Refira-se que actualmente a ONU tem seis línguas oficiais: Inglês, Castelhano, Francês, Árabe, Mandarim Padrão e Russo, nas suas versões originais e não nas suas variantes.
Lê-se nas notícias:
«O Presidente da República de Portugal anunciou hoje que na XI Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) foi aprovada uma proposta para que o Português seja uma língua oficial nas Nações Unidas (ONU)».
E bastou isto para se levantar uma questão pertinente: a que português se referiu o PR? À Língua Oficial Portuguesa, culta e europeia, ou à ortografia mutilada que nos querem impingir como língua, e que dá pelo nome de AO90, mais conhecido por acordês ou brasileirês?
Isto diz claramente da “UNIFICAÇÃO” pretendida e instalada na CPLP com o AO90
Esta proposta partiu do Brasil, com o evidente objectivo de que seja aprovada a ortografia mutilada, que foi adoptada pelo governo brasileiro, com o intuito de baixar o alto índice de analfabetismo que grassava no país, em tempos idos… e que infelizmente ainda se mantém.
Ora isto não é motivo científico nem evolutivo que possa conduzir à simplificação de uma ortografia com história. Com origem.
Como diz, e muito bem, o amigo António Aguiar, na sua publicação no Facebook:
«Todo o povo português unido contra, o povo angolano contra, o moçambicano e o brasileiro, enfim toda a Lusofonia que se preza está contra o acordo ortográfico. Sim, o mesmo Povo que os políticos da cimeira, supostamente, deviam representar. Quanto tempo ainda a contornarem, a divergirem, a inventarem, a insistirem na asneira?!»
Fonte da citação e da imagem do Expresso:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10208473580212096&set=gm.1283303515048352&type=3&theater
Ponto principal: a ONU não pode integrar uma língua oficial a partir de uma ortografia mutilada. Seria uma vergonha para a Lusofonia, para a CPLP, para Portugal, para o próprio Brasil, que mutilou a língua, não por razões evolutivas ou científicas, mas para facilitar a aprendizagem, coisa que povo algum jamais ousou fazer.
As línguas evoluem naturalmente. Não por motivos tão pobres, como o da incapacidade de aprendizagem, ou por motivos meramente financeiros.
É verdade que uma das línguas mais faladas no mundo é a Língua Portuguesa. Mas isto não significa que se tenha de “oficializar” a versão mutilada dessa mesma língua, apenas porque essa versão tem mais falantes ou escreventes.
Como dizia alguém: «Isto não é coisa pequena para um país pequeno».
Não, não é.
Por isso mesmo, devemos defender a dignidade da Língua que espalhámos pelo mundo, e não permitir que a abandalhem, por aí, escrevendo-a incorrectamente, porque não estamos a falar da diversidade das falas. Mas tão-só da ESCRITA. E essa é só uma: é a da Língua Portuguesa.
Não passa pela cabeça de ninguém utilizar as variantes americanas das Línguas Inglesa e Castelhana na ONU, apenas porque essas variantes têm mais falantes e escreventes.
Por isso, se o Português se tornar uma das línguas oficiais da ONU, terá forçosamente de ser uma língua legal, a Língua Portuguesa, e não o acordês mutilado, inculto e ilegal.
Seria altamente desprestigiante para Portugal, que é o berço da Língua, como Inglaterra é o berço da Língua Inglesa e Espanha o berço da Língua Castelhana.
No jornal Tornado lê-se em bom Português:
«As pressões sobre Angola e Moçambique para ratificarem o “acordo ortográfico”, continuam, acompanhadas das habituais mentiras sobe a “ortografia única”. O subsecretário para África e Médio Oriente do Ministério brasileiro das Relações Exteriores, Fernando Abreu, deu ênfase à necessidade de ratificação do acordo ortográfico em Angola e Moçambique.
“Isso facilitará a divulgação da língua portuguesa e determinadas tarefas, como a divulgação de livros, será facilitada porque teremos uma ortografia única. Evidentemente, respeitando as expressões regionais, de cada país, a um vocabulário ortográfico convencional”, explica Abreu.»
Fonte: http://www.jornaltornado.pt/cplp-discute-nova-visao-estrategica/
E deforma-se uma língua apenas para facilitar estas coisinhas triviais de que fala o senhor Abreu?
Isto só de mentes terceiro-mundistas, que desconhecem a essência das Línguas Cultas.
Nenhum povo deforma a própria língua, para facilitar relações ou troca de livros com outros. Isto nunca aconteceu em país nenhum do mundo. Por que haveria de acontecer logo com Portugal?
Evidentemente que isto tem a ver com a falta de espinha dorsal dos nossos políticos.
Ainda assim, estou convicta de que a ser aceite pela ONU a introdução da Língua Portuguesa, está será a Língua Portuguesa e não o Acordês.
É que o AO90 não existe oficialmente, nem internacionalmente.
O AO90 é apenas um produto de consumo interno para os brasileiros e os portugueses menos cultos e menos informados. E claro, para os servis e escravos do poder político, de um e de outro lado do Atlântico.
A Língua Portuguesa internacional é a Língua Portuguesa. E não outra.
Quem fez o anúncio da proposta foi Marcelo Rebelo de Sousa, que não pode trair Portugal e a Constituição da República Portuguesa, sob pena de ficar conhecido na História pelo presidente que vendeu a Língua Portuguesa e não defendeu a CRP.
O Presidente da República Portuguesa não se atreveria a ENGANAR o mundo a este ponto, só lhe ficava mal, até porque a Língua Oficial de Portugal é a Língua Portuguesa, e não o acordês, que está ilegalmente a ser utilizado, e anda por aí a fingir que é uma língua a sério.
É preciso saber distinguir português de Língua Portuguesa.
São duas coisas distintas.
Português pode ser muita coisa. Língua Portuguesa é só uma.
Portugal não precisa de se pôr em bicos de pés para que o mundo o veja. Portugal teve o seu papel importante ao dar ao mundo novos mundos, novos países.
É preferível que a Língua Portuguesa não esteja representada em parte alguma, do que estar representada na sua versão pobre e inculta, ou seja, na versão mutilada, imposta ilegalmente e que envergonha até mesmo o país que a pariu: o Brasil.
A propósito: o que faz nesta Lusofonia a Guiné Equatorial?
Isabel A. Ferreira
. NA CIMEIRA DA CPLP FOI AP...