Num momento em que anda tanta gente por aí "infetada" (lê-se inf'tádâ) e "afetada" (lê-se âf'tádâ) com um "português" que não é Português, vamos recordar o que nos diz Vasco Graça Moura (na imagem) e Hugo Picado de Almeida (num texto pitoresco, uma verdadeira lição para os ignorantes que urdiram um delírio chamado AO90), em mais uma tentativa de iluminar as mentes desalumiadas que, talvez devido a uma pedra encravada num qualquer elo, não deixa a engrenagem cerebral funcionar plenamente, porque não há meio de entenderem que o AO90 além de um monumental erro, faz parte daqueles atrasos de vida, que transformam a Ordem em Caos. E, como todos nós sabemos, o caos ortográfico está instalado em Portugal, mas não é para ficar.
É lamentável que o governo português se vergue aos ignorantes e demais criaturas quejandas, e não ouça a voz dos que sabem o que dizem e, fundamentalmente, por que o dizem…
Vale a pena ler.
Fonte da imagem:
Texto de Hugo Picado de Almeida
É uma pena que o Acordo Ortográfico se tenha apostado em criar inimigos por toda a parte, e ninguém mais do que as próprias palavras pode desejar apanhá-lo num beco escuro, à saída de um bar numa noite de pândega bem demolhada, e numa emboscada cinematográfica enriquecê-lo com duas balas de cobre embutidas no bucho sem graça.
Já aqui falei sobre o Acordo Ortográfico, em que nada nem ninguém acordou coisa nenhuma. Isso parece-me evidente, tanto mais à luz das recentes notícias. Importa-me, agora, notar que o desacordo é mais grave do que poderá um leigo argumentar, dizendo que isso são coisas para os puristas se entreterem e os inocupados debaterem.
Podem dizê-lo e não os censuro por isso, pois que a culpa não é deles. A culpa é das mesmas gentes que compuseram e aceitaram o Acordo, esquecendo-se das origens da língua e atirando a etimologia, tão importante e tão interessante na forma como permite compreender passado e presente, o sentido das palavras e seus usos, e a racionalidade da escrita, para o caixote do lixo mais esquecido. A regra, como em tantas outras coisas, passou do perceber ao decorar.
Um arquitecto não é um arquitecto por acaso. Não é um arquitecto porque o Viriato ou o Sertório, num dia calmo em que não havia romanos para emboscar, decidiram que arquitecto soava bem com aquela que era a sua actividade, e poderíamos até felicitá-los por isso, pois assim ficariam livres outras palavras e sons para outras ocupações.
Um arquitecto é um arquitecto porque os gregos lhe chamavam arkhitektōn – como chegou aos gregos e sob essa forma já não sei, mas isso é um problema no qual não temos mão, ao contrário deste –, nascido de arkhi- (principal) e tektōn (construtor). É essa a razão pela qual o “c” faz falta antes do “t”, assinalando a filiação da palavra e também a abertura da vogal precedente, o “e”.
Oportunamente, afastava-se assim o «tecto» da «teta» (também do grego: thêta) — ou do «teto», seu sinónimo perfeito por alteração da palavra original.
O Acordo consegue, assim, a proeza de transformar o arquitecto, de construtor principal, em teta principal, e isso não nos deve passar despercebido. Afinal, faz uma pequena diferença. Eu, que tenho a teta em grande consideração, não gostaria porém de a ver desenhar uma casa. Inversamente, nunca me passaria pela cabeça fazer com o arquitecto aquilo que se pode fazer com a teta. Por respeito a ambos.
Hugo Picado de Almeida
Fonte do texto:
https://aliteracaoemh.wordpress.com/2013/04/05/delirios-do-acordo/
Continuamos a demonstrar que a grafia que o governo português quer impingir aos Portugueses é a grafia brasileira, sem a menor dúvida.
Acrescente-se que, ao mutilar os vocábulos, estes, além de perderem o seu significado original, lêem-se de modo diferente. A ignorância dos acordistas portugueses leva-os a pronunciarem as palavras como se estas estivessem na posse de todas as suas consoantes…
E como se lê as palavras a vermelho?
Assim:
hiruicu, imp’rc’tívél, inâção, inâtivár, inâtividáde, incurr’ção, incurr’tamente, incurrêtu, ind’f’tívél, indirêtâ, inf’ção, inf’ciôsu, inf’tár, infrâtôr, inj’ção, insêtu, insp’ção, insp’ciunár, insp’ciunávél, insp’tivu, insp’tôr, insurrêtu, int’râção, int’râtivu, int’rc’tâdôr, int’rc’távél, int’rc’tivu, int’rc’tôr, int’rrutôr, intrusp’ção...
E o que será isto?
Isabel A. Ferreira
Ver também:
GRAFIA PORTUGUESA VS. GRAFIA BRASILEIRA
A GRAFIA PORTUGUESA QUE VIGORA EM PORTUGAL VS. A QUE O GOVERNO PORTUGUÊS NOS QUER IMPINGIR (PARTE I)
A GRAFIA PORTUGUESA QUE VIGORA EM PORTUGAL VS. A QUE O GOVERNO PORTUGUÊS NOS QUER IMPINGIR (PARTE V)
Com a exigência ilegal da aplicação do acordo ortográfico 1990 (que não chega a ser acordo, porque existe um enorme desacordo entre os países da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) os portugueses servis (aos quais falta Cultura Crítica) ou os mais “distraídos” escrevem mal e pronunciam mal as palavras “acordizadas”.
É o descalabro total.
Origem da foto: https://www.facebook.com/TradutoresContraAO90?fref=ts
"Os efeitos deste Acordo, dito de unificação ortográfica — na realidade, de aproximação ortográfica —, são os que estão previstos do ponto de vista da grafia, porque não há consequências em termos de pronúncia, (…). Nenhum português, por cair uma consoante, vai deixar de dizer «contracetivo», abrindo a vogal e, para dizer «contracetivo», fechando a vogal e.
Nenhum português deixará de o fazer. É um manifesto exagero, é um empolamento de uma realidade que o Acordo não consente!”
(LUÍS FAZENDA, Diário da Assembleia da República, I Série – n.º 85, X Legislatura, 3.ª sessão legislativa, 17 de Maio de 2008, pg. 28; aquando da aprovação parlamentar do 2.º Protocolo Modificativo ao AO90) (Ivo Miguel Barroso)
in https://www.facebook.com/groups/acordoortograficocidadaoscontraao90/643311112439015/?notif_t=like
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Pois o que há a dizer sobre este assunto, é que quem, por desconhecimento da Etimologia (parte da gramática que estuda a história ou origem das palavras e da explicação do significado das mesmas, através dos seus elementos (morfemas), que fazem parte do Léxico Português, e que devia se matéria de estudo obrigatório nas escolas), e escreve deste modo incorreCto, de acordo com o acordo ortográfico 1990:
“contracEtivo” , “aspEtos”, “dirEtor”, “arquitEto”, "tEto" “Ativo”, “Ator”, “sEtor”, “fAtor”, “corrEto”, "Ação", “lEtivo” ,“selEção” e outras calinadas que tais…
não deve, não pode pronunciar as mesmas com o E ou o A abertos, sob pena de estarem a proferir monumentais disparates.
Quem aprendeu Língua Portuguesa sabe que aquelas palavras devem ser pronunciadas do seguinte modo: "contrac'tivo", "aspêtos", "dir'tor","arquitêto", "têto", "âtivo", "âtor", "s'tor", "fâtor", "corrêto", "âção", "l'tivo", "sel'ção", e querem dizer absolutamente NADA.
Daí que, é urgente, prioritário e da lucidez acabar-se de vez com este despautério do AO90, que os Portugueses, os Brasileiros, os Angolanos e os Moçambicanos instruídos e cultos rejeitam.
Então por que motivo, a não ser por negociatas obscuras (uma vez mais o interesse económico a sobrepor-se ao senso comum) e uma ignorância descomunal, o governo português teima, porque teima em impor esta mixórdia ortográfica, com a agravante de ameaçar penalizar quem não “obedecer”?
Baseado em quê? Em que lei?
De que tempo virá esta apetência pelas “ameaças?”
Não saberão os políticos portugueses que qualquer Português poderá recusar-se a utilizar este acordo, inclusive nas escolas, nas repartições públicas, seja lá onde for… sem ser penalizado, porque não há lei nenhuma que o obrigue?
Era só o que faltava!
E quem argumenta que a aplicação deste aborto ortográfico facilita a aprendizagem da Língua às crianças, suprimindo os "p", e os "c" mudos, quererá dizer que as crianças dos tempos aCtuais serão mais ESTÚPIDAS do que as crianças dos milhares de gerações passadas, desde que Dom Diniz oficializou a Língua Portuguesa?
Todos nós estudámos a Língua Portuguesa como deve ser estudada, e aprendêmo-la, uns com mais dificuldades do que outros, mas aprendêmo-la, como todas as crianças aprendem o Inglês, o Francês, o Alemão. Ou não?
Esta argumentação pretende diminuir as capacidades inteleCtuais das nossas crianças, passando-lhes um atestado de estúpidas, algo que elas, de todo, não merecem.
Se não respeitam a Língua Portuguesa, respeitem ao menos as crianças portuguesas, que estão a ser vítimas de um atentado linguístico e a caminho de serem os analfabetos do futuro.
Isabel A. Ferreira
O que nos diz Vasco Graça Moura (na imagem) e Hugo Picado de Almeida (num texto pitoresco, uma verdadeira lição para os ignorantes que urdiram um delírio chamado AO90).
Vale a pena ler.
É lamentável que o governo português se vergue aos casteleiros e becharas e demais criaturas quejandas, e não ouça a voz dos que sabem o que dizem e por que o dizem…
Fonte da imagem:
Texto de Hugo Picado de Almeida
É uma pena que o Acordo Ortográfico se tenha apostado em criar inimigos por toda a parte, e ninguém mais do que as próprias palavras pode desejar apanhá-lo num beco escuro, à saída de um bar numa noite de pândega bem demolhada, e numa emboscada cinematográfica enriquecê-lo com duas balas de cobre embutidas no bucho sem graça.
Já aqui falei sobre o Acordo Ortográfico, em que nada nem ninguém acordou coisa nenhuma. Isso parece-me evidente, tanto mais à luz das recentes notícias. Importa-me, agora, notar que o desacordo é mais grave do que poderá um leigo argumentar, dizendo que isso são coisas para os puristas se entreterem e os inocupados debaterem.
Podem dizê-lo e não os censuro por isso, pois que a culpa não é deles. A culpa é das mesmas gentes que compuseram e aceitaram o Acordo, esquecendo-se das origens da língua e atirando a etimologia, tão importante e tão interessante na forma como permite compreender passado e presente, o sentido das palavras e seus usos, e a racionalidade da escrita, para o caixote do lixo mais esquecido. A regra, como em tantas outras coisas, passou do perceber ao decorar.
Um arquitecto não é um arquitecto por acaso. Não é um arquitecto porque o Viriato ou o Sertório, num dia calmo em que não havia romanos para emboscar, decidiram que arquitecto soava bem com aquela que era a sua actividade, e poderíamos até felicitá-los por isso, pois assim ficariam livres outras palavras e sons para outras ocupações.
Um arquitecto é um arquitecto porque os gregos lhe chamavam arkhitektōn – como chegou aos gregos e sob essa forma já não sei, mas isso é um problema no qual não temos mão, ao contrário deste –, nascido de arkhi- (principal) e tektōn (construtor). É essa a razão pela qual o “c” faz falta antes do “t”, assinalando a filiação da palavra e também a abertura da vogal precedente, o “e”.
Oportunamente, afastava-se assim o «tecto» da «teta» (também do grego: thêta) — ou do «teto», seu sinónimo perfeito por alteração da palavra original.
O Acordo consegue, assim, a proeza de transformar o arquitecto, de construtor principal, em teta principal, e isso não nos deve passar despercebido. Afinal, faz uma pequena diferença. Eu, que tenho a teta em grande consideração, não gostaria porém de a ver desenhar uma casa. Inversamente, nunca me passaria pela cabeça fazer com o arquitecto aquilo que se pode fazer com a teta. Por respeito a ambos.
Hugo Picado de Almeida
Fonte do texto:
https://aliteracaoemh.wordpress.com/2013/04/05/delirios-do-acordo/
. Em Portugal escreve-se e ...