Ninguém, em Portugal, é obrigado a REJEITAR a Língua Oficial Portuguesa – a Língua Portuguesa – na sua forma grafada, e adoptar a grafia da Variante Brasileira da Língua Portuguesa, até porque NÃO há lei nenhuma que a tal obrigue, nem sequer a simples Resolução do Conselho de Ministros 8/2011, de 25 de Janeiro, do governo de José Sócrates, que determinou a aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 no sistema educativo. Esta RCM NÃO tendo valor de Lei, NÃO pode impor aos alunos portugueses uma escrita truncada, que nada tem a ver com a Cultura Linguística Portuguesa.
E nada tendo a ver com a Cultura Linguística Portuguesa, e sendo o tal AO90 um instrumento ILEGAL, comprovado pelo Decreto Nº 35228 de 08 de Dezembro de 1945 que “aprova o acordo de 10 de Agosto de 1945 resultante do trabalho da Conferência inter-académica de Lisboa para a unidade da língua portuguesa, cujos instrumentos, elaborados em harmonia com a Convenção Luso-Brasileira de 29 de Dezembro de 1943”, que foi rejeitada depois de assinada, pelo Senado do Brasil, mas que continua em vigor em Portugal, pelo simples facto de o referido Decreto Nº 35228 jamais ter sido revogado até ao presente dia (Cf. Diário do Governo n.º 273/1945, Série I de 1945-12-08, páginas 1037 – 1053, NENHUM professor ou cidadão portugueses são obrigados a usá-lo, sem passar por seres meramente servis.
Ser professor não consiste apenas em dizer ámen a tudo o que nos querem impingir, se o que nos querem impingir NÃO está conforme a lei, ou seja, é ILEGAL, e um professor, tal como os demais cidadãos, têm o DEVER de conhecer as leis do seu País. Ou então, se o que está conforme a lei, e nos querem impingir, é injusto ou errado - porque sabemos que nem sempre o que está na lei é o certo ou o justo - nesse caso, os cidadãos têm o DEVER e a OBRIGAÇÃO de DESOBEDECER.
Quando o governo determinou, através de vil chantagem (ou obedeciam ou eram penalizados) que os professores impingissem aos alunos portugueses a grafia brasileira, chamando-lhe portuguesa, enganando-os vergonhosamente, os professores deveriam ter imediatamente desobedecido em MASSA, recusando-se, como era do seu DEVER, a enganar os alunos, obrigando-os a escrever “incurrêtâmente” a própria Língua Materna, a Língua Oficial de Portugal, a Língua Portuguesa, a que está consignada na Constituição da República Portuguesa (onde NÃO consta a linguagem truncada do AO90) sob a ameaça de penalizações (algo inacreditavelmente assustador – ouvi muitas vezes crianças e jovens dizerem que se escrevessem correCtamente seriam penalizadas nas notas – e isto é simplesmente castrador, atrofiante, desprezível, coisa de ditaduras); SE os professores tivessem um pingo de brio profissional (como, aliás, muitos tiveram e NÃO sofreram retaliação alguma), e NÃO pensassem apenas nas carreiras e nos salários, tinham feito GREVES em massa, exigindo a anulação deste malparido AO90, que transformou o Ensino em Portugal em algo aberrante, porque extremamente caótico, algo nunca visto em país algum do Planeta, e que está a baixar, agigantadamente, o nível qualitativo da aprendizagem, em todos os sectores do Ensino.
Até porque as nossas crianças, os nossos adolescentes, os nossos jovens trazem em si a SEMENTE de uma inteligência primordial, que é necessário fazer florescer, para que possa desenvolver-se e frutificar.
E o que está a acontecer? Estão a CASTRAR essa inteligência, com um ensino INQUALIFICÁVEL da Língua Materna, porque a palavra (BEM) escrita é o alicerce de todo o aprendizado, é a mola-mestra que conduz ao verdadeiro SABER.
Como poderão os nossos alunos progredir no aprendizado se lhes dão a ler textos escritos numa mixórdia ortográfica, sem nexo, sem raízes, sem regras?
Ser professor não é só ir despejar matéria aos alunos que, se vão frequentar uma escola, é porque têm o DIREITO de receber conhecimentos, saberes, orientações, liberdade de pensar por eles próprios, aliás, a instrução é aprender a pensar por si próprio - porque ser aluno (quer se seja criança, adolescente ou jovem) não é sinónimo de ser idiota, e o que estão a fazer aos alunos? Estão a tratá-los como se fossem muuuuuuito idiotas. Algo que eles NÃO são, de todo.
E, neste aspecto, os PAIS, nomeadamente, os mais instruídos (?), os mais esclarecidos (?), com cursos superiores (?) com formação académica (?), DEVIAM querer o melhor para os seus filhos, no que à EDUCAÇÃO ESCOLAR diz respeito. E o que se vê? Uma indiferença improvável, como se a educação dos filhos NÃO lhes dissesse respeito. Vêem as notas, e como para parecer que o Ensino em Portugal é excelente, as notas são inflacionadas, não se pode dar notas baixas ou reprovar, ainda que não saibam escrever correCtamente, e a caligrafia ser agatafunhada, na maioria das vezes incompreensível.
Os manuais escolares são um monumento ao idiotismo.
O estudo da Cultura, da História e da Língua Portuguesas está abaixo de zero. Pelo que já li, na comunicação social, o ensino da Matemática tem um atraso de 30 anos, em relação aos restantes países europeus. Aliás, Portugal está na cauda da Europa em quase, quase tudo, e é o ÚNICO país europeu que substituiu a sua Língua Oficial, por uma variante dela própria, na forma grafada, com a agravante de a tornar mil vezes mais básica e horrorosa (aspeto (âspêtu); receção (r’ec’ção); exceto (eiscêtu), excecional (eisc’cional); infeção (inf’ção), etc.)…
Um dos grandes e graves problemas com que os alunos portugueses se deparam nas escolas é precisamente o de os fazerem passar por parvos: coitadinhos, ainda não têm capacidade para pensar pela própria cabeça, é preciso dar-lhes a papinha toda feita, não têm direito a barafustar, não lhes é permitido ter voz activa… E de tando os atrofiarem, não são capazes de pensar ou de dar azo à imaginação...
E nada mais falacioso do que achar (não gosto de usar o pensar, porque se pensassem, o ensino não estaria tão caótico, tão abaixo de zero) que as crianças, os adolescentes e os jovens NÃO têm capacidade para PENSAR e para APRENDER, como todas as outras crianças, adolescentes e jovens aprendem, por esse mundo fora.
Para os acordistas, apenas os alunos portugueses NÃO sabem PENSAR a Língua. Dizem eles: como poderiam saber que direCtor se escreve com um cê? Todos os outros alunos europeus sabem, “eiscêtu” os Portugueses, (que têm de grafar “exceto”, algo que nem os Brasileiros, mutiladores-mor da Língua Portuguesa, fazem).
Mas os nossos professores OBRIGAM (porque a ísso foram coagidos ilegalmente, na ausência de uma lei normativa) os nossos alunos a escrever MAL a sua própria Língua, ou então, a nota baixa: em vez de 4 ou 5, levam 3. E acriticamente, continuam a OBRIGAR.
Os professores fazem greves. Este cartaz, de 2021, difundia uma greve de professores em luta pela sua profissão, e que foi suspensa. Até aqui nada a apontar. Têm esse direito. Mas… Existe um grande mas…
O que mais me chamou a atenção neste cartaz foram as reivindicações:
- Respeitar os professores – quando os professores NÃO respeitam os alunos, dando-lhes gato por lebre, no que à Língua Portuguesa diz respeito, e NÃO se respeitam a si próprios, permitindo ser MARIONETAS nas mãos de ministros incompetentes, que se estão nas tintas para a EDUCAÇÃO ESCOLAR e para a NOBRE Missão de Ensinar? Quanto mais ignorantes forem os cidadãos, mais submissos serão – é a política deles), e os professores são acriticamente cúmplices, porque a isso continuam a ser coagidos de forma ilegal por uma RCM8/2011, que não tem qualquer valor de lei.
- Valorizar a profissão docente – quando são os próprios professores que se desvalorizam a si próprios, ao acharem que ser professor é apenas ter uma carreira e um salário? Onde fica o brio profissional? Aquele brio que dá estatuto a um professor, que faz da sua carreira uma MISSÃO? Não esquecer que estamos a falar de transmitir SABERES a crianças, adolescentes e jovens, para que possam singrar numa profissão para a VIDA! E isto é um dever sagrado, porque nenhum ser humano nasce já a saber tudo.
- Desbloquear a negociação - quando se recusam a REJEITAR o OBSCURO e ILEGAL AO90, que está a produzir os analfabetos funcionais do futuro, com a cumplicidade da classe docente? Os da minha geração têm orgulho nos professores que tiveram. A próxima geração, coitada, só terá de maldizer o tempo em que andaram na escola, para saírem de lá sem saber ESCREVER correCtamente.
- Defender a Escola Pública - quando a Escola Pública, graças ao comodismo, à inacção, à indiferença dos professores caiu ene zeros abaixo de zero, devido à falta de qualidade de um ensino ministrado atabalhoadamente, sempre à espera do fim do mês, para receberem o salário, que é o que mais importa, porque, hoje em dia, a EXCELÊNCIA já não faz parte do DEVER da classe docente. Infelizmente.
Se a classe docente quer ser respeitada e valorizada terá de RESPEITAR os alunos e VALORIZAR a MISSÃO de Ser Professor, e a responsabilidade que têm na Educação Escolar de alunos que procuram a Escola para receberem o ENSINO DE QUALIDADE, que está consignado na Constituição da República Portuguesa, e aprenderem o que não sabem. Não, para DESAPRENDEREM, como é o caso da disciplina-base de toda a aprendizagem: a Língua Portuguesa, que é a de Portugal, que está a ser ministrada de um modo absolutamente SÓRDIDO, caótico, impondo-se aos alunos uma mixórdia ortográfica ÚNICA no mundo. ÚNICA no mundo!
Tenham VERGONHA e LUTEM por se valorizarem. Por valorizarem a Classe Docente, que anda mais indecente do que docente.
Em tempos que já lá vão, SER PROFESSOR era uma profissão de grande prestígio, porque ENSINAR era visto como uma das mais dignas MISSÕES.
Hoje, ser professor, é apenas ser mais um entre os tantos que prestam serviços à comunidade.
Salvaguardo aqui as muitas e honrosas excePções, que não se deixaram levar pelo comodismo, e ousaram DESOBEDECER, rejeitando ser cúmplice do incumprimento da Lei em vigor: o Decreto Nº 35228 de 08 de Dezembro de 1945, aquele que determina a grafia portuguesa, tal como ela deve ser grafada. Tudo o resto faz parte de uma coisa horrorosa chamada SERVILISMO.
Jamais haverá uma MUDANÇA evolutiva se NÃO OUSARMOS ser a mola-mestra dessa mudança.
Posto isto, os professores ainda vão muito a tempo de REVERTER esta situação ANORMAL. E não me venham dizer que já existe uma geração que aprendeu a escrever “incurrêtâmente”, e agora não pode voltar-se atrás, blá-blá-blá… porque isto é da estupidez!!!!!!
Há que dizer que quando a aberração acordista começou, existiam outras gerações que tiveram de ESQUECER a sua bela Língua Materna, ajudada por uma ferramenta informática chamada “corretor” (curr’tôr) ortográfico, e por uma invasão pré-definida e mal-intencionada da Variante Brasileira do Português, em todos os sites da Internet.
Pois bem, para desfazer o DANO feito à Língua Portuguesa, mande-se o “corretor” ortográfico às malvas, e substituíam-no pelo correCtor ortográfico pré-acordo, que é aquele que TODOS os que se recusaram a ser servis têm instalado e activado nos seus computadores ou tablets.
Um a-propósito: vejam ou revejam o filme «O Clube dos Poetas Mortos», em que John Keating (Professor de Inglês) vai dar aulas num colégio de rapazes, onde a educação escolar é rigorosa, mas que Keating, com os seus métodos de ensino ousados, revoluciona a prática curricular tradicional e inspira os alunos a pensarem por eles próprios e a viverem a vida de um modo individual. No final, aqueles alunos, que se puseram de pé nas suas mesas de trabalho, foram os que conseguiram que neles florescesse e frutificasse a inteligência primordial, ajudados por um Professor inesquecível.
Isabel A. Ferreira
De uma mestranda, recebi o e-mail que aqui reproduzo, com a resposta que lhe dei.
É preciso desfazer mitos.
É preciso desmascarar os predadores da Língua Portuguesa.
É preciso pôr os pontos em todos os is do inútil, do inconstitucional, do ilegal, do imbecil, do incongruente, do indecifrável, do ignaro, do ignóbil, do irracional, do injusto, do impreciso, do impraticável, do improcedente, do improvisado, do impróprio, do impugnável, do inaceitável, do inaplicável, do incoerente, do incómodo, do irritante, do inconcebível, do inconspícuo, do inconsistente, do incorrecto, do ineficiente, do inexacto, do inacreditável, do inaceitável, do ignominioso, do infame, do injustificável, do inoportuno, do insano, do insultuoso AO90.
Cara Isabel
Muito obrigada pela sua exposição, no blogue da sapo, sobre a irrazoabilidade do novo acordo ortográfico.
Concordo plenamente consigo, mas vou mais longe... Acho-o perigoso.
Perigoso porque segue a senda do facilitismo (preceito comum ao nosso ensino hodierno). Não interessa saber expressar uma opinião, correcta e coerentemente, interessa debitar palavras, sem risco de cometer uma gafe. Interessa mitigar fronteiras para que possamos acolher os nossos irmãos transatlânticos, sem que eles tenham a pesadíssima tarefa de se adaptar a uma língua estranha e mística (falhou este intento, visto que conheço brasileiros que não entendem o "nosso" português falado).
Na altura da transposição falavam do perigo eminente da morte da língua portuguesa?! Não somos nós 10 milhões de cidadãos para a continuar a falar e a cuidar? Ou terá sido lobbying das editoras que poupam nos custos de terem de fazer uma edição para Portugal e outra para o Brasil entenda o português que (não) fala?
Mas divago.... A razão de lhe escrever é a de indagar se sabe porque razão a iniciativa popular foi "abafada". Eu só com o seu artigo tomei conhecimento da dita.... Com muito pesar meu, pois acredito que cometemos um crime ao deixar que a moda se instalasse.
Estou a preparar a minha tese de mestrado (em ramo do direito- ramo por excelência tradicionalista), e exigem ser aquela escrita segundo o AO. Barbaridade.... Vou evocar objecção de consciência e apresentar a dita em português... De Portugal... Tal como me foi muito bem ensinado, desde a escola primária e que tanto prezo. Vou receber represálias, mas... Fico de consciência limpa.
Muito, muito obrigada por, passado tanto tempo desta incongruência ter sido cimentada, continuar a lutar pelo que é a real língua portuguesa.
Com votos de elevada consideração e estima
T. F.
***
Cara T. F.,
Agradeço a sua mensagem.
Começo por dizer-lhe que concordo consigo: o AO90 é perigoso, em todos os sentidos.
E nada tem a ver com a falsa intenção de unir Portugal e Brasil através da Língua, porque até o mais analfabeto dos cidadãos sabe que jamais isso seria possível. Aqui a questão é meramente política. Não, uma política elevada, obviamente, mas uma política da mais rasteira. Muito, muito rasteira.
E nem sequer também nasceu para pouparem os custos de terem de fazer uma edição para Portugal e outra para o Brasil, porque o que se publica em Portugal não circula no Brasil, e o que se publica no Brasil não circula em Portugal.
É tudo uma monumental falácia para enganar os ceguinhos.
Pois o que tenho a dizer-lhe quanto à razão de a iniciativa popular estar a ser “abafada” é o seguinte: a política vigente é a do quero, posso e mando, ainda que viole a lei. O Parlamento está a violar a Lei que rege as ILCs, bem como está a violar a Constituição da República Portuguesa quanto à aplicação ilegal e inconstitucional do AO90, referida por TODOS os juristas, que já se debruçaram sobre o assunto.
Mas, nesta ditadura socialista, disfarçada de democracia, em que Portugal vive, os que governam têm o privilégio de violar tudo e mais alguma coisa, sem que se sentem no banco dos réus, porque se algum dia a JUSTIÇA portuguesa decidir cumprir a LEI, e culpar os governantes envolvidos nesta FRAUDE, chamada AO90, o Parlamento é capaz de mudar a Lei, a favor deles, como o querem fazer, por exemplo, na questão do aeroporto do Montijo. Os pareceres, em ambos os casos, são TODOS negativos, mas o que importa, se são eles que têm a faca e o queijo na mão, até para mudarem as leis, se as leis não lhes convierem?
Nesta questão do AO90, comentem-se vários crimes. Entre eles:
1 - O primeiro, e o mais grave, é o Crime de Lesa-Infância, ao obrigarem as nossas crianças a “aprenderem” uma mixórdia ortográfica ilegal, que nada tem a ver com a Língua Materna delas.
2 – O segundo, é o Crime de Lesa-Língua, ao substituírem a grafia portuguesa, pela grafia brasileira, com objectivos obscuros e impraticáveis, e acrescentando-lhe vocábulos desenraizados da Língua-Mãe, transformando-a na maior mixórdia linguística do Mundo.
3 – O terceiro, é o Crime de Lesa-Pátria, ao destruírem a Língua Portuguesa, vector de Identidade Nacional e Património Cultural Imaterial do nosso País, empurrando Portugal para a perda da Soberania Nacional, uma vez que o português acordizado, abrasileirado e amixordizado, que por aí circula, já não nos identifica, nem nos representa.
Daí que, cara T. F., ninguém, em Portugal, tem o direito de exigir que escreva a sua Tese de Mestrado na mixórdia ortográfica ILEGAL, que dá pelo nome de Acordo Ortográfico de 1990.
A T. F., como cidadã portuguesa, tem o direito de escrever a sua Tese na sua Língua Materna original, e não conforme a ortografia amixordizada que lhe impingiram, inconstitucionalmente.
Se a importunarem, quando apresentar a sua tese correCtamente escrita, peça que lhe mostrem a LEI que a obriga a escrever segundo a cartilha do AO90, tendo em conta que Lei NÃO É a Resolução do Conselho de Ministros 8/2011, 2011-01-25 que, ilegalmente, determinou (não OBRIGOU, porque apenas uma LEI OBRIGA) a aplicação do AO90.
Obviamente que poderá evocar a objecção de consciência e o direito à resistência, ambos direitos consignados na Constituição da República Portuguesa.
Há muitos mestrandos que se opuseram a escrever incorrectamente a sua Língua Materna, e nada lhes aconteceu, porque, na verdade, não existindo Lei que a tal obrigue, quem se recusar a aplicar a grafia ilegal, está a cumprir a Lei, ou seja, o Decreto 35.228, de 8 de Dezembro de 1945, vigente em Portugal, porque não foi revogado. E só uma lei revoga outra lei. Não uma RCM.
Por fim, quero dizer-lhe que esta incongruência não foi cimentada, como refere. Parece que foi, mas não foi. Há milhares de Portugueses, não só em Portugal, como por esse mundo fora, a manter intacta a Língua Portuguesa, porque a Língua Portuguesa NÃO É a mixórdia que circula na Internet, nos rodapés dos telejornais, nas legendas dos filmes que passam na televisão, nas traduções de livros acordizadas, nem nas obras de escritores acordistas, nem aquela linguagem que as nossas crianças estão a (des)aprender nas escolas, criminosamente.
Essa é a mixórdia linguística portuguesa, apenas usada pelos seguidistas, pelos servilistas, pelos comodistas, pelos acomodados e pelos ignorantes optativos de Portugal.
A Língua Portuguesa está preservada com os muitos, muitos milhares de Portugueses LIVRES que a escrevem correCtamente, e que a ensinam aos mais novos. É o que também faço com os meus netos, que aprendem acordês e Inglês na escola, e Português, em casa. E sabem que o acordês é para esquecer, quando tiverem idade para dizer NÃO!
Mas até lá, cara T. F., o mundo dará muitas voltas, e os predadores da Língua Portuguesa, numa dessas voltas, cairão no chão, atacados pela putrescência dos seus actos ignaros, e o AO90 será finalmente atirado para o caixote do lixo.
Com as minhas saudações desacordistas,
Isabel A. Ferreira
Origem da imagem: Internet
Com o objectivo de pôr fim ao AO90 nas escolas, a Associação Nacional de Professores de Português (Anproport) com a colaboração do grupo “Cidadãos contra o Acordo Ortográfico de 1990”, constituído na rede social Facebook e que já tem mais de 30 mil membros, avançou com uma acção no Supremo Tribunal Administrativo, a impugnar a resolução do Conselho de Ministros 8/2011, que impôs ilegalmente, a obrigatoriedade de aplicar, nas escolas, o Acordo Ortográfico de 1990.
E muito bem. Até porque é um crime enganar as crianças que não têm como defender-se da imposição de um ensino incorreCto da própria Língua Materna.
E se houver bom senso, racionalidade e intenção de repor a legalidade e cumprir o que está consignado na Constituição da República Portuguesa, nomeadamente, no Artigo 11º, alínea 3, que diz respeito aos símbolos nacionais e língua oficial: «A língua oficial é o Português» (não é o acordês), as escolas podem deixar de ter de ensinar a Língua Portuguesa, de acordo com um acordo que não é legal.
Artur Magalhães Mateus, jurista e primeiro autor da acção, explicou à agência Lusa que, caso a acção vingue, o AO90 continua, mas deixa de ser imposto, não será vinculativo. E o responsável acredita que, não sendo vinculativo, em pouco tempo será esquecido.
No passado mês de Maio os mesmos autores apresentaram uma outra acção, no sentido de que fosse anulada a norma jurídica que aplica o AO90 que, como já foi provado em livro, é ilegal, e se não estou enganada, ainda se aguarda por uma resposta dessa acção. Em Portugal é tudo tão lento... Os tribunais não funcionam dentro de prazos razoáveis. Será isto intencional? Podemos questionar.
Artur Magalhães Mateus referiu ainda que esta acção «segue-se a outras intentadas na administração pública com o mesmo objectivo, bem como a apresentação de petições”, e recolha de assinaturas para um referendo sobre a matéria.
Questionado sobre se uma nova mudança na forma de escrever não poderia vir a confundir os alunos o jurista assegurou que: “Regressar a uma grafia correcta e não responsável por novos erros é sempre positivo. Quando foi feita esta resolução do Conselho de Ministros, também ninguém questionou se seria penoso para as crianças”.
E eu posso garantir, por experiência própria, que uma criança desaprende tão facilmente como aprende. Foi isso que fiz quando tive de aprender e desaprender a Língua nas versões brasileira e portuguesa, na infância, adolescência e juventude, por viajar de Portugal para o Brasil, e do Brasil para Portugal, várias vezes. Uma criança aprende tudo, porque tem o cérebro ainda bastante disponível.
Ainda de acordo com o jurista, a vantagem da mudança é uma grafia “muito mais lógica, mais fácil de aprender e que não causa erros como a de agora”, tanto mais que, com o AO90, há palavras que estão a ser escritas, pronunciadas e acentuadas de forma incorreCta.
Acrescente-se que foi José Sócrates o grande responsável pela imposição desta mixórdia ortográfica, sem ponta por onde se lhe pegue, através da resolução do Conselho de Ministros 87/2011, do XVIII Governo Constitucional, por ele liderado, daí este acordo ser também conhecido em Portugal por “socratês”, e que o mandou aplicar no sistema de ensino no ano lectivo de 2011/2012.
Desde então, a Língua Portuguesa tem sido trucidada, como se fosse lixo.
Para que se entenda toda esta “ondulação forte” ao redor do AO90, recomendo vivamente a leitura do livro do Embaixador Carlos Fernandes «O Acordo Ortográfico de 1990 Não Está em Vigor - Prepotências do Governo de José Sócrates e do Presidente Cavaco Silva», publicado em Abril/2016, pela Guerra & Paz.
Creio que este livro não foi lido por nenhum actual governante português, desde o presidente da República, ao mais apagado deputado da Nação, passando pelo primeiro-ministro e pelos magistrados portugueses.
Creio… porque se os actuais governantes portugueses e esses “alguéns” ligados aos tribunais o tivessem lido (como é obrigatório ler) neste momento (Novembro de 2016) já este acordo estaria atirado ao lixo e no novo ano escolar de 2016/2017, as nossas crianças já não teriam de levar na cara com este pano encharcado de água choca.
Porque, este livro prova com todas as letras, que o AO90 é ilegal, não está em vigor em Portugal e que os nossos governantes andam a brincar connosco, mas pior do que brincar com os Portugueses é ENGANAR as nossas crianças, e se isto for bem esmiuçado, até poderia ser alvo de um processo-crime.
Por que não?
Isabel A. Ferreira
O texto que se segue foi retirado de um comentário que Rui Miguel Duarte publicou num jornal online, a propósito de alguém (Amon Rá) dizer que o AO90 está em vigor devido a uma lei.
Porque penso que estes comentários merecem destaque, para que as pessoas possam reflectir, passo a transcrevê-lo, com a devida vénia…
Texto de Rui Miguel Duarte
1 - (O AO/90) não está em vigor. Só por facto consumado ilegal e inconstitucional. A convenção de Viena foi violada por meio de uma batota (2.º protocolo modificativo) que permite que uma minoria de Estados (3) decida meter "em vigor" na ordem jurídica internacional algo que nem todos decidiram nem querem. Repita-se: não querem. Com Angola à cabeça. Se isto é acordo, o que é uma imposição?
2 - A resolução do Conselho de Ministros 8/2011 de José Sócrates não é lei nem pode revogar lei nem decreto-lei. A grafia legítima, herdada pela maioria dos PALOP e por eles estimadas, resultam de decretos-lei. Vigor, qual vigor?
3 - Por falar em acordo, e a humilhação portuguesa e brasileira quando no ano passado o texto conjunto de uma reunião da CPLP foi mandado corrigir por Angola e Guiné-Bissau? Acordo? Ahah!
3 - O Diário da República e os alunos aprendem? Sim. Os danos de retroceder? Examine antes os danos de avançar. Nas escritas e nas pronúncias. Vá ver. Diário da República? Sim, é um facto que está cheio de "fatos" desde 2011. Vá ver a tudo quanto é documento oficial, portal de internet, texto de jornal. O Estado manda penalizar os alunos que grafam em bom português mas ele dá-se ao direito de garatujar mal. Bela moral, a da religião acordista. Viva a bondade do ao90 e mai-los seus benditos efeitos.
4 - Irreversível? O que há de reversível nesta vida? O AO90 é a nova TINA? Até esta está a ter alternativa.
5 - "Expetável"? Em que país se escreve assim? No Brasil parece que há dupla grafia. Em Angola? Em Moçambique? Aí não espetam nem expetam nem xpetam essa! Acordo, qual acordo? AHah!
6 - Há jornais e publicações que decidiram fazer um AO90 "à la carte", escolhendo as normas que pensam, no seu senso, ser razoáveis. Pudera, é o próprio AO90 quem dá liberdade a que cada um, facultativamente, escolha como grafar. Por outras palavras: doravante é lícito dar erros, fazer como se entender. Voltámos ao estado medieval da língua.
7 - Uma reduzidíssima elite? Tape o sol com a peneira à vontade. Ai não sabe que TODOS os pareceres linguísticos anteriores à "entrada em vigor" foram contrários? TODOS, excepto o do "irredutível gaulês" Malaca Casteleiro, em causa própria (sendo um dos autores)? E que algumas dessas pessoas mudaram de religião, converteram-se radicalmente nessa estrada de Damasco acordista depois de receberam perspectivas de lucros (editores) e integrarem o antes sensato mas agora apóstolos institutos de linguística com financiamento oficial?
8 - Velhos do Restelo com aspas?! Não, pode escrever sem elas. De tão batido e tão pouco original, este epíteto já se nos colou à pele como segunda natureza. Assumidamente, somos Velhos do Restelo. Aconselha-se, aliás, a leitura do episódio para fazer a sua correcta exegese.
9 - Donos da língua? Quem fez e impõe, normalmente com argumentos nulos, de "fato" e quiméricos, para não dizer insultuosos (como o reiterado epíteto "Velhos do Restelo", às vezes "salazaristas") é quem fala de uma putativa irreversibilidade. E já agora, e mais uma vez, importa informar-se e ler o que dizem de África, sobretudo Angola (mas não só) governantes, professores, escritores, linguistas: o "acordo" é coisa de brasucas e portugas, não temos muito a ver com isso.
10 - Mais algum argumento substancial sobre a qualidade, a bondade, as razões de direito, os efeitos expansionistas, prestigiantes do ao90 nos lusofónicos e quinto-imperiais amanhãs que cantam? Algum? Um só?
***
As leis (e ao contrário do que o pseudo-legalismo terrorista dos acordistas Margarita, Malaca e José Mário dizem, lei alguma impôs este aborto, somente uma resolução de conselho de ministros) podem ser mudadas, revistas, revogadas. O actual governo está a revogar e reverter leis do anterior. Aparentemente, só a "lei" do aborto ortográfico é como a Bíblia: é eterna. O AO90 é uma TINA?
Sucede que à resolução de conselho de ministros de Sócrates juntou-se um decreto presidencial de Cavaco. E qualquer Presidente pode alterar isso.
E o ingénuo Malaca continua a dizer que isto vai passar? Há quanto tempo o diz, ele e outros? E há quanto tempo e quantas vezes países há quem não homologaram nem querem homologar esta parvoíce? Com Angola à cabeça? E a triste humilhação a imposta a Portugal e Brasil, numa reunião da CPLP no ano passado, por Angola e Guiné-Bissau, que obrigaram a corrigir para português euro-afro-asiático o texto em acordês da declaração conjunta?
A Terra ainda é um disco chato, não é? Apesar de provas em contrário; e quem assim não pensar merece a fogueira. Assim pensam estes "linguistas" acordistas. Ingenuidade, cegueira voluntária, ridículo, patetismo, esquizofrenia, vida que insiste em ser vivida numa realidade virtual.» (Rui Miguel Duarte)
Fonte:
. Senhores professores: sai...
. Ninguém, em Portugal, tem...
. Uma visão escorreita sobr...