Enviaram-me o texto, via Messenger. Trata-se de uma entrevista feita a José Manuel Diogo, conduzida pela jornalista Amanda Lima, incluída no DN Brasil em 5 de Maio de 2025.
Eis o entrevistado:

Quando li o texto, ainda não sabia que o seu autor era um cidadão português.
Nunca poderia imaginar que pudesse ser, pois o que disse, não o diria melhor, um brasileiro. Pareceu-me até que tudo o que disse faz parte de um conluio, unicamente para servir os desígnios do Brasil, pondo de lado os interesses de Portugal, que NÃO são os que o entrevistado apresentou.
Como é possível um indivíduo que diz ser português, comportar-se como um forasteiro, que odeia Portugal, até falando à brasileira.
A entrevista foi realizada a propósito do (falso) Dia Mundial da Língua Portuguesa, porque o dia 5 de Maio assinala apenas a Variante Brasileira do Português.
Vou transcrever a entrevista, e CONTESTÁ-LA entre parênteses rectos, em itálico e a negrito.
Isabel A. Ferreira

O professor português José Manuel Diogo, do Instituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), que vive entre os dois lados do oceano, explica ao DN Brasil como vê a influência do português do Brasil em Portugal.
P - Como vê o movimento de o português do Brasil ser falado também em Portugal hoje?
R - Existe hoje uma contaminação do português de Portugal pelo português do Brasil. Hoje, com o movimento migratório sistematizado, legislado entre Portugal e o Brasil – Portugal não pode esperar ter 700, 800 mil falantes de outras variantes de português, jovens, de população ativa [em Português, aCtiva] – e que tudo continue na mesma. É a população ativa que muda as coisas, não a população que já não é ativa, nem os reformados. O Governo de Portugal não cuidou disso, e eu acho que está em tempo de cuidar. Portugal precisa de se preparar para quem cuida dos seus avós, quem investe nos seus projectos [em Português, projeCtos] quem ensina na faculdade, quem ensina os seus filhos na escola, que são também brasileiros.
Há uma mistura social com o português que não existe com outras línguas. Era preciso que essas diferenças não se transformem em obstáculos, mas tenham proximidade – até em sentido de humor, mas que seja entendido por todos. Neste Dia Mundial da Língua Portuguesa [de 2025], é preciso entender que língua vai mudar em Portugal. E é em Portugal que a língua vai mudar, não é no Brasil.
[Não acontece o mesmo noutros países com mais falantes e escreventes da Língua, do que o país ex-colonizador, como os EUA, porque na Grã-Bretanha os governantes têm coluna vertebral, e cada país que fique com a sua Língua, nos EUA a Variante da Língua Inglesa e na Grã-Bretanha a Língua Inglesa original. Que subserviência!!!! Quem mutilou a Língua Portuguesa, quem a afastou das suas origens foi o Brasil, e se o Brasil quer estar representado na ONU que só aceita Línguas originais, é o Brasil que tem de MUDAR a Língua, NÃO é Portugal. Isto seria o cúmulo da estupidez].
P - Mas a língua vai mudar?
R - A língua vai mudar, a língua está a mudar e está a mudar desde que começaram a passar a novela Gabriela Cravo e Canela em 1975. Está a mudar a partir da altura em que o Diogo Morgado, grande ator [em Português, aCtor] português [radicado no Brasil], fala meu com o sotaque do Brasil. Hoje Portugal, a minoria, tem o soft power próprio da minoria, e aí Portugal é expert.
[Portugal não foi influenciado pelas novelas brasileiras, aliás, onde, em muitas delas, se fala uma péssima linguagem, e nem é uma minoria a falar Português (e ainda que fosse) porque os países africanos de expressão portuguesa e Timor-Leste e Macau, continuam a falar Português, e as comunidades na diáspora continuam a falar Português]
Portugal foi considerado a maior império do mundo, quando tinha um milhão e meio de habitantes. Então, por quê? Porque «a gente é bom de soft power». Mas isso só não chega, é preciso entender que os brasileiros que estão indo morar em Portugal são brasileiros com uma cultura própria, com um sentido de humor próprio, com um enquadramento histórico próprio e muito diverso, porque o Brasil é muito diverso e com muitas influências que já não são só portuguesas. É preciso explicar aos portugueses que um imigrante em Portugal é uma coisa boa.
[A cultura Brasileira nada tem a ver com a Cultura Portuguesa, e nenhum brasileiro pode vir para Portugal impor a Cultura Brasileira, sem passar por ser um colonizador, numa época em que a colonização é tão condenada. E os imigrantes em Portugal só são boa coisa, se respeitarem a Cultura, a Língua e a História Portuguesas. De outro modo, NÃO são bem-vindos. Nós fomos um povo colonizador, sim, mas hoje a colonização já não tem lugar nas sociedades modernas. E o Brasil não deve seguir as pegadas dos putinistas entre outros colonizadores imperialistas.]
P - Como Portugal deveria se preparar para estas mudanças?
R - Portugal deveria criar um «kit cultural» – com referências e aulas sobre as diferenças linguísticas – para orientar os brasileiros que desejam morar no país. E esse material poderia ser apresentado por brasileiros já residentes em Portugal, especialmente intelectuais com vivência concreta dessa transição.
[As diferenças linguísticas são tantas: fonética, ortografia, léxico, morfologia, sintaxe e semântica, que seria um desastre a tentativa de brasileiros virem impor a Variante Brasileira do Português, aos Portugueses, além de ser uma ingerência na Cultura alheia, algo que os Brasileiros jamais consentiram no Brasil, em relação à Cultura Portuguesa. Não venham agora fazerem-se de salvadores da pátria, pois os motivos disto tudo são apenas políticos e do interessa exclusivo do Brasil. Já nos impuseram o AO90, BASTA de mais imposições parvas]
É importante comunicar: a nossa língua está mudando. E queremos acolher as expressões que vêm do Brasil – muitas vezes por meio da Internet, entre jovens ainda em processo educacional – mas também mostrar o valor do português europeu. Ensinar que giro significa «legal», que «casa de banho» é o mesmo que banheiro, que frigorífico é geladeira, que em Portugal um esquentador aquece água e no Brasil um aquecedor esquenta água. São diferenças pequenas, mas que podem gerar tensões se não forem cuidadas – e extremismos, se não forem compreendidas com empatia.
[A Língua dos Portugueses NÃO está mudando, só está a mudar porque traidores da pátria estão a impingir-nos aquilo que não queremos. Respeitamos a Cultura Brasileira e a Língua Brasileira, mas cada país que fique com a sua Cultura e a sua Língua. Já fomos um só país, mas hoje somos DOIS países diferentes. Não esquecer isto. Não queremos mais invasões. Portugal já teve demasiadas invasões. Mas nenhuma prevaleceu sobre a NOSSA terra, e não é agora que prevalecerá, e se é para ensinar a falar brasileiro, também devemos incluir Angola, Moçambique e todas as outras ex-colónias, com as suas especificidades. Não é para UNIR o Português, então por que só a Variante Brasileira há-de predominar?].
P - O que você pensa sobre a classificação de “português” e “brasileiro” no idioma?
R - Isso não é bom para ninguém, é impeditivo de muita coisa, e até um retrocesso civilizatório [vocábulo não-português] como tornar o português uma língua oficial da ONU? Eu faço a pergunta. Qual seria a chance de o brasileiro ser língua oficial das Nações Unidas? Nunca, tem que ser o português, mas o português só será língua oficial das Nações Unidas por causa do Brasil, claro. A gente deve parar de se preocupar com a forma e passar a se preocupar com o conteúdo, e com a influência que isso pode trazer.
[Eis a questão fulcral: tudo isto acontece pela ganância de o Brasil querer ver a sua Variante Brasileira na ONU. Portugal não tem essas pretensões. Mas para que isso possa acontecer, o Brasil precisa da muleta portuguesa, e querem SACRIFICAR a Língua Portuguesa, transformá-la em brasileira, mas continuar a chamá-la portuguesa, apenas para que o Brasil brilhe na ONU. E isto, desculpem lá, como hoje sói dizer-se, é atacar a Soberania Portuguesa, com a ajuda de traidores, e acham (porque não sabem pensar) que os Portugueses vão permitir tal USURPAÇÃO. Podem tirar o cavalinho da chuva.]
Cf. A língua portuguesa, um património de valor identitário e global + O dia da língua portuguesa + Dia Mundial da Língua Portuguesa: mensagem da Diretora [em Português, DireCtora] - Geral da UNESCO + «O Brasil, onde tenho a honra de servir como embaixador de Portugal, assume-se como o país almirante da língua portuguesa»
[Dizer isto é um insulto e um abuso, que os tribunais portugueses deveriam penalizar com mão pesada]
Fonte:
Em 26 de Setembro de 2017, publiquei este texto, que aqui reproduzo, hoje, cerca de um ano depois, para deixar o mesmo recado ao senhor primeiro-ministro, Doutor António Costa, acrescentando este comentário de Marcos Paulo Alves Silveira, que me chegou hoje, onde ele diz: «Corrupção, essa é a leitura que faço do AO90».
Faz ele, e faço eu também.
Marcos Paulo Alves Silveira comentou o post SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO, QUER SABER O QUE DIZEM OS ESTRANGEIROS SOBRE A SUBMISSÃO DE PORTUGAL AO BRASIL NA QUESTÃO DO AO90? às 11:00, 02/12/2018 :
O que o dinheiro não faz, não é mesmo? Dado o extenso histórico da tradição cultural brasileira de corromper governos e desta forma, impor seus interesses económicos, só tenho a especular que o acordo ortográfico fora engendrado pela gigantesca indústria editorial brasileira como forma de "invadir" novos mercados tendo o mínimo de gasto possível. Sim, ela não quer gastar nem com a adaptação desses produtos a outras variantes da língua. Ao invés disso, eles mudam essas variantes!!! Corrupção, essa é a leitura que faço do AO90.
***
Sei que o senhor primeiro-ministro não quer saber. Nem está interessado. Se estivesse, não faria orelhas moucas aos numerosos apelos dos mais eminentes intelectuais dos países lusófonos que, energicamente, rejeitam o AO90, por este ser a maior fraude de todos os tempos, e não interessar a ninguém, excepto aos que estão a fazer disto um negócio.
Mas ainda assim, vou recodar-lhe o que se passou naquele fim-de-semana, em Espanha…

Origem da imagem: Internet
… quando participei numa espécie de “tertúlia”, realizada num lugar frequentado por escritores, poetas, jornalistas, artistas plásticos, cineastas (sendo o mais famoso que por lá passou, o genial Mel Gibson) actores e também pessoas absolutamente comuns, com as mais diversas profissões, enfim, um lugar onde se discute e se troca Culturas, Artes, Literaturas, Ideias, Ideais e Políticas comuns, ou menos comuns… enquanto fazemos as refeições.
Como sempre acontece, sou a única cidadã de nacionalidade portuguesa, que pára por aquelas paragens, com a frequência possível. Nunca encontrei lá as mesmas pessoas.
Desta vez estava representado o México, Suíça, várias regiões de Espanha e Portugal (eu). E adivinhe, senhor primeiro-ministro, qual foi o teor de uma das conversas: Portugal e a sua Língua, que nenhum dos presentes dominava. Comunicámo-nos em Castelhano e Inglês.
Então, aproveitei a ocasião para sondar aquelas pessoas, viajadas, cultas e conhecedoras do mundo, acerca do que pensavam sobre um país, que foi colonizador (tal como Espanha), vergar-se ao ex-colonizado (Brasil) adoptando a ortografia brasileira, destruindo, por completo, as raízes latinas, e a integridade de uma das mais belas línguas indo-europeias - a Língua Portuguesa.
A estupefacção foi enorme!
Os Mexicanos, que se encontravam presentes, e que foram colonizados por Espanha, consideraram rara esta submissão; os Espanhóis, que colonizaram parte das Américas do Sul e Central, disseram que era raríssimo o ex-colonizador absorver a língua alterada do ex-colonizado, a Espanha jamais o faria; da Suíça veio uma interrogação que me deixou surpreendida, porque existe a ideia de que os Brasileiros têm uma língua, e os Portugueses têm outra língua «Portugal está a adoptar o brasileño?» Assim mesmo: o brasileño.
Exactamente. Portugal está a adoptar o brasileño. Disse eu. E acrescentei: «Mas isto nem é raro, nem é raríssimo. Isto é caso único na História de toda a Humanidade. Conhecem algum país (ex) colonizador que tivesse adoptado a Língua, na sua forma grafada, do (ex) colonizado?»
Ninguém conhecia. Bem puxámos pela memória. Mas não há memória de uma coisa assim…
Pois é, senhor primeiro-ministro. Não tive como defender o governo de Portugal e esta sua política de vassalagem. Nem podia. Deixei bem vincada a minha repulsa, e o descontentamento de milhares de Portugueses, o qual, descontentamento, doravante, aquelas pessoas terão oportunidade de espalhar por onde passarem…
Desta vez, não pude salvar Portugal de ser amesquinhado.
Por vezes, acontece estar eu naquele lugar, onde predomina o multiculturalismo, e Portugal vem à baila, e alguém se lembra de o apoucar, então eu, imbuída de um patriotismo à la Padeira de Aljubarrota, defendo-o com as garras de fora.
Mas no que respeita à desveneração que o actual governo português e o presidente da República consagram ao símbolo maior da nossa identidade, a Língua Portuguesa, eu nada posso fazer.
Envergonho-me deles (do governo e do PR que temos). E disse-o lá, bem alto...
De resto, faço o que posso e sei, para que Portugal possa regressar à sua origem linguística europeia.
Senhor primeiro-ministro, o senhor não está a servir os interesses de Portugal. E sobre isto, mais dia, menos dia, terá de prestar contas aos Portugueses.
Isabel A. Ferreira
. «É preciso entender que a...