No entanto, com total ausência de sentido crítico, seguindo uma simples RCM, que não faz lei, e apenas uma lei obrigaria a aplicar o AO90 nas escolas, ou em todo o Portugal Continental e Ilhas, a maioria dos professores, felizmente, NÃO TODOS os professores, decidiu impingir aos seus alunos uma grafia adulterada, que NÃO pertence à Língua Portuguesa, ao Português, à Língua Materna dos Portugueses, causando o caos linguístico, induzindo os alunos portugueses e estrangeiros em erro, vendendo-lhes gato por lebre, ou seja, chamando grafia portuguesa, à grafia brasileira infiltrada no AO90, sugerindo sub-repticiamente que, nós, Portugueses e estrangeiros que andam a aprender o falso português, somos todos uma cambada de parvos.
E o que temos a circular por aí, não só nas escolas, como por toda a parte onde a escrita é usada? Uma vergonhosa mixórdia ortográfica, que desprestigia uma das mais velhas Nações europeias (Portugal) que possui uma das mais antigas Línguas da Europa.
Foi com grande estupefacção que li esta notícia abaixo referida:

Os professores estão preocupados com o futuro do Plano Nacional de Leitura, a leitura acordista sem pés nem cabeça, onde num mesmo texto se escreve à portuguesa (acção) e à brasileira (ação) sem o mínimo brio profissional?
NÃO estão preocupados com o futuro dos seus alunos, que estão a ser formados para serem os analfabetos funcionais desse futuro?
Têm a distinta lata de virem a público mostrar uma preocupação por algo que, à partida, está inquinada pela disseminação de uma grafia adulterada, amixordizada, desrespeitadora de autores da craveira de Sophia de Mello Breyner, por exemplo, que tem a sua obra para crianças desonestamente acordizada, sabendo-se como se sabe que Sophia rejeitava o AO90?
[Nem sei como não lhe mudaram o nome para Sofia de Melo Brainer].

Hoje, para celebrar o Dia Mundial do Professor, sugiro que TODOS os professores, se ainda não leram, leiam o livro do também ele Professor, António Carlos Cortez, intitulado «O Fim da Educação – crise, crítica, ensino e utopia», onde na capa podemos ler:
«O sistema educativo decapitou as gerações mais novas, empobreceu os professores».
Só posso concordar.
A este livro, ainda voltarei.

É isto.
Neste Dia Mundial dos Professores, a minha mensagem para aqueles que se vergaram cegamente ao AO90 é a seguinte:
Parem para pensar no mal que estão a provocar, com a vossa atitude acrítica sobre a pior praga que jamais em tempo algum se abateu sobre o Ensino em Portugal: o inconcebível acordo ortográfico de 1990, que veio destruir a identidade linguística portuguesa, e formar os desditosos analfabetos funcionais do futuro.
E isto só aconteceu, porque Portugal é a República DOS Bananas, que hoje também se comemora, tão desvirtuada, como a sua própria Língua.
Isabel A. Ferreira
Isto aconteceu em 2017. Mais de uma centena de personalidades assinaram um manifesto em que exigem a revogação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A Sociedade Portuguesa de Autores também foi uma das associações subscritoras.
E hoje, em 2020? Ainda pensarão o mesmo? Onde estão todos os que participaram neste manifesto?
Ninguém os ouviu, porque a surdez dos decisores políticos é total.
Então, há que continuar a gritar, para que esses decisores possam ler nos lábios o que gritam os escritores, o que gritamos todos nós, uma vez que os decisores são surdos a todos os apelos e às palavras ditas.
Nesta peça, não gostei de ouvir o escritor José Jorge Letria, que muito admiro, e de quem sou muito fã e uma sua dedicada leitora, a dizer que os escritores que escrevem para crianças vincularam-se ao AO90, de contrário não seriam aceites no Plano Nacional de Leitura. Que não o fossem. Mas induzir em erro ou enganar as crianças é um crime de lesa-infância. Imperdoável. Eu jamais o faria, ainda que não publicasse livro algum.
Também não gostei nem gosto da posição da Academia de Ciências de Lisboa, que não tem uma posição firme a este respeito. Aqui não pode haver meio-termo: ou se quer o fim do AO90, ou não se quer. Nele nada há de aproveitável, daí que reformá-lo é rodopiar ao redor da própria sombra.
Eu quero o fim do acordo ortográfico. PONTO.
Os escritores que assinaram o manifesto em 2017, ainda quererão o fim do acordo ortográfico?
Então, por favor, voltem a manifestar-se.
Esta não será a ocasião mais propícia, mas é necessário não deixar morrer a nossa luta.
Continuemos de armas em riste, para que o fogo da luta não se extinga.
Isabel A. Ferreira
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