Enviaram-me, via e-mail, um link para um artigo publicado no Expresso, sob o título: «“A língua não deve servir apenas um passado”, mas há resistência à mudança: afinal o que é linguagem inclusiva? Cinco perguntas e respostas»
Ler esta notícia revolveu-me as entranhas, porque o texto demonstra uma enorme ignorância sobre o que é o "plural colectivo", que nada tem a ver com o género masculino ou feminino ou qualquer outro género. A Língua evoluiu assim, e está bem evoluída. Por que não haveria de ser assim? Apenas porque há quem não consiga integrar-se naturalmente na sociedade, e acha que vai integrar-se através de uma linguagem pirosa, imprópria da Cultura Culta?
Eu fico verde com este tipo de ignorância, e para tratar deste assunto, não consigo moderar as palavras. Então e a POLÍCIA? Serão mulheres?
Diz-se no artigo que hoje Portugal está um país diferente.
Concordo, Portugal está um país diferente, sim: perdeu o norte, é um país sem rei, nem roque, onde se criou uma ideia de integração, que quer passar pelas palavras mais do que pelas atitudes. Portugal é um país que se transformou num lugar onde há quem não consiga encaixar-se naturalmente, e precisa de palavras para ser e para estar.
O que somos não está no modo como nos encaixam nas palavras, mas como somos encaixados na sociedade.
Que importa que numa sala com 90 mulheres, um homem, três homossexuais, duas lésbicas, quatro transexuais, alguém se refira a TODOS? O sexo das palavras não corresponde ao sexo das pessoas, que integram elas, eles, iles, olos e ulos, com todo o respeito que tenho por todas as pessoas de todos os géneros, quero que sejam muito, muito felizes, mas NÃO à custa da Língua de Portugal, enchendo-a de palavras pirosas, sem nexo, sem um pingo de estética. A estrutura das Línguas faz parte de uma Ciência bem definida, não é para andarem por aí a inventar palavrinhas que não servem para incluir ninguém na sociedade. A intenção não será essa, mas a de, pura e simplesmente, destruir a Língua Portuguesa.
Não sabem que a palavra TODOS significa a HUMANIDADE? E a HUMANIDADE abarca TODAS as PESSOAS que existem no mundo, seja qual for o género?
O sexo não está nas palavras, mas sim num lugar específico do corpo de TODOS os animais (ou devo dizer também de todas as animalias?), quer sejam humanos ou não-humanos.
É necessário transformar uma Língua Culta e Bela, num chorrilho de palavras sem nexo só para encaixar o sexo?
A sociedade portuguesa do século XXI d. C. está a transformar-se numa sociedade de ORATES.
Esperemos que haja sensibilidade e bom senso e que as pernas desta piroseira sejam decepadas, bem como também sejam decepadas as pernas do acordo ortográfico que anda por aí a deformar a Língua Portuguesa, que os Portugueses querem que continue Culta e Bela.
Isabel A. Ferreira
Comentário no Facebook:
… se tivermos em conta o que se passa com as inúmeras greves que vão agitando as águas da política em Portugal.
Então vejamos.
Não ouvimos dizer:
Greve dos Enfermeiros e das Enfermeiras
Greve dos Professores e das Professoras
Greve dos Juízes e das Juízas
Greve dos Bombeiros e das Bombeiras
Greve dos Funcionário e das Funcionárias públicos e públicas
Greve dos Funcionários e das Funcionárias judiciais
Greve dos Polícias e das Polícias
Greve dos Guardas e das Guardas prisionais
Greve dos Médicos e das Médicas
Greve dos Notários e das Notárias
Greve dos Trabalhadores e das Trabalhadoras dos impostos
Greve dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Carris
Greve dos Funcionários e das Funcionárias dos Serviços dos Estrangeiros e das Estrangeiras e Fronteiras…
Então? Em que ficamos?
Mas aos que lhes deram para variar da cabeça acham que dizer “meus caros amigos facebookianos” ou dizer “boa noite a todos” ou “os que estiveram na manifestação” é apoucar as mulheres, desconhecendo que uma coisa é pugnar pela igualdade de género, no que diz respeito a direitos (e apenas a direitos e não a uniformidades de ser, estar ou sentir), e outra coisa é usar o feminino e o masculino num discurso, apenas porque haverá algumas “mulheres” que se sentem diminuídas porque não as destacam do conjunto dos seres humanos (eles e elas).
Ora isto é um grande disparate, que está a generalizar-se, e a tornar os discursos e textos numa parvoíce tal, que só diz do subdesenvolvimento mental de quem assim procede.
Chegou-me às mãos um comunicado da Câmara Municipal de Palmela a dizer o seguinte (vou corrigir os erros ortográficos sublinhados, porque, que eu saiba, Palmela não é nenhuma localidade brasileira).
«Voluntárias/os ajudaram a embelezar o Centro Histórico de Palmela
A 6.ª edição do projeCto “2 (de)mãos por Palmela”, realizada a 18 de Maio, juntou seis dezenas de voluntárias/os, que ajudaram a embelezar o Centro Histórico de Palmela.
Com a ajuda de todas/os, foi intervencionada, com trabalhos de pintura, uma área de quase mil metros quadrados, que incluiu o Lavadouro de Sant´Ana e os muros da Alameda 25 de Abril, da Fonte do Carvacho, da estrada nacional, em direCção a Setúbal (acima da Fonte) e do Largo do Passo da Formiga.
O Município de Palmela agradece a colaboração voluntária de todas/os as/os que participaram neste “2 (de)mãos por Palmela”, que contou com o envolvimento do Grupo de AEP40 (que, desde o primeiro momento, participa na aCtividade), do Grupo Motard de Palmela, da Magjacol, a par das/os cidadãs/ãos da comunidade, que se associaram a esta jornada no Centro Histórico de Palmela.
Todas/os as/os. A par das/ os cidadãs/ ãos. O que é isto? Que patoá é este?
Já agora, o Grupo de Escuteiros, a seguir este raciocínio arrevesado de querer contentar o género feminino, não teria de se designar Grupo de Escuteiros e de Escuteiras?
Isto é algo surrealista. Ainda se houvesse COERÊNCIA!
E não há ninguém de direito que ponha fim a esta tragédia linguística?
Isabel A. Ferreira
. A “linguagem inclusiva” é...
. Por via da "igualdade de ...