É porque a verdade dos fatos, no Brasil, é uma coisa. Em Portugal a verdade dos fatos é outra.
Estará o senhor Paulo Jorge Colaço Rosa a referir-se à verdade dos fatos-macaco dos funcionários da autarquia?
No Brasil, os fatos não se vestem. Lá vestem-se ternos.
Em Portugal os fatos servem para vestir. E ternos são os namorados muito enamorados.
De faCto, este cê, que é mudo no Brasil, em Portugal não é. Logo, lê-se e escreve-se.
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Também sabemos que, no Brasil, os Brasileiros são contatados para muitas acções.
Em Portugal, os Portugueses não contatam, nem são contatados.
Em Portugal, os Portugueses contaCtam e são contaCtados (do Latim contaCtus), porque em Portugal lê-se o cê.
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Sabemos que no Brasil, talvez por influência da colónia italiana, bastante importante no país, os meses do ano são escritos com letra minúscula: febbraio (fevereiro); giugno (junho).
Em Portugal, os meses do ano grafam-se em letra maiúscula, tal como nas restantes grandes línguas europeias: Fevereiro, Junho (Língua Portuguesa); February, June (Língua Inglesa); Février, Juin (Língua Francesa); Februar, Juni (Língua Alemã).
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No Brasil, talvez igualmente por influência da colónia italiana, vai-se diretamente (direttamente) para a cadeia, se se é apanhado, em flagrante, a roubar alguém.
Em Portugal, não. Em Portugal pode ir-se direCto (do Latim direCtus) ou direCtamente para a cadeia, se se é apanhado, em flagrante, a roubar alguém. Diretamente, que se lê dirêtamente (o cê mudo tem função diacrítica, e o Tê a dobrar no italiano também tem, e a vogal E lê-se aberta, e sem o cê terá de ler-se dirêtamente), não se vai.
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No Brasil, atua-se (átuá-si) quando é preciso.
Em Portugal, aCtua-se (do Latim aCtum = aCção).
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Ah! mas agora o que não se lê não se escreve. Então e o acordo ortográfico para que serve? Dirá o senhor Paulo Jorge Colaço Rosa, presidente da Câmara Municipal de Mértola.
Acontece que o acordo ortográfico foi imposto ilegalmente ao Portugueses, e não está em vigor em país nenhum, dizem os juristas. E só os mal informados e os servilistas o aplicam. Se bem que, entre esses, existe uma tendência para abrasileirar o que mandam e o que não mandam, porque desconhecem o Português e o Brasileiro.
Em vigor, em Portugal e em mais seis países, está a ortografia do AO45. No Brasil, unilateralmente, está em vigor a ortografia de 1943.
E como é do senso comum, que o acordo ortográfico de 1990 não veio UNIFICAR a ortografia dos oito países ditos lusófonos, como pretendiam os seus engendradores, porque tal tarefa é completamente impraticável, só os cegos mentais não vêem isto, e uma vez que na ilegal aplicação do AO90 mistura-se alhos com bugalhos, e o que se escreve e se lê é uma mixórdia linguística, jamais vista em qualquer país do mundo ( e eles são 193) e Portugal é caso único, qual é a atitude mais racional a tomar quanto a esta matéria?
Acertaram. A REVOGAÇÃO imediata deste inútil e irracional acordo ortográfico, que nenhum país (nem o Brasil) quer. E Portugal também não. Em Portugal, os únicos que o querem (e estão em minoria) são os que, ao que parece, recebem ordens, oriundas de um submundo oculto e obscuro que manieta os governantes portugueses, presidente da República incluído, para que se destrua Portugal, destruindo o seu mais precioso símbolo identitário: a Língua Portuguesa.
E todos sabemos que Portugal pagará muito caro por tudo isto. E o pior, é que já começou a pagar.
Isabel A. Ferreira
. Mértola será uma cidade d...