Domingo, 19 de Março de 2017

Na Guiné-Bissau predomina a francofonia… Onde se encaixará a lusofonia?

 

Recentemente, ao ver a reportagem de Vítor Bandarra para a TVI24 - O que é feito da Guiné-Bissau? – que pode ser consultada na íntegra neste link:

http://www.tvi24.iol.pt/dossier/o-que-e-feito-da-guine-bissau/58b021410cf222228e5c0012

descobri que o Português ali é uma escolha terciária. Quase não se fala. Quase não se escreve. Portanto não é correcto falar em Lusofonia, quando se fala da Guiné-Bissau.

E com toda a propriedade, como podemos comprovar nos excertos desta reportagem, que seleccionei.

 

FDG.png

 Faculdade de Direito da Guiné-Bissau, onde a língua utilizada para a aprendizagem é o Francês.

Origem da Foto: https://www.facebook.com/184265201684674/photos/a.187740458003815.37050.184265201684674/187748824669645/?type=3&theater

 

Nesta reportagem pode ler-se:

 

«Muito dependente da ajuda internacional (incluindo da cooperação portuguesa) e das fracas exportações de caju, a Guiné-Bissau sofre de crónica falta de escolas, hospitais, infra-estruturas, formação técnica. "Entalada" entre vários países francófonos (a começar pelo Senegal e Guiné-Conacri), a própria Língua portuguesa vai sofrendo a erosão do Francês. Só as elites e os mais velhos (que cresceram no tempo colonial) ainda falam, ou apenas entendem, o Português.

 

Por motivos lógicos e simples: a primeira língua que as crianças aprendem é a materna (o fula, o mandinga, o balanta, o papel, o bijagó...) E para que todos se entendam e comuniquem, aprendem também o crioulo.

 

O Português, quando não é ultrapassado pelo Francês, é apenas a terceira língua dos guineenses.

 

(…)

 

Um choque cultural e linguístico para três jovens médicos lusitanos, recém-licenciados, que os repórteres da TVI foram encontrar, de mochila às costas, em Nhacra, a caminho de Bafatá, no interior. Ao contrário de muitos compatriotas, em vez de escolherem o Algarve, Cabo Verde ou o Brasil, os três aventureiros decidiram fazer férias... na Guiné-Bissau. E descobriram que, por aqui, o Português é uma língua meio exótica, ainda que seja a Língua oficial do Estado guineense.»

 

***

Na segunda parte desta reportagem (que vale a pena ver na íntegra), lá mais para o final, Vítor Bandarra entrevista um professor da Faculdade de Direito da Guiné-Bissau, onde se diz que os alunos que frequentam aquela faculdade utilizam o Francês, como língua de aprendizagem.

 

Nas escolas, pede-se para falar crioulo, para que entendam, pois têm grandes dificuldades em compreender o Português.

 

Perante isto, podemos questionar: qual o interesse de impingir à Guiné-Bissau o dialecto brasileiro, ou seja, o AO90, se lá o Português, embora sendo a Língua oficial, não o é na prática?

 

Por que não se deixa as ex-colónias seguir o seu próprio caminho, em liberdade?

 

Por que terão de andar a reboque de Portugal, a arrastar uma língua que não lhe diz nada? Incluindo o Brasil, que descartou a Língua Portuguesa em 1945, ficando com o seu dialecto americanizado, italianizado, afrancesado, aportuguesado, e com os dialectos indígenas e africanos à mistura.

 

E em Cabo Verde, o Português é considerado língua estrangeira.

 

Que CPLP será esta?

 

O que é que se pretende UNIR aqui?

 

A Língua, não é com toda a certeza.

 

E no meio disto tudo, só existe UM país "lusófono", ao qual interessa a expansão de uma ortografia que nada tem a ver com a matriz Portuguesa. E esse país não é Portugal.

 

Em Portugal a ortografia estrangeira que está a ser imposta ilegalmente às nossas crianças, só interessa a uma pequena franja da classe política e seus lacaios.

 

A quem é que o governo português quer fazer de parvo?

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:29

link do post | comentar | adicionar aos favoritos
partilhar

.mais sobre mim

.pesquisar neste blog

 

.Outubro 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
12
13
15
17
19
20
22
25
26
27
28
29
30
31

.posts recentes

. Na Guiné-Bissau predomina...

.arquivos

. Outubro 2024

. Setembro 2024

. Agosto 2024

. Junho 2024

. Maio 2024

. Abril 2024

. Março 2024

. Fevereiro 2024

. Janeiro 2024

. Dezembro 2023

. Novembro 2023

. Outubro 2023

. Setembro 2023

. Agosto 2023

. Julho 2023

. Junho 2023

. Maio 2023

. Abril 2023

. Março 2023

. Fevereiro 2023

. Janeiro 2023

. Dezembro 2022

. Novembro 2022

. Outubro 2022

. Setembro 2022

. Agosto 2022

. Junho 2022

. Maio 2022

. Abril 2022

. Março 2022

. Fevereiro 2022

. Janeiro 2022

. Dezembro 2021

. Novembro 2021

. Outubro 2021

. Setembro 2021

. Agosto 2021

. Julho 2021

. Junho 2021

. Maio 2021

. Abril 2021

. Março 2021

. Fevereiro 2021

. Janeiro 2021

. Dezembro 2020

. Novembro 2020

. Outubro 2020

. Setembro 2020

. Agosto 2020

. Julho 2020

. Junho 2020

. Maio 2020

. Abril 2020

. Março 2020

. Fevereiro 2020

. Janeiro 2020

. Dezembro 2019

. Novembro 2019

. Outubro 2019

. Setembro 2019

. Agosto 2019

. Julho 2019

. Junho 2019

. Maio 2019

. Abril 2019

. Março 2019

. Fevereiro 2019

. Janeiro 2019

. Dezembro 2018

. Novembro 2018

. Outubro 2018

. Setembro 2018

. Agosto 2018

. Julho 2018

. Junho 2018

. Maio 2018

. Abril 2018

. Março 2018

. Fevereiro 2018

. Janeiro 2018

. Dezembro 2017

. Novembro 2017

. Outubro 2017

. Setembro 2017

. Agosto 2017

. Julho 2017

. Junho 2017

. Maio 2017

. Abril 2017

. Março 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

.Acordo Ortográfico

A autora deste Blogue não adopta o “Acordo Ortográfico de 1990”, por recusar ser cúmplice de uma fraude comprovada.

. «Português de Facto» - Facebook

Uma página onde podem encontrar sugestões de livros em Português correCto, permanentemente aCtualizada. https://www.facebook.com/portuguesdefacto

.Contacto

isabelferreira@net.sapo.pt

. Comentários

1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome. 2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas". 3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias.

.Os textos assinados por Isabel A. Ferreira, autora deste Blogue, têm ©.

Agradeço a todos os que difundem os meus artigos que indiquem a fonte e os links dos mesmos.

.ACORDO ZERO

ACORDO ZERO é uma iniciativa independente de incentivo à rejeição do Acordo Ortográfico de 1990, alojada no Facebook. Eu aderi ao ACORDO ZERO. Sugiro que também adiram.
blogs SAPO