Numa entrevista a Jacinto Silva Duro (JSD), no Jornal de Leiria, Manuel João Vieira (MJV), artista plástico, músico, performer, actor e eterno candidato a Presidente da República, respondeu a várias perguntas, entre elas, duas, que aqui destaco, porque sendo este um Blogue de Defesa da Língua Portuguesa e do Ensino de Qualidade (pobre ensino e pobres estudantes, que estão a formar-se para serem os analfabetos funcionais do futuro!) e concordando inteiramente com o que foi dito, achei por bem trazê-las à liça.
Mais uma personalidade pública, que vem a público pôr de rastos o AO90, e a miséria franciscana que existe no ensino universitário.
Nós, Portugueses pensantes, sabemos que «uma coisa que não ajuda de todo à qualidade e ao enriquecimento da cabeça das pessoas é o Acordo Ortográfico, que transforma a língua portuguesa num idioma mais pobre e mais absurdo, mais parecido com o newspeak orwelliano. Orwell escreveu um livro chamado 1984 [***] que fala de um país onde se iam retirando fonemas e palavras à língua até ela ficar o mais básica possível, para as pessoas não saberem pensar e terem mentes simples.»
Todos nós sabemos disto, EXCEPTO os nossos (des)governantes, que ao que se vê, pretendem reduzir a geração actual a um nível intelectual, do mais básico que existe, começando pelo ensino do Português.
E o que é que nós podemos fazer?
Podemos fazer ene coisas, começando por, em uníssono, EXIGIR dos governantes, que recebem salários pagos por nós, para nos servir, a nós, e não, aos estrangeiros, a ANULAÇÃO do AO90, já no ano lectivo de 2022/23, e a reposição da LEGALIDADE LINGUÍSTICA.
[***] «1984», de George Orwell, é um livro de leitura obrigatória para TODOS os políticos, governantes, professores, jornalistas, escritores e restantes servilistas, que vêem no AO90 um tipo de linguagem simplex, para servir gente simplex, que não tem a mínima capacidade intelectual para PENSAR um IDIOMA.
Isabel A. Ferreira
Manuel João Vieira
As duas últimas perguntas da entrevista:
JSD - É professor na ESAD.CR. Vê vantagens em transformar o Politécnico de Leiria em universidade?
MJV - Sou professor de Desenho. O Politécnico está a trabalhar muito bem nas Artes Plásticas e no Design. Se a transformação em universidade abrir mais possibilidades em termos de investigação e doutoramentos, sou a favor. Mas, diga-se, devido à austeridade, o ensino universitário está sob cerco. Há universidades que têm pouco apoio estatal e que se vêem gregas - lá está - para resolver os seus problemas de financiamento. Dizem que o ensino deve ter apenas aquele tipo de cursos que garantem empregabilidade... Tem de haver cursos desses, mas também tem de haver opções para quem não quer "empregabilidade" e quer ser investigador ou artista. Um país é feito de tudo isso.
JSD - É uma formatação através da educação?
MJV - O ensino primário e secundário deveria ser de maior qualidade, como já foram. Por exemplo, uma coisa que não ajuda de todo à qualidade e ao enriquecimento da cabeça das pessoas é o Acordo Ortográfico, que transforma a língua portuguesa num idioma mais pobre e mais absurdo, mais parecido com o newspeak orwelliano. Orwell escreveu um livro chamado 1984 que fala de um país onde se iam retirando fonemas e palavras à língua até ela ficar o mais básica possível, para as pessoas não saberem pensar e terem mentes simples. Vejo, incrédulo, que se passa uma coisa parecida na língua portuguesa em prol de uma Lusofonia de que mais ninguém quer fazer parte. O Português deve evoluir de forma natural e não com um espartilho criado por meia-dúzia de obscurecidos.
Toda a entrevista aqui:
. «O Acordo Ortográfico tor...