Recentemente, ao ver a reportagem de Vítor Bandarra para a TVI24 - O que é feito da Guiné-Bissau? – que pode ser consultada na íntegra neste link:
http://www.tvi24.iol.pt/dossier/o-que-e-feito-da-guine-bissau/58b021410cf222228e5c0012
descobri que o Português ali é uma escolha terciária. Quase não se fala. Quase não se escreve. Portanto não é correcto falar em Lusofonia, quando se fala da Guiné-Bissau.
E com toda a propriedade, como podemos comprovar nos excertos desta reportagem, que seleccionei.
Faculdade de Direito da Guiné-Bissau, onde a língua utilizada para a aprendizagem é o Francês.
Origem da Foto: https://www.facebook.com/184265201684674/photos/a.187740458003815.37050.184265201684674/187748824669645/?type=3&theater
Nesta reportagem pode ler-se:
«Muito dependente da ajuda internacional (incluindo da cooperação portuguesa) e das fracas exportações de caju, a Guiné-Bissau sofre de crónica falta de escolas, hospitais, infra-estruturas, formação técnica. "Entalada" entre vários países francófonos (a começar pelo Senegal e Guiné-Conacri), a própria Língua portuguesa vai sofrendo a erosão do Francês. Só as elites e os mais velhos (que cresceram no tempo colonial) ainda falam, ou apenas entendem, o Português.
Por motivos lógicos e simples: a primeira língua que as crianças aprendem é a materna (o fula, o mandinga, o balanta, o papel, o bijagó...) E para que todos se entendam e comuniquem, aprendem também o crioulo.
O Português, quando não é ultrapassado pelo Francês, é apenas a terceira língua dos guineenses.
(…)
Um choque cultural e linguístico para três jovens médicos lusitanos, recém-licenciados, que os repórteres da TVI foram encontrar, de mochila às costas, em Nhacra, a caminho de Bafatá, no interior. Ao contrário de muitos compatriotas, em vez de escolherem o Algarve, Cabo Verde ou o Brasil, os três aventureiros decidiram fazer férias... na Guiné-Bissau. E descobriram que, por aqui, o Português é uma língua meio exótica, ainda que seja a Língua oficial do Estado guineense.»
***
Na segunda parte desta reportagem (que vale a pena ver na íntegra), lá mais para o final, Vítor Bandarra entrevista um professor da Faculdade de Direito da Guiné-Bissau, onde se diz que os alunos que frequentam aquela faculdade utilizam o Francês, como língua de aprendizagem.
Nas escolas, pede-se para falar crioulo, para que entendam, pois têm grandes dificuldades em compreender o Português.
Perante isto, podemos questionar: qual o interesse de impingir à Guiné-Bissau o dialecto brasileiro, ou seja, o AO90, se lá o Português, embora sendo a Língua oficial, não o é na prática?
Por que não se deixa as ex-colónias seguir o seu próprio caminho, em liberdade?
Por que terão de andar a reboque de Portugal, a arrastar uma língua que não lhe diz nada? Incluindo o Brasil, que descartou a Língua Portuguesa em 1945, ficando com o seu dialecto americanizado, italianizado, afrancesado, aportuguesado, e com os dialectos indígenas e africanos à mistura.
E em Cabo Verde, o Português é considerado língua estrangeira.
Que CPLP será esta?
O que é que se pretende UNIR aqui?
A Língua, não é com toda a certeza.
E no meio disto tudo, só existe UM país "lusófono", ao qual interessa a expansão de uma ortografia que nada tem a ver com a matriz Portuguesa. E esse país não é Portugal.
Em Portugal a ortografia estrangeira que está a ser imposta ilegalmente às nossas crianças, só interessa a uma pequena franja da classe política e seus lacaios.
A quem é que o governo português quer fazer de parvo?
Isabel A. Ferreira
. Na Guiné-Bissau predomina...