Quem tiver a oportunidade de ver ou rever, veja ou reveja o princípio da entrevista, que o presidente da República, que NÃO o é da República Portuguesa, deu à TVI.
- A prioridade foi para o livro infantil, para as crianças, e sabemos que os livros infantis são TODOS acordizados, inclusive as novas edições de autores que abominavam o AO90, como, por exemplo, Sophia de Mello Breyner (como foi possível os filhos permitirem tal insulto à sua memória?).
A aposta foi para as crianças e para os jovens porquê?
Porque, para os acordistas, são as crianças e os jovens que transportarão a semente da Variante Brasileira do Português, que Marcelo tanto quer ver enraizada em Portugal, chegando, para tal, a violar a Constituição da República Portuguesa, algo que o governo e Parlamento também fazem, todos a mando do algoz-mor da NOSSA Língua, o qual, para tal, elaborou uma cassete, que circula por aí, arrastando uma repugnante mentira, esperando que essa mentira repetida milhares de vezes passe a ser verdade. Porém, esquecem-se eles de que a verdade é mais poderosa do que a mentira. A verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima. E mais dia, menos dia, essa verdade virá ao de cima, e os mentirosos serão desmascarados.
- Marcelo recomendou aos PAIS das crianças para levarem este e mais aquele e mais aqueloutro livro, e os Pais foram a correr comprá-los como carneirinhos: acriticamente. É nisto que Marcelo Rebelo de Sousa aposta, para que a Língua Portuguesa seja destruída.
Esta sua obsessão pelo Brasileiro, e o DESPREZO que ele votou a um Grupo Cívico de cidadãos que lhe enviaram um APELO, para que cumprisse a alínea 3ª, do artigo 11º da Constituição da República Portuguesa [voltarei a este assunto para dar mais pormenores anormais acerca deste desprezo] fez-me lembrar o que disse Alexandre Soljenitsyne, preso político do regime comunista soviético. As suas obras revelaram ao mundo as atrocidades cometidas nos gulags, campos de concentração soviéticos, onde morreram milhares de pessoas: «Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes».
Estamos a ver Portugal a esvair-se, a ser entregue a estrangeiros, porque, na verdade, a política orquestrada pelos decisores políticos portugueses é a de destruir o Povo Português. E como se destrói um Povo? Destruindo a sua LÍNGUA, os seus valores, a sua História, a sua Cultura, enfim, as suas RAÍZES, plantando novas sementes que podem levar à extinção o Povo que uma indigna facção de apátridas, metidos lá no seu latíbulo, está a tentar destruir.
Imagem de Soljenitsyne: AFP via Getty Images
Como posso calar-me, perante esta ignominiosa tentativa de implantarem em Portugal uma linguagem que NÃO identifica Portugal?
Isabel A. Ferreira
Hoje, dia 23 de Abril, comemora-se, por todo o mundo, o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, criado na XXVIII Conferência Geral da UNESCO que ocorreu entre 25 de Outubro e 16 de Novembro de 1995, para promover o prazer da leitura, a publicação de livros e a protecção dos direitos autorais.
Porquê 23 de Abril? Porque foi no dia 23 de Abril de 1616 que morreram dois grandes nomes da Literatura Universal: William Shakespeare e Miguel de Cervantes.
E em Portugal? O que há para celebrar em relação aos livros que hoje se publicam, por aí?
Esta é uma pequeníssima amostra da minha Biblioteca, que acolhe várias colecções e edições antigas, outras mais modernas, publicadas, por exemplo, pelo Jornal Público (que se mantém fiel à grafia portuguesa); ou pela Visão e pelo Expresso, no tempo em que estes ainda publicavam em grafia portuguesa; obras completas autografadas, de autores contemporâneos; obras completas dos clássicos portugueses e de estrangeiros (neles estando incluídos os meus preferidos autores lusógrafos); livros de História e das Ciências auxiliares da História, Filosofia, Política, Ciência, Religiões, Poesia, Arte, Literatura, Biografias, Dicionários, Prontuários, Gramáticas, Enciclopédias, enfim, um mundo de livros, que é o meu verdadeiro mundo.
Porém, na minha Biblioteca não entram obras acordizadas, ainda que fique com colecções de obras de autores contemporâneos, por completar; e como era (já não sou mais, por já não haver no mercado obras com qualidade linguística, que me seduzam, exceptuando os autores de renome, que não se renderam ao modismo linguístico, ou os publicados por editoras com verdadeiro brio profissional, que são uns oásis no meio do deserto editorial português), dizia eu, como era uma compradora de livros compulsiva, hoje, tenho um acervo de boas obras ainda por ler, e se não fizesse mais nada na vida, e me pusesse a ler de manhã à noite, teria leitura, com prazer, até ao fim dos meus dias, e, ainda assim, deixaria, com muita mágoa minha, aliás, como vou deixar, várias centenas ainda por ler.
Hoje, o que há para celebrar neste dia 23 de Abril, quando as publicações, as traduções, as revisões dos livros e até algumas escritas estão nas mãos de ignorantes?
Sim, de ignorantes.
E para que não digam que estou a insultar, chamando ignorantes aos que estão a destruir a Língua Portuguesa e a desleixar tudo o que diz respeito à publicação de um livro, algo que deve ser quase sagrado, feito com Arte e Saber, aqui fica o significado de ignorante:
Aquele que não sabe, desconhece, ignora, que não tem conhecimentos, saber, instrução, formação, cultura ou competência em determinada matéria; que não tem conhecimentos teóricos ou práticos em determinado domínio…
E a edição em Portugal, salvo raras e honrosas excepções, não estará nas mãos daqueles que pouco ou nada sabem de Línguas, de traduções, de revisão tipográfica? Daqueles que não têm conhecimentos, nem teóricos ou práticos, da Língua Portuguesa? Daqueles que não têm competência alguma no domínio da Língua, e editam obras sem a mínima qualidade, cheia de erros (e nestes está excluída a grafia brasileira preconizada pelo AO90), erros de todo o género. A edição de livros, hoje, é uma edição descuidada.
No passado mês de Fevereiro, desloquei-me à Feira do Livro do Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, exclusivamente para comprar o livro Gadanha do meu amigo Aurelino Costa, um poeta poveiro que muito aprecio, editado pela Modo de Ler – Centro Literário Marinho, Ldª., cujo lançamento se realizou durante o Correntes, prefaciado por António Cabrita, tudo escrito em boa Língua Portuguesa. Um primor de livro: capa, paginação, grafia e, obviamente, o conteúdo.
Dei uma volta pela Feira. Uma autêntica desgraça. Mas o que mais me feriu, foi ver as obras para a infância, de Sophia de Mello Breyner, acordizadas, pela porto editora, assim em letras minúsculas, à acordês, porque não será mais do que o mês de abril, escrito em minúsculas, também à acordês.
Senti-me insultada. Isto sim, é um verdadeiro insulto, não só à memória de Sophia, como a todos os Portugueses que prezam a Língua Portuguesa.
Soube que, este ano, esta Feira do Livro foi um autêntico fracasso. E eu, que, nesta feira, gastava fortunas em livros, limitei-me a comprar o Gadanha, do meu amigo Aurelino.
Por isso, hoje, Dia Mundial do Livro, celebro a Minha Biblioteca Impoluta, onde não permito a entrada de edições acordizadas.
Isabel A. Ferreira
Texto de Ana Cristina Pereira Leonardo
O Prémio Camões não tem espinhas. Criado em 1989 por iniciativa dos governos de Portugal e do Brasil, visa “consagrar anualmente um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”.
Quanto ao prémio de “Jornalismo Cultural”, instituído pela Sociedade Portuguesa de Autores em 2013, pretende “distinguir personalidades individuais e colectivas (sic) que mereçam reconhecimento devido à divulgação regular do trabalho de autores, artistas e outros agentes culturais, seja ao nível da imprensa escrita, da radiofónica ou da televisiva”.
Este ano, ambos coincidiram num ponto (se escrevesse “aspecto”, veria a palavra passar a “aspeto”, algo que quis evitar para que não se pensasse que pretendo bandarilhar alguém...): tanto o galardoado com o Prémio Camões como o galardoado com o Prémio de Jornalismo Cultural são férreos opositores ao Acordo Ortográfico. Na sua qualidade de deputado, Manuel Alegre foi o único do PS a votar contra; Nuno Pacheco, jornalista do “Público”, tem escrito sobejamente sobre o tema, definindo-se na primeira pessoa como “defensor acérrimo da diversidade da língua portuguesa, nas suas riquíssimas variantes, e adversário do acordo ortográfico de 1990”.
Se citássemos agora Margarida Rebelo Pinto: “não há coincidências”, o argumento não deixaria de ser tão fraco como os seus livros. Porque, realmente, podia ser coincidência. O que já nos obriga a pensar é que, de todos os portugueses contemplados com o Camões a partir de 1995 (os anteriores foram Miguel Torga, 1989, Vergílio Ferreira, 1992, e Eugénio de Andrade, 2001), nem um para amostra veio defender o AO. Manuel Alegre, Hélia Correia, Manuel António Pina, António Lobo Antunes, Agustina Bessa-Luís, Maria Velho da Costa, Sophia de Mello Breyner, Eduardo Lourenço e José Saramago – todos se pronunciaram contra.
Ora isto, sejamos honestos e coincidências à parte, são muitos contra de peso. Ouço vozes. Ah! Tudo escritores antigos! Ah! Mas também o Pascoaes defendia o Y e o Pessoa o PH (***)! A armadilha de tornar a discussão sobre o AO numa discussão entre progressistas e conservadores deu no que deu. Porque, sejamos de novo honestos. O Y de Pascoaes sempre se leu I e o PH de Pessoa sempre se leu F. Agora tentem lá distinguir oralmente “receção” e “recessão” e provem que isto não é desfigurar a língua.
Fonte:
https://www.facebook.com/ana.c.leonardo/posts/10211329527582572
(***) Para dizer que Fernando Pessoa defendia o PH, mas escrevia o seu nome com F (Ambos têm o mesmo som). Então, se tínhamos um F no alfabeto português, por que utilizar o PH dos gregos?
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