Quarta-feira, 3 de Abril de 2019

O Grupo de Trabalho para a Avaliação do Impacto da Aplicação do AO90 reunir-se-ia no passado dia 28 de Março, ou foi bluff? Ou ainda estará reunido?

 

mordaça.png

 

Que Lei da Mordaça prevalece em Portugal?

 

No dia 28 de Março, li num artigo publicado, por Nuno Pacheco, no Jornal Público:

 

«A crer no que se anuncia no planeamento das comissões parlamentares, no site da Assembleia da República, vai reunir-se esta quinta-feira o Grupo de Trabalho para Avaliação do Impacto da Aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Temas? “1) Discussão do processo associado à conclusão dos trabalhos. 2) Outros assuntos.” Está tudo descrito, sala (4) e hora (14h), sendo que isto se faz no âmbito da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.»

 

Desde então, regressou-se ao silêncio. Ou passou-me alguma coisa ao lado?

 

O que estará a passar-se?

 

1 – A reunião não se realizou?

2 – A reunião realizou-se, mas ainda não terminou?

3 – A reunião terminou, mas o resultado não agradou aos governantes, e estes apressaram-se a amordaçar o Grupo, supondo que os trabalhos, a que se refere a discussão do processo associado à conclusão dos trabalhos, diz respeito ao impacto da aplicação do AO90?

4 – Estão a elaborar o Relatório Final, e isto demora o seu tempo, e esse tempo incluirá mais uns tantos anos, para se continuar a empatar?

5 – Se não é nada disto, então o que será?

 

No dia 20 de Março, fui espreitar à página do Grupo, neste link,

https://www.parlamento.pt/sites/com/XIIILeg/12CCCJD/GTAIAAO/Paginas/default.aspx

e publiquei o que lá vi, neste outro link:

https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/por-onde-anda-ou-o-que-anda-a-fazer-o-175687?tc=4300272386

 

Hoje, fui lá espreitar novamente, e o que lá vi é exactamente igual ao que vi no dia 20 de Março. Mas, entretanto, o Público anunciou a tal reunião, a realizar no dia 28 de Março.

 

E as perguntas que se impõem são as seguintes:

 

- Ainda não há novidades?

- Ainda não há fumo branco, obviamente no sentido de se acabar de uma vez por todas com esta fraude chamada AO90?

- O conclave terá ainda de reunir mais vezes? Quantas vezes? Milhares de vezes?

- Já não foi tudo dito e redito, acerca da ilegalidade, da inconstitucionalidade e da inutilidade deste (des)acordo que só Portugal faz questão de manter?

 

No dia 7 de Setembro de 2018, Marcelo Rebelo de Sousa, digníssimo presidente da República Portuguesa, disse à Lusa, passo a citar: «Os portugueses têm direito a saber a verdade do que se passou em Pedrógão Grande».

 

(Lembram-se? A propósito do despropósito do que se passou (e continua a passar) em Pedrógão Grande, devido aos brutais incêndios que lá ocorreram?)

 

Pois bem, senhor Presidente da República Portuguesa, os Portugueses, que amam a Língua Portuguesa e prezam este que é o seu mais precioso Património Cultural Imaterial, também têm o direito a saber a verdade do que está a passar-se (nos bastidores obscuros) desta que é a maior fraude de todos os tempos, da História de Portugal.

 

Numa carta que lhe escrevi, em 11 de Fevereiro de 2019, em meu nome, mas também em nome dos Portugueses que amam a sua Língua, solicitei que nos esclarecesse sobre esta matéria.

 

Hoje, reafirmamos essa solicitação. Continuamos à espera desse esclarecimento, que o Senhor Presidente, como Chefe Supremo da Nação Portuguesa, tem o DEVER de prestar aos Portugueses.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:57

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Terça-feira, 19 de Março de 2019

Nota da presidência da República Portuguesa grafada em "mixordês"

 

Se me contassem, não acreditaria.

Mas está lá. Eu vi. Eu li. Na página oficial do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, o acordista-mor do novo país em que o AO90 transformou Portugal: a República Luso-Brasileira.

 

Transcrevo aqui a nota, e sublinho a vermelho, as palavras grafadas à brasileira que, no Brasil,  NÃO são erros ortográficos, porque fazem parte do léxico brasileiro, mas que em Portugal SÃO erros ortográficos de palmatória.

 

Senhor presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que VERGONHA!

Porque o AO90 é ilegal, inconstitucional e não está em vigor em Portugal, nem em nenhum outro país dito lusófono.

 

RP.png

 

«Nota da Presidência da República sobre Pedrogão Grande

 

1 - No passado dia 27 de fevereiro (1), o Presidente da República, instado a pronunciar-se sobre matéria de uma reportagem televisiva, enviou a esse órgão de comunicação social a seguinte nota, que se transcreve tal como enviada:

 

“Em coerência com a posição assumida aquando da tragédia de 2017, o Presidente da República tem estado atento às questões da reconstrução e distribuição de ajudas, públicas e privadas, bem como às iniciativas promovidas ou solicitadas a entidades oficiais, como o Ministério Público e a Provedoria de Justiça.

 

É sensível às preocupações que lhe chegam por várias vias e aguarda o apuramento dos factos.

 

Tenciona, tal o fez como em 2018, visitar os municípios afetados (2) em junho (3) próximo, o que lhe permitirá ouvir as populações e os autarcas, sendo certo que com estes, intencionalmente, não manteve qualquer contato (4) por aguardar o aludido apuramento.

 

Especificamente, o Presidente da República não teve nenhum contato (5) com o Presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande sobre esta matéria no último ano.

 

Carece, portanto, de qualquer fundamento a afirmação de que teria tido qualquer intervenção na conduta do aludido autarca nesse período de tempo.”

 

2 - Perante os dados que, entretanto, continuam a ser divulgados relativamente à matéria em causa, o Presidente da República reafirma tudo quanto disse e sublinha a necessidade de todos os meios legais, administrativos e judiciais para apurar o sucedido, tendo em conta os generosos contributos dos Portugueses para o processo de reconstrução, que se deve caracterizar pelo rigor, a transparência, a responsabilidade e a celeridade, como, aliás, sempre insistiu desde a primeira hora e recordou nomeadamente na passagem do primeiro aniversário da tragédia de Pedrogão Grande.

 

Página da presidência:

http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=160789&fbclid=IwAR1Kv088gXxdTd0nv8Esfli9XYNp3es4LjXWiImVzqSnX9vNWykTWsOFLFg

 

Porque em Portugal o que vigora é a Grafia da Convenção Ortográfica de 1945:

 

1 e 3 - Os meses do ano, em Portugal, grafam-se com letra maiúscula, porque a maioria tem origem em nomes próprios, de imperadores, de deuses. No Brasil, grafam-se com letra minúscula, à espanhola.

 

2 - O termo afetados, que, obrigatoriamente, se lê âf’tádus, está grafado à brasileira, e, no Brasil, não é erro. Em Língua Portuguesa grafa-se afeCtados, particípio passado do verbo afeCtar, do Latim affectare, para que possamos ler âfétádus. E não me venham falar nos dois éfes do Latim,  porque a supressão de um, não afeCta a pronúncia da palavra, condição sine qua non para que a consoante, apesar de muda, não seja suprimida.

 

4 e 5Contato está grafado à brasileira, porque, no Brasil, os Brasileiros não pronunciam o. Em Portugal a palavra escreve-se contaCto e lê-se contáCtu, com o pronunciado.

 

À escrita, que Marcelo Rebelo de Sousa apresenta na sua página oficial, chama-se mixórdia ortográfica, porque mistura Português com Brasileirês, que nada tem a ver com o AO90.

 

Nenhum país do mundo, numa página oficial da Presidência, apresenta tão vergonhosa mixórdia ortográfica, como Portugal.

 

Que VERGONHA! Que VERGONHA senhor presidente da República, que deixou de ser Portuguesa.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:33

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Segunda-feira, 17 de Setembro de 2018

ASSIM SE ESCREVE EM BOM MIXORDÊS EM PORTUGAL…

 

… graças à incompetência e à irresponsabilidade de governantes ignorantes em matéria de Linguagem. Quem não sabe dançar, não se meta a bailarino.

 

Com o advento do mal denominado Acordo ortográfico de 1990 gerou-se um caos ortográfico tal, que já poucos são os que sabem ler, escrever e interpretar textos correCtamente, em Portugal, algo único no mundo, uma vez que nos restantes 192 países (eles são 193) apenas os analfabetos descolarizados (porque os há escolarizados) não sabem ler nem escrever.

 

E como diz Francisco Miguel Viegas no Aventar:

 

«Não há ortografia

"Graças a esta notícia e a excertos de um comunicado da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, confirma-se que, com a adopção do Acordo Ortográfico de 1990, não há ortografia.

Há «casas afetadas» e «casas afectadas». Há «subdirector da directoria» e há «inspetores». Há «se apuram serenamente os fatos e se repõe a verdade objectiva». De facto, há de tudo, excepto ortografia."

 

MIXORDÊS.png

 

Este é o resultado da ignorância que se derrama desde São Bento para o resto do país...

publicado por Isabel A. Ferreira às 12:35

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Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2017

António Costa - o "Taticista"...

 

Seja lá o que isto for… não sou eu que o digo…

 

ANTÓNIO COSTA1.png

 

Com todo o respeito, isto não é coisa que se chame a uma pessoa, ainda mais sendo primeiro-ministro de Portugal

 

Há dias li uma notícia em que se dizia que António Costa, o nosso mui ilustre primeiro-ministro, era um “socialista bem-sucedido”, entre os mais influentes na Europa, e quem o disse foi o Politico, um jornal norte-americano, que anunciou o ranking de 28 personalidades a ter em conta, por estarem a «moldar, a agitar e a fazer mexer a Europa». E o nosso primeiro-ministro surge em nono lugar, e é descrito como um “caso raro na Europa de hoje”, mas também como “um duro lutador político escondido atrás de um pronto sorriso de campanha”, além de ser considerado também «alguém que conseguiu impor-se como um campeão da mudança, capaz de reverter as medidas austeras da recessão».

 

Contudo, não há bela sem senão. Embora o jornal Politico salvaguarde a vitória do PS nas últimas eleições autárquicas, vai dizendo, como quem não quer dizer, mas diz, que António Costa perdeu popularidade com as críticas face à sua posição em relação aos incêndios de Pedrógão Grande, que, diga-se de passagem, foi de uma ligeireza atroz.

 

E aqui o Politico parece estar mal informado, porque António Costa não perdeu popularidade apenas devido ao modo como reagiu a uma tragédia que matou para cima de meia centena de pessoas (não contando com as de Outubro), mas está a perdê-la por outros motivos que, não envolvendo vidas humanas, envolve a honra, a dignidade e a identidade portuguesas, algo que não anda nas bocas do mundo, mas é de uma importância vital para um Estado que se quer de Direito e uma Democracia que se quer civilizada e culta.

 

Pois temos de ter em conta também o seguinte: a incapacidade, a incompetência, a ligeireza, a falta de consciência política demonstrada pelo governo de António Costa, diante de várias circunstâncias que estão a deixar o país de rastos. A saber (e obviamente) : os incêndios que devastaram Portugal, e que mataram mais de uma centena de seres humanos, ceifou milhares de animais não-humanos, destruiu extensões imensas de floresta, campos agrícolas, fábricas, habitações, e tudo porque o governo PS, deu continuidade ao desgoverno dos anteriores governos - PS, PSD, PSD/CDS, e só depois do abanão de Marcelo Rebelo de Sousa, é que se tomou uma atitude; o vergonhoso roubo de armas num paiol do Estado; o surto de legionella, que (para já) matou seis pessoas e infectou mais de 50, num hospital público; o uso do Panteão Nacional e a hipocrisia de António Costa, que foi convidado e mentiu ao País, quando se mostrou indignado com a jantarada do Web Summit; as vigarices, que se reproduzem como coelhos, envolvendo membros do governo e outros políticos, como a mais recente e grave vigarice da associação Raríssimas; a insistência em manter práticas trogloditas, para servir um lobby macabro, e nelas investir dinheiros públicos (refiro-me à tauromaquia e outras maquias); a vergonhosa subserviência ao Brasil, no que respeita à imposição ilegal da ortografia brasileira às inocentes e indefesas crianças portuguesas, que está a arrastar Portugal para uma babel ortográfica sem precedentes; isto entre muitas outras questões cruciais, que este governo não tem conseguido gerir com eficácia e inteligência. E enganam-se aqueles que pensam que este governo é um mãos-largas, quando está a tirar de um lado para pôr no outro. Isto não é governar. É servir lobbies. Pelo menos, foi isto que aprendi quando estudei História das Teorias Políticas. Além disso, de um governo que se diz de esquerda, EU, pessoalmente, espero muito mais, do que políticas de direita e subserviência.

 

Continuando com o que disse o Politico: este afirma que os apoiantes de Costa esperam que a rápida recuperação económica de Portugal “restaure rapidamente a posição do primeiro-ministro, assegurando que o objectivo é garantir uma maioria absoluta nas próximas eleições parlamentares, em 2019″.

 

O “taticista”

 

Bem, mas como não só de “economia e finanças” vive uma Nação, quem quiser ter a maioria absoluta, nas próximas eleições legislativas, terá de ter em conta também estes aspectos:

 

1 – Terá de devolver a Portugal a ortografia portuguesa. Os acordistas são uns poucos escravos do poder e alguns mercenários. Os que pugnam pela Língua Portuguesa, de matriz culta e europeia, que está em vigor (tudo o resto é trapaça) são aos milhares, e estes votariam em quem fizesse o seu acto de contrição e se propusesse a servir Portugal, com dignidade e respeito pela sua Cultura Culta. Não o estrangeiro.

 

E é aqui que entra o “taticista”. É que isto é uma consequência da invasão linguística estrangeira. Li isto no rodapé da SIC Notícias, quando estavam a debater o “socialista bem-sucedido” que é António Costa, distinguido pelo Político.

 

Taticista”? O nosso primeiro-ministro é isto? Fiquei a magicar no significado da palavra.   De repente pensei se não queriam dizer “esteticista”. É que nem toda a gente sabe pronunciar ou escrever determinados vocábulos, assim como helicóptero, que muitos dizem e escrevem “licóteros”, ou eucaliptos, que outros tantos dizem e escrevem “clipes”. Já ouvi estas pérolas na boca de senhores doutores, não inventei nada. “Taticista” será talvez esteticista na linguagem dos tatibitates? Consultei bons dicionários de Língua Portuguesa e nada de “taticista”. Bem, mas supondo que o nosso primeiro-ministro possa ser esteticista, será que se ocupa do belo e do sentimento que ele (o belo) desperta em nós, e nós não nos damos conta disso? As dúvidas são muitas, porque esta coisa de substituírem a ortografia portuguesa pela brasileira, deu origem ao nascimento de palavras hilariantes. E esta é uma delas.

 

 

2 – Terão de virar à esquerda na questão da tauromaquia. Os tauricidas ficam-se por uns 18%. Até agora o PS e o PCP (que se dizem de esquerda, têm alinhado com a política de direita (CDS, PSD), nesta matéria, e mais do que isso, retrocederam ao tempo da monarquia, porque isto de touradas é coisa de reis, betinhos, marialvas e sádicos. Um partido realmente de esquerda, não alinha com estas ancianias, que nada têm a ver com a verdadeira Democracia, em que o povo é quem mais ordena. Estas ancianias estão ligadas à lobbycracia instalada na Assembleia da República, onde quem verdadeiramente manda são os vários lobbies ali infiltrados. É que já dizia Gandhi que a grandeza de uma nação vê-se pelo modo como os seus animais são tratados, e Portugal tem uma noção de “animais” muito deturpada.

 

3 – Terá de mudar as más políticas dos governos anteriores (PS, PSD e PSD/CDS), e esta era a primeira coisa que o actual governo devia ter feito, se quisesse mudar de paradigma, no que respeita ao Ensino, à Educação, à Cultura, à Saúde, à Agricultura, à Pesca, enfim, mudar todo o sistema, para que este pudesse ser credível aos olhos dos Portugueses. Porque os estrangeiros, esses, pelo que se vê, não levantam o tapete que cobre Portugal, e não vêem o lixo que está acumulado debaixo dele, há anos.

 

Pode parecer pouco, mas este é o caminho da evolução que queremos para Portugal, e isto dará, com toda a certeza, a maioria absoluta a quem se propuser ousar ser diferente de todos os que já passaram por São Bento.

 

É que (como se canta na Chula) «Pr'a melhor está bem, está bem, pr’a pior já basta assim!»

Ou não basta?

 

Isabel A. Ferreira

 

Fonte da notícia do Politico:

https://zap.aeiou.pt/costa-socialista-bem-sucedido-os-influentes-na-europa-183002

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 12:29

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Quarta-feira, 18 de Outubro de 2017

Nova Carta Aberta a Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa

 

Por uma Cultura Culta, em Portugal, e pela Grafia Portuguesa.

 

 ABERRAÇÃO.png

 

Exmo. Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa

Digníssimo Presidente da República Portuguesa,

 

Foram várias as vezes que ousei escrever a V. Exa., abordando, publicamente, matérias que, aos meus olhos de cidadã portuguesa, imbuída de juízo crítico, considerei pertinentes, por serem do interesse de Portugal e dos Portugueses. 

 

Aqui estou, uma vez mais, a dirigir-me a V. Exa., com o mesmo intuito, aproveitando duas circunstâncias actuais, bastante significativas: uma, de enorme júbilo; outra, de profunda tristeza.

 

A de júbilo, alude à atribuição do Prémio Camilo Castelo Branco/2017, à insigne escritora portuguesa, Teolinda Gersão que, há tempos, dirigiu ao Senhor Presidente, as palavras reproduzidas na imagem que ilustra esta carta, e que, já agora, aproveito, para fazer também minhas.

 

A atribuição deste prémio a uma das vozes críticas à imposição, que V. Exa. sabe ser ilegal e inconstitucional, da ortografia brasileira aos Portugueses, nomeadamente às crianças portuguesas, as mais enganadas e prejudicadas com esta atitude incompreensível à luz de todas as razões, além de ser merecida, do ponto de vista literário, pois Teolinda Gersão é uma fabulosa artesã da Língua Portuguesa, constitui uma bofetada bem assente na cara de todos aqueles que, por motivos obscuros, teimam em trocar a qualidade pela quantidade, estando, com isto, a servir de pasto à ignorância, se me permite esta expressão menos erudita.

 

A de profunda tristeza, diz respeito à tragédia dos fogos que consumiram vidas humanas a fauna e flora portuguesas, de um modo brutal, irracional, inconcebível, jamais visto, e que deixou a Europa e o mundo estupefactos. Como é que num país territorialmente tão pequeno, foi possível uma tragédia desta dimensão? Mais um caso único português, para o Guinness World Records.

 

Pois bem, Senhor Presidente da República Portuguesa, foi com grande expectativa que, ontem, aguardei a comunicação de V. Exa., ao País. Devo confessar que esperava mais do mesmo, como é hábito dos nossos governantes, que não costumam dar-nos nada de novo, muito pelo contrário.

 

Mas ontem, ontem, dia 17 de Outubro de 2017, precisamente quatro meses passados sobre a tragédia de Pedrógão Grande, o senhor surpreendeu Portugal com o discurso mais notável, jamais proferido, por um Presidente da República Portuguesa, um discurso realmente digno de um Presidente da República Portuguesa, no qual demonstrou a força e o poder que um Presidente da República pode e deve ter, quando o País está à beira de se afundar num abismo de incompetências, de jogos de poder, de incapacidades, de um “brincar à política” nunca visto.

 

Ontem, o Senhor Presidente demonstrou ser o presidente de todos os portugueses quando, humildemente, pediu desculpas, sem ter culpas, pela tragédia sem precedentes, que se abateu sobre Portugal, atitude que o primeiro-ministro de Portugal não teve.

 

Pela primeira vez, um Presidente da República fez cair um governante que, ao que parece, já teria pedido a demissão, mas não a aceitaram, porque enquanto os “canhões” estivessem virados para o Ministério da Administração Interna, o primeiro-ministro continuaria em segurança.

 

Foi então que eu, e talvez milhares de Portugueses, com o mesmo sentido crítico e cívico, nos apercebemos de que se o Presidente da República quer, o Presidente da República pode, ou seja, ontem, V. Exa. mostrou que tem poder para governar o país, quando ele está desgovernado.

 

Posto isto, e uma vez que Portugal está no mau caminho, no que respeita a outros Ministérios, como por exemplo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (que é mais dos negócios dos estrangeiros, e tem Portugal suspenso por um fio de teia de aranha sob um abismo, no que respeita à Língua Oficial Portuguesa, que o PR tem o dever de defender); o Ministério da Cultura (que não sabe distinguir Cultura Culta de cultura inculta, e anda por aí a apoiar, para vergonha de Portugal, a selvajaria tauromáquica); o Ministério da Educação (que anda a enganar as crianças portuguesas, exigindo-lhes que aprendam uma ortografia que não é a portuguesa), para falar apenas nos que mais disparates têm feito, no que respeita à Língua, à Cultura e ao Ensino, três pilares que sustentam a alma portuguesa, porque nem só de pão vive o homem, venho solicitar ao Senhor Presidente, e tenho certeza, em nome de milhares de Portugueses que, da mesma forma que ontem veio a público, exercer o seu poder, para defender Portugal do descalabro total, e para que não tenha de vir novamente a público pedir perdão aos Portugueses, desta vez, com culpas redobradas, por ter deixado “queimar” a Língua Portuguesa, num fogo tão endoidado, como o que fez arder mais de uma centena de Portugueses, uma vastíssima área das nossas florestas, incluindo o Pinhal de Leiria, património português, a nossa fauna, morta aos milhares, fábricas, culturas agrícolas, o que tornou Portugal muito mais pobre e negro, venha a público, defender também, com igual força e poder, a Língua Oficial Portuguesa, a Língua Portuguesa, consignada na Constituição da República Portuguesa, e que o Presidente da República Portuguesa tem o supremo dever de defender.

 

Senhor Presidente, V. Exa. sabe como a Língua Portuguesa anda por aí espezinhada, mal escrita, mal falada, mal ensinada. É que, em Portugal, não se escreve nem em Português, nem em acordês, mas sim num vergonhoso mixordês, que é isto mesmo que anda por aí a circular, como língua de uma nação europeia, um daqueles casos únicos, que fez entrar Portugal para o Guinness World Records.

 

Em Portugal, está-se a formar uma geração de semianalfabetos, aqueles que aprenderão os rudimentos da escrita e da leitura, mas nunca serão capazes de escrever, ler e compreender o que lêem, corrente e correctamente, a sua própria língua. Mas estão a aprender a escrever e a ler correctamente o Inglês, o Francês e o Castelhano, por exemplo.

 

E V. Exa sabe que tenho razão. Basta olhar à volta, na nossa comunicação social (felizmente nem toda), e nos ofícios e mensagens estatais, tudo rabiscado na mais vergonhosa e pobre ortografia.

 

Aguardo, aguardamos todos, que V. Exa. use do poder que ontem demonstrou ter, para recomendar a demissão do MNE, do MC e do ME, porque não estão a servir Portugal, mas tão-só os interesses de grupos económicos obscuros.

 

Com os meus mais respeitosos cumprimentos,

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:02

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Quarta-feira, 2 de Agosto de 2017

O SILÊNCIO AO REDOR DO AO90 É CRIMINOSO

 

Nunca Portugal desceu tão baixo. O facto de os políticos portugueses terem vendido a sua própria Língua é caso único na História da Humanidade, desde que o mundo é mundo.

 

Portugal, entre os 193 países existentes no Planeta Terra, é um dos que está condenado a DESAPARECER, por ter governantes demasiado subservientes aos interesses dos estrangeiros. Pouco a pouco, tentáculos alheios abraçam o território português e, mais ano, menos ano, seremos uma colónia daquele que ficar com o melhor pedaço.

 

Portugueses, abram os olhos e mandem para o espaço os políticos que estão a VENDER PORTUGAL ao retalho, porque se não o fizerem brevemente deixarão de ser portugueses.

 

FATUALIDADE.png

Isto, de facto, é uma fat(u)alidade

 

A este propósito, leiam o que NUNO PACHECO escreveu no Jornal Público:

 

«Dança com letras nas modas de cá e lá

Em Portugal escreve-se facto e no Brasil fato, mas na família de tais palavras reina uma total desunião.

 

Há duas semanas, e por culpa de Cleópatra, não se aprofundaram aqui as potencialidades do chamado Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, já online, com o qual se pretende uniformizar a ortografia dos países de língua portuguesa a partir do famigerado Acordo Ortográfico de 1990 (AO).

 

Façamos, pois, um pequeno exercício. Peguemos num Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, anterior ao acordo (por exemplo, a 8.ª edição de 1998), e procuremos algumas famílias de palavras onde as mudanças propostas pelo AO tiveram algum efeito. Feitas as listas, comparemo-las com o que nos propõe como norma o dito vocabulário comum (VOC). Ou melhor, o que propõem os vocabulários de Portugal e Brasil, a ele adstritos, porque o VOC é a soma de todos os nacionais.

 

Comecemos pela família de palavras iniciadas por “concep”. No Brasil, escrevem-se ainda tal qual se escreviam em Portugal: concepção, concepcional, concepcionário, conceptáculo, conceptibilidade, conceptismo, conceptista, conceptiva, conceptível, conceptivo, conceptual, conceptualismo, conceptualista, conceptualização, conceptualizar. Já em Portugal temos conceção, concecional, concecionário, concetivo, todas sem “p”; nas restantes admite-se escrevê-las com “p” ou sem ele; e numa única palavra, conceptibilidade, só é admissível a versão com “p”. Porquê? Não se adivinha.

 

Passemos agora a uma família onde a divisão devia ser clara, a de “fact”. Pois em Portugal escreve-se facto e no Brasil fato, com o mesmíssimo significado de “acção realizada, acontecimento”. Nos dois países, apesar disso, há um grupo de palavras que tem o “c” obrigatório: facticidade, factitivo, factoring (esta integrada na lista, mas inglesa), factótum ou factoto. Em Portugal, só com “c”, temos factício, factível, factual, palavras que no vocabulário brasileiro online surgem com dupla variante (fatício, fatível, fatual) embora o Priberam brasileiro só as admita com “c”! Já fáctico pode escrever-se com ou sem “c” nos dois países. Obrigatoriamente sem “c”, em Portugal e no Brasil, surgem: fator, fatorial, fatorizar, fatura, faturar. Como se vê, uma família muito unida. Alguém entende isto?

 

Vejamos a família “recep”. Aqui é mesmo tudo limpinho. No Brasil é (sem admissão de variantes) recepção, recepcionista, receptação, receptacular, receptáculo, receptador, receptar, receptibilidade, receptiva, receptível, receptividade, receptivo, receptor. Em Portugal, pelo contrário, tudo isto perdeu o pio, perdão o “p” com o AO. O que originou o surgimento de um estranho verbo: Recetar. Presente (está no VOC): eu receto, tu recetas, ele/ela receta, nós recetamos, vós recetais, eles/elas recetam…

 

Ainda na letra R, uma curiosidade em “rupt”. No Brasil escreve-se tudo com “p”: ruptura, rúptil, ruptilidade, ruptório. Em Portugal idem, menos ruptura, que perdeu o “p” e passou a… rutura.

 

Vamos agora à família das partições, “secç” e “sect”. No vocabulário brasileiro admite-se dupla grafia (com ou sem “c”) para todas estas palavras: secção, seccional, seccionamento, seccionar, sector, sectorial, sectorização, sectorizar. Em Portugal, dupla grafia só em sector/setor e sectorial/setorial. De resto escreve-se secção, sectorização, sectorizar (sem dupla grafia). Mas – há sempre um mas nesta enviesada história – temos meia dúzia de palavras desta família só admissíveis com “c”, em Portugal ou no Brasil: sectário, sectarismo, sectarista, séctil, sectório e sectura. Tudo tão claro e tão óbvio…

 

Para acabar, porque já devem estar cansados desta dança com letras, vamos à família “tact”. No Brasil e em Portugal admitem-se duas variantes (com ou sem “c”) nas palavras tacticografia, tacticográfico, táctil e tactismo. O Brasil também admite dupla grafia em tacto, táctico, táctica, tacticalidade ou tactura, mas aqui Portugal distancia-se: numas só escreve sem “c”, tato, tático, tática; noutras só escreve com “c”, tacticalidade, tactura. Porquê? É para uniformizar a ortografia, não se vê logo?

 

Exercícios idênticos podem multiplicar-se à exaustão. Divirtam-se (ou chorem) a fazê-los. Uma coisa é clara, e está à vista de todos: não há uniformidade gráfica alguma em tais vocabulários, a ortografia “nova” é uma inominável quimera e os que há muito gritam “basta” não podem nem devem calar-se. O silêncio sobre este caso é criminoso. Não é Pedrógão Grande, claro, nem há comparação possível; mas não podemos adiar uma decisão que se impõe sobre tão magno tema. Será depois do Verão?»

 

Fonte:

https://www.publico.pt/2017/07/27/culturaipsilon/noticia/danca-com-letras-nas-modas-de-ca-e-la-1780259

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:15

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