Marcelo Rebelo de Sousa, mais conhecido por presidente da República Portuguesa, foi recentemente ao Brasil, com o pretexto de estar presente na inauguração do Museu da Língua Portuguesa (?), da cidade de São Paulo, à qual nem o presidente da República Federativa do Brasil, Jair Bolsonaro, nem sequer um seu representante, estiveram presentes.
Sabendo, como sabemos, que a Língua Portuguesa, por aqueles lados, já não é o que era, e sabendo como sabemos que o Museu foi reaberto para TODAS, TODOS e TODES, foi com enorme perplexidade que TODOS os Portugueses PENSANTES viram o “nosso” presidente a atribuir, àquele Museu, a primeira “Medalha Camões” (*)
E o resultado é o que se segue, retirado da página do Facebook «Em aCção contra o Acordo Ortográfico»: https://www.facebook.com/groups/emaccao
Na minha modesta opinião, o Museu é mais mausoléu do que museu. Um mausoléu obscurecido, onde se guardará as obras acordizadas, porque as de Língua Portuguesa foram queimadas, umas no incêndio que destruiu o Museu, outras, nas fogueiras da Inquisição Acordista.
Sobre esta questão deixo-vos com a excelente análise de Carlos Mota, que vai ao encontro de TODOS os que lutam pela defesa da NOSSA Língua Portuguesa:
E onde se começará a usar a inacreditável e parola “linguagem neutra» onde os (ou será as?) ILES darão as boas-vindas a «todas, todos e todes…»
E o PR português só lá foi fazer má figura e desonrar o nome de Luís de Camões.
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«Museu da Língua Portuguesa erra ao adotar [em Português, adoPtar] linguagem neutra»
Eis um vídeo muito interessante, onde se critica e fundamenta o uso deste tipo de linguagem, que destrói ainda mais a já tão destruída Língua Portuguesa.
Estou estarrecida com o rumo que está a tomar a Língua Portuguesa, que no Brasil já não é mais portuguesa, porque dela se distanciou consideravelmente, a todos os níveis. E esta da "linguagem neutra" (neutra como? dirigida a gente neutra? e haverá gente neutra neste nosso Planeta já tão destrambelhado?) é o cúmulo de todos os cúmulos que têm destruído uma Língua que nasceu com cabeça, tronco e membros, e actualmente está reduzida apenas aos membros inferiores, nomeadamente em Portugal, BERÇO da Última Flor do Lácio, que hoje é apenas a última erva daninha do Lácio. 🤢
«Novo acordo ortográfico continua a dividir opiniões»
Reportagem para ouvir e reflectir, emitida pela RTC - Rádio Televisão Cabo-verdiana, onde se dizem muitas verdades, que as televisões portuguesas ocultam, por mero servilismo ao Poder.
Todos sabemos que o Acordo Ortográfico de 1990 não tem ponta por onde se lhe pegue, nada nele pode ser polido, é uma fraude, é ilegal, é inconstitucional, não une coisa nenhuma, e os países envolvidos estão desunidos, então por que ainda continuam com esta farsa? Não estará na hora de dar o dito pelo não dito, e cada país da CPLP ficar com as respectivas línguas nacionais, porque jamais, com tanta diversidade linguística, poder-se-á unificar as Línguas derivadas da Língua Portuguesa, usadas nesses países. E não será a diversidade uma mais valia para a Língua?
Pois é, mas diversidade não é sinónimo de uniformidade. Cada Língua de cada país, dito lusófono, foi enriquecida com os dialectos locais e o léxico dos povos que se foram fixando em cada país.
Deixo-vos aqui um texto que pode auxiliar na única e racional tomada de posição, quanto ao AO90, ou seja, pura e simplesmente, na sua extinção:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/quanto-mais-ignorantes-sao-os-povos-243638
Antonio Aguiar partilhou uma ligação.
De facto, e apesar do livro de Nuno Pacheco, ainda é um beco sem saída.
«Acordo Ortográfico ou beco sem saída
Volta e não volta o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa traz à discussão a diferença entre o que representa um propósito de ortografia oficial unificada nos países da CPLP e o seu reverso, cuja realidade aponta para um desinteresse na sua aplicação.
Datado de 1990 e assinado com empenho por todos os Estados membros (o último foi Timor-Leste em 2004), foi esbarrando posteriormente na sua oficialização por tardia ratificação de alguns dos seus parlamentos, ao ponto de 21 anos passados Moçambique ainda não a ter feito e Angola nem sequer o regulamentou de alguma forma.
Pretendendo, na origem, tornar mais convergentes normas ortográficas diversas, uma no Brasil e outra nos restantes países, acabou por perder dinâmica e mesmo em Portugal são muitos os críticos na sua aplicação, ao ponto do Presidente da República admitir, em São Paulo, liberdade de escolha na sua adoção [adopção]. Perante tantos entraves vale a pena perguntar se o Acordo ainda se justifica ou conduziu a um beco sem saída ortográfica e sem remédio?!
Eduardo Fidalgo, Linda-a-Velha»
in PUBLICO.PT
Cartas ao director
O PR teve a lata de admitir, em São Paulo, liberdade de escolha na adoPção do bicho? O que é que ele pretende com isto? Anarquizar e aniquilar a Língua Portuguesa? Na entrevista à CNN brasileira adoptou a fala brasileira, ele, que é o presidente da República Portuguesa!!!! Uma verdadeira vergonha! Um insulto, uma gigantesca afronta à dignidade e à inteligência dos Portugueses, e pior, à identidade de Portugal.
O presidente de um país livre e DEMOCRÁTICO (?) como se diz ser Portugal, jamais deveria ter dito o que disse. Jamais deve falar à brasileira, quando está a ser entrevistado, ou em qualquer outra circunstância pública.
Em Portugal democrático, cada um tem a liberdade de adoptar ou não adoptar o AO90? Então porque é que tantos professores e alunos, que são contra o AO90 são ameaçados com penalizações, se pretenderem NÃO aplicar o AO90?
A quem quer o presidente da República Portuguesa enganar?
Perante tal discurso, só podemos concluir que Marcelo Rebelo de Sousa anda a fazer pouco dos (e pelos) Portugueses.
Isabel A. Ferreira
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Nota marginal:
Quem considera que esta publicação desrespeita o Brasil ou o Museu da Língua Portuguesa, não percebeu nada do que aqui está em causa. E o que aqui está em causa é o enorme DESRESPEITO pela Língua Portuguesa - a Língua de CAMÕES - que ocorreu na cerimónia de (re)inauguração do citado Museu, e o triste desempenho do presidente da República Portuguesa, que deveria defender a Língua Portuguesa e não defendeu, nem defende. Bem fez Jair Bolsonaro, que se esteve nas tintas para a farsa que esta (re)inauguração constituiu.
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(*) Criada em Junho passado por iniciativa da Assembleia da República, a medalha Camões, destina-se a "galardoar serviços relevantes prestados por pessoas singulares ou colectivas nacionais ou estrangeiras à cultura portuguesa, à sua projecção no mundo, à conservação dos laços dos emigrantes com a mãe-pátria, à promoção da língua portuguesa e à intensificação das relações culturais entre os povos e as comunidades que se exprimam em português”.
A condecoração foi atribuída “em nome do futuro” da língua portuguesa, para o qual “os mais jovens e mais numerosos” são “mais essenciais”, afirmou o Presidente da República numa alusão ao número de falantes brasileiros, que apenas em São Paulo são mais de 12 milhões.
“É esse futuro que, em nome de Portugal e de todos os portugueses, celebro, agraciando o Museu da Língua Portuguesa com uma ordem honorífica acabada de criar”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando: “Este museu será o primeiro dos primeiros galardoados. Este museu, que o mesmo é dizer este São Paulo, este Brasil e esta língua portuguesa que nos une por todo o mundo”.
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