Também li que na Educação: os indicadores pioram e o país encolhe os ombros; que o Declínio das competências dos adultos portugueses começa logo aos 25 anos; que segundo as Tendências em Estudos Internacionais de Matemática e Ciências - TIMSS: alunos do 4.º e do 8.º anos com pior desempenho a Matemática face a 2019; que de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Alunos, PISA 2022: queda “sem precedentes” nas médias dos alunos da OCDE. Portugal acompanha trambolhão; li «Ortografia, mudança, progresso e um suave analfabetismo»; e também li que este é O triste retrato do nosso atraso.
E que atraso monumental!!
O Ensino em Portugal está em franca decadência, há anos consecutivos, posso até afirmar que a decadência começou logo no pós-25 de Abril, quando quiseram reformar o ensino, e, por exemplo, acabaram com o estudo da História e puseram os professores a inventar sobre matérias para entreter os alunos do segundo e terceiro ciclos com: vestuário, habitação e alimentação. Sem rede, sem apoio, sem manuais. A disciplina, o respeito devido aos professores dentro da sala de aula e fora dela, eram nulos. Os alunos podiam fazer o que bem entendessem. E viva a liberdade! Até jogar à bola, dentro da sala de aula, podiam! Podiam até dar palmadinhas no traseiro das professoras mais novas, e nada lhes acontecer. Não podia mandar-se o aluno malcriado porta fora. Era proibido passar faltas de castigo ao aluno que não se comportasse bem nas aulas. E vejam até onde chegou esta política: hoje, não só os alunos batem nos professores, como, por vezes são também os pais dos alunos a vier à escola bater nos professores.
O sistema de ensino começou a inventar novos métodos, menos exigentes, para não sobrecarregarem os alunos, coitadinhos, que com a revolução dos cravos os decisores políticos da altura acharam que ficariam muito menos aptos e mais imbecis do que todas as gerações que existiram desde a fundação de Portugal. E hoje, é o que vemos: de tanto quererem tomá-los por imbecis, muitos já estão a tomar-lhe o gosto.
Foi esta decadência que me levou a abandonar o Ensino, iniciado no ano lectivo de 1973/74; 1974/75 e abandonado em 1975/76.
Ou havia disciplina e matéria culta para ensinar aos alunos, ou a gerações dali em diante iriam tornar-se analfabetas funcionais. E eu não quis participar nesta decadência, ser cúmplice da ignorância que se instalou nas escolas. E tinha de se ter pachorra para aguentar os desmandos dos políticos, que andavam à deriva sem saber o que fazer com tanta liberdade.
Podiam tê-la usado para tirar o país da miséria educacional, cultural e social que então caracterizava a nossa sociedade, mas não, devagar, devagarinho, puseram Portugal na cauda da Europa, nos sectores mais primordiais de uma sociedade civilizada.
E agora, eis que chegámos ao ponto de universitários, já com os seus canudos na mão, NÃO conseguirem escrever um relatório médico, escolar, empresarial, político, etc., num Português correCto e escorreito. Além dos conhecimentos adquiridos, era o mínimo que poderiam fazer, para merecerem louvores.
A Cultura Geral actual dos Portugueses, que passaram pelas escolas e universidades, hoje em dia, é uma miséria franciscana. Os manuais escolares são elaborados de uma forma tão básica, como se os alunos fossem todos muitos estúpidos. Uma vergonha!
A Língua de um Povo é o PILAR em que assenta todo o Ensino, o Saber e a Cultura de um Povo. E o que fizeram com ela? Injectaram-lhe um vírus, que dá pelo nome científico de AO90, que a deformou de um modo horrendo, e apesar de haver cura para este mal, os decisores políticos recusam-se, peremptoriamente, a usá-lo.
O porquê desta atitude irracional não é desconhecido, faz parte de uma maquinação, tão mal engendrada, que deixou o rabo de fora, tal como o gato escondido. A intenção não pode ser mais irracional e desastrosa, e está nas mãos dos Portugueses PENSANTES (que ainda os há) exigir dos decisores políticos que governem Portugal, usando a cabeça que têm em cima dos ombros, e não com a cabeça do dedo mindinho do pé.
É que, como diz Voltaire:
Isabel A. Ferreira
Andando eu a “limpar” o meu e-mail, deparei-me com um texto actualíssimo, arquivado como algo precioso, escrito em 2011, por Victor Santos Carvalho, e que aqui reproduzo, na esperança de que possa servir de orientação aos “distraídos” governantes portugueses que sujaram a escrita, estando a contribuir para o analfabetismo funcional em Portugal (como se já não bastasse o elevado índice do outro analfabetismo), e, pior, ainda não se deram conta disso.
BASTA! Portugal merece melhor sorte.
No Brasil o AO90 resume-se apenas aos hífenes e acentuação, e causa esta reacção no Milton Ferretti Jung! Agora imagine-se em Portugal, que a somar aos mal engendrados hífenes e acentuação, temos de levar com a mutilação de centenas de palavras, que se afastaram da matriz da Língua, e pertencem apenas à Variante Brasileira do Português, que nada tem a ver connosco.
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(Nota: os excertos a negrito são da responsabilidade da autora do Blogue)
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Pela Língua Portuguesa contra o "Acordo"!
Posted By: Victor Santos Carvalho
To: Members in Pela Língua Portuguesa contra o "Acordo"!
PELA SUSPENSÃO IMEDIATA DO ACORDO ORTOGRÁFICO! → LEIA, DIVULGUE E ESCREVA AOS SEUS GOVERNANTES E DEPUTADOS!
Em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico
in Público, 25 de Junho de 2011
Carta aberta ao Primeiro-Ministro, ao Ministro dos Negócios Estrangeiros e ao Ministro da Educação
PELA SUSPENSÃO IMEDIATA DO ACORDO ORTOGRÁFICO
Senhor Primeiro-Ministro
Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros
Senhor Ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência
João Roque Dias, Tradutor Certificado pela Associação Americana de Tradutores *
António Emiliano, Professor de Linguística da UNL, autor de Fonética do Português Europeu e de Apologia do Desacordo Ortográfico *
Francisco Miguel Valada, Intérprete de Conferência junto das Instituições da UE, autor de Demanda, Deriva, Desastre – Os Três Dês do Acordo Ortográfico *
Maria do Carmo Vieira, Professora de Português e Francês do Ensino Secundário, autora de Ensino do Português
* Administradores do grupo ACORDO ORTOGRÁFICO NÃO! no Facebook
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Para além deste texto, encontrei um outro, também muito revelador: o e-mail do Dr. Pedro Passos Coelho acerca do Acordo Ortográfico, datado do mesmo ano:
Bulletin from the cause: Pela Língua Portuguesa contra o "Acordo"!
Posted By: Victor Santos Carvalho
To: Members in Pela Língua Portuguesa contra o "Acordo"!
E-mail de Pedro Passos Coelho acerca do Acordo Ortográfico
Acedi ontem ao site de campanha de Pedro Passos Coelho, e porque aprecio este candidato pela sua juventude e inteligência, enviei-lhe um mail para saber qual a sua opinião acerca da questão do acordo ortográfico. Mostrou a sua simpatia e atenção ao responder hoje mesmo. Fiquei contente por saber que ele partilha da visão de que o acordo é errado. Se eu fosse militante do PSD com certeza votaria nele. Um dia que se candidate a primeiro-ministro terá o meu voto. Fica a transcrição.
Caro Ruben Azevedo
Já tenho afirmado, em resposta a essa questão colocada por jornalistas, que o acordo que Portugal assinou há vários anos atrás (porque tal acordo já foi assinado) não representa nenhum benefício para a língua e cultura portuguesa, pelo que não traria qualquer prejuízo que não entrasse em vigor. De resto, não vejo qualquer problema em que o português escrito possa ter grafias um pouco diferentes conforme seja de origem portuguesa ou brasileira. Antes pelo contrário, ajuda a mostrar a diversidade das expressões e acentua os factores de diferenciação que nos distinguem realmente e que reforçam a nossa identidade. Aliás, considero míope a visão de que o mercado brasileiro de cultura passará a estar aberto aos autores portugueses em razão da homogeneidade da grafia, pois que o interesse desse mercado pela nossa produção só pode depender do real interesse pelas nossas especificidades e aí a suposta barreira do grafismo não chega a ser uma barreira, pode ser um factor de distinção que acentua o interesse pela diferença.
Com os melhores cumprimentos
Pedro Passos Coelho
Reprodução integral de “post” publicado no blog “Cenáculo de um (pseudo) filósofo”, em 20 de Maio de 2008, da autoria de Ruben D.
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Bem, pelo que aqui vimos, dirigir cartas abertas aos governantes e presidente da República expondo o óbvio tem sido o mesmo que “falar para bonecos”.
A atitude do governo português e da presidência da República não é normal, não é democrática, não é racional.
Então o que será?
Isabel A. Ferreira
Com que ortografia se comunicará com o mundo?
É o que vamos esmiuçar.
Penso que seriam poucos, aqueles que não se sentiriam orgulhosos da nomeação de António Guterres, ocorrida no passado dia 6 de Outubro, para Secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
Da direita à esquerda, a unanimidade, perante esta aclamação, parecia-nos inequívoca.
António Guterres era dos poucos portugueses que passaram pela política sem nódoas negras a manchar-lhe o nome e a reputação.
Como Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados reuniu consensos e prestigiou Portugal nas suas atitudes serenas e sensatas, ao contrário de outros portugueses que nos envergonham e arrastam o nome de Portugal pela lama…
A sua candidatura a Secretário-geral da ONU foi transparente e, apesar da pouca cristalina entrada de Kristalina Georgieva, já no final da “corrida” ao cargo, com pretensões menos claras, a aclamação de António Guterres foi absolutamente cristalina. Disso ninguém tem dúvidas.
Portugal intumesceu de tanto orgulho. Nunca um português chegou tão alto a cargos da governação do mundo.
Então, no mundo, quem não sabia, ficou a saber que António Guterres é oriundo de Portugal, um pequeno país europeu, situado na ponta mais ocidental da Península Ibérica.
Portugal é agora falado no mundo inteiro. Parece estar na berlinda. Na mó de cima.
Mas estará?
Os mais curiosos pretenderão saber que país é este, de onde é oriundo o novo Secretário-geral da ONU, uma organização que integra 193 estados-membros.
Que país será o país de Guterres?
É um país com um bom clima. Muito sol. É Lisboa. É o Porto. É o Algarve. É a Ilha da Madeira. As boas praias. Os passeios pelo Douro. Os bons vinhos. A boa gastronomia. Os excelentes e premiados hotéis. É a Arquitectura. O rio Tejo, onde aportam os maiores cruzeiros do mundo…
Mas isto é o Portugal dos turistas, que aqui vêm trazidos pela propaganda, pelo sol e pelo clima de tranquilidade que, por cá e por enquanto, ainda se vive, longe da mira dos terroristas.
E deste Portugal todos nós nos orgulhamos. Mas este Portugal representa apenas uma pequena parcela dos 92.090 km² do total do seu território.
Contudo, existe um outro Portugal. O Portugal das mentes mirradas, que se esconde dos turistas, para não parecer mal. Mas isto acontece em quase todos os países do mundo. Mesmo naqueles mais civilizados. Um turista é levado a ver apenas o que a propaganda quer que se veja. Já me aconteceu a mim, em vários países. Sei como é. Mas como sou curiosa, não me fico pelo que me querem mostrar. Vou sempre muito mais além. Nem que vá às escondidas.
Deste Portugal das mentes mirradas, aposto que nem António Guterres, nem nenhum português que se preze de o ser, sente qualquer orgulho. Eu não sinto.
Vejamos:
Portugal é um país fragmentado. Venderam-no aos Brasileiros, aos Angolanos, aos Chineses, aos Espanhóis… e são estes povos que praticamente “mandam” no país.
Há ainda cerca de meio milhão de analfabetos em Portugal, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), com base no Censos de 2011. Não se aposta na Educação (e quando o Ministro desta tutela pede aos professores para não chumbarem os alunos, estará tudo dito), no Ensino, na Cultura Culta. Aos políticos convém manter o povo no banho-maria da ignorância para que ele seja mais facilmente manobrado.
Ainda um destes dias ouvi falar na geração Nem, Nem, aquela que nem estuda, nem trabalha, e só atrapalha a evolução do país. Mas interessará aos políticos fazer evoluir o País, acabando com esta geração Nem, Nem?
(…)
Da União Europeia, os Portugueses são dos cidadãos com menores taxas de participação em actividades culturais (cultas), segundo o relatório do Eurobarómetro. Esta miséria cultural em que Portugal está mergulhado deve-se à falta de investimento no sector, à débil aposta na Educação e ao baixo poder de compra dos portugueses, dizem vários especialistas e responsáveis por estas matérias.
(…)
E para culminar, Portugal, que é um dos mais antigos países da Europa, e que até há bem pouco tempo podia gabar-se de ter uma Língua culta e europeia, também das mais antigas, bem estruturada e das mais belas e ricas, lexicalmente falando. Porém, hoje, devido a uma desmedida e incompreensível cegueira mental, incultura, ignorância e interesses económicos (entre outros) obscuros, anda por aí vulgarizada uma ortografia terceiro-mundista, cientificamente desestruturada, inútil, funesta, grotesca, inconstitucional, ilegal e inculta, rejeitada por milhares de portugueses, cultos e menos cultos, a que continuam a chamar inadequadamente Português, que os políticos estão a tentar impingir aos Portugueses e ao mundo.
Ainda agora na China, António Costa, primeiro-ministro de Portugal, referiu a necessidade de difundir a nossa Língua, a 5ª mais falada no mundo e que até está difundida na Internet… esquecendo-se António Costa de que o que está difundida na Internet é a VARIANTE brasileira do Português, desenraizada das Línguas Europeias, de que a nossa Língua faz parte, e uma ortografia que envergonha Portugal, e nada tem a ver com o verdadeiro símbolo da Identidade Cultural Portuguesa.
A Língua Portuguesa não é um símbolo da Identidade do Brasil. O Brasil adoptou-a como língua oficial, mas não se identifica com ela, por isso, desenraizou-a, afastando-a das suas origens europeias. Mas os Portugueses não são obrigados a ceder a esta proposta desonesta, substituindo a grafia portuguesa pela grafia brasileira, preconizada pelo AO90.
Será com esta ortografia terceiro-mundista, (mal) engendrada no outro lado do Atlântico e que nada tem a ver com as raízes cultas das línguas europeias, que o novo Secretário-geral das Nações Unidas começará a comunicar-se com o mundo?
O Engenheiro António Guterres tinha duas opções: ou rejeitava liminarmente esta ortografia mutilada, que os governantes portugueses escrevem e querem impingir ao povo, e preserva a Identidade Cultural Portuguesa, a dignidade e a verticalidade com que até hoje regeu as suas atitudes, como figura pública, ou entrava no jogo inquinado dos políticos, e mancha o seu nome e a sua reputação, arrastando o nome de Portugal pelo chão.
Pesando os prós e os contras, que aqui foram expostos, penso que o Engenheiro António Guterres não tem motivo algum para se orgulhar de Portugal, enquanto este panorama terceiro-mundista se mantiver.
E se quisesse que Portugal mantivesse o orgulho que nos deu a sua nomeação para Secretário-geral da ONU, António Guterres teria de fazer a opção certa, e talvez recomendar aos governantes portugueses que se dignem entrar no século XXI D.C. e abandonem o primitivismo em que ainda se encontram, e façam Portugal crescer como nação integrada numa Europa evoluída, que mantém as suas Línguas cultas e intactas, e que há muito deixou as práticas medievais que envergonharam um passado que já passou, avançando para o futuro.
***
Mas o que fez António Guterres?
Optou pela grafia brasileira, entrou no jogo sujo dos políticos portugueses, e é essa que defende na ONU, levado, levado sim, pela pequenez das mentes dos que podem, querem e mandam em Portugal. E não pensem que são poderosos, querentes e mandantes portugueses. Porque não são.
Uma desilusão!
Isabel A. Ferreira
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