1ª questão:
Senhor primeiro-ministro e senhor presidente da República, com todo o respeito, sei que não foram V. Exas. que escreveram a legenda nesta notícia da SIC, mas posso perguntar-lhes se este “ténis” é o de mesa, o de campo, ou simplesmente um calçado a que os portugueses dão o nome de sapatilhas?
É que com esta coisa de obrigarem (fora da lei) os portugueses a substituir a grafia portuguesa pela grafia brasileira, induz os menos instruídos a substituir tudo, a torto e a direito, completamente às ceguinhas…
E já não será tempo de o Governo e o Estado portugueses porem fim a esta colonização da nossa Língua?
2ª questão:
O EgiPto é um país com uma história longa, e por todo o mundo o EgiPto é EgiPto, com o Pê pronunciado, como em egíPcio, egiPtologia, egiPtologista, egiPtólogo.
Os brasileiros pronunciam “Egito” e escrevem “Egito”. E os portugueses imitam-nos, sem saberem o que fazem.
Egito é um nome próprio masculino. Egito, como país, não existe. A grafia brasileira é simplesmente brasileira, e os Portugueses não têm nada que a imitar.
Todos nós, que não somos seguidistas, gostaríamos de saber por que é que as estações de televisão insistem nesta ignorância?
Marcelo Rebelo de Sousa não foi ao Egito, porque o Egito não existe como país. Marcelo Rebelo de Sousa foi a um país chamado EgiPto, grafado com o Pê nas línguas de todo o mundo.
3ª questão:
Tirei a foto seguinte, porque achei piada à palavra proteCção, que normalmente se vê por aí mal escrita, à conta do acordo ortográfico, e que aqui está correCtamente escrita, parecendo entrar pelo ouvido do nosso primeiro-ministro.
E pensei: como seria proveitoso que estas e outras palavras, correCtamente escritas, pudessem entrar pelos ouvidos dos governantes e soassem nos seus cérebros como campainhas, e os alertassem para a urgência de se acabar com este insulto à Língua Portuguesa e às crianças que andam a ser enganadas.
E não se preocupem, as crianças esquecerão rapidamente a grafia estrangeira, e aprenderão com mais propriedade a grafia que é a delas, se lhes disserem a verdade, como eu já disse, e deixei-as de boca aberta e uma até me disse «eu não sabia disso, e isso está mal»…
Pois está mal. Muito mal.
É só terem a coragem de lhes explicar o grande equívoco: e o grande equívoco é acharem que a quantidade se sobreporá à qualidade, e os Portugueses não estão absolutamente nada interessados em entrar na contabilidade dos milhões…
4ª questão:
Posto isto, pretendemos que sejam REPOSTAS todas as consoantes suprimidas, que embora não se leiam, têm uma função na estrutura das palavras, que decidiram mutilar, e exigimos RESPOSTAS às perguntas que diariamente fazemos: o que estão a fazer os tribunais, que não exortam o governo à legalidade? Por que o presidente da República e o governo português fizeram um pacto de silêncio e mantém Portugal colonizado linguisticamente (mas não só?), em prejuízo de toda uma geração, que anda a ser enganada?
Até onde e até quando pretendem continuar com esta insultuosa e vergonhosa farsa?
Isabel A. Ferreira
. AO CUIDADO DE ANTÓNIO COS...