Todos o dizem. Mas onde estarão esses “todos” que, subitamente, desapareceram do mapa da contestação? Já depuseram as armas? A guerra, ainda não a ganhámos, há muitas batalhas ainda por vencer, e os guerreiros, já depuseram as armas?
***
A citação do título desta publicação, é da minha amiga Idalete Giga, uma livre-pensadora que, tal como eu, não tem medo de dizer alto o que pensa. E uma mulher que pensa é uma mulher livre, até quando a atiram para as fogueiras ateadas por tiranos.
Corroboro tudo o que Idalete Giga diz acerca do maldito (des)AO90, numa troca de ideias que tivemos:
«Sempre me causou uma grande perplexidade a obediência cega de editoras, jornais, revistas, panfletos sobre tudo e mais alguma coisa, literatura médica, com péssimas traduções e erros execráveis, os lambe-botas dos canais de Televisão que enojam qualquer cidadão consciente do que é a sua Língua Materna, etc., etc.. Sim, o AO90. Este Linguicídio trágico não pode ter qualquer futuro. Uma revisão do mesmo é pior a emenda que o soneto. O que merece tal desastre linguístico é o LIXO (!) Socratistas, santanistas, cavaquistas e toda a restante corte de traidores e ignorantes terão de assumir o gigantesco erro que foi o maldito (des)AO90. No nosso País, tudo é possível, minha amiga. Em cada dia que passa, fico mais revoltada e perplexa com a imbecilidade que invadiu Portugal e, infelizmente, talvez a maioria do povo português.» (Idalete Giga)
Pois também eu fico revoltada e perplexa com a imbecilidade que por aí anda, como se fosse dona do mundo, amiga Idalete. E a imbecilidade é um vírus tão pernicioso como qualquer vírus da família corona.
E quem podia fazer alguma coisa para evitar todo este desaire, ao redor da Língua, escudou-se e continua a escudar-se na falsa obrigatoriedade da sua aplicação, ou na do ser penalizados, optando por ser cúmplices e não opositores.
E as revoluções não se fazem sem resistência e sem perdas, se bem que, neste caso, nada tivessem a perder, muito pelo contrário, só teriam a ganhar.
Os professores, os únicos que tinham a faca e o queijo na mão, para impedirem o avanço da epidemia ortográfica, que, indesejavelmente, está a assolar a Língua Portuguesa, elegeram o lado errado da História, e nela ficarão como os aliados submissos da destruição da nossa Língua, numa época em que foi mais importante obedecer do que lutar pela nobre missão de ENSINAR. Algo imperdoável.
No entanto, ainda vão muito a tempo de reverter a situação.
Basta gritar: BASTA de tanto desacerto!
Isabel A. Ferreira
O Amor à Língua Portuguesa e a Verdade são as forças mais poderosas nesta questão do AO90, porque os que a ODEIAM, pugnando pela vigente Mixórdia Ortográfica Portuguesa, serão, inevitavelmente, destroçados.
É da defesa da Língua dos Portugueses que trata esta publicação.
Origem da imagem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Seixas_da_Costa
Nota prévia, para contextualizar a minha resposta, à afirmação do Dr. Seixas da Costa:
Há uns dias, publiquei, no meu outro Blogue, um texto da autoria de Paulo de Morais, sob o título «A Partidocracia destrói a Democracia», onde este referiu Francisco Seixas da Costa como “governante do seCtor das obras públicas”, facto que levou Seixas da Costa a refutar:
De Francisco Seixas da Costa a 20 de Março de 2021 às 15:06
Governante do “setor de obras públicas”? Saí há 20 anos do cargo de Secretário de Estado dos Assuntos Europeus. “Setor de obras públicas?”
Responder a comentário | discussão
E eu respondi:
De Isabel A. Ferreira a 20 de Março de 2021 às 16:21
Dr. Francisco Seixas da Costa, não sei se reparou, mas o Dr. Paulo de Morais refere-se ao seCtor das obras públicas. SeCtor das obras públicas. Isto sabemos nós o que é e quem por lá passou.
“Setor de obras públicas?” Que coisa mais estranha...
***
Meteu-se mais um comentário, que não interessa para o caso, e como “anónimo” o Dr. Seixas da Costa disse o seguinte:
De Anónimo a 25 de Março de 2021 às 12:15
Uso sempre o Acordo Ortográfico. Quanto ao assunto em si, ele fica esclarecido pelos factos. Muito obrigado.
Responder a comentário | início da discussão | discussão
E eu respondi:
De Isabel A. Ferreira a 25 de Março de 2021 às 15:25
Que usa sempre o acordo ortográfico, já todos nós sabemos, ou não fosse o senhor um cidadão seguidista. O que é de lamentar, até porque está a contribuir para o empobrecimento, e pior do que isso, para o desaparecimento da Língua Portuguesa no mundo. E todos nós, desacordistas, sabemos o que está por trás do seguidismo dos seguidistas. E, obviamente, serão julgados pela História. Contudo, antes disso, o AO90 cairá de podre.
Quanto ao resto, se está esclarecido, está esclarecido.
***
Foi então que o Dr. Francisco Seixas da Costa enviou este outro comentário, que me mereceu um comentário mais alargado:
Francisco Seixas da Costa respondeu a um comentário no post «A Partidocracia destrói a Democracia» às 00:27, 26/03/2021 :
Não fica claro o que designa sobre “o que está por trás do seguidismo dos seguidistas”. Quanto à língua portuguesa, fiz muito por ela em mais de quatro décadas de serviço público. E defender e seguir o Acordo Ortográfico, que as novas gerações já usam e que vão consagrar no futuro, integra-se precisamente na defesa do papel da língua portuguesa à escala internacional. |
***
Dr. Francisco Seixas da Costa, o senhor sendo quem é, sabe muito bem, tal como todos [eu incluída] os que já investigaram a fraude que dá pelo nome de Acordo Ortográfico de 1990 e as suas obscuras motivações, o que está por trás do seguidismo dos seguidistas. Portanto, nem vale a pena estarmos a perder tempo com explicações extras, porque tal facto, que envergonha Portugal perante o mundo, está mais do que esmiuçado, neste meu Blogue. E como todos nós sabemos também, os piores cegos são aqueles que não querem ver o óbvio.
Vai desculpar-me que lhe diga isto assim, francamente, como é de meu apanágio, o senhor, neste seu comentário, demonstra uma notória INSIPIÊNCIA da Língua Portuguesa, e da sua função como Língua Identitária de um Povo. Nenhum outro país do mundo jamais se rebaixou como Portugal, ao tentar fazer um acordo ortográfico (que é o maior desacordo da nossa História) com uma ex-colónia, tendo prevalecido a VARIANTE ( = dialecto = crioulo) da ex-colónia, em detrimento da Língua-Mãe, apenas porque um punhado de políticos reptilianos, imbuídos de um colossal complexo de inferioridade e de muita ignorância e subserviência à mistura, ditatorialmente, assim o quis, apesar de TODOS os pareceres negativos; de todas as vozes RACIONAIS que se levantaram contra este idiotismo (o AO90 não passa de um acto IDIOTA, não sou a única a dizê-lo); e de todos os pareceres jurídicos que apontam para a inconstitucionalidade e ilegalidade deste (des)acordo. Não esquecer que apenas os seguidistas e servilistas, os acomodados e comodistas, os ignorantes optativos e os medricas portugueses, irracionalmente, usam a mixórdia ortográfica gerada pelo AO90.
Posto isto, o senhor não tem como dizer que fez MUITO pela Língua Portuguesa, em mais de quatro décadas de serviço público, a não ser que esse MUITO venha seguido de POUCO, ou seja, fez muito pouco. Aliás, para ser mais precisa, não fez NADA pela Língua Portuguesa. E sabendo, como sabemos que o “serviço público” é um dos serviços mais descredibilizados da Nação, não tem absolutamente NADA de que se vangloriar, até porque esse MUITO de que fala, fê-lo, sim, pela Variante Brasileira da Língua Portuguesa, como todos nós também sabemos.
E a finalizar, o senhor diz esta coisa que, vindo de quem vem, permita-me que lhe diga francamente, é a maior prova do seu servilismo e seguidismo, porque totalmente desprovido de sentido crítico: «E defender e seguir o Acordo Ortográfico, que as novas gerações já usam e que vão consagrar no futuro, integra-se precisamente na defesa do papel da língua portuguesa à escala internacional».
Pois sobre isto tenho a dizer-lhe o seguinte: quem defende e segue o “acordo ortográfico de 1990”, mais conhecido por “aborto ortográfico”, tão “aborto” que apenas os subservientes portuguesinhos o aplicam (mais nenhum país dito lusófono o aplica) NÃO ESTÁ a defender o papel da Língua Portuguesa (com letra maiúscula, porque a Língua Portuguesa é PATRIMÓNIO da NAÇÃO) à escala internacional, porque, à escala internacional, o que circulará (já circula), por aí, será (já é) a novel Língua Brasileira, com etiqueta portuguesa, mas bandeira brasileira, ou então a vergonhosa MIXÓRDIA ORTOGRÁFICA PORTUGUESA, que não identifica Portugal, porque nada tem a ver com a Língua Portuguesa dos Portugueses. E, como já referi, os piores cegos são aqueles que não querem ver o óbvio.
Quanto às gerações que já usam a MIXÓRDIA ORTOGRÁFICA PORTUGUESA (é esta a nova designação do vergonhoso linguajar que andam a impingir, nas escolas) poderão facilmente desaprendê-la, tal como as gerações que aprenderam a Língua Materna ORIGINAL, tiveram de deixar de escrever correCtamente, para escrever “incorretamente” (incurrêtâmente”) a própria Língua. Usar isto como argumento para manter a IDIOTICE ortográfica é uma falácia própria dos autocratas, e que só tem eco entre os inscientes.
O senhor deveria envergonhar-se por se expor deste modo, dizendo o que diz, como se TODOS os Portugueses fossem parvos.
O Acordo Ortográfico de 1990 tem um calcanhar de Aquiles, e assim como as glórias de Aquiles, que era um herói, terminaram, quando uma flecha certeira lhe atingiu o calcanhar, assim este AO90, que não é herói, e não passa de uma ignóbil fraude, sem ponta por onde se lhe pegue, mais dia, menos dia, arrastado para a beira do abismo, levará uma flechada no calcanhar, e cairá nesse abismo, levando com ele todos os que irracionalmente o defenderam e o seguem.
Portanto, Dr. Francisco Seixas da Costa, se eu fosse o senhor, não estaria tão certo de estar a fazer a coisa certa, porque, como disse Miguel de Cervantes, quando viu os seus carrascos condenados: «Deus suporta os maus, mas não eternamente», e «os tiranos podem governar por uns tempos, mas acabam sempre por cair», como diz Mahatma Gandhi, e a História comprova.
O Amor à Língua Portuguesa e a Verdade são as forças mais poderosas nesta questão do AO90, porque os que a ODEIAM, pugnando pela vigente Mixórdia Ortográfica Portuguesa, serão, inevitavelmente, destroçados. E disto, que não haja qualquer dúvida.
Isabel A. Ferreira
Nada mais verdadeiro. E como há tanta gente feliz neste nosso desgraçado país!
Não é por falta de informação lúcida que os que podem e mandam promovem a idiotice, alegremente...
«A idiotização da sociedade, através da satisfação imediata do presente é necessária para que cada indivíduo suporte, sem questionar, todas as enormidades e aleivosias dos poderes instalados.» (Maria do Rosário)
Um texto lúcido, de uma professora do 2º Ciclo do Ensino Básico
«E vemos um povo tão comprometido com o sistema estabelecido, que é incapaz de pensar em alternativas contrárias ao que é imposto. E o poder insiste em entreter a partir de um vazio vernáculo, aumentando uma falsa preocupação social para que a estupidez, a vulgaridade e a insensatez se encarem como normais e nos incapacitem de consciência crítica da realidade.
Numa conversão brutal mas eficiente da sociedade, temos o futebol como maior exemplo, qualquer comportamento desagradável, qualquer “lixo” televisivo e toda a histeria e desrespeito em espectáculos são considerados comportamentos positivos. A idiotização da sociedade, através da satisfação imediata do presente é necessária para que cada indivíduo suporte, sem questionar, todas as enormidades e aleivosias dos poderes instalados. Talvez por isso se assista à tentativa de fazer quase desaparecer nas escolas, a disciplina de História, pois nesta tentativa de esvaziar mentes, não existe nem história nem futuro, só o presente. Desta forma temos um poder corrupto a tentar convencer um povo, que a opressão, a pobreza, o trabalho e salário precários, o quase desaparecimento da classe média, o abismo entre os milionários e os que vivem abaixo do limiar da pobreza, o roubo descarado dos políticos e afilhados, são perfeitamente normais e necessários e que é impossível mudar. Então surge a cantiga para “boi dormir” de que é muito triste mas sempre houve pobres e ricos, oprimidos e opressores e sempre haverá, não se pode fazer nada.
Já no século XVI, La Boétie, no seu pequeno tratado de servidão voluntária, declara que “a maioria dos tiranos perdura apenas por causa da aquiescência dos próprios tiranizados”.
Desta imbecilidade e ignorância a que nos deixamos sucumbir, nascem despudoradamente os maiores vigaristas, os maiores corruptos de toda a escória da humanidade, os políticos.
Não me admira a caça “às bruxas” que se faz hoje aos professores, à educação, à escola, como se fez sempre desde os primórdios da humanidade, a todos os que podiam fazer nascer pensamentos, novas ideias, capacidade crítica. Senão, façam uma incursão a outros tempos…
Maria do Rosário
Professora do 2º Ciclo do Ensino Básico
Fonte:
. E por falar em AO90: «em ...
. Respondendo a Francisco S...
. «O imbecil é sempre feliz...