá, mas não lá). Eles lá dizem banheiro, que em Portugal significa um vigilante ou instrutor de natação, nas praias.

 

Neste caso, mais depressa um português se baralharia com banheiro, do que um brasileiro, minimamente instruído, com quarto de banho, uma vez que, estando-se a falar de uma casa, de um lar, de uma habitação, de um palácio, um quarto de banho não seria entendido como um compartimento para dormir… Ou seria?…

 

O livro ficou por traduzir e por editar, obviamente.

 

Se cada um diz a sua, como fica a unificação para que todos se entendam debaixo do mesmo “toldo”?  

 

O pior é que como esta do sommelier, há centenas (milhares?) de outras palavras que os brasileiros americanizaram, afrancesaram, italianizaram e castelhanizaram, com a intenção de se afastarem do Português (?). E então, ou eles lá, abdicam dessas palavras estrangeiradas e começam a utilizar o léxico Português, ou nós cá, abdicamos do nosso Português e adoptamos essa estrangeirice, em prol da tal pretendida unificação, para que todos se entendam, e perdeemos a nossa identidade como Nação… 

 

Agora pergunta-se: por que é que cada país não fica com a sua própria diversidade linguística na oralidade e na escrita?

 

É que nós cá, também temos regionalismos, e nem por isso alguém se lembrou de unificar o Português, em Portugal.

 

É que no Norte existem termos que os do Sul desconhecem ou não usam, e vice-versa. Como por exemplo: estrugido e refogado; garoto e pingo; imperial e fino; bica e cimbalino. Lá para o Sul é mais oiro, loiro, toiro, moiro… No Norte é mais ouro, louro, touro, mouro… Por que não deixar o léxico brasileiro ser brasileiro, e o léxico português ser português, e o léxico africano ser africano, na grafia e nas diversas pronúncias e nos preciosos regionalismos?

 

Os regionalismos brasileiros são riquíssimos (não estou a referir-me à estrangeirice) mas não estou a ver os Portugueses (ou os Angolanos ou Moçambicanos) a usá-los nem na escrita, nem na oralidade.

 

Na diversidade é que está a riqueza de uma Língua partilhada por oito países. Não na unicidade, que é redutora e anti-cultural.

 

Para se adoptar uma ortografia comum unificante, teria de se adoptar um léxico comum também unificante.

 

Que interesse terá Portugal (e o Brasil) em escrever teto, arquiteto, direto, setor, convição, rutura, invita, mas os Portugueses desconhecerem o que é um curumim ou uma cumbuca, e os Brasileiros não saberem o que é um brindeiro ou um bisalho?…

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:43

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Terça-feira, 8 de Março de 2016

Ora viva, «A Favor do Acordo Ortográfico»!!!!

 

Recebi um comentário de um acordista escondido sob a alcunha de «A favor do Acordo Ortográfico», e que, cobardemente, anda por aí a espalhar ignorância, sobre o AO90, sem o menor pudor.

 

Se tivesse nome e cara talvez lhe faltasse a coragem para defender o indefensável.

 

Então, decidi responder-lhe aqui… em destaque… porque me recuso a ser criminosa...

 

BERTOLT.jpeg

 

Comentário:

Ahahahaha! Então a culpa é do acordo ortográfico? Você realmente é de mais!! E agora engraçou com o "patoá" (dantes era o "estropiar"), mais parece um disco riscado...

 

***

Ora viva, «A favor do Acordo Ortográfico»!

 

Com que então tem a distinta lata de me bloquear na sua página do Facebook, para não ter de  ler os meus comentários, que INCOMODAM (se não incomodassem eu não teria sido bloqueada) e vem agora para aqui, rir o riso dos parvos?

 

Seja bem-vindo.

 

Não vou bloqueá-lo, nem sequer eliminar este comentário. Sou democrática.

 

Tenho todo o gosto em publicá-lo, porque assim aproveito para dizer-lhe umas coisinhas

 

A CULPA é do acordo ortográfico (fez bem em escrever em letras minúsculas, porque uma aberração destas não merece mais), sim, porque a política do acordo ortográfico é corta as consoantes mudas, corta as vogais duplas, corta tudo, a torto e a direito, numa espectacular demonstração de IGNORÂNCIA da Língua Portuguesa.

 

Se eu não tivesse chamado a atenção do DN (poderia outra pessoa fazê-lo), neste momento, a polícia ainda estaria a aprender barras de ouro… Quem escreveu o texto acharia que apreender tinha consoantes a mais.

 

Antes deste negócio obscuro (um outro nome para o AO90) aparecer, já se falava e escrevia muito mal por aí… mas depois da imposição ilegal deste aborto ortográfico (outro nome para o AO90), as coisas pioraram absurdamente.

 

Pois… eu sei que sou de mais! E daí? É proibido ser de mais? Antes de mais que de menos.

 

Dantes era o estropiar? Dantes e agora, pois o estropiamento continua.  

 

Por que se incomoda tanto com a palavra? Sabe o que significa? Ela existe no léxico português. E eu, como conheço as palavras, gosto de aplicá-las adequadamente. Não posso?

 

E o termo estropiar apropria-se ao que está a ser feito à Língua Portuguesa: mutilar, desfigurar, aleijar, decepar, deformar, tudo isto está acontecer sem o mínimo rigor linguístico, ou seja, IGNORANTEMENTE. Além disso, devia aplaudir este termo, como aplaude os vocábulos mutilados, aleijados, decepados, deformados... que circulam por aí como uma praga. Sabe porquê? Porque é um termo muito predilecto dos Brasileiros. Nós por cá, é mais para o mutilar... Mas tem razão. O termo é muito feio, e soa a brasileirismo. Vou começar a usar mutilar.

 

E agora engracei-me com o patoá de incultos, engracei-me. Porquê? Não posso?

 

Sabe o que significa PATOÁ (para além da variante da linguística francesa)? Vá a um bom dicionário de Língua Portuguesa e verá: linguajar de qualquer língua, linguagem confusa, conversa fiada… Tudo isto é o AO90 e muito mais.

 

Quer saber o que lhe chamam os Brasileiros cultos? Chamam-lhe “dilmês”, "lulês”…

E nós por cá, é o “malaquês”, "socratês", “acordês”, "abortês", "mixordês", porque a ESTUPIDEZ é tanta que não nos deixa outra alternativa…

 

Quando me cansar do patoá, e para não parecer disco riscado, prometo-lhe que passarei a chamar ao AO90… de … (deixe-me cá ver…) de MELEQUÊS … com raiz na palavra MELECA (de origem brasileira) que significa: coisa imprestável, besteira, coisa complicada, ruim, mal conhecida, problema, complicação, entre outras coisas…

 

Que tal?

 

É que o AO90 é uma coisa tão estranhamente disparatada!…

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 12:03

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Sábado, 17 de Outubro de 2015

«Estas bolachas de chocolate têm bom aspeto? São feitas à base de insetos»

 

Este é o título de um artigo que li na Internet.

 

Gosto de bolachas de chocolate… Mas com bom aspÊto e feitas de insÊtos? Como disse????

 

Andei à procura do étimo ou etimologia de aspÊto e insÊtos (pois esta é a pronúncia correCta deste conjunto de letras) para que pudesse entender que bolachas de chocolate são estas, e se seriam digeríveis.

 

 

Bolachas.jpeg

 Eis as bolachas de chocolate, segundo o acordo ortográfico de 1990, com bom aspÊto e insÊtos.

 

Procurei, procurei, em dicionários de Língua Portuguesa comuns e especializados, e não encontrei absolutamente nada que me levasse à etimologia destes dois "vocábulos" estranhos, para que eu pudesse decidir se deveria experimentar comer, tranquilamente, estas bolachas, sem que me causassem indigestão ou alguma alergia fatal.

 

Consultei também a Internet (que costuma dizer-nos de tudo e mais alguma coisa), contudo, em Língua Portuguesa da gema, ou seja, na minha língua-mãe, nada encontrei igualmente.

 

No entanto, não desisti, e com um pouco de boa vontade, lá encontrei apenas o significado (não a origem) de aspÊto e insÊtos, no linguajar do acordo ortográfico de 1990, que os governantes portugueses querem impingir-nos à força de uma resolução (muito mal-amanhada) do conselho de ministros.

 

E não é que descobri que os adePtos do AO de 1990 pretendem, a todo o custo, que aspÊto signifique o mesmo que aspeCto, cuja origem assenta na palavra latina “aspectus” (aparência exterior das coisas), e insÊtos seja o mesmo que inseCtos, que deriva do vocábulo também latino “insectum” (classe de artrópodes cujo corpo se divide em tal e tal e tal…)?

 

Não, não brinquem com coisas sérias, senhores governantes!

 

É que ao pretenderem desenraizar a Ortografia Portuguesa, além de demonstrarem uma colossal ignorância da mesma, levam os mais incautos a comerem bolachas de chocolate com aspÊtos e insÊtos, altamente nocivos à saúde mental dos Portugueses lúcidos.

 

São dois amontoados de letras sem nenhum vislumbre de sentido.

 

São duas “coisas” inexistentes no Léxico Português.

 

Então, é necessário e urgente acabar com esta farsa, antes que as crianças comecem a comer bolachas de chocolate com ingredientes fabricados sem a mínima regra de sanidade mental.

 

Fonte da notícia:

http://lifestyle.sapo.pt/saude/peso-e-nutricao/artigos/estas-bolachas-de-chocolate-tem-bom-aspeto-sao-feitas-a-base-de-insetos

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:25

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