E eu só posso concordar com ele.
É que a ESTUPIDEZ é como a pastilha elástica: quando se cola em alguma coisa é difícil de remover.
Por isso, é que depois de tanto se ter já provado, por A + B, que o AO90 bem como a pirosíssima “linguagem inclusiva” são coisas absolutamente estúpidas, elas continuam a ser mascadas e atiradas, por aí, e não há guindaste que consiga removê-la desta nossa desventurada sociedade, que está a estupidificar-se de um modo vertiginoso, com o aval dos que, dentro dos Palácios de São Bento e de Belém, conservam essa pastilha elástica como se fosse um jarro de fina porcelana, para ornamentar os salões.
Como poderemos remover essa pastilha elástica da nossa vida e devolver a Portugal a LUCIDEZ?
Alguém tem alguma ideia?
Isabel A. Ferreira
***
«A era da estupidez»
(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 26/08/2022)
(…)
4 - As duas primeiras vezes que me deparei de caras com a agora chamada “linguagem inclusiva” aconteceram no Brasil e apenas me fizeram sorrir, longe de imaginar que mais tarde se tornaria moda e que de moda passaria a certidão de bom comportamento cívico e daí a quase imperativo — tão inútil, tão absurdo e tão idiota quanto o ridículo Acordo Ortográfico da língua portuguesa: o mais patético e humilhante documento jurídico alguma vez assinado por um Governo português.
A primeira vez, aconteceu estava eu a fazer um filme de 60 minutos para a RTP sobre a história da colonização portuguesa da Amazónia — (um projecto editorial que hoje, apenas pelo seu objecto, obviamente não seria autorizado). E estava então em trânsito numa daquelas cidadezinhas amazónicas com nomes do Ribatejo — Santarém ou Almeirim, já não recordo —, quando uma noite me deparo com um comício eleitoral para a prefeitura local, a decorrer numa praça ao ar livre. Sobe ao palanque um candidato com pinta de jagunço dos livros do Jorge Amado, bate três vezes no microfone para se certificar que funcionava, e começa: “Meus povos…” Porém, detém-se, olha a plateia, faz uma pausa e recomeça. “E minhas povas.” Estávamos em 1987.
A segunda vez aconteceu vários anos depois, em Brasília, quando fui entrevistar Dilma Rousseff, acabada de ser eleita Presidente do Brasil. Antes de entrar para a entrevista, uma sua assessora perguntou-me se eu estava ciente de que a Presidente Dilma gostava de ser tratada por “presidenta”. Na verdade, eu já tinha ouvido uns zunzuns sobre isso, mas fiz-me de parvo: “Sabe, eu falo português de Portugal. E lá, o substantivo presidente não tem género, tanto se aplica a um presidente homem como mulher. Se eu tratasse a presidente Dilma por ‘presidenta’, teria de tratar um Presidente homem por ‘presidento’. E, mais ainda: a senhora, por exemplo, teria de tratar o polícia federal que está ali fora por ‘senhor polício’.”
Ler artigo completo aqui:
E Maria do Carmo Vieira diz mais:
«Os partidos na Assembleia da República têm de ter consciência de que o processo do Acordo Ortográfico é fraudulento e está a intervir na escola e na sociedade de uma forma extremamente nociva.» (RTP3, 18/12/2019).
De que estão à espera para extinguir o AO90? Que Portugal caia no ridículo, mais do que já caiu, por andar a enganar as crianças com a aprendizagem de uma Língua assente numa grafia estrangeira, que não o identifica como uma Nação independente?
E que 2020 seja o ano em que Portugal possa recuperar a sua Linguagem e o tempo perdido com algo que não passa de uma gigantesca fraude. E, sobretudo, que as crianças portuguesas possam, finalmente, aprender a sua Língua Materna integralmente.
Além disso, há que pôr mãos à obra e encher a Internet com textos grafados à portuguesa. Eu já estou a contribuir para isso. Façam o mesmo.
Para ouvirem o vídeo cliquem no link:
https://www.facebook.com/TradutoresContraAO90/videos/2750086508370569/
Nada mais verdadeiro. E como há tanta gente feliz neste nosso desgraçado país!
Não é por falta de informação lúcida que os que podem e mandam promovem a idiotice, alegremente...
«A idiotização da sociedade, através da satisfação imediata do presente é necessária para que cada indivíduo suporte, sem questionar, todas as enormidades e aleivosias dos poderes instalados.» (Maria do Rosário)
Um texto lúcido, de uma professora do 2º Ciclo do Ensino Básico
«E vemos um povo tão comprometido com o sistema estabelecido, que é incapaz de pensar em alternativas contrárias ao que é imposto. E o poder insiste em entreter a partir de um vazio vernáculo, aumentando uma falsa preocupação social para que a estupidez, a vulgaridade e a insensatez se encarem como normais e nos incapacitem de consciência crítica da realidade.
Numa conversão brutal mas eficiente da sociedade, temos o futebol como maior exemplo, qualquer comportamento desagradável, qualquer “lixo” televisivo e toda a histeria e desrespeito em espectáculos são considerados comportamentos positivos. A idiotização da sociedade, através da satisfação imediata do presente é necessária para que cada indivíduo suporte, sem questionar, todas as enormidades e aleivosias dos poderes instalados. Talvez por isso se assista à tentativa de fazer quase desaparecer nas escolas, a disciplina de História, pois nesta tentativa de esvaziar mentes, não existe nem história nem futuro, só o presente. Desta forma temos um poder corrupto a tentar convencer um povo, que a opressão, a pobreza, o trabalho e salário precários, o quase desaparecimento da classe média, o abismo entre os milionários e os que vivem abaixo do limiar da pobreza, o roubo descarado dos políticos e afilhados, são perfeitamente normais e necessários e que é impossível mudar. Então surge a cantiga para “boi dormir” de que é muito triste mas sempre houve pobres e ricos, oprimidos e opressores e sempre haverá, não se pode fazer nada.
Já no século XVI, La Boétie, no seu pequeno tratado de servidão voluntária, declara que “a maioria dos tiranos perdura apenas por causa da aquiescência dos próprios tiranizados”.
Desta imbecilidade e ignorância a que nos deixamos sucumbir, nascem despudoradamente os maiores vigaristas, os maiores corruptos de toda a escória da humanidade, os políticos.
Não me admira a caça “às bruxas” que se faz hoje aos professores, à educação, à escola, como se fez sempre desde os primórdios da humanidade, a todos os que podiam fazer nascer pensamentos, novas ideias, capacidade crítica. Senão, façam uma incursão a outros tempos…
Maria do Rosário
Professora do 2º Ciclo do Ensino Básico
Fonte:
. Miguel Sousa Tavares vinc...
. Professora Maria do Carmo...
. «O imbecil é sempre feliz...