«António Costa está "bué" contente com afastamento contínuo do Português da matriz greco-romana» (…)
Quando li isto pensei que era uma brincadeira de mau gosto. Vi o vídeo, que julguei ser uma montagem. Revi o vídeo, para me certificar se era ou não uma brincadeira, e, infelizmente, comprovei que a voz que ouvi correspondia à do primeiro-ministro de Portugal.
Depois de ouvir o que ouvi e ler o que li, cheguei a esta triste conclusão: com um primeiro-ministro assim, Portugal não precisa de inimigos. Nem os do Daesh causariam maior dano ao nosso País. É que António Costa, até pode ser primeiro-ministro de Portugal, mas não é um cidadão Português, nem sequer europeu, está-se nas tintas para Portugal, para os Portugueses, e a única coisa que lhe interessa é o Poder pelo Poder.
Michel Temer (Brasil) e António Costa (Portugal), um “casamento” quase perfeito...
Origem da imagem: Internet
Eis o vídeo que me causou dano na alma:
[Entretanto, o vídeo ficou indisponível. É sempre assim, quando querem esconder as verdades.]
«António Costa está "bué" contente com afastamento contínuo do português da matriz greco-romana e com uma aproximação ou simbiose com línguas de matriz nigero-congolesas e indígenas sul-americanas (CPLP). A nova moda da "portugalidade da língua" pretende reformular e adaptar a ortografia e a dicção em consonância com os interesses políticos ultramarinos. Através da língua, pretende-se, também, transformar este nosso país do Sul da Europa num país do Norte de África. A língua desempenha a função de "veículo de integração", isto num contexto onde a nossa sociedade europeia está a ser continuamente substituída por elementos daquelas origens. Esta é, também, uma visão crítica que passa muito desapercebida pelos nossos "anti-Acordo Ortográfico de 1990".
in:
https://www.facebook.com/o.bom.europeu/videos/270905407096627/
O que disse António Costa: «Eu percebo as reticências que existem aqui e ali…».
Não percebe, senhor primeiro-ministro. Se percebesse, não lhe chamaria de “reticências”, e muito menos existentes aqui e ali…
O que devia perceber é que o que diz ser “reticências” é uma enorme revolta generalizada, por parte de milhares (MILHARES, é só estar atento) de escreventes de Língua Portuguesa, provenientes de todos os países ditos lusógrafos, cujas vozes, pura e simplesmente, V. Exa. despreza.
E António Costa prossegue: «As línguas vivas, na realidade, não são fixas, vão se transformando, não só na sua ortografia como no seu vocabulário…».
Esquece-se o senhor primeiro-ministro de que transformar não é sinónimo de substituir, ou seja, de trocar uma Língua Culta e Europeia, pelo dialecto, na sua forma grafada, de uma ex-colónia, dialecto esse, assente precisamente, nessa Língua que se quer trocar. E isto é algo inacreditável, inadmissível e absolutamente irracional.
E António Costa vai buscar (pasmemo-nos!) às NOVELAS brasileiras, portanto, à cultura popular brasileira, ao mais popular que existe, um conjunto de expressões (?) do (mal denominado) português do Brasil (o correcto é dizer dialecto brasileiro) e que introduziu no seu linguajar, tal como introduziu MUITAS (e eu só conheço esta) expressões do Português de Angola (e aqui sim, a designação está correcta, segundo o mais abalizado dialectologista português, Leite de Vasconcelos) como BUÉ, uma palavra corrente em Portugal.
Acontece que BUÉ consta do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia de Ciência de Lisboa (2001), curiosamente elaborado sob a orientação (?) de João Malaca Casteleiro (o destruidor-mor da grafia portuguesa) como um adjectivo, um advérbio e uma interjeição angolana, de origem obscura. Mas não as teremos nós, também às dezenas?
Porém, os vocábulos fatura, ação, aspeto, exceto, receção, afeto, letivo, ejeção, teto, direto, diretor, inseto, objeto, e centenas de outros mutilados como estes, e que se pronunciam com as vogais fechadas (se as abrem, além de os escreverem mal, pronunciam-nos mal), os quais querem introduzir em Portugal, não constam de nenhum dicionário de boa Língua Portuguesa contemporânea, porque não nos dizem respeito.
E uma coisa é introduzir no vocabulário da oralidade palavras genuinamente oriundas dos dialectos das ex-colónias, como, por exemplo, bué (Angola) ou cafuné (Brasil), outra coisa é introduzir na ESCRITA, que se quer escorreita, vocábulos que foram mutilados, sem qualquer objectivo científico, distanciando-os da sua origem greco-latina. E isto, para dialecto, está muito bem. Mas para uma Língua, está muito mal.
E termino com este comentário de um Brasileiro, a este vídeo:
Geraldo Carmo - Sou brasileiro, sou contra o acordo ortográfico, a matriz greco-latina da L portuguesa deve ser prestigiada. Há muito, no Brasil, a esquerda impôs um desprezo pela língua portuguesa no meio de comunicação e no ensino (escolas e universidades). A ordem é: falar bem e conhecer a gramática é coisa opressora imposta pela direita. Não conhecer a gramática, falar errado, ter pouco vocabulário é bonito e democrático.
Sou testemunha presencial, nas escolas e nas Universidades brasileiras, de como o que diz o Geraldo Carmo é a mais pura, nua e crua verdade. Lamentavelmente.
Não queira o senhor primeiro-ministro ser mais brasileiro do que os Brasileiros.
E se eu fosse ao senhor, senhor primeiro-ministro, rebobinava o vídeo, e fazia uma nova declaração mais condizente com o Saber e com a Responsabilidade que o cargo que ocupa exige.
Porque ser primeiro-ministro implica pugnar pelos interesses de Portugal, e não por interesses de uma “integração” que não interessa a nenhum país, a não ser ao Brasil, obviamente.
E ao extinguirem a diversidade linguística dos ditos países lusógrafos, estar-se-á a empobrecer a Cultura dos restantes países que, por enquanto, ainda falam e escrevem em Português.
Isabel A. Ferreira
. A insuportável ligeireza ...