Segunda-feira, 5 de Fevereiro de 2024

«Protecção contra a corrupção da Língua Portuguesa»

 

Carta enviada por Carlos A. Coimbra, um cidadão português que vive em Toronto (Canadá) há longos anos, a uma personalidade televisiva portuguesa, a propósito da corrupção activa exercida sobre a NOSSA Língua, à qual as comunidades portuguesas na diáspora estão atentas, e que defendem com unhas e dentes, ao contrário dos decisores políticos e apolíticos portugueses.

Isabel A. Ferreira

 

Língua 1.png

 

Texto de Carlos A. Coimbra

 

«Quero então expor-lhe as minhas ideias quanto à presença da Língua no Brasil nos média de Portugal.

 

Aliás, uma pessoa que se interessa por, e tanto pesquisou sobre descobrimentos, deve forçosamente dar importância à língua que "viajou" pelo mundo fora.

 

Há vários aspectos por onde entrar no assunto, mas começo com a diferença entre sotaque (ou pronúncia) e corrupção da língua.

 

Eu admito não conhecer Portugal tão bem como quem lá vive. Mas sei que há diferentes pronúncias, como do Alto Minho, da área do Porto, a inflexão de Alentejano, o por vezes quase incompreensível São Miguelense, e a "corrupçon" da Madeira.

 

Mas todos usam a mesma gramática, a mesma semântica, sem mudar a ordem das palavras, nem as alterar (um brasileiro diria alterar elas).

 

E o mesmo se mantém em relação a Angolanos e outros nacionais de territórios que foram portugueses, embora o sotaque deles seja mais carregado.

 

Só que continuam a falar o mesmo Português.

 

Lendo textos escritos por um português ou pessoa de proveniência africana, não podemos extricar qualquer evidência acerca da origem da pessoa.  

 

Aliás, como comparação, entre os vários espanhóis (castelhanos) falados, eu sei distinguir o Castelhano original, o Mexicano, o Cubano e Porto-riquenho (caribenho) e o Argentino.

 

Contudo, todos falam o mesmo Castelhano, com a mesma gramática e ortografia; a única distinção é o facto de usarem alguns termos locais.

 

E quanto ao Inglês, lendo textos escritos por americanos e britânicos, vemos a mesma língua, embora haja diferenças pontuais na ortografia (z/s, or/our, etc...).

Ninguém pensou em unificar a ortografia, nem em usar em permanência locutores do outro lado (embora os média americanos usem alguns jornalistas não-americanos no estrangeiro, por razões que têm a ver com obtenção de vistos, por exemplo).

 

Agora falando do Brasileiro, a coisa é muito mais séria.

 

A modificação que os escravos foram fazendo à Língua dos colonizadores, em termos de pronúncia e possivelmente função da gramática das Línguas nativas, levou até a que os Brasileiros de hoje troquem a ordem normal das palavras, não usem verbos correctamente e tanto mais.

 

Um brasileiro que falava bom português gramaticamente foi o Presidente Temer...

 

E então posso passar ao vício de meter um 'i' onde ele não existe: abisurdo, opitar, e inúmeros outros exemplos.

 

E é contagioso! Exemplo:

Um tempo depois do 07 de Outubro, os Israelitas levaram jornalistas à povoação chamada Sderot (além de hebraico, é assim que está escrito na placa à entrada: Quer dizer "Boulevards", plural de Sder - eles formam plurais em -ot e em -im).

 

Esse grupo incluía pelo menos um português e uma brasileira.

Eu sei, porque vi uma peça na RTP e outra na Globo, na mesma noite.

Ora a brasileira dizia Siderot, devido à aversão que os Brasileiros têm a dizer duas consoantes juntas (Lula inclusivamente).

E fiquei chocado por ouvir o jornalista português copiar a brasileira, também dizendo Siderot!

Ainda mais curioso, noutra ocasião, ouvi outra repórter brasileira que preferia dizer Isderot (idêntico o que fazem com 'esporte').

 

Ora todo este linguajar "à brasileira" passa muito para lá de questões de pronúncia ou entoação, e consiste em corrupção da Língua.

Não se pode deixar de dizer isso quanto à introdução de sílabas que não existem.

 

Infelizmente, a Língua Brasileira tem características dominantes, tal como o Castelhano, senão basta ouvir portugueses que vivem há muito tempo no Brasil ou na Venezuela...

 

Isto é devido às Línguas serem parecidas, e tal não acontece comigo nem com quem mora na França (adoptam certos termos, mas não lhes afecta a pronúncia).

 

Não questiono o direito ao trabalho em Portugal de brasileiros, mas não quero ouvi-los na rádio e televisão a falar de assuntos que não têm nada a ver com o Brasil.

 

Isto particularmente quando os sotaques portugueses e africanos que referi não parecem ter lugar cativo nos canais de TV a que tenho acesso, e esses falam Português!

 

Creio que jornalistas portugueses até devem ficar ofendidos por serem preteridos. O caso do brasileiro na TVI/CNN-P a comentar futebol é um exemplo extremo, pois dá a ideia que se esgotou em Portugal quem saiba falar do assunto!

 

Aliás, quando um canal aqui em Toronto adquiriu uma meteorologista com pronúncia australiana, pode crer que eu protestei...

 

O Português falado já sofre de tantos erros...

 

E bem basta a falta de respeito pela audiência que leva a cair no Inglês fácil, em parte pela perda de vocabulário, causando até asneiras devido a não saberem o significado das palavras (ouvi uma comentadora que quando falava do Suez, lembrou o caso dum barco que entupiu o canal, e disse que era um verdadeiro "checkpoint", quando tal seria um "bottleneck").

 

Qual a necessidade de usar alguém que nem fala o Português correcto, e que em qualquer momento pode dizer uma "brasileirice"?

 

Eu nasci com inclinação para lógica (levou-me aos computadores) e Línguas (passou de entretenimento a conhecer a fundo o Inglês, a falar Italiano além de Castelhano e Francês, e saber o suficiente de Alemão; as minhas maiores peneiras vêm de me ter ensinado mais que o suficiente Russo, antes de haver Internet).

E sou compreendido em muita coisa de várias outras línguas estranhas, sem pretender que as falo minimamente, só por diversão. Até o tradutor do Google me entende, e isso tem utilidade neste país de imigrantes.

 

Mas o que interessa aqui é que quero fazer o que posso para proteger o verdadeiro Português da influência do Brasileiro, e que não seja considerado "variedade europeia", como me escandalizou a professora Dr.ª Sandra Duarte Tavares, pois assim caracterizou o meu Português original, enquanto assessora da Língua (!) na RTP.

 

Ofenderam-me, insultaram-me, tanto o PM como o PR: um disse que até gostaríamos de falar com o sotaque brasileiro, e o outro lembrou-se de imitar (mal) a fala brasileira, enquanto Chico Buarque ficou de boca aberta a pensar sabe-se lá o quê do indivíduo...

 

Pois lembro-me de dois casos:

Num jogo amistoso entre não me lembro quem e um Benfica em que entraram Ricardo Araújo Pereira e Fernando Mendes, o Ronaldo (o original, chamado "Fenômeno" pelos brasileiros - com ô) magoou-se, foi para o banco e foi entrevistado: Lesionou-se? Hem? Lesionou-se? Heeeem? Machucou-se?

Aí ele finalmente entendeu...

 

E recordo que a propósito de não sei quê, no Brasil, perguntei a uma pessoa: mas que explicação lhe dão a si?

Nada de resposta até eu modificar a pergunta...

O 'lhe' e o 'a si' não faziam parte do entendimento da Língua da pessoa...

 

Isto está indecentemente comprido, mas eu queria apresentar os meus argumentos duma maneira mais completa, que não têm nada a ver com xenofobia (aprecio, por exemplo, o Português que ucranianos falam).

E tenho a certeza de que mais tarde vou lembrar-me de mais que podia ter escrito...

 

Cumprimentos,

Carlos A. Coimbra,

Toronto»

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:14

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Sábado, 16 de Setembro de 2023

Não é verdade que o Português foi a língua-líder nos exames de acesso a universidades dos EUA, em 2023. A verdade é que foi a Variante Brasileira do Português que liderou, à qual, erradamente, chamam “português”

 

Andam por aí a vender gato por lebre, ao dizerem que o “português” registou o maior número de inscrições, batendo línguas como o Russo ou o Árabe, que integram o National Examinations in World Languages, conferindo créditos para acesso ao ensino superior nos EUA. E para chegarem aí chamam à Variante Brasileira do Português, Português, e depois a comunicação social portuguesa, sem o mínimo espírito crítico, diz que sim, e propaga a mentira, que muitos acham que é verdade, mas NÃO é.

Simplesmente, NÃO é.

 

Sabe-se que nos EUA existe uma colónia brasileira muito superior, em número, à colónia portuguesa. Daí que, seguindo uma política expansionista do vale tudo da Língua que se fala e escreve no Brasil, esta comunidade brasileira, que se apoia na muleta europeia, sem a qual não conseguiria impor-se, dá aulas do que denominam “português”, enganando, assim, os mais incautos. E a isto chama-se USURPAÇÃO de Património CVultural Imaterial alheio.

 

É preciso que se saiba o seguinte: a Língua oficial do Brasil denomina-se Portuguesa, unicamente por conveniência política. A língua, de facto, no Brasil, é a Brasileira, reconhecida por milhões de brasileiros, desde os tempos em que por lá andei a estudar. O Brasil jamais conseguirá singrar sem a sua MULETA europeia, daí continuar a fingir que existe um português do Brasil. NÃO há. O Português, que os Brasileiros herdaram [poderiam ter escolhido o Tupi-Guarani, depois da independência], foi completamente deslusitanizado, logo, já não é Português.

 

Além disso [mulher] tem outra coisa [para relembrar um marco da cultura musical brasileira (***)]: a deslusitanização foi de tal ordem que, no Brasil, e passo a citar: «Há alguns anos, o Ministério da Educação resolveu mudar os currículos e a metodologia do ensino da Língua Portuguesa. Até o nome da disciplina foi modificado oficialmente: saiu o Português dos programas e deu lugar à Comunicação e Expressão.» inDestratando o Português” – capítulo do livro «A Brasilidade dos Portugueses», págs. 144/145, de A. Gomes da Costa [falecido presidente do Real Gabinete Português de Leitura], crónica escrita em 20/08/2001.

 

E isto é um facto, mais do que comprovado.

 

É de lamentar que tenhamos uns governantes que, sofrendo de um brutal complexo de inferioridade, optam pela ignorância, acreditando nas baboseiras que uma esquerda brasileira ignorante anda por aí a espalhar, e que uma comunicação social portuguesa, muito servilmente (ou deverei dizer rendida ao deus pataca?), anda por aí a dizer ÁMEN.

 

Isabel A. Ferreira

 

(***) A Cultura Brasileira é riquíssima, a Variante Brasileira do Português também é riquíssima. Haverá necessidade de andarem a USURPAR o Português, que pertence à Cultura Portuguesa, para se imporem ao mundo? Não havia necessidade alguma, apenas por uma  secreta maldade o fazem . A cada Povo o que lhe pertence: a Portugal o que é de Portugal – o Português), e ao Brasil o que é do Brasil – a Variante Brasileira do Português. 

 

Português e Brasileiro.png

***

 

Eis um comentário com uma súmula perfeita do que realmente se passa, em relação a esta questão da Língua.

Daí que o tenha apensado ao meu texto, para que chegue a mais pessoas, porque, nem todos os que lêem o texto, lêem os comentários, no que fazem muito mal, porque, por vezes, nos comentários está escondida muita verdade.

Muito obrigada pelo esta sua análise, que condiz perfeitamente com a mais pura realidade.

Quanto aos totós alegres, penso que eles estão quase todos na classe política, na classe docente e na classe jornalística, porque o Povo não pensa, pelo menos, não pensa no que é essencial, e porquê? Porque não o INFORMAM, nem o FORMAM.

No meu tempo de Jornalismo, no activo, o lema era INFORMAR, FORMANDO.

Hoje, é o que se vê: uma subserviência bacoca ao Poder também bacoco.

 

***

Anónimo comentou o post Não é verdade que o Português foi a língua-líder nos exames de acesso a universidades dos EUA, em 2023. A verdade é que foi a Variante Brasileira do Português que liderou, à qual chamam, erradamente, “português” às 17:39, 16/09/2023 :

 

Aos brasileiros falta-lhes o conhecimento do que é Portugal e da sua cultura, boa ou má, mas portuguesa e, ao mesmo tempo, qual o contributo que Portugal deu ao Brasil para que hoje seja o império territorial que é, ou seja: metade do território de toda a América do Sul. A maioria desconhece a história do Brasil e não sabe falar Português porque os brasileiros estão independentes há duzentos anos e não ensinaram o Português aos seus cidadãos e no princípio do século XX não quiseram aceitar o estudo e a dinâmica linguística que Portugal imprimiu à sua própria língua. Basta ler Cândido de Figueiredo, membro da Academia de Lisboa e autor do dicionário de Língua Portuguesa de seu nome, para concluir que uma certa casta brasileira de iluminados não aceitava que Portugal desse orientações à sua própria língua e Portugal respeitou essa não aceitação. Agora, no último quartel do século XX, os brasileiros vendo no que se tinham metido, para ganhar tempo, propuseram a Portugal essa iluminada ideia de uniformização de ortografia mas com uma percentagem quase nula para eles e a grande percentagem de alteração para nós. Todos estes pormenores são quase desconhecidos da grande maioria dos portugueses. Portanto, há gato escondido com rabo de fora e a maioria dos portugueses são eufóricos com coisas pequenas e têm pouco jeito e rigor para analisar as coisas. Resultado: somos uns tótós alegres.
 
publicado por Isabel A. Ferreira às 16:15

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Segunda-feira, 20 de Março de 2023

As duas Línguas Oficiais de Portugal estão em vias de extinção. O que estão efectivamente a fazer os “desacordistas” para as DEFENDER?

 

Por exemplo, o que fizeram ou estão a fazer objectivamente as “conhecidíssimas personalidades” e os “parceiros oficiais” que constam da lista do ACORDO ZERO - iniciativa independente de incentivo à rejeição do AO90, criada em 10 de Julho de 2021, no Facebook?

Ver lista neste 
aqui

 

A Língua Portuguesa está moribunda, e a sua morte iminente deve-se não só aos governantes portugueses, que CEGAMENTE rastejam aos pés de quem a destruiu com um objectivo dos mais abjectos, como também à INACÇÃO daqueles que dizem ser contra este incompreensível, inacreditável e inútil acordo, mas NÃO passam das palavras às acções. E com palavras não levaremos a água ao nosso moinho. E os que estão a fazer alguma coisa, precisam de fazer muito MAIS.  


Por sua vez, a segunda Língua Oficial de Portugal, a  Língua Mirandesa está em risco de desaparecer, e  aguarda ratificação da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias, que enumera uma série de premissas com que os Estados-membros, entre eles Portugal, se comprometem para “a salvaguarda e defesa das várias línguas minoritárias”. Ora neste caso, Portugal, como em tudo o resto, anda a passo de caracol, e, por este andar, o Mirandês, que devia ser aprendido, tal como o Português, nas escolas portuguesas, está também em vias de extinção. Apenas os péssimos políticos NÃO estão em vias de extinção.

 

E com que Língua Portugal entrará no futuro? Com a Variante Brasileira do Português? Aquela que, devido a um ensino altamente ineficaz e defeituoso, se tem degradado a olhos vistos, estando a ser disseminada pela Internet como sendo “língua portuguesa”, mas com bandeira brasileira?

 

O erro já foi cometido, mas ainda vamos muito a tempo de o reparar. Para tal, é necessário que as figuras públicas, mais divulgadas nos média ou com acesso a eles, como  escritores, músicos, cantores, professores ou ex-professores, actores, políticos, poetas, ensaístas, tradutores, jornalistas, cineastas, advogados, juristas, juízes-conselheiros, historiadores, linguistas, humoristas, filólogos, revisores, autores, investigadores, aprendizes d’escrita, editores, embaixadores, livreiros, agentes culturais, explicadores de português, enfim, todos os que constam da lista abaixo apresentada (e também todos os que não constam, mas são anti-AO90) da INICIATIVA ACORDO ZERO, se UNAM numa acção que aqui vou apresentar, para instar o presidente da República Portuguesa a cumprir o seu DEVER, ou seja, a ANULAR o AO90, e devolver a Portugal a grafia portuguesa.

 

O que PROPONHO é que se estiverem de acordo com o texto/apelo, dirigido a Marcelo Rebelo de Sousa, mais abaixo reproduzido, o subscrevam, enviando os vossos nomes e profissões (ainda que já na reforma), para o e-mail do Blogue isabelferreira@net.sapo.pt e quando tivermos um número considerado razoavelmente suficiente de subscritores encaminhá-lo-emos para  o site da Presidência da República. Podem dar outras sugestões para o texto, ou para a acção, PORÉM, o fundamental é que FAÇAMOS alguma coisa, se quisermos SALVAR a Língua Portuguesa. Ela está a com os pés na cova, mas ainda vamos a tempo de a salvar. É só QUERER e AGIR.

 

Atentem nesta notícia, do Jornal Observador:

 

«Exame de Português para acesso a universidades nos EUA tem recorde de inscritos»

 

O exame de “português” do National Examinations in World Languages (NEWL), que atribui créditos para acesso ao ensino superior nos Estados Unidos da América, registou um recorde de alunos inscritos e é já o idioma líder nesse segmento, segundo fontes oficiais, ultrapassando o Russo, o Coreano e o Árabe.
 

Esqueceram-se, porém, de dizer o principal: essa linguagem, a que chamam “português” é a Variante Brasileira do Português. Nos EUA o que mais há é brasileiros a leccionar a Variante Brasileira da nossa Língua. Desses cursos os alunos sairão a falar Bráziu e não, Brâzil, e a escrever “onipresente”, “umidade” “exporte”, “trem”, “tornozeleira eletrónica” e NÃO, omnipresente, humidade, desporto, comboio, pulseira electrónica ( = bracelete OU dispositivo usado geralmente no tornozelo, que transmite sinais em radiofrequência e permite a vigilância de determinada pessoa em local previamente definido).


Não sei qual é a vossa opinião. A minha, é que estão a USURPAR a Língua de um País livre e soberano, ALTERANDO-A, tendo o desplante de continuar a chamá-la “portuguesa”, fazendo isto parte de um objectivo abjecto, já em curso.

 

E isto com a cumplicidade dos governantes portugueses, acolitados pelos que os SERVEM acriticamente, cegamente, servilmente.

 

Ver notícia aqui:

https://observador.pt/2023/03/18/exame-de-portugues-para-acesso-a-universidades-nos-eua-tem-recorde-de-inscritos/

 

Vamos tentar SALVAR, a SÉRIO, a NOSSA Língua?

 

Isabel A. Ferreira

 ***

Apelo a enviar a Marcelo Rebelo de Sousa, da autoria de um jurista, para apreciação e subscrição.

 

SÍMBOLO.png

 

 

Dirigimo-nos a Vossa Excelência apelando à Sua intervenção no sentido da defesa da Língua Portuguesa, tal como esta nos surge definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa.

 

Permita-nos, Vossa Excelência, o exercício do nosso dever cívico e obrigação de invocarmos a Lei Fundamental, designadamente no que tange aos deveres e obrigações que dela decorrem para todos os agentes do Estado, e, em especial para o Presidente da República, enquanto primeiro e máximo representante do Estado. Estado a quem cabe, nos termos da alínea f) do artigo 9.º também da Constituição da República Portuguesa “[a]ssegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da Língua Portuguesa”.

 

Bem sabemos, Excelência, que, nos últimos anos, em concreto desde que o Estado impôs aos portugueses a aplicação de uma grafia que consideramos inconstitucional, tais deveres não têm sido cumpridos.

 

Esta não é uma questão de somenos importância. É um imperativo de cidadania. É um dever que nos é imposto pela Constituição da República Portuguesa. Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico -- a Língua Portuguesa -- da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados.

 

Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção, defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa.

 

Apelamos a Vossa Excelência que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de História.

 

Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943.

 

Apelamos-lhe, Senhor Presidente da República, que proporcione às nossas crianças a possibilidade de escreverem conforme a grafia da sua Língua Materna –  aquela que foi também a Língua Materna de Gil Vicente, Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Fernando Pessoa, Fernando Campos, Luís Rosas, Altino do Tojal, Luísa Dacosta, Fernando Dacosta, José Saramago e tantos, tantos outros, cujas obras estão a  ser acordizadas, num  manifesto insulto à Cultura Culta Literária Portuguesa – ao invés de numa grafia desestruturada, incoerente e desenraizada das restantes Línguas europeias, as quais também estão a aprender (Inglês, Castelhano, Francês).

 

Apelamos a Vossa Excelência, ao Presidente da República Portuguesa, mas, também, ao académico e cidadão Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, que recuse deixar às gerações futuras, como legado para a posteridade, a renúncia da nossa Língua, da nossa Cultura, da nossa História, de quase nove séculos.

Apelamos, em suma, a Vossa Excelência, que seja reconhecido e revertido o gravíssimo erro cometido e por via do qual o Estado Português adoptou o Acordo Ortográfico, anulando-o, e restituindo a Portugal e aos Portugueses a sua Língua.

Com os nossos melhores cumprimentos,

(Nome dos subscritores)

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:44

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Quarta-feira, 17 de Janeiro de 2018

Que Português para a ONU?

 

ONU.jpg

 

Na entrevista feita pelo acordista Jornal Expresso a Luís Faro Ramos, presidente do “Camões” – Instituto da Cooperação e da Língua (mas qual língua?) li que fazer do Português uma das línguas oficiais da ONU é uma aposta estratégica do Governo (mas qual governo?). E esta foi uma das razões que levaram Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios dos Estrangeiros, a nomear pela primeira vez um diplomata para dirigir o instituto que tutela a língua e a cooperação.

 

E aqui colocam-se algumas questões: o tal “Camões” que agora é cooperador dos verdugos da Língua Portuguesa, nesta questão, estará a servir os interesses de quem? De Portugal, como Estado soberano e independente de influências estrangeiras, ou do Portugal subserviente aos interesses do Brasil?

 

É que a Portugal só interessa apresentar na ONU a Língua Materna Portuguesa, na sua versão culta e europeia, para não destoar das restantes Línguas Maternas cultas (algumas europeias) que fazem parte das línguas oficiais da ONU, a saber: o Inglês (de Inglaterra e não das ex-colónias); o Francês (de França e não das ex-colónias); o Chinês (o mandarim e não nenhum dos dialectos chineses); o Espanhol, (de Espanha e não das ex-colónias); o Árabe culto e não nenhuma das suas variantes; e o Russo, Língua Materna da Rússia e de vários outros países da Eurásia, e não nenhuma das suas variantes.

 

Ora não podemos apresentar na ONU outra língua que não seja a Língua Materna de Portugal, que é a Língua Portuguesa na sua versão falada e escrita, culta e europeia, e não na variante ortográfica brasileira que tem implicações com a oralidade (por exemplo, os que escrevem “direto” terão forçosamente de ler “dirêto”, sob pena de estarem a pronunciar mal o monstrinho ortográfico), e a qual andam a impingir aos Portugueses.

 

Sabemos que a aposta estratégica do Governo é a de apresentar à ONU a versão brasileira da Língua Portuguesa, no que respeita à ortografia, até porque foram os Brasileiros que tiveram a ideia primeiro, porque acham que eles são milhões, e nós, os outros escreventes e falantes lusófonos, que incluem os Angolanos, Moçambicanos, Timorenses, Cabo-Verdianos, São-Tomenses e Guineenses somos apenas milhares. Por isso, é tão importante para Santos Silva que os portuguesinhos aceitem o AO90 sem barafustar. A negociata passa por este pormenor. Por isso, o nosso ministro dos negócios DOS estrangeiros anda tão empenhadíssimo nesta negociata, e o “Camões” (quanto desprestígio para o Poeta!) ajuda a esta “missa (ão)”.

 

Portugal não pode impor-se internacionalmente com uma variante da Língua Portuguesa. Seria o desprestígio total. E penso que a ONU descartará essa possibilidade, a exemplo do que já fez o Vaticano: a Língua Portuguesa deixou de ser língua de trabalho na Cúria Romana, por ter perdido o seu cunho de língua culta europeia...

 

(Ler notícia aqui)

 

A Santa Sé fartou-se do Acordo Ortográfico 1990

 

Lusofonia: bispos lamentam suspensão do uso da Língua Portuguesa nos processos de canonização

 

Seria uma vergonha, um país europeu impor-se internacionalmente com uma variante ( = dialecto) da Língua Portuguesa, e não com a Língua Materna, como todo os outros países.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:42

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ACORDO ZERO é uma iniciativa independente de incentivo à rejeição do Acordo Ortográfico de 1990, alojada no Facebook. Eu aderi ao ACORDO ZERO. Sugiro que também adiram.
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