«O português que falamos hoje tem muito pouco a ver com o que [era] falado por Luís de Camões, a ortografia d’ Os Lusíadas tem aspectos que não são os que nós hoje consideramos a norma.»
Pedro Adão e Silva, Ministro da Cultura, em 5 de Maio de 2022, em Luanda
«Não se pode mandar esta gente toda para um país só deles, com o grunhês como língua oficial, dado que é o que falam e escrevem?»
José Antunes, em comentário no Facebook no grupo Cidadãos contra o Acordo Ortográfico de 1990
«É este o grande objectivo: produzir a confusão que consolide a ignorância em definitivo!»
Rodrigo Pereira Martins, em comentário no Facebook no grupo Cidadãos contra o Acordo Ortográfico de 1990
«A língua portuguesa veio do latim, mas já foi há imenso tempo. Aos nativos, no entanto, parece não interessar absolutamente nada, de onde é que ela veio, e sobretudo, para onde é que ela vai. O português do ano dois mil — como hoje se prefigura — não terá formas complexas de qualidade alguma. A tendência simplificadora e redutiva que se afirma no vocabulário e um pouco por todo o lado, fará desaparecer formas […]. Dominarão formas de rufianismo linguístico, no pressuposto de que “desde que se entenda, está certo”, tendendo a comunicação para o mais elementar dos grunhidos, apoiado pelo mais eloquente dos gestos.»
Luísa Costa Gomes, Escritora
Inicia-se o escrito do mês de Junho com quatro citações em epígrafe. Incluem-se duas citações de cidadãos comuns, respigadas de páginas do Facebook, nas quais se realiza, há imenso tempo, um laudabilíssimo serviço público de denúncia da fraude que é o AO90. Inclui-se também o excerto de uma declaração do ministro Pedro Adão e Silva, que, talvez, afectado pelas altas temperaturas tropicais, debitou um truísmo digno de um aluno do 9.º ano.
São, também, parte integrante deste escrito três imagens transmitidas por canais televisivos, que demonstram o cuidado (ou a falta dele!) com que estas estações lidam com a nossa língua. Uma dessas imagens ilustra a febre com que se eliminam consoantes, como no seguinte diálogo, mais real do que imaginário:
— Tem consoante?
— Tem!
— Então, corta!
— Mas…
— Nem mas, nem meio mas… Corta!
As outras duas imagens mostram como uma parte dos jornalistas ainda (mais de dez anos depois, o que dá uma infinidade de meias horas, das quais falava Paulo Feytor Pinto) não interiorizou algumas das bases do AO90.
Apetece perguntar pela enésima vez: Se é assim na Comunicação Social, como será com os cidadãos comuns?
No escrito do mês de Maio, mês em que ficámos a saber, através de Francisco Miguel Valada (no sítio aventar.eu/2022/05/30mrs-ao90) que Marcelo Rebelo de Sousa não adopta o AO90, citámos algumas frases da rubrica “Circo Cacográfico”, da página de Facebook da iniciativa Acordo Zero. A primeira dessas frases, “Cato pelos e pelo catos na boca do urso!” tem espoletado muitas e longas gargalhadas dos alunos, que se esforçam por ler e descodificar essas frases. Quando se lhes diz, que a dita frase, antes do Monstro Ortográfico, como se lhe refere Manuel Monteiro, era: Cato pêlos e pélo cactos na boca do urso!, faz-se luz. Ah, caro leitor, lembre-se sempre que os cactos (catos, como se diz e escreve agora) fazem parte da família das Cactáceas. Relembre também a origem desta palavra. Cacto deriva do grego káktos, pelo latim cactu. Ficou, caro leitor, esclarecido e convencido com a lógica acordesa? Já viu o orgulho que esta gente tem na história da sua língua?
A segunda dessas frases, “Pouco dinheiro para todos nós neste circo!”, levanta a questão de sabermos de a palavra “para”, neste contexto, é uma forma verbal ou uma preposição. Como se lê, caro leitor? Repare como, na ortografia de 1945, este problema não existia. Por esta razão, há quem diga que o AO90 veio trazer uma solução para um problema inexistente.
João Esperança Barroca
Uma vez que os governantes, o PR, o PM, os ministros, os deputados da Nação e os professores NÃO cumprem a LEI, por usarem e abusarem do ilegal e inconstitucional AO90, haja alguém que dê o bom exemplo e cumpra a Lei, ou seja, que escreva de acordo com a grafia do AO45, a que legalmente está em vigor, de outro modo, parecerá que Portugal é um país onde reinam os fora-da-lei. E não é verdade. Então, sinto-me na obrigação de apoiar os autores portugueses que CUMPREM a Lei vigente, no que respeita à Língua Portuguesa, dando-lhes parangonas.
A propósito de um texto que escrevi sob o título «Neste Natal adquira ou ofereça livros em BOM Português…» porque é óbvio que não vamos dar lucros aos editores e aos escritores que se venderam, quais judas iscariotes, a interesses estrangeiros, Manuel Figueiredo comentou o seguinte, no Facebook:
Não posso estar mais de acordo, com o que diz Manuel Figueiredo. Mas fiquei com a pulga atrás da orelha: políticos editores na Assembleia da República? Será por isso que o AO90 não é anulado, como é da Inteligência?
Então, falando em “políticos editores”, vejamos o que nos conta Manuel Figueiredo:
Este anexo do Público/Ípsilon é de 02.12.2021 – Entretanto o Prémio LeYa 2021, foi atribuído ao ex-deputado da AR, do PSD, e relator do Grupo de Trabalho para Avaliação do Impacto da Aplicação do AO90, José Carlos Barros, Grupo que não ata nem desata o nó górdio desta que é a maior embrulhada de todos os tempos.
«O principal alvo é a ex-deputada (CDS) Ana Rita Bessa, nova CEO da LeYa Portugal; já dirigira na LeYa entre 2010 e 2015 o sector do livro escolar (!).
A LeYa é líder das edições gerais, e nº 2 na área dos livros escolares. Agrega 17 editoras!
Como será possível uma tal deputada ser contra o "acordo", que alimenta a sua empresa pela sua dimensão (é multinacional) e pela (nociva) influência na educação escolar?
E não deve ter estado isolada no Parlamento: quais serão as suas redes de interesses, no seu partido e nos outros partidos? Com que argumentos defendeu o "acordo", ilegal, e não pugnou pelo cumprimento da Lei que protege o Acordo Ortográfico de 1945, e assim defendendo a Língua Portuguesa?
Terá sido esta a sua principal/única missão no Parlamento?
O outro deputado é João Soares (PS), que é apresentado com a profissão de político e editor literário (desde 1975 na "Perspectivas & Realidades"). Nunca li nenhuma das obras que editou, e por isso não posso afirmar que não siga o "acordo". Mas foi anos a fio deputado, nacional e europeu, e nunca lhe ouvi uma vogal ou uma consoante a contestar o "acordo". Foi cúmplice no incumprimento da lei, no Parlamento.
Mais: foi (brevemente) Ministro da Cultura, e nenhuma acção desenvolveu para apagar a vileza que também o envolveu nos anos em que habitou S. Bento! Uma responsabilidade acrescida.
Agora, em sentido contrário:
Zita Seabra (PCP, e PSD desde 1997), de profissão editora, foi deputada em várias legislaturas, sendo a última a X.
Na área editorial, foi conhecida por ser a "dona" da Bertrand.
Foi uma das principais signatárias do "Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico de 1990", com mais de 115 mil assinaturas. Este Manifesto foi apresentado em Maio de 2009 para apreciação pelo Parlamento. Não conheço os resultados dessa "apreciação", e seria interessante saber quais as declarações e os silêncios dos deputados - os deputados que o povo elegeu, e que nem a força de 115 mil assinaturas os levou a meterem a mão na consciência!
O Ministério da Educação tem particulares responsabilidades ao não avaliar os malefícios já causados aos jovens, vítimas da ganância, da cobardia e da ignorância de muitos - políticos, professores e eleitores.
A minha opinião, que é ainda a mesma: cabe agora ao Presidente da República exercer o seu legítimo poder de influência no sentido de levar ao cumprimento da Lei, que a Assembleia da República teimosamente ignora: a Lei que está em vigor, e não a Resolução do Conselho de Ministros, que abusivamente a pretende substituir.
Manuel Figueiredo
***
Tudo isto é vergonhoso. São tramóias atrás de tramóias, e ainda querem maiorias?
Que tipo de governantes são estes?
Que tipo de governantes queremos para Portugal?
Há que pôr fim a esta dinastia da incompetência, ou, de outro modo, Portugal perderá o comboio da respeitabilidade e da honestidade. É isso que queremos para o nosso País?
Estará o presidente da República disposto a repor a legalidade desta questão?
É hora de arregaçar as mangas, pegar em paus e pedras e LUTAR pela NOSSA dignidade.
Isabel A. Ferreira
Se nada se fizer, daqui a cinco anos (poderá até ser menos) a Língua Portuguesa já terá desaparecido, porque os Portugueses e quem de direito, incluindo professores, pais, políticos, governantes, advogados, escritores, jornalistas, tradutores, apresentadores de televisão, artistas, juristas, enfim a sociedade mais instruída, as pessoas mais “importantes” que têm a obrigação e o dever de saber escrever bem e falar bem, não souberam lutar por ela, e a próxima geração será a geração dos analfabetos funcionais, que estarão (já estando) na cauda da Europa (como sempre estiveram).
Já em 2002, de acordo com o estudo “O futuro da Educação em Portugal”, apresentado pelo então Ministro da Cultura, Roberto Carneiro, se dizia que o nosso sistema educativo era «medíocre, quando comparado com os níveis internacionais» tendo Portugal, segundo o mesmo estudo, «um atraso de 200 anos, (…) 80% dos Portugueses não tinha mais de nove anos de escolaridade e (…) 60% da população estava satisfeita com o seu nível educativo».
Se a situação em 2002 já era péssima, e já estávamos atrasados 200 anos, desde então, as coisas pioraram substancialmente e o atraso será agora para cima de mil anos, com a introdução do AO90 e o colossal desleixo no uso da Língua nas escolas, nos livros escolares, nos livros traduzidos, nos livros publicados, na comunicação social escrita e televisionada, nas legendas de filmes, no rodapé das notícias, em todos os canais televisivos, imperando em Portugal uma agigantada iliteracia, em que estão bem evidenciadas as dificuldades na escrita, na leitura, na capacidade de interpretação do que se escreve e também na oralidade, com tantas bacoradas, de bradar aos céus, que se dizem alto… E as pessoas que lêem, ou ouvem rádio ou vêem televisão têm o direito de exigir que se escreva e se expressem num Português correCto.
Para não falar nas desventuradas crianças que foram frequentar escolasm para terem um Ensino de Qualidade, como é do direito delas, e atiraram-lhes à cara o lixo ortográfico, base de toda a comunicação e de todo o Ensino, desde o básico ao superior! Mas quando temos "peixe graúdo" como um presidente da República, um primeiro-ministro, ministros e deputados da nação a falar e a escrever tão mal, nas páginas oficiais e nas suas redes sociais, e que deveriam dar o exemplo da boa escrita e da boa oralidade, esperar o quê dos "mexilhões"? Poderiam, ao menos, ter vergonha, mas não têm.
Não é apenas na Covid-19 que Portugal ultrapassa a linha vermelha.
No Ensino da Língua Portuguesa já se ultrapassou, faz tempo, todas as linhas vermelhas possíveis e imagináveis.
Daí que seja premente que todos os Portugueses e quem de direito: professores, pais, políticos, advogados, escritores, jornalistas, tradutores, apresentadores de televisão, artistas, juristas, enfim a sociedade mais instruída, as pessoas mais “importantes” e mediáticas acordem e se unam para exigir dos governantes e do constitucionalista-mor, que é o primeiro a não cumprir a Constituição da República Portuguesa, a anulação do aberrante AO90 e a reposição da grafia de 1945, não só nas escolas, como em TUDO o que mexe com o Idioma Oficial de Portugal, além de um Ensino de Qualidade, que nos faça acompanhar os níveis europeus.
Ou somos gente que sente, ou não somos ninguém!
Ou seremos apenas fantoches nas mãos de fantocheiros, a deambular por aí, sempre a dizer que sim, que sim… ?
Isabel A. Ferreira
Se nada se fizer, daqui a cinco anos (poderá até ser menos) a Língua Portuguesa já terá desaparecido, porque os Portugueses e quem de direito, incluindo professores, pais, políticos, governantes, advogados, escritores, jornalistas, tradutores, apresentadores de televisão, artistas, juristas, enfim a sociedade mais instruída, as pessoas mais “importantes” que têm a obrigação e o dever de saber escrever bem e falar bem, não souberam lutar por ela, e a próxima geração será a geração dos analfabetos funcionais, que estarão (já estando) na cauda da Europa (como sempre estiveram).
Já em 2002, de acordo com o estudo “O futuro da Educação em Portugal”, apresentado pelo então Ministro da Cultura, Roberto Carneiro, se dizia que o nosso sistema educativo era «medíocre, quando comparado com os níveis internacionais» tendo Portugal, segundo o mesmo estudo, «um atraso de 200 anos, (…) 80% dos Portugueses não tinha mais de nove anos de escolaridade e (…) 60% da população estava satisfeita com o seu nível educativo».
Se a situação em 2002 já era péssima, desde então, as coisas pioraram substancialmente e o atraso será agora para cima de mil anos, com a introdução do AO90 e o colossal desleixo no uso da Língua nas escolas, nos livros escolares, nos livros traduzidos, nos livros publicados, na comunicação social escrita e televisionada, imperando em Portugal uma agigantada iliteracia, em que estão bem evidenciadas as dificuldades na escrita, na leitura, na capacidade de interpretação do que se escreve e também na oralidade, com tantas bacoradas que se dizem alto… E as pessoas que lêem, ou ouvem rádio ou vêem televisão têm o direito de exigir que se escreva e se expressem num Português correCto.
Para não falar nas desventuradas crianças que foram frequentar escolas para terem um Ensino de Qualidade, como é do direito delas, e atiraram-lhes à cara o lixo ortográfico, base de toda a comunicação e ensino.
Não é apenas na Covid-19 que Portugal ultrapassa a linha vermelha.
No Ensino da Língua Portuguesa já se ultrapassou, faz tempo, todas as linhas vermelhas possíveis e imagináveis.
Daí que seja premente que todos os Portugueses e quem de direito: professores, pais, políticos, advogados, escritores, jornalistas, tradutores, apresentadores de televisão, artistas, juristas, enfim a sociedade mais instruída, as pessoas mais “importantes” e mediáticas acordem e se unam para exigir dos governantes e do constitucionalista-mor, que é o primeiro a não cumprir a Constituição da República Portuguesa, a anulação do aberrante AO90 e a reposição da grafia de 1945, não só nas escolas, como em TUDO o que mexe com o Idioma Oficial de Portugal, além de um Ensino de Qualidade, que nos faça acompanhar os níveis europeus.
Ou somos gente que sente, ou não somos ninguém! Ou seremos apenas fantoches nas mãos de fantocheiros, a deambular por aí, sempre a dizer que sim, que sim… ?
Isabel A. Ferreira
Todos os que vêm a este Blogue, quer seja por concordarem comigo, quer seja por não concordarem comigo, com certeza, já chegaram à conclusão de que defender a Língua Portuguesa é uma das minhas prioridades, por ser a Língua o motor da inteligência; e destruir o AO90 é o objectivo final.
Sabemos, porém, que tudo tem o seu tempo para acontecer. O AO90 nasceu já com a sua sentença de morte anunciada. Também o sabemos. Por enquanto, o dia da sua execução é uma incógnita, porque, primeiro, é necessário que todas as editoras acordistas vão à falência, para que novas edições, na grafia portuguesa de 1945, a que na realidade está em vigor, em Portugal, lhes permitam a recuperação económica.
Neste momento, o AO90 anda por aí a fazer cada vez mais estragos na Língua Portuguesa, contudo, escudados na pandemia, que parou o mundo, como se não houvesse mais vida inteligente para além da vida do muito inteligente novo corona vírus, vão adiando a morte do mostrengo ortográfico, esperando que a coisa fique esquecida.
Mas como esquecer, se todos os dias somos bombardeados com a iniquidade de um pseudo-acordo que só Portugal, parvamente, activou?
No início eram três: Brasil, Cabo Verde e Portugal. O Brasil está-se nas tintas para o acordo, e 99 % da população nem sabe o que isso é. Cabo Verde, é como diz o seu actual Ministro da Cultura: «O acordo ortográfico não é adoptado com seriedade em Cabo Verde: (…) O quotidiano em Cabo Verde é todo ele pensado, amado sentido em crioulo».
Só os mentecaptos portugueses insistem no erro que foi este acordo, que não era necessário, nem ninguém quis ou quer.
Dito isto, deixo-vos com um comentário publicado algures no Facebook, relativo a um outro comentário, no qual se abordava a possibilidade de os Professores terem se recusado a ensinar o Português, na grafia 90% brasileira, e no mixordês português, gerado pela parvoíce daquela regra acordista que diz: o que não se lê, não se escreve, criando verdadeiros abortos ortográficos, como exceto, aspeto, receção, infeção, infetado, exceção, enfim, e demais abortinhos quejandos.
Comentário:
«Achei especialmente interessante o comentário sobre a possibilidade de recusa dos professores, particularmente porque eu, já há alguns anos, comentei exactamente o mesmo: se os professores (bastariam os de língua portuguesa) se unissem e insurgissem contra o AO90 (i. e. ensinassem português correcto à revelia das imposições do governo e ministério da educação (?), esta palhaçada já teria tido o seu fim definitivo.
Infelizmente as pessoas não compreendem nem se mentalizam que quem tem o poder não são os políticos, não é o governo, não são as editoras. É sim, muito simplesmente, o povo.
Se o povo se unir numa qualquer causa justa, com integridade e determinação, e dessa forma boicotar todos aqueles que tentam impor ou infiltrar algo que sabemos ser errado, o povo sai vencedor.
Se ao menos entendessem o poder que têm!... Mas lamentavelmente não entendem e sei-o por observação directa.
Tive uma tia (já falecida) que há anos, quando toda este absurdo começou, questionei-a exactamente sobre isto: "Tu és professora, como é que consegues admitir isto e ensinar aos teus alunos uma língua podre e corrompida? Devias recusar-te a ensinar isso, é até falta de ética profissional uma professora de português ensinar brasileiro. Eu não ensinava, ensinaria português correcto, independentemente do que o ministério dissesse."
E a resposta foi: "Tás tolo, que querias que fizesse? Ainda era despedida!”
Eu apenas fiquei a pensar para mim próprio: "Como é possível mentes tão pequenas e limitadas serem professores?" (A. V.)
***
O que a tia deste comentador não sabia, ou talvez soubesse, mas dava muito trabalho saber, é que jamais seria despedida por se recusar a ensinar aos seus alunos o ilegal e inconstitucional AO90, 90% assente na grafia brasileira.
Isabel A. Ferreira
Mais uma voz que se levanta, que protesta, que diz verdades incontornáveis sobre o AO90. E o que dizem a isto os “donos” deste “acordo”? Nada, porque não sabem como sair desta trapalhada.
«Já se percebeu que a classe política decidiu “assobiar para o lado” em relação ao conhecido “AO90”, de modo a fazer aceitar paulatinamente, e por inacção, uma ortografia da língua portuguesa com as propostas aberrantes que vai impondo através da gestão do silêncio. De tal modo se manifesta a rejeição de um debate sobre o tema que dir-se-ia existir um lobby secreto actuando na sombra para obter dividendos que, por ora, nos escapam».
por Manuel Simões
«A comunicação social informou-nos de que finalmente ia ser apreciada na Assembleia da República uma das muitas petições formuladas pelos cidadãos indignados, mas nem sei se chegou a saber que destino teve a petição, se foi discutida, se foi adiada… ou se foi simplesmente ignorada. À consideração de quem concede os votos a estes agentes da política…
Pelos vistos, nem sequer se considera a hipótese de aperfeiçoamento do “AO90”, de que se começou a falar há anos e sobre o qual a Academia das Ciências de Lisboa, como «órgão consultivo do Governo português em matéria linguística», apresentou em 2017 um projecto-base de discussão, tendo em vista questões de acentuação gráfica (“pára” e “para”, “pôr” e “por”, exemplos gritantes), de sequências consonânticas (o fulcro do desacordo) e ainda sobre o emprego do hífen, sugestões não totalmente adequadas, visto que não colmatariam as lacunas e manteriam a contradição evidente, ao diferenciar (eliminação ou conservação) as consoantes ditas surdas. Como é sabido, a língua portuguesa passa por um processo de consonantização (já o disse Mia Couto), razão por que a supressão das consoantes etimológicas tenderá a um sucessivo fechamento das vogais átonas, com efeitos imprevisíveis na evolução da língua. Apesar disso, esta proposta de trabalho não teve seguimento, talvez porque os “donos” do acordo não sabem como sair desta trapalhada e por isso calam-se.
Deste modo, os agentes da política não se pronunciam, fazem resistência passiva aos milhares de páginas, de pareceres, de abaixo-assinados protestando contra um acordo ortográfico não discutido previamente, aprovado quase em segredo, e não ratificado por alguns dos mais significativos países de língua portuguesa. Recentemente, porém, o ministro da Cultura, em entrevista ao “Diário de Notícias” de 10 de Março, concedeu-nos a honra de dizer o que pensa sobre o acordo. E o que disse ele?
«Não considero que este Acordo Ortográfico seja perfeito […] mas sendo o que se utiliza oficialmente achei que seria hipócrita não o fazer. Isto sem criticar outras pessoas, até porque não tenho ideias tão fortes sobre ortografia como elas. O acordo não é o melhor possível, mas está vigente e segui-o para horror e espanto de muitos amigos. Não porque lhe tenha um grande amor, mas porque para mim a ortografia é uma convenção e não considero que a anterior seja a maior das maravilhas».
Dado o estatuto do entrevistado (ministro da Cultura), esta deve ser entendida como a posição explícita do partido do Governo e, considerando o silêncio, dos demais partidos com assento na Assembleia da República. Mas o discurso não deixa de ser espantoso pelo “encolher de ombros “com que se enfrenta a questão: o acordo não é perfeito, mas adopta-o; não tem ideias fortes sobre ortografia, mas aceita-a com o seguidismo acrítico de quem a sancionou; «não é o melhor possível», mas não propõe nada para o melhorar…porque «está vigente»; não lhe tem «grande amor» e «tudo se pode aperfeiçoar», mas a proposta da Academia das Ciências não teve qualquer efeito prático. Claro que a ortografia é uma convenção, assentando, porém, em bases científicas, de que a etimologia não pode ser apagada da memória das palavras.»
Fonte:
Um artigo do embaixador Carlos Fernandes, autor do livro "O Acordo ortográfico de 1990 não está em vigor", o qual, e uma vez mais, vem pôr a nu a ilegalidade do AO90, que o governo da geringonça silencia (à excepção do PCP) com a cumplicidade do presidente da República.
E as perguntas que se impõem, depois de se ler o livro e os vários artigos do Embaixador Carlos Fernandes e os de todos os que já se pronunciaram sobre esta matéria, são as seguintes: o que é que Vossas Excelências ainda não entenderam? O que escondem dos Portugueses? O que pretendem? Por que acham que os Portugueses são todos parvos? O que deveremos pensar dos que lhes é explicada a lição centenas de vezes e eles não conseguem entender? Será necessário fazer um desenho?
É que já estamos todos fartos, muito fartos, desta farsa chamada AO90, imposta por autocratas disfarçados de democratas. Numa Democracia a sério isto jamais aconteceria.
Carlos Fernandes
Texto do Embaixador Carlos Fernandes:
«E eu pergunto: o ministro da Cultura é ministro de quê, se o não for da língua?
Sempre houve, e continuará a haver, ministros louvados por competentes e, bem ou mal, ministros criticados por incompetentes. Não obstante estas frases vulgares, eu não pretendo nem me atrevo a classificar, ou adjectivar, o actual ministro da Cultura, até porque o conheço mal e não é meu costume fazer juízos à ligeira.
Dito isto, apenas vou comentar as declarações do ministro ao DN, em 10 de Março, e ainda bem que, por estas declarações, me deu a oportunidade de interpelar um membro do Governo quanto à aplicação do AO/90, ou melhor, do que se diz ser o AO/90.
Ora bem, por tais declarações ficámos a saber que o ministro da Cultura do actual Governo lavou, e prometeu continuar a lavar, pilaticamente, as mãos quanto à questão de saber se deve escrever-se em português ou nessa mixórdia linguística a que já se está dando a designação de acordês ou socratês, imposta, violenta e inconstitucionalmente, por José Sócrates, a todos os Portugueses, como ortografia obrigatória, por mera resolução do seu Conselho de Ministros (a RCM 8/2011, de 25 de Janeiro); ele que, acusado de ter arruinado, económica e financeiramente, o país, também o é, agora, culturalmente, por mutilar, gravemente, a própria língua portuguesa. Quanto a mim, só vim a conhecer as declarações do ministro da Cultura ao DN (jornal que deixei de ler por escrever, exclusivamente, em socratês, não em português), por um oportuno artigo do Dr. Nuno Pacheco no PÚBLICO, a 22 de Março. E confesso que fiquei surpreendido com os conhecimentos linguísticos do ministro da Cultura que, nisto, se iguala à generalidade dos cidadãos portugueses.
Mas, atentando no que disse, e ao contrário do que disse, afinal, o senhor ministro sempre tem religião linguística, e até já mudou de crença: antes escrevia em português, agora escreve em socratês. E eu pergunto, o ministro da Cultura é ministro de quê, se o não for da língua?!. Da dúvida ou da indiferença, quanto ao uso do português, como a nossa língua é designada, constitucionalmente, pelo artigo 3.º da lei fundamental vigente? Ou não será o português a base normal da actividade cultural de um ministro da Cultura?!; que, ademais, é obrigado a defendê-lo e a promovê-lo, interna e internacionalmente, como se dispõe e impõe no artigo 9.º, alínea f) da Constituição.
Francamente, senhor ministro, então o AO/90, que “não é o melhor possível, mas está vigente, e segui-o, para horror e espanto de muitos amigos”, e “enquanto estiver em vigor, vou segui-lo”! Antes de mais, creio que estas peremptórias declarações são precipitadas. Pois, como é que sabe que o AO/90 está legalmente em vigor? É pena que não no-lo tenha dito, porque, perante a dúvida, pública e notória, do país a este respeito, impõe-se esse esclarecimento.
Não vale a pena transcrever o resto da citação das suas palavras, porque, a meu ver, isso não lhe traria nem glória nem proveito. Na verdade, será que o senhor ministro tem mesmo a certeza de que o AO/90 está em vigor?!. De facto, a não ser o seu fabricante? o doutor Malaca Casteleiro?, ninguém ainda se atreveu a declarar, peremptoriamente, tal vigência legal, antes o contrário, e Malaca Casteleiro não sabe Direito, nem o entende, ou faz que não entende, posso garanti-lo, por experiência própria.
O senhor ministro já estudou o problema? Parece-me óbvio que não, de contrário não teria afirmado o que afirmou sem o esclarecer.
Mas, claro, como entende que escrever em português ou em socratês dá no mesmo, porque se trataria de opções, perante uma e outra escrita, ambas imperfeitas, não se importa que se use uma ou outra, mesmo que tal atitude desagrade a alguns amigos, e até a classifiquem de traição.
E eu pergunto-lhe: e os Portugueses, sobretudo os estudantes, e a Internet, senhor ministro, é só uma questão de opção? Graves frases as suas, até porque, repito, afinal, ao contrário do que afirmou, sempre tem religião linguística, optando, agora, pelo socratês, em vez do português.
Ora, como sabe, o AO/90 foi imposto, na prática, a todos os órgãos de soberania, pela RCM 8/2011, de 25 de Janeiro (em rigor, e se fosse constitucional, ela só obrigaria nos domínios exclusivos do Governo, no entanto, quiçá por desleixo, ou, aparentemente, por escasso respeito pelo Estado de Direito, tanto os serviços públicos como até os tribunais, assim como a Assembleia da República, através do Diário das Sessões e do Diário da República, controlados pelo Governo, passaram a submeter-se-lhe, sem mais)!
Porém, senhor ministro, a RCM 8/2011 é manifestamente inconstitucional, por mais de um vício, designadamente, porque legisla, não o podendo fazer (cá, só se legisla por lei ou decreto-lei), e porque os acordos internacionais não se põem em vigor por meras resoluções do Governo (mesmo os acordos compreendidos nas competências exclusivas dos governos, para vigorarem, têm de submeter-se à aprovação por decreto elaborado em Conselho de Ministros).
Por isso, por favor, ajude-nos a resolver definitivamente o problema, estudando-o, já que não é assunto menor, tendo muito por onde começar e acabar: há, de facto, um sem número de estudos válidos, em artigos de jornais e revistas, conversas televisadas, e até livros de Direito, incluindo um meu, intitulado O Acordo Ortográfico de 1990 não Está em Vigor, editado pela Guerra e Paz, em 2016, todos provando a inconstitucionalidade da RCM 8/2011 e, como consequência, a sua ineficácia jurídica.
Mas aplica-se. E porquê? O povo não sabe, e quem sabe cala-se. De facto, aplica-se apenas porque sim. Porque se mandou aplicar, e isso é aceite sem discussão, no Governo e nos partidos políticos, onde só o PCP começa agora a despertar de um longo sono. Uma vergonha, que, a meu ver, revela pouco respeito pelo Estado de Direito, e não só nesta questão. Veja-se, por exemplo, a impunidade e ineficiência da Justiça, quanto à resolução dos nossos principais bancos privados, sem falência ou equivalente, roubando-os, à pressa e descaradamente, aos accionistas portugueses, para os entregarem, praticamente de graça, ou até com encargo público, aos estrangeiros que lhes terá apetecido escolher (chineses e espanhóis), por mera decisão administrativa do Banco de Portugal e do BCE, de uma UE, agora protectorado nosso, sem que ninguém tenha discutido se isso é ou não constitucional, quando, nos termos do disposto na nossa Constituição, nada, de fora ou de dentro, pode, legitimamente, ser vigente em Portugal se não for constitucional, e a resolução dos bancos, como foi feita, não o é certamente no nosso Estado de Direito, que, por enquanto, na União Europeia ainda não existe, já que tem vivido, e cada vez mais, à sombra de um voluntarismo político governamental dos Estados-membros, a meu ver, inaceitável, democrática e juridicamente. E os próprios tribunais, que sendo o órgão de soberania encarregado de aplicar a lei, em nome do povo e, portanto, não vinculados por meras resoluções governamentais, aborregaram na aplicação do que, para mim e muitos como eu, é um crime de lesa língua portuguesa, e, mais grave, um claro atentado ao Estado de Direito. Até acontece que o conselheiro vice-presidente do STJ, Dr. Sebastião Póvoas, defendeu a ilegalidade da aplicação do AO/90, mas ninguém, nem no Conselho Superior da Magistratura nem no STJ, se importou minimamente com isso!
Como o actual Governo é dominado por ex-ministros de J. Sócrates, que terão votado a RCM 8/2011, ninguém no Governo tem dado um passo para acabar com esta violência inconstitucional de forçar a aplicação do socratês nas escolas, nos serviços públicos e na Internet, isto é, interna e internacionalmente, antes o contrário (veja-se a acção do ministro dos Negócios Estrangeiros no seio da CPLP, aliás, com pouco sucesso).
E, na oposição, salvo o PCP, continua tudo em hibernação.
Senhor ministro, quando acabar o seu estudo independente, ficando informado, verá que não perdeu o seu tempo, acabando certamente por concluir que a ortografia do português não é uma opção de cada um, ad libidum, mas sim uma exigência legal, resultante da vigência da ortografia adoptada pela Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945, pela simples mas boa razão de que ainda não foi revogada, só o podendo ser por lei ou decreto-lei, que não existem.
Que o Diário de Notícias tenha tomado como missão travestir o português em socratês, impingindo-o, diariamente, aos seus leitores, sem explicar porquê, e que os ex-ministros de Sócrates, que terão votado a RCM 8/2011 e, agora, estão no actual Governo, não removam uma palha para repor a legalidade, embora tal não seja correcto, ainda se entende, mas que, num país cheio de Faculdades de Direito, e vivendo sob um Estado de Direito, o ministro da Cultura e os próprios tribunais actuem como estão actuando, isso já não é aceitável nem compreensível.
Obviamente, todo este arrazoado não tem absolutamente nada que ver com a ilustre pessoa do Dr. Castro Mendes, mas, exclusivamente, com as declarações públicas do ministro Castro Mendes.
Por isso, bom estudo, e até breve, senhor ministro.»
Fonte:
https://www.publico.pt/2018/04/08/culturaipsilon/opiniao/o-ministro-da-cultura-e-o-ao90-1809107
É lamentável que mais vozes não se façam ouvir na Assembleia da República. A subserviência do governo português ao lobby acordista é deplorável, é indecente, é criminosa, é um insulto à inteligência dos Portugueses, à sua História, aos seus antepassados, que lutaram para nos deixar um PAÍS LIVRE, que os actuais governantes querem transformar numa COLÓNIA.
Quanta indignidade! Quanta desonra! Quanta bajulação! Quanta infâmia!
Agradecemos ao Senhor Deputado José Carlos Barros, e esperamos, pelo menos, eu espero, que não se conforme mais vezes, muitas mais vezes. E que faça muitas intervenções do género, porque é preciso lembrar aos que acham que o AO90 é uma moda "moderna", que o AO90 tem berço antigo, muito anterior a 1990 e assenta numa lusofobia que brevemente será provada, e os governantes portugueses andam a fazer uma triste figura, sendo tão subservientes ao abrasileiramento (porque o AO90 não passa disto mesmo, e a intenção foi essa) da Língua Portuguesa, rejeitada no Brasil. Eu disse, e muito bem, REJEITADA.
É que nem sequer ensinam Língua Portuguesa ou Português no Brasil. No Brasil ensina-se "Comunicação e Expressão", porque a palavra "Português" lembra o colonizador.
Já o editor Antônio Houaiss havia declarado que o acordo de 1945 - que, esse sim, unificava a língua - foi recusado no Brasil por ser "LUZITANIZANTE". E nos anos 30, os motivos invocados para a mutilação da língua são também de ordem política, ou melhor, lusófoba.
E esta subserviência portuguesa é absolutamente intolerável, vergonhosa.
O que pretende Portugal com isto?
Isabel A. Ferreira
«Tradutores contra o Acordo Ortográfico
O ministro da Cultura foi ontem directamente confrontado pelo deputado do PSD José Carlos Barros com o caos decorrente da aplicação do Acordo Ortográfico. Como exemplo, é citada a nota técnica do Orçamento do Estado para 2017 do Ministério da Cultura que apresenta a já generalizada mixórdia ortográfica que o próprio Estado dissemina, violando o tratado que pôs obstinadamente em vigor. O ministro reage com a habitual insipidez sempre que o assunto é o AO.
Perante o alheamento e a desvalorização da língua, não se alegue, portanto, que o poder político desconhece a situação ou que não lhe é chamada a atenção para o problema.»
Vídeos retirados daqui: http://bit.ly/2eOF6T5
Pode servir a incultura dos impatriotas, mas a Cultura Portuguesa não serve, e Portugal não precisa de mais traidores da Pátria e da Língua, e desde já lhe digo isto: não é preciso ser linguista, para saber que o AO90 está cheio de erros. Bastava saber o mínimo sobre a Língua Portuguesa.
Que mal fez Portugal para merecer governantes tão - - - - - antes (é só preencher os traços com as letras que faltam…. como naquele jogo do “enforcado”…)
É por estas e por outras que Portugal é a chacota do mundo...
Nem posso acreditar no que ouvi neste vídeo!
Palavras do ministro da Cultura, em entrevista ao programa brasileiro "Roda Viva" (TV Cultura, 12/09/2016):
«O Acordo Ortográfico foi uma boa iniciativa e tem o objectivo de criar uma maior unidade e circulação entre os países de língua portuguesa. Ao mesmo tempo, tem muitas margens de flexibilidade, não é um acordo rígido, naturalmente alguns casos são sempre susceptíveis de serem examinados. O problema do Acordo Ortográfico é ter muita contestação, mas isso em si é um bem, as coisas devem ser discutidas. Eu não sou linguista para saber se houve erros, mas não sou contra o acordo e não considero que a sua discussão seja um tema essencial da cultura portuguesa.» Tradutores contra o Acordo Ortográfico
«Se todos os países de Língua Portuguesa, excepto o Brasil, falam e escrevem correctamente Português, por alma de quem é que todos têm de passar a escrever e pronunciar dialecto brasileiro? Quem tem estado a assassinar a Língua Portuguesa é o Brasil, e por que raio os restantes países não mandam o Brasil aprender bom Português?» (Rui Moreira)
(Origem da imagem: Internet)
É este “português” que circula na Internet… Isto tem de acabar. Isto não é Português. Isto envergonha a Língua Portuguesa e os Portugueses que se prezam de o ser.
O termo “marosca” é de origem obscura (diz o dicionário) tal como é obscuro o cerne do Acordo Ortográfico de 1990, que o governo português, quer, porque quer, custe o que custar, impingir aos Portugueses.
O AO90 não passa de uma marosca, ou seja, de uma vil trapaça, de um tremendo engano, de um ardil, de um erro crasso, de um mau enredo dos vendilhões da Língua Portuguesa.
O actual governo tem a faca e o queijo na mão, e pode acabar com esta farsa, com esta marosca que envolve a imposição de uma desordem ortográfica, através de uma RCM, e que mais parece o acto de um tempo longínquo, quando os povos começaram a articular os primeiros sons e deram os primeiros passos para os transformar em escrita.
Para que todos possamos reflectir no que está a passar-se no mundo lusófono, em torno desta grande marosca que é AO90, aqui deixo algumas achegas:
O AO90 assenta no que os Brasileiros conceberam há longos anos, em 1943, para diminuir o índice de analfabetismo que era (e ainda é) descomunal no Brasil: desataram a retirar consoantes mudas, hífens, acentos e a IGNORAR, por completo, a Gramática.
Sei do que estou a falar, porque aprendi a ler e a escrever lá, ou melhor, desaprendi, porque quando regressei a Portugal, tive de (re) aprender a minha verdadeira Língua Materna. Fiquei apenas com o melhor da língua brasileira: a influência indígena e africana, com que enriqueci o meu vocabulário.
Até que uns chicos-espertos resolveram TAMBÉM ganhar dinheiro com isso. E aqui entra a venda de manuais escolares, dicionários e outras publicações, numa linguagem mutilada, à qual cortaram consoantes, acentos e hífens imprescindíveis, para facilitar a aprendizagem dos poucos dotados para o estudo. Mas saber ler e escrever é o mínimo exigível para que se tenha um empreguinho decente.
***
Ouvimos dizer frequentemente: «Eu jamais escreverei de acordo com o AO90».
Contudo, o problema não está em NÓS nos recusarmos a escrever incorrectamente a nossa língua. Recusamos, e muito bem, uma vez que e a Desobediência Civil é um direito consignado na CRP (Constituição da República Portuguesa), quando está em causa leis injustas ou a integridade da Identidade Portuguesa.
O problema está no ensino de uma língua mutilada às novas gerações, que têm todo o direito a uma aprendizagem correCta e qualificada da Língua Materna delas.
É isso que precisamos de impedir, ou melhor, VAMOS IMPEDIR.
***
Vejamos este mau exemplo que os governantes dão ao país e ao mundo que fala e escreve Línguas europeias e cultas.
«Efectivamente, desde Janeiro de 2012, muitos portugueses vivem numa realidade ortográfica alternativa», diz o Aventar aqui: http://aventar.eu/2016/01/13/fact-fato/
Eu não lhe chamaria realidade ortográfica alternativa.
A isto chama-se ABRASILEIRAR a nossa língua.
A realidade ortográfica é a seguinte:
Com acordo ou sem acordo, no Brasil, continuarão a dizer e a escrever FATO. Isto é um faCto.
Em Portugal, com acordo ou sem acordo diz-se faCto, mas os mais distraidinhos escrevem FATO, e a isto chama-se IGNORÂNCIA.
Realmente, pelo que vemos nesta amostragem do Diário da República, órgão de informação oficial português, é que a ignorância entranhou-se como uma peste, na governação portuguesa.
***
Posição do actual Ministro da Cultura, JOÃO SOARES, sobre o AO90, em 2013
«Pelas nove e meia da noite de segunda-feira, 07.Jan.2013, disse na SIC Notícias: «Eu, não sendo um entusiasta do Acordo Ortográfico, sou o mais que é possível a favor de que unamos cada vez mais esta língua, porque é o Brasil que lhe dá também uma grande vitalidade.»
Ver aqui:
http://chovechove.blogspot.pt/2015/11/acordo-ortografico-97.html
O Brasil é que dá grande vitalidade à Língua Portuguesa?
Em 2013, João Soares não era Ministro da Cultura, era um mero deputado que aplaudia outras “culturas”.
Ainda não se pronunciou, como Ministro (que eu saiba), sobre a mixórdia resultante da aplicação do AO90.
Contudo, para orientação do Senhor Ministro, aqui deixo uma frase lapidar, de Rui Moreira, que poderá ajudá-lo a orientar-se no caminho certo, Senhor Ministro da "coltura":
«Se todos os países de Língua Portuguesa, excepto o Brasil, falam e escrevem correctamente Português, por alma de quem é que todos têm de passar a escrever e pronunciar dialecto brasileiro? Quem tem estado a assassinar a Língua Portuguesa é o Brasil, e por que raio os restantes países não mandam o Brasil aprender bom Português?»
***
O que se escreve por aí… pretensamente… em Português…
Este AO90 não vingará, porque é um autêntico aborto.
Mas se vingar será um monstrengo. E sendo um monstrengo não mais será a Língua Portuguesa, rica e bela.
Portugal perderá a sua identidade, e estes governantes entrarão para a História, como os maiores traidores da Pátria.
O que vemos nesta amostra envergonha as pedras portuguesas.
***
Fonte:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10208652346211113&set=gm.1059742994071073&type=3&theater
Apesar de tudo, e retirando aquele EM, gostei desta publicação, porque no Brasil, o "normal" é escrever as palavras referidas de um modo errado. Estas e centenas de outras.
E se não AGIRMOS, será assim que os nossos adolescentes escreverão, não tardará muito.
***
Fonte:
O que aqui vemos é indizível.
Nem o mais desinstruído, de todos os defeituosamente instruídos do mundo lusófono, fala e escreve deste modo tão ignorante.
Mas em Portugal, os que querem ser mais acordistas do que os que pariram este aborto, escrevem assim… deste modo torpe.
***
E para os actuais governantes, que têm o poder de travar imediatamente esta perniciosidade, deixo aqui uma verdade incontestável:
O AO90 não modificará coisa alguma no Brasil.
Eles continuarão a escrever como sempre escreveram: incorretamente (incurrêtâmente).
Continuarão a escrever (não me refiro à pronúncia, porque o que aqui está em causa é apenas a ortografia das palavras mal ou bem ditas): Amazônia, Antônio, idéia, Coréia, fato (em vez de faCto), contato, anistia, umidade, entre centenas de centenas de outros vocábulos, que nada têm a ver com a Língua Portuguesa.
E os restantes países lusófonos, nós incluídos, e os jovens aprendizes da Língua, todos nós continuaremos a escrever Amazónia, António, ideia, Coreia, faCto, contaCto, aMnistia, humidade, entre centenas de centenas de outros vocábulos…
Outro dado adquirido é que a esmagadora maioria do povo brasileiro nem sequer sabe o que é o Acordo Ortográfico; e o nosso povo também não. E o povo de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, etc., idem.
Portanto, o AO90 é um projeCto completamente, absolutamente, inteiramente falhado.
Isabel A. Ferreira
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