Isto aconteceu em 2017. Mais de uma centena de personalidades assinaram um manifesto em que exigem a revogação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A Sociedade Portuguesa de Autores também foi uma das associações subscritoras.
E hoje, em 2020? Ainda pensarão o mesmo? Onde estão todos os que participaram neste manifesto?
Ninguém os ouviu, porque a surdez dos decisores políticos é total.
Então, há que continuar a gritar, para que esses decisores possam ler nos lábios o que gritam os escritores, o que gritamos todos nós, uma vez que os decisores são surdos a todos os apelos e às palavras ditas.
Nesta peça, não gostei de ouvir o escritor José Jorge Letria, que muito admiro, e de quem sou muito fã e uma sua dedicada leitora, a dizer que os escritores que escrevem para crianças vincularam-se ao AO90, de contrário não seriam aceites no Plano Nacional de Leitura. Que não o fossem. Mas induzir em erro ou enganar as crianças é um crime de lesa-infância. Imperdoável. Eu jamais o faria, ainda que não publicasse livro algum.
Também não gostei nem gosto da posição da Academia de Ciências de Lisboa, que não tem uma posição firme a este respeito. Aqui não pode haver meio-termo: ou se quer o fim do AO90, ou não se quer. Nele nada há de aproveitável, daí que reformá-lo é rodopiar ao redor da própria sombra.
Eu quero o fim do acordo ortográfico. PONTO.
Os escritores que assinaram o manifesto em 2017, ainda quererão o fim do acordo ortográfico?
Então, por favor, voltem a manifestar-se.
Esta não será a ocasião mais propícia, mas é necessário não deixar morrer a nossa luta.
Continuemos de armas em riste, para que o fogo da luta não se extinga.
Isabel A. Ferreira
. Repto aos escritores port...