Exmo. Sr. Dr. Luís Montenegro
Primeiro-ministro de Portugal
NÃO é verdade que a Língua Portuguesa tenha 260 milhões de falantes, porque no Brasil NÃO se fala, nem se escreve Português, mas sim a Variante Brasileira do Português.
Origem da foto: Wikipédia
Ao ler a crónica de V. Exa. publicada no Jornal Público, sob o título «A língua portuguesa, um património de valor identitário e global», o «Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes», que rejeita a subserviência dos acordistas, levou um murro no estômago.
Primeiro, porque V. Exa. ousou escrever sobre a Língua Portuguesa (assim, com letras maiúsculas, como devem ser escritos os nomes das Línguas Oficiais de todos os países) usando uma grafia que NÃO identifica o País do qual V. Exa. é primeiro-ministro. E isto, para nós, constitui uma TRAIÇÃO à Nação Portuguesa, que se vê espoliada da sua Língua Natural (na sua forma grafada, com total desrespeito científico e histórico pela etimologia das palavras), apenas para benefício do Brasil, o único país da CPLP que tem a ganhar com esta vergonhosa barganha, à qual deram o nome de acordo ortográfico de 1990, na sua constante afirmação linguística que autoritariamente pretendem fazer prevalecer, à revelia das formas originais ou próximas do historicamente consagrado, apenas doutamnte adaptadas aos novos donos da Língua Mater Portuguesa. Os brasileiros apenas podem aspirar à formação de uma língua derivada, nunca à alteração de uma Língua Original.
Segundo, e pedimos desculpa por lhe dizermos isto, porque V. Exa. mostrou um claro desconhecimento acerca do significado do valor identitário de uma Língua.
A Identidade Linguística identifica um Povo, que se organiza sob o mesmo conjunto de princípios, vive no mesmo espaço físico, um País, sob um mesmo governo, partilhando do mesmo legado cultural e histórico, e que é falante da sua Língua Nativa, ou seja, da sua Língua Materna, no nosso caso, a Língua que nos deixou o Rei Dom Diniz – a Língua Portuguesa.
O conceito de Identidade Linguística é tão importante que está protegido na Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual defende o direito e o respeito pela Identidade Linguística de uma Comunidade, com uma Língua gerada e criada no seio dessa mesma Comunidade.
E o que é uma Comunidade Linguística?
É toda a sociedade humana que, radicada historicamente num determinado espaço territorial, se identifica como Povo e desenvolveu uma Língua comum como meio de comunicação natural e de coesão cultural entre os seus membros. A denominação de Língua Própria de um território refere-se ao idioma da Comunidade historicamente estabelecida nesse espaço territorial. Portanto, no nosso caso, Portugal.
Portugal tem a sua própria Cultura Linguística, que identifica o Povo e o País que nós somos. E isto é algo sagrado que deve ser respeitado.
Não podemos, NÃO devemos permitir que um outro Povo, com uma outra Cultura Linguística, num outro espaço territorial, se apodere da NOSSA Língua e a deturpe e a usurpe e continue a chamar-lhe Língua Portuguesa.
NÃO é verdade que a Língua Portuguesa tenha 260 milhões de falantes, porque no Brasil NÃO se fala, nem se escreve Português, mas sim a Variante Brasileira do Português.
A Língua Portuguesa NÃO deve ser medida por números, que é algo que não interessa aos Portugueses Pensantes, uma vez que esses números representam uma outra linguagem, uma outra cultura, um outro território, um outro Povo.
A Língua Portuguesa deve ser medida pela qualidade da sua escrita e da sua oralidade. É ela que fixa o Saber, o Pensamento e a Cultura de um Povo, e não pode andar por aí a ser escrita de um modo básico, sem regras e sem a mínima coerência, elegância e estética.
A Língua Portuguesa sempre teve enorme prestígio, por ser considerada uma das Línguas mais belas e mais bem estruturadas da Europa.
Senhor primeiro-ministro de Portugal, lamentamos dizer-lhe que foi decepcionante ler a sua crónica.
Vossa Exa. sabe que os vocábulos coletivo, projeção, objetivo, efetiva, ação, e centenas de outros, aos quais suprimiram as consoantes mudas, com função diacrítica, pertencem exclusivamente ao léxico brasileiro e NÃO ao léxico português, aquele que nos identifica como Povo?
Como pode ousar dizer que a Língua Portuguesa é um património de valor identitário, e, ao mesmo tempo, se permite que nos impinjam, de um modo ditatorial, uma grafia que identifica unicamente o Brasil, e mais nenhum país da CPLP?
Como muito bem considera Maria José Abranches «É bom não esquecer o país que somos, e a sua História recente: tivemos de lutar contra a ditadura, servida pela censura e pela PIDE, e que nos impôs a tragédia da guerra colonial; acedemos à Democracia, a partir do 25 de Abril de 1974... E é em Democracia que, mediante processos políticos ditatoriais, se despreza a Língua de Portugal – suporte histórico da nossa identidade – impondo-nos o AO90, que se assume textualmente como "um passo importante" para o "prestígio internacional" da Língua Portuguesa, e que visa apenas sobrevalorizar a língua do Brasil?
A questão do número de falantes está muito bem esclarecida nas citações do linguista português António Emiliano e do linguista brasileiro Maurício Silva:
António Emiliano, da Universidade Nova de Lisboa:
«Convém reflectir no que significa "prestígio internacional" da língua: se a questão se resume a contar e a exibir milhões de falantes (face aos milhões de outras línguas), então está-se, no limite, a pensar na língua em termos imperiais, o que, no tempo em que vivemos, não faz qualquer sentido. Mas, admitindo que a questão faz sentido, nestes precisos termos e para algumas pessoas posicionadas em centros de decisão, então é forçoso concluir que o "prestígio internacional" da língua é, e só pode ser – nestes termos precisos, repito – o "prestígio internacional" e imperial da língua brasileira.
Tenha-se em conta que a maioria dos mais de duzentos milhões de pessoas que supostamente são hoje luso-falantes é composta por indivíduos analfabetos ou com literacia reduzida, e também que muitos desses milhões não são falantes nativos de nenhuma variedade do português.» (in "Uma reforma ortográfica inexplicável: comentário razoado dos fundamentos técnicos do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) - (Parecer) - EXCERTOS - António Emiliano, Universidade Nova de Lisboa)
Maurício Silva, da Universidade de São Paulo:
«Assim, pode-se dizer que grande parte da discussão em torno da ortografia da língua portuguesa – como, de resto, em torno da própria língua – redunda na tentativa de afirmação nacionalista de uma vertente brasileira do idioma, em franca oposição à vertente lusitana.» (in “Reforma Ortográfica e nacionalismo linguístico no Brasil”, Maurício Silva (USP) - www.filologia.org.br/revista /.../5(15)58-67. html).
Mudou-se o governo, mas a vontade de continuar a trair Portugal continua.
Deixarei aqui os comentários que sábios portugueses fizeram à crónica de V. Exa., a qual ficará para a História como mais uma memória da TRAIÇÃO à Pátria, cometida por governantes portugueses, que se deixaram encantar pelo canto de uma falsa sereia, que só pretende destruir a Língua Portuguesa, para impor a sua Variante na ONU, transvertida do Português, principal objectivo, de toda esta vergonhosa barganha.
Fazendo nossas as palavras destes comentadores, espero que V. Exa. faça a diferença, levando em conta os nossos bons conselhos, NÃO seguindo o mau caminho dos seus antecessores, porque, tal como eles, corre o risco de ficar à porta da História.
Com os nossos melhores cumprimentos,
P’lo Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes
Isabel A. Ferreira
Comentários publicados no Facebook, sobre o Dia da Língua Portuguesa.
«Eu sou contra o Acordo Ortográfico. Por isso, até me prenderem ou me darem cacetadas, escrevo em português antigo. E mesmo depois de prenderem e de me darem cacetadas.»
Nuno Markl, Humorista, locutor e escritor
«O acordo ortográfico é uma merda. A Academia [Brasileira de Letras] é uma excrescência de velhos tempos.»
Millôr Fernandes, Humorista e escritor brasileiro
«A confusão entre gramática e convenção leva a muitos enganos — como defender o Acordo Ortográfico porque a língua muda (pois muda, mas a ortografia não tem de mudar à força) […]. O acordo ortográfico trouxe confusão à ortografia e, nesse ponto em particular, estamos pior do que estávamos há 10 ou 20 anos. É um dado objectivo, que pode ser atestado pelo número absurdo de “fatos” que aparecem no Diário da República.»
Marco Neves, Tradutor, escritor e professor universitário
«Contrariamente ao muito que se diz por aí, as alterações que vão ser introduzidas são muito poucas e julgo que basta uma meia hora para os professores aprenderem as novas regras. E depois é aplicá-las.»
Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (APP), 02-09-2009 Diário Digital.
Em escritos anteriores, temos chamado a atenção dos caros leitores para todo o tipo de aberrações que têm visto a luz do dia, à boleia do inadjectivável AO90. Não será por acaso, como já o dissemos anteriormente, que Millôr Fernandes, numa das citações em epígrafe, tenha optado por um substantivo em detrimento de um adjectivo quando o seu propósito era o de caracterizar negativamente o dito acordo.
Neste escrito de Março, a nossa pesquisa centrou-se essencialmente no termo contato, que a par de fato, é uma verdadeira pedra-de-toque da cacografia. Limitámos, desta vez, a nossa pesquisa a um único órgão de comunicação social, o jornal O Minho, contra o qual nada nos move. Apenas queremos, mais uma vez, denunciar o infindável sem-número de atropelos, decorrentes da aplicação do AO90. Acrescentamos ainda que a maior parte das citações e das imagens são relativamente recentes, comprovando que vieram para ficar. É ainda imperioso mencionar que este tipo de erros não existia antes da aplicação forçada do inaplicável AO90.
Vejamos, então, os resultados de uma breve pescaria numa tarde de fim-de-semana:
[…] As autoestradas geridas pela concessionária têm experimentado aumentos médios anuais no tráfego de 12% desde 2011, sendo impulsionadas pelo fato de servirem como uma alternativa ao congestionamento na VCI, no Porto.» O Minho, 22-02-2024
Ah, repare na semelhança entre as citações números 2 e 6. O erro atrai o erro, não é? Os revisores fazem falta, não é?
Ah, seguindo o conselho expresso na citação número 8, é de evitar o contacto com esses seres gelatinosos e com uma ortografia incoerente, ilógica, incongruente e desrespeitadora da sua etimologia.
Ah, quantas meias horas há em catorze anos?
Ah, além de se perceber que esta ortografia só pode ter tido origem em gente sem tacto, não podemos deixar de referir o fato que impulsiona aumentos de tráfego. Sabe o leitor onde se vendem tais fatos e semelhantes fatiotas? Que estes fatos custam caro, temos absoluta certeza!
João Esperança Barroca
… com o aval dos que podem e (des)governam…
E como estas, existem centenas de “intumescências” ortográficas na comunicação social, nos ofícios, comunicados e documentos governamentais, nos sites do governo português, em simples textos na Internet, nos comentários no Facebook… em cartazes, na publicidade, em legendas de filmes, e rodapés televisivos, nos próprios livros acordizados (e nestes há coisas de bradar aos céus!) enfim, pobre Língua Portuguesa que tão maltratada e espezinhada anda por aí…
Vejam-se estes exemplos, que não se esgotam nesta amostragem…
São palavras sem sentido, que o aparvalhado AO90 anda por aí a grelar.
Origem da imagem:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1988774657814201&set=p.1988774657814201&type=3&theater&ifg=1
«INTERSETAR»
(leia-se inters’tar)
A PSP só podia ter tido grande dificuldade em meter no meio de setas os tais suspeitos… E como se isto não bastasse, estão em "âçãoseja lá o que isto for…
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Fonte da imagem:
«PARA A REVOLTA» marchar… marchar…
Realmente não há chuva para a revolta. É que nem sequer sabem que uma preposição vestida de verbo é coisa carnavalesca...
PARA PARA PENSAR UM POUCO Jornal i… (Até fico gaga!!!!)
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Origem da Foto:
«EXCETO ("excêto") … EXETO ("exêto"?)»
O que é isto?
Isto é o descalabro dos descalabros. Nem os Brasileiros têm estes monstrinhos no seu léxico. Vá-se lá saber o que significa excêto e exêto…
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Origem da foto:
«ABRUTAMENTE»?
Pois…à bruta! A bruta mente gera antilogismos como este…
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Origem da imagem:
«CONVIÇÕES» muito «convitas» da estupidez reinante…
É o pior, é que segundo os Tradutores contra o Acordo Ortográfico, «no original, figurava "convicções", mas no Expresso acharam por bem cortar a consoante e, assim, fazer jus ao que apregoaram logo em 2010 (http://bit.ly/2duMAXV): «Expresso poupa letras e adota acordo ortográfico». Efectivamente, assim é. Continuem a dar razões aos opositores».
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Origem da imagem:
A isto é o que se chama «EXTENDER» ao comprido...
E o mixordês é exactamante isto: esta mistura de Português, de acordês-malaquês e de estupidez…
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Origem da imagem:
TEM «HAVER» … então não tem?
Tem a ver com uma descomunal ignorância...
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Fonte:
Aldeias AFECTADAS, muito bem, mas EX-DIRETOR (leia-se ex-dir’tor), muito mal…
A isto chama-se mixórdia ortográfica, a tal em que está em vigor em Portugal…
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Pois é, doutor António Costa, primeiro-ministro de Portugal.
É esta mixórdia ortográfica que o Senhor e o seu governo estão a promover no nosso País, que tem a desventura de ser desgovernado assim tão desnorteadamente…
Que tristeza! Apenas Portugal e o Brasil teimam nesta pobreza ortográfica, e mesmo assim, apenas os incultos, porque os cultos não a adoptaram, nem adoptarão jamais.
Cabo Verde está a promover o seu CRIOULO, no que faz muito bem. Sempre é mais culto e escorreito do que esta mixordice de ortografia que anda por aí… sem o mínimo senso e lógica. A Língua Portuguesa, em Cabo Verde, já é a segunda língua.
Por isso, uma vez mais vimos exigir lucidez e que devolvam a Língua Portuguesa a Portugal!
Isabel A. Ferreira
Para aqueles que têm dúvidas se são obrigados a aplicar o AO90, nas repartições públicas, autarquias, escolas, universidades, mestrados, teses, comunicação social, anúncios, legendas, etc., aqui fica o esclarecimento de um jurista.
Esclarecimento de Ivo Miguel Barroso (jurista)
A pergunta foi:
«Como membro de um executivo autárquico aparentemente vou ter que redigir as minhas propostas em acordês...?»
«O AO90 não está em vigor "de jure", (de direito) devido ao 2.º Protocolo Modificativo ter alterado limites materiais do Tratado originário: inicialmente, prevalecia a regra da unanimidade; depois, apenas 3 em 7-8 Estados seriam suficientes.
Ora, não estando em vigor, não deverá ser aplicado.
Por outro lado, a Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011 contém várias inconstitucionalidades e ilegalidades totais que a viciam - v. FRANCISCO RODRIGUES ROCHA / IVO MIGUEL BARROSO, in "Público" de 2016.
Designadamente, o n.º 1 desta Resolução viola o artigo 199.º, al. d), da Constituição: o Governo-administrador não pode dar ordens ou instruções aos municípios, pois não tem sobre eles poderes de direcção. Apenas tem, como se sabe, nos termos do artigo 242.º, poderes de tutela meramente inspectiva (de inspeccionar).
Em segundo lugar, o n.º 1 da RCM, mandando "aplicar" o AO90 a toda a Administração Pública, é materialmente inconstitucional, por violação do princípio da autonomia local, que, de resto, é um limite material de revisão constitucional.»
Ivo Miguel Barroso
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Um outro parecer.
O de Alberto Pontevedra:
«Não obstante os doutos pareceres do Sr. Professor Ivo Miguel Barroso, acrescento que o Governo, enquanto órgão superior da Administração pública, não tem poder legal nos termos da Constituição, para alterar, nem para mandar alterar a Ortografia portuguesa através de Resoluções do Conselho de Ministros.
Mais: não deve ser permitido, ainda que existisse poder constitucional para tal, e não é o caso, alterar através de acordos políticos a ortografia de uma nação, a portuguesa, sem pedir pareceres a quem de direito: aos linguistas e pedindo-os, não os respeitar, impondo-nos à maneira da Ditadura uma escrita que não só viola a Cultura portuguesa, como destrói a verdadeira Ortografia Portuguesa, que nunca foi aquela que é escrita e ensinada no Brasil».
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Pois é. Não. Ninguém é obrigado a aplicar o AO90.
Recusem-se, pura e simplesmente, a aplicar o AO90.
Além de estarem a cometer uma ilegalidade, não cumprem o vosso dever cívico de respeitar a Constituição da República Portuguesa. E para desrespeitar a CRP já basta o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e os muito servis deputados da Nação.
Se alguém vos disser que sois “obrigados” a aplicar o AO90, apresentem os argumentos legais do Dr. Ivo Miguel Barroso, ou assim, mais terra-a-terra, peçam para vos mostrarem a LEI que obriga a adoptar a ortografia brasileira, disfarçada no AO90.
Não existe LEI alguma, em Portugal, que obrigue a escrever segundo a “cartilha brasileira”. A Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011 não é LEI, nem tem força jurídica para revogar o D. L. n 35228 de 8 de Dezembro de 1945 (ainda em vigor) saído da Convenção Ortográfica Luso-Brasileira 1945, assinada por Portugal e Brasil, e que o Brasil não cumpriu, ficando-se pela ortografia do Formulário Ortográfico de 1943, aprovado em 12 de Agosto de 1943, estabelecido pela Academia Brasileira de Letras. E é este documento, com as alterações introduzidas pela Lei 5.765 de, 18 de Dezembro de 1971, que regula a grafia brasileira, que agora querem impingir a Portugal, disfarçada no AO90, que eu aprendi na escola primária, no Brasil, ao qual, para não parecer mal e para disfarçar, Evanildo Bechara e Malaca Casteleiro mandaram retirar uns acentinhos e uns hífenezinhos. E é apenas acentos e hífens, que os Brasileiros têm de mudar com este falso acordo.
Recusem-se a ser subservientes. Sejam livres! E cumpram a Constituição da República Portuguesa: escrevam conforme a ortografia portuguesa.
Sejam Portugueses!
Isabel A. Ferreira
Seja lá o que isto for… não sou eu que o digo…
Com todo o respeito, isto não é coisa que se chame a uma pessoa, ainda mais sendo primeiro-ministro de Portugal
Há dias li uma notícia em que se dizia que António Costa, o nosso mui ilustre primeiro-ministro, era um “socialista bem-sucedido”, entre os mais influentes na Europa, e quem o disse foi o Politico, um jornal norte-americano, que anunciou o ranking de 28 personalidades a ter em conta, por estarem a «moldar, a agitar e a fazer mexer a Europa». E o nosso primeiro-ministro surge em nono lugar, e é descrito como um “caso raro na Europa de hoje”, mas também como “um duro lutador político escondido atrás de um pronto sorriso de campanha”, além de ser considerado também «alguém que conseguiu impor-se como um campeão da mudança, capaz de reverter as medidas austeras da recessão».
Contudo, não há bela sem senão. Embora o jornal Politico salvaguarde a vitória do PS nas últimas eleições autárquicas, vai dizendo, como quem não quer dizer, mas diz, que António Costa perdeu popularidade com as críticas face à sua posição em relação aos incêndios de Pedrógão Grande, que, diga-se de passagem, foi de uma ligeireza atroz.
E aqui o Politico parece estar mal informado, porque António Costa não perdeu popularidade apenas devido ao modo como reagiu a uma tragédia que matou para cima de meia centena de pessoas (não contando com as de Outubro), mas está a perdê-la por outros motivos que, não envolvendo vidas humanas, envolve a honra, a dignidade e a identidade portuguesas, algo que não anda nas bocas do mundo, mas é de uma importância vital para um Estado que se quer de Direito e uma Democracia que se quer civilizada e culta.
Pois temos de ter em conta também o seguinte: a incapacidade, a incompetência, a ligeireza, a falta de consciência política demonstrada pelo governo de António Costa, diante de várias circunstâncias que estão a deixar o país de rastos. A saber (e obviamente) : os incêndios que devastaram Portugal, e que mataram mais de uma centena de seres humanos, ceifou milhares de animais não-humanos, destruiu extensões imensas de floresta, campos agrícolas, fábricas, habitações, e tudo porque o governo PS, deu continuidade ao desgoverno dos anteriores governos - PS, PSD, PSD/CDS, e só depois do abanão de Marcelo Rebelo de Sousa, é que se tomou uma atitude; o vergonhoso roubo de armas num paiol do Estado; o surto de legionella, que (para já) matou seis pessoas e infectou mais de 50, num hospital público; o uso do Panteão Nacional e a hipocrisia de António Costa, que foi convidado e mentiu ao País, quando se mostrou indignado com a jantarada do Web Summit; as vigarices, que se reproduzem como coelhos, envolvendo membros do governo e outros políticos, como a mais recente e grave vigarice da associação Raríssimas; a insistência em manter práticas trogloditas, para servir um lobby macabro, e nelas investir dinheiros públicos (refiro-me à tauromaquia e outras maquias); a vergonhosa subserviência ao Brasil, no que respeita à imposição ilegal da ortografia brasileira às inocentes e indefesas crianças portuguesas, que está a arrastar Portugal para uma babel ortográfica sem precedentes; isto entre muitas outras questões cruciais, que este governo não tem conseguido gerir com eficácia e inteligência. E enganam-se aqueles que pensam que este governo é um mãos-largas, quando está a tirar de um lado para pôr no outro. Isto não é governar. É servir lobbies. Pelo menos, foi isto que aprendi quando estudei História das Teorias Políticas. Além disso, de um governo que se diz de esquerda, EU, pessoalmente, espero muito mais, do que políticas de direita e subserviência.
Continuando com o que disse o Politico: este afirma que os apoiantes de Costa esperam que a rápida recuperação económica de Portugal “restaure rapidamente a posição do primeiro-ministro, assegurando que o objectivo é garantir uma maioria absoluta nas próximas eleições parlamentares, em 2019″.
O “taticista”
Bem, mas como não só de “economia e finanças” vive uma Nação, quem quiser ter a maioria absoluta, nas próximas eleições legislativas, terá de ter em conta também estes aspectos:
1 – Terá de devolver a Portugal a ortografia portuguesa. Os acordistas são uns poucos escravos do poder e alguns mercenários. Os que pugnam pela Língua Portuguesa, de matriz culta e europeia, que está em vigor (tudo o resto é trapaça) são aos milhares, e estes votariam em quem fizesse o seu acto de contrição e se propusesse a servir Portugal, com dignidade e respeito pela sua Cultura Culta. Não o estrangeiro.
E é aqui que entra o “taticista”. É que isto é uma consequência da invasão linguística estrangeira. Li isto no rodapé da SIC Notícias, quando estavam a debater o “socialista bem-sucedido” que é António Costa, distinguido pelo Político.
“Taticista”? O nosso primeiro-ministro é isto? Fiquei a magicar no significado da palavra. De repente pensei se não queriam dizer “esteticista”. É que nem toda a gente sabe pronunciar ou escrever determinados vocábulos, assim como helicóptero, que muitos dizem e escrevem “licóteros”, ou eucaliptos, que outros tantos dizem e escrevem “clipes”. Já ouvi estas pérolas na boca de senhores doutores, não inventei nada. “Taticista” será talvez esteticista na linguagem dos tatibitates? Consultei bons dicionários de Língua Portuguesa e nada de “taticista”. Bem, mas supondo que o nosso primeiro-ministro possa ser esteticista, será que se ocupa do belo e do sentimento que ele (o belo) desperta em nós, e nós não nos damos conta disso? As dúvidas são muitas, porque esta coisa de substituírem a ortografia portuguesa pela brasileira, deu origem ao nascimento de palavras hilariantes. E esta é uma delas.
2 – Terão de virar à esquerda na questão da tauromaquia. Os tauricidas ficam-se por uns 18%. Até agora o PS e o PCP (que se dizem de esquerda, têm alinhado com a política de direita (CDS, PSD), nesta matéria, e mais do que isso, retrocederam ao tempo da monarquia, porque isto de touradas é coisa de reis, betinhos, marialvas e sádicos. Um partido realmente de esquerda, não alinha com estas ancianias, que nada têm a ver com a verdadeira Democracia, em que o povo é quem mais ordena. Estas ancianias estão ligadas à lobbycracia instalada na Assembleia da República, onde quem verdadeiramente manda são os vários lobbies ali infiltrados. É que já dizia Gandhi que a grandeza de uma nação vê-se pelo modo como os seus animais são tratados, e Portugal tem uma noção de “animais” muito deturpada.
3 – Terá de mudar as más políticas dos governos anteriores (PS, PSD e PSD/CDS), e esta era a primeira coisa que o actual governo devia ter feito, se quisesse mudar de paradigma, no que respeita ao Ensino, à Educação, à Cultura, à Saúde, à Agricultura, à Pesca, enfim, mudar todo o sistema, para que este pudesse ser credível aos olhos dos Portugueses. Porque os estrangeiros, esses, pelo que se vê, não levantam o tapete que cobre Portugal, e não vêem o lixo que está acumulado debaixo dele, há anos.
Pode parecer pouco, mas este é o caminho da evolução que queremos para Portugal, e isto dará, com toda a certeza, a maioria absoluta a quem se propuser ousar ser diferente de todos os que já passaram por São Bento.
É que (como se canta na Chula) «Pr'a melhor está bem, está bem, pr’a pior já basta assim!»
Ou não basta?
Isabel A. Ferreira
Fonte da notícia do Politico:
https://zap.aeiou.pt/costa-socialista-bem-sucedido-os-influentes-na-europa-183002
Porque o que disse na “Quadratura do Círculo” sobre o AO90 é bastante grave, para ser dito por um primeiro-ministro: é um atentado à inteligência de milhares de Portugueses; é uma desonra para Portugal, é um insulto à Lusofonia; é uma violação ao direito das crianças aprenderem uma Língua Materna íntegra.
António Costa, instado por José Pacheco Pereira na "Quadratura do Círculo" especial (SIC Notícias, 08/01/2016), pronuncia-se pela primeira vez sobre o Acordo Ortográfico na qualidade de primeiro-ministro: «Não faz sentido mexer no Acordo Ortográfico. Eu, por mim, não teria tomado a iniciativa de fazer o acordo, mas não tomo a iniciativa de o desfazer.» (Tradutores Contra o AO/90)
Exmo. Senhor primeiro-ministro de Portugal
Doutor António Costa,
Não posso ficar calada perante o que na passada sexta-feira ouvi Vossa Excelência dizer na “Quadratura do Círculo”, quando confrontado com a monumental cacetada que José Pacheco Pereira, falando por milhares de portugueses, deu ao AO90.
Confesso que esperava outra resposta de alguém que não poupou meios para chegar ao poder, em nome da mudança que queria para Portugal, tendo como palavras de ordem: rever, revogar e reverter as medidas tomadas pelo anterior governo, que Vossa Excelência tanto criticou e quis, porque quis, substituir.
Pasmei com a resposta que deu à pergunta de José Pacheco Pereira.
Primeiro, porque me pareceu bastante superficial, e deu a entender que percebe tanto do AO90, como eu de Física Quântica, ou seja, nada, deixando o seu eleitorado muito, muito desiludido, pelo que consegui apurar.
Segundo, porque ficou muito mal a um primeiro-ministro o facto de estar-se completamente nas tintas para um assunto de suma importância para Portugal e para os Portugueses, e que atinge a identidade nacional, dado tratar-se da venda da Língua Portuguesa a um país com cerca de 15 milhões de analfabetos adultos (fora os outros) à revelia dos restantes países lusófonos, que se recusam a aplicar esta mixórdia ortográfica, que dá pelo nome de Acordo Ortográfico de 1990 (no que se mostram muito mais inteligentes do que Portugal), aligeirando os argumentos que levaram àquela resposta indigna de um primeiro-ministro: «Eu, por mim, não teria tomado a iniciativa de fazer o acordo, mas não tomo a iniciativa de o desfazer».
Isto demonstra a atitude de um senhor feudal, que tem milhares de pessoas à porta do seu castelo a pedir clemência para uma bela dama de alta linhagem que foi condenada ao degredo, porque um outro senhor feudal, que prometeu alargar os domínios do primeiro, por mero capricho, assim o quis. Contudo, o todo-poderoso senhor feudal faz ouvidos moucos ao clamor dessa multidão e manda os seus lacaios executar a pena: envie-se a bela dama para o degredo.
Foi exactamente assim que me soou aquela resposta, despida de qualquer sensibilidade pela Língua Portuguesa. Até me pareceu vislumbrar nela um certo desprezo e cinismo.
E ainda tem a ousadia de dizer que acha que temos convivido todos bem, e ninguém deixou de compreender bem… o dito AO90, quando milhares de pessoas, em todos os países lusófonos, incluindo Brasil e Portugal (o único que aplicou ilegalmente o AO90) têm feito um ruidoso protesto ao redor desta imposição absurda?
Isto é andar fora da realidade, ou num faz-de-conta que não sei, não ouço, não vejo, inadequado a um primeiro-ministro que pretende distanciar-se dos erros cometidos pelos seus antecessores.
Então Vossa Excelência vem dizer que no seu tempo se escrevia Luiz (com Z) e agora é Luís (com S)? Quando quem nasce Luiz, Baptista, Lourdes, Izabel, Queiroz, deve morrer Luiz, Baptista, Lourdes, Isabel, Queiroz? Porque neste AO90, os nomes próprios, são nomes próprios e não sofrem alterações?
E em que tempo é que se escrevia Luiz com Z? No tempo da avozinha… O senhor ministro será assim tão antigo?
Então Vossa Excelência diz que não faz sentido mexer no AO, e faz sentido deixar que a sociedade evolua naturalmente na sua aplicação?
Qual sociedade? Que evolução, Senhor Ministro?
Este acordo está a ser ilegalmente imposto nas repartições públicas e nas escolas portuguesas que, por medo ou ignorância, o aplicam, estando-se a enganar as crianças e o povo menos esclarecido.
Este acordo não faz parte de qualquer evolução linguística. Estão mais do que provadas as incongruências, o desatino, a desunião e a desordem ortográfica provocada pelo AO90, criado unicamente para satisfazer interesses político-juridico-diplomáticos, e também económicos de uns tantos editores brasileiros e portugueses, que deviam ir todos à falência.
Quiseram unificar a língua e o resultado foi este: a coexistência (nada pacífica) do acordês, do brasileirês, e da Língua Portuguesa. Uns escrevem em acordês e brasileirês. Outros escrevem em Língua Portuguesa. E ainda outros escrevem como calha, um mixordês vergonhoso, porque o ensino da língua está depauperado. Cá (em Portugal) e lá (no Brasil), onde já não se ensina a disciplina de Português.
Os documentos oficiais são uma vergonha. No mesmo texto, ora se se escreve aCtividade (e muito bem) ora atividade (muito mal). Os livros para crianças ora são coleCções (e muito bem) ora coleções (muito mal) - devendo ler-se col’ções.
E sabemos mais. Sabemos que algumas editoras e forças ocultas, por mais absurdo que isto seja, controlam os governantes portugueses. Talvez por isso (talvez!) a resposta de Vossa Excelência foi como foi.
O que não faz sentido, senhor primeiro-ministro, é o actual governo andar a revogar tudo e mais alguma coisa, em nome da mudança pretendida, e que os portugueses exigem, e não revogar esta vergonhosa venda da Língua Portuguesa ao Brasil.
Que democracia será esta?
As novas gerações não merecem este insulto. Esta afronta. Esta violação ao direito de aprenderem uma Língua Materna íntegra, e não uma fraude linguística.
Se Vossa Excelência continuar a insistir nesta posição de senhor feudal, não terá valido a pena ter derrubado muralhas, para invadir domínios alheios. Porque outras muralhas se erguerão, e ficará isolado no seu feudo.
Sendo português e primeiro-ministro de Portugal ficava-lhe bem ter dito que o seu Governo iria pensar no assunto, e que a revogação do AO90 poderia ser uma possibilidade. Mas não disse. Portou-se muito mal.
Ao contrário de Inglaterra, que não se submeteu à gigante América do Norte, Portugal verga-se ao gigante Brasil, como um país indigente, sem dignidade, sem orgulho algum na sua própria História.
Sinto o maior orgulho em ser portuguesa, e gostaria de ter orgulho num Governo que não rastejasse, e defendesse os verdadeiros interesses de Portugal e dos Portugueses.
Será que ainda não é desta que poderemos vir a orgulhar-nos de um Governo Português que se mova com verticalidade?
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
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