Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2021

«Ministério PÚBICO abre inquéritos a casos de vacinação» - Uma vez, seria gralha, mas três vezes o que será?

 

A palavra até se dá à gralha.  

 

Mas uma gralha é coisa para uma vez.  Mas duas vezes, três vezes, na mesma notícia e no cabeçalho, o que será?

 

Isto nada tem a ver com o AO90, que só por si, já é um insulto à nossa Língua.

 

Contudo, gralhas deste tipo, repetidas três vezes seguidinhas, tem a ver com o desleixo a que a Língua Portuguesa está votada, e o pior é que não se vislumbra nenhuma mente brilhante que lhe possa valer!  



A ver vamos o que este Ministério Púbico,  fará, porque o Ministério Público,  por vezes, enrola, enrola, enrola e fica tudo na mesma. 

 

Ministério Púbico 1.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:19

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«Hoje não se fala Português… Linguareja-se!»

 

Um interessante exercício, da escritora Helena Sacadura Cabral, sobre o novo-riquismo linguístico, a linguagem dita “politicamente correcta”, usada num mundo linguisticamente (mas não só) pobre, onde começa a proliferar também a linguagem pimba (aquela do todos e todas), tudo embrulhado numa ignorância pavorosa, que está a transformar Portugal num deserto linguístico-cultural.


A não ser que, do nada, surja uma mente brilhante, dentre a intelectualmente pobre governação deste nosso tão desditoso País, que possa pôr o Bom Português nos carris da prioridade do Ensino.

 

Obviamente, livre do malvisto AO90, e do linguajar pseudo-correcto.

 

Isabel A. Ferreira

 

Lingureja-se.jpeg

 

Por Helena Sacadura Cabral

 

«Hoje não se fala Português… Linguareja-se!»

 

«Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos negros de 'afro-americanos', com vista a acabar com as raças por via gramatical, isto tem sido um fartote pegado! As criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se agora para receber a menção de 'auxiliares de apoio doméstico'.

 

De igual modo, extinguiram-se nas escolas os 'contínuos' que passaram todos a 'auxiliares da acção educativa' e agora são 'assistentes operacionais'.

 

Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por 'delegados de informação médica'.

 

E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas' ou "comerciais".

 

O aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez'.

 

Os gangs étnicos são 'grupos de jovens'.

 

Os operários fizeram-se de repente 'colaboradores'.

 

As fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas' e vistas de exterior são 'centros de decisão nacionais'.

 

O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante. Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.

 

A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...»; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» – eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.

 

Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo' Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.

 

Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)

 

As p.... passaram a ser 'senhoras de alterne'.

 

Quando a vida corre bem é "bué de fixe".

 

À mentira passou a chamar-se de inverdade.

 

Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem. E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.

 

Estamos "tramados" com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.»

 

 Helena Sacadura Cabral

 

Fonte:  https://abemdanacao.blogs.sapo.pt/tag/%22helena+sacadura+cabral%22

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:19

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