Domingo, 5 de Janeiro de 2025

Trasladação de Eça de Queiroz para o Panteão teve manifestação de indignação, mas o mundo não soube...

 

Para que conste, aqui deixo o cartaz da indignação, e o meu repúdio por esta afronta à memória de Eça de Queiroz.

O Ano de 2025 começou mal, com atitudes políticas incompreensíveis.

Eça merecia honras de Panteão, se não pertencesse à terra, ao chão, à simplicidade das serras...

Muito, muito lamentável, obrigar Eça, depois de morto, a ir plantar-se num lugar que recusaria, se lhe tivessem perguntado...

E isto não se faz a um nome maior da Literatura Portuguesa...

 

Eça não pertence aos políticos, mas ao Povo, que o lê, que o venera, como um dos nomes maiores da Literatura Portuguesa.

Só quem não lhe conhece a Obra e o Pensamento é que pode considerar que ele gostaria de ter os seus restos mortais no Panteão Nacional. 

Lamento que Afonso Reis Cabral, presidente da Fundação Eça de Queiroz, trineto do escritor, não tivesse alcançado o erro que cometeu ao ter cedido aos políticos, caindo na armadilha das honras que Eça NÃO vai buscar ao Panteão, porque não precisa delas.

 

Não é o Panteão que fará Eça ser o que sempre foi, na sua Sepultura, simples, sempre bem cuidada e visitada por tanta gente, em Santa Cruz do Douro, em Baião.

No Panteão, terá a visita provavelmente de turistas, que nunca o leram.

Talvez um dia, numa outra volta da existência, Eça possa regressar a Baião, e Tormes volte a ser o lugar de Eça.

 

Isabel A. Ferreira


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publicado por Isabel A. Ferreira às 19:49

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Domingo, 20 de Dezembro de 2020

«O grande Eça no Panteão Nacional?»

 

Subscrevo este texto de João-Afonso Machado, publicado no Blogue Corta-Fitas.

 

Por tudo o que conhecemos do carácter de Eça de Queiroz, ele jamais desejaria que a sua ossada repousasse no Panteão Nacional. Eça está acima dessa vã vaidade, além de que Tormes é o lugar ideal para acolher um corpo que deu guarida a um espírito que, se existisse nos dias de hoje, demoliria os que, para proveito político, pretendem desalojá-lo da paz da sua sepultura, varrida pelos ventos…

 

Contudo, como refere João-Afonso Machado, a derradeira palavra pertencerá à Família Eça de Queiroz.


 Isabel A. Ferreira

 

Eça de Queiroz.jpeg

 

Por João-Afonso Machado, em 19.12.20

 

«O grande Eça no Panteão Nacional?»

 

«Está na ordem do dia: os restos mortais de Eça de Queiroz, pretende o Governo de Costa trasladá-los para o chamado Panteão Nacional.

 

O grande Eça, caso não saibam - e muitos não saberão... - morreu em Neuilly, França, e foi o cabo dos trabalhos para o trazer para Portugal, onde foi sepultado nos Prazeres, Lisboa, e, posteriormente, levado para Tormes, em Santa Cruz do Douro.

 

Ali repousa na sua merecida paz, longe da política e de todos os Abranhos deste mundo.

 

Agora, manifesta o Governo a sua vontade em o levar para o Panteão Nacional. Onde jazem figuras várias, nenhuma com a sua visão da política, do mundo e da Arte. Aliás (sem procurar apoio historiográfico), arrisco dizer - quase todos os sepultos no dito Panteão, far-se-iam mais depressa em nada se Eça sobre eles escrevesse...

 

Eu suponho - e espero! - a derradeira palavra caiba à Família Eça de Queiroz. E contra a Família Eça de Queiroz, é óbvio nada tenho a contradizer. Tenho é algumas ideias na cabeça. Por exemplo:

 

- Os governantes da época de Eça não perderam muita atenção com a sua morte. Só devido aos esforços de alguns amigos dele, atribuiram uma "pensão de sobrevivência" (aliás, de extrema necessidade) à viúva,  a Senhora Dona Emília de Castro, e aos Filhos;

 

- Os ditos Filhos perderam essa pensão em virtude das suas convicções monárquicas, pelas quais se manifestaram nas "Incursões" de 1911-12;

 

- Eça, monárquico que foi, é lido da frente para trás, assim se esquecendo os seus romances A Cidade e as Serras, e A Ilustre Casa de Ramires, entre outros escritos do maior significado;

 

- Eça, confrontado com esta III República morreria do primeiro mal que lhe desse. Calcula-se que esse mal seria a própria enunciação do termo - "III República". É só imaginar o grande Eça em conversa com o Eduardo (Dâmaso) Cabrita;

 

- Pensando em As Farpas, Ramalho acompanhá-lo-ia, também, em tal desterro no Panteão. Mas Ramalho, politicamente, não é tão sonante. Mais a mais, sobreviveu à Monarquia e (in Últimas Farpas) escreveu - «A República continua dando ao mundo o mais inacreditável espectáculo - existe»...

Costa quer popularidade. Eça, que na História vai imenso mais além deste batoteiro, quer sossego. Está bem em Tormes, e recomenda-se. Por isso... Vamos todos zurzir bengaladas nestes Palmas Cavalões (e cavalonas...) da sacanice governamental. Pelo inesquecível e inigualável Eça de Queiroz.»

 

Fonte: 

https://corta-fitas.blogs.sapo.pt/o-grande-eca-no-panteao-nacional-7168155?view=35892891#t35892891

Nota: clicar no link para ler os comentários ao texto, porque vale a pena.

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:59

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