Domingo, 22 de Setembro de 2024

Dra. Índigo Brasileira dixit: «Sobre termos a Língua Brasileira: já passou da hora de quebrar esse acordo ortográfico, né? Pense na quantidade de analfabetos funcionais que o Brasil tem por principalmente falarmos muito diferente de como escrevemos!

 

Recebi um comentário da Dra. Índigo Brasileira – PDA ao comentário de Helion, cidadão brasileiro, ao meu texto [clicar no link] indicado mais abaixo, o que me obrigou a destacá-lo por conter afirmações muito interessantes, que poderiam passar despercebidas aos leitores, e são importantes para compreendermos o que aqui está em causa.

 

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Dra. Índigo Brasileira - PDA respondeu a um comentário no post NÃO existe Português de Portugal vs. Português do Brasil, muito menos Variante do Português de Portugal. Enquanto insistirem nestes antilogismos a Língua Portuguesa continuará a ser vilipendiada... (Parte I) às 04:16, 11/09/2024 :

Você e uma esmagadora maioria de brasileiros são descendentes de europeus, principalmente portugueses... Desde quando alegar descendência europeia virou um novo tipo de "carteirada"? Só explicando sobre o modo de expressão da autora: o português deles é tão distante do brasileiro que a maneira que eles se expressam soa como agressivo ou grosseiro, mas não é sempre uma realidade... Trabalho como advogada na causa TDAH (PHDA em Portugal) e percebo que por conta da língua utilizada por eles ter menos expressões devido o brasileiro ter linguagem miscigenada, que nós temos o que chamamos de "polidez" simultaneamente porque temos mais palavras para nos expressar da maneira q estamos acostumados... Antes eu via num português "X" uma maneira extremamente direta e quase q invasiva ao tentar flertar comigo, mas percebi que não; eles se expressam conforme o vocabulário da nação deles permitem... Sobre termos a Língua Brasileira: já passou da hora de quebrar esse acor do ortográfico, né? Pense na quantidade de analfabetos funcionais que o Brasil tem por principalmente falarmos muito diferente de como escrevemos! Tem um tal de O(c)távio dos Santos q tem ideias tão tiranas aqui no SAPO sobre como o Brasil sempre será "mérito" de Portugal, quanto àqueles que bem sabemos o q fizeram com Tiradentes na inconfidência Mineira... Vejo que se permanecermos na inércia como estamos desde 1822, pessoas como o tal O(c)távio nunca respeitarão a nossa identidade e independência. Não faço ideia de qual é a sua idade, mas cabe aos 30tões e 40tões da minha geração refletir sobre o nosso papel enquanto nação brasileira (mais evoluídos intelectualmente, com uma das melhores tecnologias democráticas disponível para o cidadão do mundo e com melhor consciência social/humanitária) sobre essa Independência Brasileira q parece hj em dia ter sido só um pano quente colocado pelos colonizadores pra "evitar a fadiga". Sabe a quantidade de exploraç� �o de recursos naturais do Brasil os portugueses ainda se beneficiam em exploração contemporânea? Dá um Google q vc vai ficar surpreso! As línguas indígenas nativas estão na lista de Línguas em Perigo de Extinção da UNESCO, o Brasil em todo o seu território fala aproximadamente 210 línguas de maneira miscigenada, é uma das Línguas mais ricas em cultura do mundo! Manter essa "escravidão" de identidade linguística com Portugal, é contribuir para que os nossos amados indígenas percam também a cultura tão rica que eles preservaram com SANGUE e suor desde 1500... Pode até parecer um discurso de pura bobagem e idealismo meu, mas nada nesse mundo faz mais meu coração bater do que o nosso país... O Brasil é meu verdadeiro amor, "Nem teme quem te adora a própria morte, Terra Adorada!" - eis a declaração de uma verdadeira patriota, que não tem lado político NENHUM! Minha devoção é exclusivamente pelo nosso país, por esse motivo defendo que deveríamos nomear nossa língua como Brasileira: porque nossa cultura é digna dessa minha devoção.

***

Dra. Índigo Brasileira -- PDA, começo por agradecer o seu comentário.

No entanto, não percebi onde quis chegar com algumas das suas observações, como por exemplo esta: « (...) o português deles é tão distante do brasileiro que a maneira que eles se expressam soa como agressivo ou grosseiro, mas não é sempre uma realidade...»

Não vejo, na maneira como um português se expressa, nem agressividade, nem grosseirismo, a não ser quando está furioso com o interlocutor, mas penso que isto é comum a todos os Povos.

 

Também não percebi esta ideia: «(...) e percebo que por conta da língua utilizada por eles ter menos expressões devido o brasileiro ter linguagem miscigenada, que nós temos o que chamamos de "polidez" simultaneamente porque temos mais palavras para nos expressar da maneira q estamos acostumados».


A frase está muito confusa, mas dá para ver que isto NÃO é verdade. O Português NÃO tem menos expressões do que o Brasileiro, muito pelo contrário. O Português é uma Língua riquíssima em expressões e vocábulos, e não vejo onde está a “impolidez” do Português vs. a “polidez” do Brasileiro, a não ser por, como é hábito dos brasileiros, usarem determinadas palavras com um sentido totalmente diferente do seu significado original.

 

Também não percebi esta passagem «Antes eu via num português "X" uma maneira extremamente direta e quase q invasiva ao tentar flertar comigo, mas percebi que não; eles se expressam conforme o vocabulário da nação deles permitem...» (????)


No vocabulário português, para “flertar” [o vocábulo é brasileiro, em Português dizemos namoriscar ou namoricar, cortejar, galantear] existem “ene” maneiras de nos expressarmos, porque o Português é muito rico nessa matéria. Poderá ser muito diferente do Brasileiro, e isto é muito natural, porque as duas Línguas foram enriquecidas pela linguagem de Povos com origens completamente diferentes, nos dois países.

Concordo consigo, quanto à Língua Brasileira e na eliminação do “acordo ortográfico”, que de acordo nunca teve nada, muito pelo contrário, foi um desacordo total, e o que estava bem nas duas Línguas, passou a estar mal apenas no Português, graças a anuências obscuras entre políticos ignorantes d’aquém e d’além-mar.

Também concordo consigo, exceptuando a referência ao “tal O(c)távio” quando diz: «Vejo que se permanecermos na inércia como estamos desde 1822, pessoas como o tal O(c)távio, nunca respeitarão a nossa identidade e independência».


Não será apenas o Octávio [é deste modo que se grafa o nome do jornalista Octávio dos Santos, que, para sua informação, é uma pessoa culta e informada] que não respeitará a identidade e a independência brasileiras: somos todos os que esperavam do Brasil independente, livre dos grilhões da ex-colónia, mais respeito pela Cultura, pela História e pela Língua do ex-colonizador, que o deixou cheio de ferramentas, para que pudesse evoluir. O Brasil já devia ter cortado o cordão umbilical com Portugal e seguir a sua vida, pelo próprio pé, sem estar agarrado à muleta europeia. O Brasil é um país sul-americano. Nada tem a ver com a Europa. Olhem para o exemplo dos sul-americanos de Língua Castelhana, que nunca precisaram de fazer acordos com Espanha.



Os Brasileiros até poderão estar evoluídos em tecnologias democráticas (?), mas no plano intelectual não estarão assim tanto, com os milhões de analfabetos que ainda persistem em todo o território Brasileiro, que é enorme, graças à acção dos Bandeirantes. Além disso, um país intelectualmente desenvolvido jamais impingiria a sua Língua a um País livre, se bem que esse país livre (Portugal) está cheio de gente sem coluna vertebral, para que possa defender a nossa Cultura, História e Língua, das investidas de má-fé do Brasil.

 

Também não percebi esta parte: «Sabe a quantidade de exploraç o de recursos naturais do Brasil os portugueses ainda se beneficiam em exploração contemporânea?» (???)


A frase é confusa. Gostaria que a Dra. Índigo fosse mais explícita e esmiuçasse essa estranha acusação: « (...) os portugueses ainda se beneficiam em exploração contemporânea».



As Línguas indígenas do Brasil estão em extinção UNICAMENTE devido à atitude bárbara que os brasileiros hodiernos encetaram contra eles (algo que os Portugueses nunca fizeram) ao escorraçá-los das terras deles. Tantas línguas autóctones e muito válidas e ricas tem o Brasil, porque hão-de precisar de estar amarrados ao Português, a Língua de um Povo que os Brasileiros, na sua generalidade, tanto desprezam? Sei do que estou a falar porque vivi muitos anos no Brasil, além de que, de passagem pela Internet, a lusofobia está por toda a parte.


Para finalizar, eis algo que temos em comum: «Minha devoção é exclusivamente pelo nosso país, por esse motivo defendo que deveríamos nomear nossa língua como Brasileira: porque nossa cultura é digna dessa minha devoção».

Vou reproduzir as suas palavras sob o MEU ponto de vista: «A MINHA devoção é exclusivamente pelo MEU País, por esse motivo, defendo que o Brasil deve nomear a Variante Brasileira do Português como Língua Brasileira, para que a MINHA Língua, a Portuguesa, possa continuar a sua gloriosa existência de quase 800 anos, porque a MINHA Cultura é digna desta MINHA devoção».

 
Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:23

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Segunda-feira, 10 de Junho de 2024

Repondo a verdade dos faCtos: hoje, 10 de Junho, é dia de celebrar Camões, a Língua Portuguesa, Portugal e os Portugueses, e rejeitar o AO90 que, desvirtuando o NOSSO Idioma, está a roubar-nos a NOSSA Identidade Linguística

 

O primeiro registo desta celebração data do ano 1880, através do decreto do Rei Dom Luís I, que declara "Dia de Festa Nacional e de Grande Gala” o dia 10 de Junho, para celebrar os 300 anos da morte de Luís de Camões, naquele 10 de Junho de 1580, fixando-se mais tarde este dia como Feriado Nacional.


Nos tempos que correm, devido a uma seita que anda por aí a tentar destruir os símbolos Portugueses, é mais do que justificada  a celebração deste Dia como o Dia de Camões e da Língua Portuguesa, que o Poeta tão bem soube honrar, tendo subido aos píncaros de maior Poeta Português de todo os tempos. Mas é também dia de celebrar Portugal, estando aqui incluídos todos os que têm ALMA portuguesa, uma vez que, onde houver um ser humano com alma portuguesa, Portugal viverá e resistirá.


Hoje, todos os que amam Portugal, tendo-o como seu país de origem, devem CELEBRAR a Língua que nos deixou Dom Diniz, o Rei Trovador, a Língua Portuguesa, a verdadeira Língua de Portugal, a nossa Língua Materna não-desvirtuada pela grafia acordizada que NÃO nos pertence.  

 

Hoje, dizemos ao mundo que REJEITAMOS o dia 05 de Maio, decretado pela UNESCO, como Dia Mundial da Língua Portuguesa, por NÃO corresponder à verdade: o que se assinala nesse dia é a mixórdia ortográfica gerada pelo AO90, imposta ditatorialmente aos Portugueses, sem que eles fossem consultados.

 

Por isso, hoje, Dia 10 de Junho, os Portugueses – neles NÃO estando incluídos os que NÃO têm alma portuguesa, os que rejeitaram o Português, para se submeterem servilmente à grafia truncada que anda por aí a enxovalhar a  NOSSA Cultura Linguística – celebram Luís Vaz de Camões e a Língua Portuguesa, a Língua de Portugal e dos Portugueses, que o Poeta tão bem soube honrar, honrando o seu País e os seus feitos, dos quais os pobres de espírito se envergonham, demonstrando com isso uma gigantesca ignorância, não só da História de Portugal, como da História do Mundo.

Aproveito este Dia de Celebração da Língua Portuguesa, para lembrar que NÓS sabemos que a Língua Portuguesa anda a ser destruída para que se imponha a mixórdia ortográfica criada pelo AO90, engendrado no Brasil, contudo, deste facto também sabem os nossos juristas, sabem os nossos tribunais, sabem os nossos governantes, sabem os nossos ministros, sabem os nossos deputados da Nação, sabe Marcelo Rebelo de Sousa, que é o presidente de uma qualquer República, mas NÃO da República Portuguesa, todos cúmplices do fraudulento AO90, que impõe uma grafia que NÃO pertence à Língua Portuguesa.

 

Então, é legítimo perguntar: Portugal será um Estado de Direito, ou um pedaço de território de NINGUÉM, assaltado por uma seita que o quer tirar do mapa, pelos mais VIS motivos?

10 de Junho Dia da Língua Portuguesa.png

 

Iniciar-se-ão, hoje, as Comemorações do Quinto Centenário do Nascimento de Luís Vaz de Camões

 

500 anos de  Camões.png

 

Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, declarou na passada quarta-feira, dia 05 de Junho, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, durante a sessão de apresentação da programação das comemorações do Quinto Centenário do Nascimento de Camões, que o Poeta NÃO é, nem poderá ser propriedade política. Não, não pode. E, na mesma linha de pensamento, há que recordar-lhe que a Língua Portuguesa também NÃO é, nem nunca poderá ser propriedade política, muito menos, propriedade política de um país estrangeiro.


Se o governo de Portugal entra nestas comemorações com boas intenções, então o primeiro aCto dessas comemorações deverá ser o anúncio da anulação do fraudulento AO90, que destruiu a Língua que Camões honrou, e os que vieram depois dele fizeram evoluir, e que uns analfabetos funcionais dos anos 90, do século XX, fizeram retroceder à sua forma mais básica, num estupidificante recuo.


O governo quer celebrar o Quinto Centenário do Nascimento de Luís de Camões divulgando a obra do escritor junto dos jovens, ao longo dos próximos dois anos?


Quer divulgar a obra de Camões em que linguagem? Na Língua Portuguesa, ou na mixórdia ortográfica em que o AO90 a transformou? Há que não enganar os jovens que, não sendo parvos, já se aperceberam de que lhes andam a vender gato por lebre. E a geração dos políticos, mentores desta fraude, terá de prestar contas à geração que anda a ser vilmente enganada.

 

As cerimónias desta comemoração terão início hoje, Dia 10 de Junho, Dia de Camões, da Língua Portuguesa, de Portugal e dos Portugueses.

 

Esta é que deve ser a designação deste Dia, se pretenderem HONRAR o nosso Poeta, a nossa Cultura, a nossa História, a nossa Língua, o nosso País.
 

Não me passa pela cabeça que a nova Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, uma senhora culta, possa escrever “incurrêtâmente” a Língua Portuguesa.


Daí esperarmos que, usando da sua cultura e da sua racionalidade, a senhora Ministra possa influenciar os que têm a faca e o queijo na mão, e anulem o AO90, para que com Honestidade e Verdade possamos celebrar este Dia de Camões e o Quinto Centenário do seu Nascimento. As crianças e os jovens, que aprendem outras Línguas europeias, NÃO terão dificuldade alguma em reaprender a escrever correCtamente o que lhes foi impingido "incorretamente" (TF: incurretâmente)

Todos os aCtos comemorativos que NÃO passarem pela anulação do AO90 constituirão mera hipocrisia e um insulto ao Poeta e aos Portugueses.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 00:07

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Quinta-feira, 8 de Setembro de 2022

«Hoje, tal como aconteceu há 200 anos, urge proclamar um novo “Grito do Ipiranga”, desta vez, no Rio Tejo, em Belém, porque a Língua Portuguesa corre perigo de morte» (Parte II)

 

por Francisco João

(Um dos membros fundadores do Movimento em Prol da Língua Portuguesa - MPLP)

 

***

 

É urgentemente necessário, hoje, um novo “Grito do Ipiranga” às avessas, desta feita no Rio Tejo, em BELÉM, de onde partiam, outrora, as caravelas portuguesas. Só assim se poderá salvar a Matriz da Língua Portuguesa.

 

Padrão dos Descobrimentos

Fonte da Imagem: Internet

 

A Língua Portuguesa é um vector essencial de Portugal, conforme estabelecido no artigo 2, alínea 2 (a) da CONVENÇÃO PARA A SALVAGUARDA DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL (CSPCI), de 17 de Outubro de 2003, devidamente ratificada, mas infelizmente violada [mais uma] pelos sucessivos governantes de Portugal.

 

Cf. texto escrito em Língua Portuguesa, e NÃO na Variante Brasileira (é que o Português PT anda por aí muito adulterado e grafado à brasileira, e o mundonão pode confiar na sigla PT).

Consultar hiperligação:

https://ich.unesco.org/doc/src/00009-PT-Portugal-PDF.pdf

 

Com efeito, no dia 17 de Outubro de 2003, foi aprovada a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (CSPCI), no decurso da 32ª Conferência das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Esta Convenção entrou em vigor no dia 20 de Abril de 2006, três meses após a data do depósito do 30º instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão por Portugal, junto do Director-Geral da UNESCO.

 

É PRECISO NÃO ESQUECER ISTO!

 

 Ora pasmem! E abram finalmente os olhos!

 

Esta exclamação é dirigida a ambos os Povos dos dois lados do Atlântico. Actualmente, as chamadas “elites” de ambos os países que serão responsabilizadas e julgadas perante a História, pois têm sido, de facto, instrumentos daquilo que está cada vez mais claro e evidente, ou seja, a marginalização e subsequente substituição da Língua Portuguesa, no plano internacional, por uma das suas Variantes actuais: a futura Língua Brasileira!

 

Examinemos, então, a triste realidade histórica e como no chamado “país irmão” (Brasil) foram tratados, no passado, os portugueses (repito a tal minoria, por exemplo, em Pernambuco e Mato-Grosso). As insurreições no Estado de Pernambuco (1848-1850) foram, no início, e mais uma vez, contra os comerciantes portugueses, tendo depois alastrado a toda a comunidade portuguesa. Na capital, Recife, os manifestantes gritavam “MATA-MARINHEIRO”, nome pelo qual eram conhecidos naquela altura os portugueses (M. J. M. Carvalho e B. A. Câmara -2008 - in Insurreição Praieira, Forum Almanaque Braziliense nº 8”, pp 5-38, Usp São Paulo.

 

Pois é, o tal ódio (de que se fala mais acima) era tanto contra Portugal que Deocleciano  Martyr, o jacobinista florianista, criador e  redactor-chefe  de O JACOBINO e ex-integrante do Batalhão Tiradentes, sugeriu ao governo brasileiro da época, o seguinte: «O confisco dos bens de raiz de todos os portugueses; a proibição de entrada nos portos do Brasil de navios que houvessem tocado portos portugueses; e pena de morte para os brasileiros que tentassem, mesmo ao de leve, proteger os portugueses».

in Suely Robles Reis de QUEIROZ (1986) - «Os radicais da República», São Paulo, Editora Brasiliense.

 

Cf. igualmente: «Jacobinos versus Galegos: Urban Radicals versus Portuguese Immigrants in Rio de Janeiro in the 1890s» - in JSTOR.

Consultar a hiperligação:

https://www.jstor.org/stable/174772

 

Ainda neste livro, de Suely R. R. de Queiroz, pode ler-se o seguinte, numa mensagem do já citado grupo JACOBINO, de apoio ao presidente Floriano Peixoto: «O Clube dos Jacobinos de São Paulo prometia combater os estrangeiros, especialmente “os portugueses”, raça inferior, povo refractário ao progresso, nosso inimigo de todas as épocas, causador de todos os nossos males e do nosso atrazo» - in S.R.R QUEIROZ, 1986:105]

 

Já tive a ocasião de falar neste tipo de ataques repugnantes, num artigo que foi publicado aqui neste Blogue:

https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-grito-do-ipiranga-da-variante-381214

 

Artigo esse que redigi em reacção a um outro artigo da autora do Blogue «O Lugar da Língua Portuguesa», a qual foi alvo de ataques ad hominem:

https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/desde-ontem-que-o-grupo-novo-movimento-380362

 

Refiro estes dois artigos para demonstrar que os ataques à Nação Portuguesa e aos Portugueses, não ocorreram só nos Séculos passados, eles têm continuado ao longo dos tempos.


Hoje, tal como no passado, a história parece estar a repetir-se. As “elites” governativas, não costumam defender objectivamente os interesses do Povo Português e da Nação Portuguesa, mas acatam e seguem cegamente instruções/ordens vindas do estrangeiro, porque a isso são constrangidas.  A ausência de soberania, afinal, não existe apenas no plano político. A ausência de soberania existe também no domínio linguístico, na preservação do nosso Património Imaterial, do qual faz parte a LÍNGUA OFICIAL da NAÇÃO PORTUGUESA. Essas “elites” impuseram ditatorialmente um pseudo-acordo ortográfico, contra a vontade do Povo Português, carecendo de legitimidade, para tal (adicionalmente e no futuro a inconstitucionalidade de tudo o que os governantes fizeram desde a Resolução do Conselho de Ministros (RCM) Nº 8/2011, será estabelecida e contas serão exigidas) já não falando na negociata repugnante, que constitui a “negociação” desse pseudo-acordo ortográfico, conforme pode ser consultada nesta hiperligação:  

https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-negocio-do-acordo-ortografico-172469

 

O ANTI-LUSITANISMO existe, e isso há já muito tempo no Brasil (o republicanismo e o anti-lusitanismo andavam de mão-dada) desde o Jacobinismo (grupo homónimo inspirado da Revolução Maçónica Francesa (veja-se como se tropeça quase sempre na maçonaria) passando, inter alia, pelo hino anti-português (Hino ao 07 de Abril), continuando por um feroz MASSACRE de portugueses, na Província de Mato-Grosso, na noite de 30 para 31 de Maio de 1834. Chacina essa que também é cinicamente conhecida por RUSGA, e indo até à “Guerra à Nação Portugueza” (nos finais de 1891).

 

Esta “Guerra à Nação Portugueza” deve-se em grande parte à rivalidade que existia entre 1889 e 1945, no mercado do trabalho, no Brasil, e que originou mais uma onda de hostilidade anti-portuguesa, a qual se revestiu de variadas formas (ameaças, assaltos, etc. e que culminou numa carta, em finais de 1891, enviada à Embaixada de Portugal, no Rio de Janeiro, a qual ilustra perfeitamente a hostilidade (ou dever-se-á dizer o “ódio”?) aos portugueses, pois estes chegaram até a ser acusados de conspirar contra o Brasil.

 

Acusando os portugueses residentes no Brasil de conspirarem contra a República, os signatários dessa carta ameaçavam: «represálias que chegarão até o dynamite, o punhal ou o incêndio a pessôas e aos bens dos subditos portuguezes, suspeitados de conspiradores. Nós contamos para esse fim com o apoio de todos os homens de cor, grande parte da colónia ITALIANA [???!!!???] que justamente odeiam essa Nação de exploradores sem entranhas» - in JUNIOR, J. J. 2011

 

 «Recomeça a Guerra dos mascates! GUERRA À NAÇÃO PORTUGUEZA! Fora a essa RAÇA de JUDEUS do OCIDENTE» (***). in JUNIOR, J. J. 2011: 108 - «Jacobinismo, anti-lusitanismo e identidade nacional da República Velha». in Historiae, vol. 2 nº 2, pp 89-106 Rio Grande, FURG

 

(***) Em finais 1891, acusavam os portugueses de serem os “judeus do Ocidente”. Poucos de nós conhecíamos a vertente vergonhosamente anti-semita dessas camadas da sociedade brasileira.

 

Com efeito não só acusavam, em 1891, os portugueses de serem os “judeus do Ocidente”, mas também de serem uns “MONSTROS” e de [os portugueses serem] «uma raça inferior, povo refractário ao progresso, nosso inimigo de todas as épocas, causador de todos os nossos males e do nosso atrazo», conforme já foi citado.

 

E isto não será uma forma de “ódio” aos Portugueses? 

 

Esta hostilidade nunca desapareceu, continuando, até pelo contrário, a ser veiculada até por personagens políticas igualmente tóxicas e inclusive condenadas pela Justiça Brasileira. Com efeito este tipo de ataque repugnante, foi de novo proferido por Lula da Silva, numa Universidade em Madrid, em 16 de Dezembro de 2015, o qual culpou os colonizadores por atrasos na educação do Brasil. Cf. consta nesta hiperligação:

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151214_lula_colonizadores_mdb

 

No entanto, no site do Semanário Económico Oje, o colunista Diogo de Sousa-Martins publicou, na última segunda-feira (14) um texto dizendo que “não fica bem” a tentativa de atribuir o ónus do atraso do sistema de educação brasileiro para uma colonização que abandonou o país há quase 200 anos e que nele inaugurou o ensino superior -  Cf. hiperligação:

https://www.psdb.org.br/ro/polemica-em-portugal-lula-culpa-colonizadores-por-atrasos-na-educacao-do-brasil/

 

Esta declaração de Diogo de Sousa-Martins fala por si própria e não é necessário acrescentar mais nada. Os leitores apreciarão e julgarão, com conhecimento de causa, se se trata de xenofobia, de racismo anti-português ou até mesmo de “ódio” aos ex-colonizadores. Ou de qualquer outra elucubração … 

 

Os exemplos não faltam, e eu citarei mais abaixo outros casos concretos e históricos, que muitos portugueses não conhecem e decerto igualmente muitos brasileiros, o que não é certamente um motivo de orgulho para ninguém.

 

A abolição da escravatura no Brasil ocorreu em 1831 (Lei Feijó), e segundo se diz, sob pressão da Inglaterra, mais tarde, através da Lei de 1845 dita Bill Aberdeen (veja-se mais em: 

https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-abolicao-escravatura.htm

o que permitiria uma outra emigração “livre” para o Brasil, oriunda de outras paragens, mas o tráfico continuou a ser assegurado por navios com bandeira portuguesa, como era ainda permitido na época, pelas Convenções Internacionais, mas apenas a Sul do Equador.

 

Segundo M. Florentino e C. Machado (2002: 93) - «Imigração portuguesa e miscigenação no Brasil nos Séculos XIX e XX» - um ensaio, in C. Lessa 2002:25; «Os Lusíadas na Aventura do Rio Moderno», pp-91-116, Rio de Janeiro), os portugueses começaram por ser os únicos europeus no Brasil, ao longo da época colonial, e constituíram depois 1/3 dos 5 milhões e 600.000 mil estrangeiros chegados ao Brasil entre 1820 e 1972 contra 29% de italianos e 13% de espanhóis, e tenho de sublinhar o facto de que estes povos contribuíram para a italianização (que instilou a fobia da eliminação das consoantes ditas erradamente mudas, em certas palavras, e acrescentando-as, em contrapartida, noutras) ; e a castelhanização da Língua Portuguesa, em grande escala, não só na ortografia como  também na fonologia.

 

De 1884 a 1930, entram no Brasil quatro vezes mais portugueses que entre 1820 e 1883. «Chegados aqui, passam a substituir o trabalhador escravo [a abolição da escravatura ocorreu em 1888 (Lei Áurea, aprovada no dia 13 de Maio de 1888, e assinada pela Princesa Isabel) no campo e na cidade. No Rio de Janeiro, o emigrante português, já monopolizador do comércio a varejo, vai ocupando o mercado de trabalho, que passa de africano a luso-africano, e depois a totalmente português, nos anos imediatamente posteriores à Abolição». G. S. Ribeiro (1990:10. Mata Galegos – «Os portugueses e os conflitos de trabalho na República Velha» - São Paulo, Editora Brasiliense.

 

Temos aqui, decerto, mais uma causa [cf. igualmente mais abaixo a decisão de GUATIMOZIM, Imperador do Brasil Dom Pedro I de proibir as actividades maçónicas] da malquerença, da inveja, da hostilidade e do “ódio” aos portugueses, resumida igualmente nesta frase «Por que você veio encher o pandulho aqui?» (G. S. Ribeiro 1994, – «Os portugueses, o anti-lusitanismo e a exploração das moradias populares no Rio de Janeiro da República Velha», in «Análise Social», Vol. XXIX nº 127, pp 631-654 - Lisboa, UL Instituto de Ciências Sociais.

  

Como se sabe no Brasil, os brasileiros fazem chacota sobre Portugal e os Portugueses: «português é burro ou padeiro», ouvi eu tantas vezes!  

 

Como já tive a ocasião de o escrever num artigo publicado, no dia 19 de Junho 2022, neste Blogue e intitulado “O Grito do Ipiranga da Variante Brasileira da Língua Portuguesa deve ser gritado para pôr cobro a algo que desonra  o Brasil e  Portugal “. 

 

Esse tipo de brasileiro provavelmente oriundo de “camadas inferiores da sociedade” está, na verdade, a fazer chacota de si próprio.

 

Portugueses dignos e verticais nunca esquecerão como a nossa Nação, a nossa Cultura, a nossa Língua estão a ser enxovalhadas por um certo tipo de brasileiros, por indivíduos incultos e muito ignorantes e que, afinal de contas, ao cuspir dessa maneira em Portugal, na Língua Portuguesa e nos Portugueses estão, na verdade, a escarrar em cima de si próprios e dos próprios antepassados!    

 

Não esquecer que eles são meros descendentes de colonos portugueses, (castelhanos, italianos, etc., etc.). É bom não esquecer isto! É também irrefutável que os Brasileiros de raiz são os INDÍGENAS!

 

Agora veja-se como eles, os Brasileiros de raiz, os Indígenas, são HOJE tratados por esses brasileiros, descendentes de colonos, cuja cultura consiste essencialmente em ESCARRAR, em VOCIFERAR, em INSULTAR outros Povos e outras Nações.

 

Neste caso, a Nação Portuguesa, o seu Povo, a sua Cultura e a sua Língua.

 

Séculos depois, os métodos repugnantes continuam similares, e o alvo mais fácil de atingir continua, infelizmente, a ser PORTUGAL e os Portugueses.

 

A hostilidade (ódio?) a PORTUGAL e aos PORTUGUESES apenas mudou de contexto, de época e de apresentação. Na «Carta ao Autor das Festas Nacionais», R. Pompeia (2018) - São Paulo, Itaú Cultural -  descrevia-se assim o grande acontecimento anual da Comunidade Portuguesa no Rio de Janeiro (Festa tradicional da Penha): «crianças que comem de ventre em terra, ao redor de mesas de improviso; um que atravessa um frango à boca, outros virados mamando vinho…. E um bêbado que dorme sobre pilhas de melancia e outro que sai para a estrada cambaleando, agitando molemente a bengala, vomitando o viva à Penha …»

 

Na primeira versão do Hino ao 07 de Abril (que viria a ser o Hino Nacional Brasileiro, ou seja, a “Marcha Triunfal”) os portugueses são apelidados de “MONSTROS” e insultados desta maneira (manifestamente de maneira anti-semita): «Homens bárbaros, gerados de SANGUE JUDAICO e mouro, desenganai-vos, a Pátria já não é vosso tesouro». R. L. Souza (2005) - «O Anti-lusitanismo e a afirmação da Nacionalidade» Vol. 5 nº 1, pp. 133-151 «Vitória da Conquista», UESB.  (*** Cf. mais acima igualmente).  Em 1891, acusavam os portugueses de serem os “judeus do Ocidente”. Poucos de nós conhecíamos a vertente vergonhosamente anti-semita dessas camadas da sociedade brasileira. 

 

Conheceriam, porventura, a CHACINA de que foram vítimas os portugueses em CUIABÁ, capital da Província de Mato-Grosso, e em outras cidades, na noite de 30 para 31 de Maio de 1834, e a que chamaram cinicamente simplesmente uma RUSGA?

 

Mais pormenores: «Na hora combinada civis e militares atacam de maneira sangrenta os portugueses nascidos na Metrópole (muitos deles comerciantes). Foi uma chacina, surpreendidas nas suas casas fora de horas, as pessoas são mortas a tiro, à facada ou a golpes de espada. Os distúrbios continuaram durante meses.» (T. M. Cruz Ferreira 2000 - pp 500-501.

 

Lusofobia, in Vainfas, R. – Dicionário do Brasil Imperial, Rio de Janeiro, Editora Objectiva. «Desconhece-se o número exacto de vítimas pois os documentos da época, como por acaso, DESAPARECERAM! Fala-se de 400 mortos, se não mais» (Taunay- 1891-125). I.R.F. AGUIAR 1869 – Prefácio in MOUTINHO, J.F.

 

A notícia sobre a Província de Matto-Grosso, São Paulo, Typ. de Henrique Schröder, que foi outro autor da época, afirma que chegaram a registar-se «acessos do mais imprudente canibalismo». in I.R.F. Aguiar (1869 Prefácio. in Moutinho, J. F.  

 

Os moradores de CUIABÁ (capital da Província de Matto-Grosso), sob controlo de bandidos como foi referido, «foram obrigados mais tarde a acender luminárias, festejando a terrível matança» (T. M. CRUZ FERREIRA 200 500-501 in LUSOFOBIA, Editora Objectiva- Rio de Janeiro Dicionário do Brasil Imperial. 

 

Ora, Dom Pedro abdicou em 07 de Abril de 1834 e havia boatos de que seria reposto no trono. Mais uma vez acusaram os portugueses que viviam na cidade de serem conspiradores e futuros beneficiários dessa «suposta conspiração». Mais uma vez o alvo fácil foram os portugueses.

 

Mas, as verdadeiras razões foram a malquerença e a inveja em relação aos comerciantes portugueses. Pergunta que faço aos leitores: e isto não vos lembra outras vítimas e outros povos, noutras épocas?

 

É necessário relembrarmos, aqui e agora, um outro facto histórico (o pretendido acto de independência do Brasil, o tal grito no Rio Ipiranga, a pôr em paralelo com a travessia do Rio Delaware, nos EUA, durante a noite levada a cabo por um outro maçon, George WASHINGTON, para atacar traiçoeiramente os soldados Ingleses que dormiam na outra margem. Aqui temos de novo um maçon envolvido, detalhe muito pertinente para uma melhor compreensão das razões da hostilidade a Portugal, suscitada por uma certa “elite” de maçons portugueses, e que seriam os futuros brasileiros.

 

 E como se chegou, consequentemente, muitos anos depois, num outro capítulo de hostilização igualmente importante, ao estado presente da marginalização e da subsequente eliminação da Língua Portuguesa a médio/longo prazo, pela sua Variante, a futura Língua Brasileira. Para que tal acontecesse, utilizou-se um outro tipo de instrumento altamente perverso, o histórico "Cavalo de Tróia", a que chamam «Acordo Ortográfico de 1990 (A0-1990)».

 

Acordo esse que foi calcado sobre a Variante Brasileira da Língua Portuguesa, mas que nada mais é do que um dialecto estatal, minoritário e usado apenas em Portugal, através de actos ilegais e inconstitucionais, iniciados e impostos por uma outra personagem altamente tóxica e que levou Portugal à bancarrota. 

 

Assim como este político profissional o fez com o país levando-o à falência, este governante, tentou enviar para o cadafalso a LÍNGUA PORTUGUESA! Não o conseguiu totalmente, porque portugueses despertos, dignos e verticais, através de uma mobilização inicial, o impediram! 

 

Mas pôs a LÍNGUA PORTUGUESA em PERIGO DE MORTE

A HORA da RESISTÊNCIA ACTIVA CHEGOU!

 

(Continua…)

A Parte III será publicada amanhã, dia 09 de Setembro, e será dedicada a Dom Pedro IV de Portugal (I do Brasil) e de como a Maçonaria terá influenciado o que Portugal vivencia, HOJE, estando a perder a sua IDENTIDADE, apenas porque os políticos portugueses NÃO mandam NADA em Portugal, e fazendo-se também certas revelações sobre determinadas decisões de Dom Pedro IV.

 

***

Para quem está a seguir este trabalho de investigação:

 

«Hoje, tal como aconteceu há 200 anos, urge proclamar um novo “Grito do Ipiranga”, desta vez, no Rio Tejo, em Belém, porque a Língua Portuguesa corre perigo de morte» (Parte I)

 

«Hoje, tal como aconteceu há 200 anos, urge proclamar um novo “Grito do Ipiranga”, desta vez, no Rio Tejo, em Belém, porque a Língua Portuguesa corre perigo de morte» (Parte II)

 

«Hoje, tal como aconteceu há 200 anos, urge proclamar um novo “Grito do Ipiranga”, desta vez, no Rio Tejo, em Belém, porque a Língua Portuguesa corre perigo de morte» (Parte III)

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 10:27

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Quinta-feira, 5 de Maio de 2022

O que se celebra hoje, “05 de Maio”, NÃO é o Dia Mundial da Língua Portuguesa, mas o Dia Mundial do AO90, imposto ilegalmente aos Portugueses

 

A Língua Portuguesa celebra-se, desde 1981, no dia 10 de Junho, dia da morte de Luiz Vaz de Camões, Poeta maior de Portugal, autor de «Os Lusíadas», o Poema Épico que conta a saga dos Portugueses, pelos quatro cantos do mundo. O Poeta que honrou Portugal, os Portugueses e a Língua Portuguesa.

 

Mas vamos aos factos.

 

Camões - Retrato por Fernão Gomes.png

 

Em 2019, na 40ª sessão da Conferência Geral da UNESCO, esta decidiu proclamar o dia “05 de Maio” de cada ano como "Dia Mundial da Língua Portuguesa", numa altura em que o Acordo Ortográfico de 1990 - uma sequela do Formulário Ortográfico (brasileiro) de 1943, mais pormenor, menos pormenor -  estava a ser altamente contestado, e o MPLP (que ainda não se extinguiu) tinha apresentado, em Setembro de 2018, portanto, há poucos meses, uma queixa, muito bem fundamentada, à UNESCO, subscrita por mais de uma centena de Portugueses, e que pode ser consultada neste link:

Movimento em Prol da Língua Portuguesa (MPLP) apresenta queixa à UNESCO contra o Estado Português

em que se denuncia a violação da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (CSPCI), por um Estado-Membro, ou seja, por Portugal.

 

Naquela altura, tal como ainda hoje acontece, os governantes portugueses, sob a alçada de Augusto Santos Silva, o então Ministro dos Negócios DOS Estrangeiros, MUITO DEMOCRATICAMENTE, DESPREZARAM a gigantesca onda de contestação ao AO90, que ao tempo acontecia, assim como ainda HOJE acontece, porém, como sabemos, numa "democracia" socialista, desprezar a voz do Povo, ao que se comprova, faz parte das regras dessa “democracia”.

 

A resposta que a UNESCO deu ao MPLP, passados uns meses (em que, entretanto, se cozinhou a criação do Dia Mundial da (falsa) Língua Portuguesa) foi algo que envergonharia qualquer Organização menor, e muito mais a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) - (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization).

 

Daí que o MPLP tivesse reformulado a queixa, e introduzisse mais dados que dariam à UNESCO, material suficiente para condenar Portugal (está tudo documentado neste Blogue). E o que aconteceu?

 

Já vamos no ano de 2022 e o MPLP continua a aguardar uma resposta. Não ficará tudo dito?



Entretanto, no ano de 2019, a UNESCO declara o dia “05 de Maio”, o Dia Mundial da (falsa) Língua Portuguesa.

 

Acontece que, em 1981, a Assembleia da República Portuguesa, determinou que, no Dia 10 de Junho, data da morte de Luiz Vaz de Camões se celebrasse, a partir de então, a Língua Portuguesa, em homenagem a esse Poeta maior de Portugal, autor de «Os Lusíadas», o Poema Épico que conta a saga dos Portugueses, pelos quatro cantos do mundo, e autor dos mais belos Sonetos que HONRAM a beleza e a riqueza da NOSSA Língua Portuguesa.

 

E o 10 de Junho é que é o verdadeiro Dia da Língua Portuguesa.

 

O «05 de Maio», é apenas o dia da mixórdia ortográfica, gerada pelo AO90, e que nada tem a ver com a Língua Portuguesa, a Língua de Camões, a Língua dos nossos clássicos, a Língua dos Portugueses, a Língua com que Dom Dinis, o Rei Trovador, um dos mais cultos e educados reis portugueses, e os seus sábios, presentearam Portugal e os Portugueses, no século XIII.

 

Dia da Língua Portuguesa.PNG

 

Como curiosidade, apresenro-vos esta imagem do site da Universidade Gama Filho (UGF), do Rio de Janeiro (Brasil), onde tive a honra de frequentar e terminar o primeiro ano do Curso de História,  a qual celebrou, em 10 de Junho de 2011, o Dia da Língua Portuguesa, portanto, alguns meses antes de, em Portugal, o AO90 ter sido IMPOSTO ILEGALMENTE, tendo-se cometido, então, um CRIME DE LESA-PÁTRIA (que ainda há-de ser punido convenientemente) com base nos seguintes argumentos jurídicos:

 

a - o facto de as resoluções configurarem uma alteração à Constituição, sem que fosse desencadeado o devido mecanismo da revisão constitucional;

 

b - o facto de terem alterado o conceito de Língua Portuguesa (previsto no art. 11.º/ n.º 3) e o conceito de Língua Portuguesa é obviamente aquele que foi fixado pela redacção da CRP e não por outro acto de valor jurídico inferior.  

 

c - o facto de violar a proibição vertida no n.º 2 do artigo 43.º da CRP ("2. O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.").

 

Do que mais precisam, ó JURISTAS portugueses, para encostarem à parede, quem assim tão desonrosamente traiu Portugal, e transformou a grafia da nossa bela Língua Portuguesa, a mais antiga da Europa, numa mixórdia ortográfica, indigna de um País a sério?

 

Para finalizar a celebração acordista do “05 de Maio” aqui fica este link, para quem tiver a curiosidade ou o interesse de o consultar:

 

Os tiranos da Língua Portuguesa até podem parecer invencíveis, mas no final, serão derrubados como sempre foram todos os tiranos…

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:54

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Sexta-feira, 11 de Junho de 2021

Ainda no rescaldo do dia 10 de Junho, em que se comemorou «(…) o Dia de Portugal, da Língua Portuguesa, de Camões e da diáspora»

 

Não podia estar mais de acordo com o que JPG  diz no texto

10 de Junho, Dia da Língua Portuguesa

publicado no Apartado 53 - Um blog contra o AO90 e outros detritos, e o qual transcrevo mais abaixo.

 

«Esta é uma data a celebrar, efectivamente, e que nada tem a ver, pelo que em caso algum deve dar azo a quaisquer confusões, por lapso ou contaminação propagandística, com o dia da língua brasileira, a 5 de Maio; esta outra data, totalmente alheia a Portugal, aos portugueses e à sua Língua, consiste numa série de eventos artificiais patrocinados por brasileiros, pelo político profissional António Guterres, por uma organização brasileira (paga pelo erário público português) a que resolveram os implicados chamar “CPLP” e por uma pequena seita de fanáticos brasileirófilos misturados com alguns sôfregos capitalistas e um grupinho de rapazolas para ir apanhar as canas e servir umas caipirinhas.» (JPG)

 

Haja quem diga a verdade verdadeira, que se espelha neste texto, de leitura obrigatória. É que o que mais irrita nisto tudo é os actuais governantes, nomeadamente aquele que deveria defender e cumprir a Constituição da República Portuguesa, e não defende nem cumpre, pensarem que TODOS os Portugueses são parvos. Se ao menos houvesse vergonha e honra!!! 

 

Isabel A. Ferreira

 

ILCAOflag.jpg

 

«Comemora-se hoje, 10 de Junho, o Dia de Portugal, da Língua Portuguesa, de Camões e da diáspora.

 

Esta é uma data a celebrar, efectivamente, e que nada tem a ver, pelo que em caso algum deve dar azo a quaisquer confusões, por lapso ou contaminação propagandística, com o dia da língua brasileira, a 5 de Maio; esta outra data, totalmente alheia a Portugal, aos portugueses e à sua Língua, consiste numa série de eventos artificiais patrocinados por brasileiros, pelo político profissional António Guterres, por uma organização brasileira (paga pelo erário público português) a que resolveram os implicados chamar “CPLP” e por uma pequena seita de fanáticos brasileirófilos misturados com alguns sôfregos capitalistas e um grupinho de rapazolas para ir apanhar as canas e servir umas caipirinhas.

 

Por exemplo (se bem que nestes casos exista um dever de observar alguma espécie de gravitas e de dignitas, dado o estatuto de algumas das pessoas em causa), CavacoMalacaSócratesBechara, LulaReisSantana Canavilhas contribuiram — cada qual a seu modo e na medida das suas possibilidades políticas e das respectivas “influências” — não apenas para esgalhar o AO90, essa arma de destruição maciça da Língua Portuguesa, como também para inventar a festarola sambística do “5 de Maio“. Esta invenção ocorreu primeiramente em 2018 (caramba!, há três anos, mas que coisa antiga, vetusta, cheia de tradição e verdete) e no ano seguinte, 2019, a UNESCO, sabe-se lá por que bulas e a troco de quê, resolveu puxar o lustro àquela bota “proclamando” essa mesma data como “Dia Mundial” da língua brasileira.

 

Coisa estranha, esta suspeitíssima manobra diplomática junto da UNESCO, visto que parece ser esse “Dia Mundial” da língua brasileira, precisamente, um caso muito raro ou único. Existe naquele organismo supranacional o “Dia Internacional da Língua Materna”, o que consubstancia um conceito radicalmente diferente, por genérico e abrangente, mas qualquer pesquisa (interna ou via Google) por “Dia da Língua” (ou por “language day”) devolve apenas um resultado, no que respeita a línguas de países historicamente colonizadores: além do tal “5 de Maio”, o “Day” da “bambochata” do “pôrrtugueiss universáu”, não existe qualquer “Day” para qualquer outra Língua nacional. À excepção, evidentemente, dos dias dedicados às línguas de trabalho oficiais admitidas na ONU: Arabic (18 December), Chinese (20 April), English (23 April), French (20 March), Russian (6 June) e Spanish (23 April). Estes seis casos justificam-se por aquilo que representam (línguas de trabalho da ONU), mas o dia da língua brasileira é o único a fintar essa lógica formal.

 

Dever-se-á talvez rever a definição do verbo “tresandar”. Isto já não é só uma história (muito) mal contada.

 

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Se a UNESCO e o próprio secretário-geral da ONU estão atolados em tão viscoso entroncamento de lamaçais, então estaremos não apenas perante uma das maiores burlas diplomáticas de sempre como vamos assistindo — muitos, com passividade ou indiferença — a um filme de encenação deprimente, péssimo guião, actores horríveis. Demasiado mau para ser verdade, de facto.

 

É hoje o único, o verdadeiro Dia da Língua Portuguesa. Eis uma certeza absoluta, séria e fiável.

 

Deixemos as alucinações para os imperialistas e os xenófobos, as mentiras para os desequilibrados e mitómanos, a verborreia para aqueles “intelectuais” em cuja cabeça apenas existe um preço escrito na testa.

JPG

 

MInha Patria.jpg

Público.png  A arte de transformar uma ILC-AO numa ILCalem-se

 

Imagine-se o ridículo: pedir à AR que recomendasse ao governo que pedisse à AR que revogasse uma resolução da própria AR!

 

Nuno Pacheco
“Público”, 10 de Junho de 2021

 

Não há inspiração camoniana (“Cale-se de Alexandre e de Trajano…”) no título deste texto, apesar de hoje, 10 de Junho, se celebrar Camões, a par de Portugal e das Comunidades. Não, o motivo é outro e nada tem de metafórico; pelo contrário, é literal. Expliquemo-nos: há um “cantinho” reservado aos cidadãos na Assembleia da República (AR); não para se sentarem, para isso há as galerias, mas para intervirem na actividade parlamentar. É um espaço virtual onde podem ser apresentadas três tipos de iniciativas: legislativas, petições e referendos. E ali se acolhe o que a lei e as regras (há um manual do utilizador, com 23 páginas) permitem. Dia 7, por exemplo, estavam lá três iniciativas legislativas de cidadãos (ILC, com 3393, 3101 e 543 assinaturas, respectivamente) e 36 petições. A mais “pesada”, de Abril, tinha 192.129 assinaturas (para afastar o juiz Ivo Rosa), a segunda 10.625 e a última apenas 3.

 

Mas, antes delas, uma outra ILC foi fazendo um longo e duro caminho até estar composta, aceite e pronta à votação. Se não tivesse esbarrado, antes, num muro. Falamos da ILC-AO, respeitante ao Acordo Ortográfico (AO90) e de que já aqui se falou mais do que uma vez (declaração de interesses: sou um dos subscritores). As raízes de tal iniciativa remontam a 2008 e centram-se no segundo protocolo modificativo do dito: “[o AO90] entrará em vigor com o terceiro depósito de instrumento de ratificação junto da República Portuguesa.” Isto, que muitos políticos acharam natural, foi um golpe inadmissível. Um acordo que envolve oito países (depois de se lhes juntar Timor-Leste) não podia entrar em vigor só com o “sim” de três; ou melhor, só poderia se todos os oito tivessem ratificado essa alteração de fundo. Só que, de facto, quatro nem sequer ratificaram o acordo, quanto mais os dois protocolos modificativos; e os restantes fizeram-no com métodos e em datas bastante duvidosas, como também oportunamente aqui se demonstrou em Agosto e em Dezembro de 2019. Mas a verdade é que a Assembleia da República aprovou, pela Resolução n.º 35/2008, de 29 de Julho, esse inominável segundo protocolo. Objectivo da ILC-AO? Que a AR o revogasse.

 

Nestes muitos anos, e enfrentando mudanças de leis e regras, a ILC fez o seu caminho. Foi recolhendo assinaturas, entregou-as em Abril de 2019 (21.206 validadas, feitos os acertos) e foi transformada oficialmente em projecto de lei, com o número 1195/XIII. Datada de 30 de Outubro de 2019, a Nota de Admissibilidade concluía: “A apresentação desta iniciativa cumpre os requisitos formais de admissibilidade previstos na Constituição, no Regimento da Assembleia da República e na Lei sobre a Iniciativa Legislativa dos Cidadãos. Tudo certo?

 

Sim e não. Porque depois o assunto emperrou. Em 6 de Novembro, baixou à Comissão de Cultura e foi como se tivesse baixado à terra, na acepção funerária do termo. Debateu-se, contrariou-se, pediram-se pareceres e… ignorou-se a Lei das ILC, a n.º 17/2003, que diz expressamente que o respectivo relatório e parecer devem ser elaborados no prazo de 30 dias e, esgotado tal prazo, a ILC deve ser agendada “para uma das 10 reuniões plenárias seguintes”. Ora o relatório/parecer só foi enviado ao Presidente da AR em 29 de Junho de 2020, com muitos 30 dias já gastos e só em 16 de Setembro de 2020 é que foi discutida em Conferência de Líderes, órgão ao qual cabe decidir a agenda do Plenário. E o que sugeriram os líderes em conferência? Que a ILC fosse transformada em petição. Imagine-se o ridículo: pedir à AR que recomendasse ao governo que pedisse à AR que revogasse a resolução da própria AR!

 

Como isto não tinha, nem tem, pés ou cabeça, a resposta foi “não”. Resultado: a ILC-AO continua lá, embalsamada, à espera, com as seguintes notas (claramente contraditórias): “Aguarda agendamento pela Conferência de Líderes”; e na linha abaixo: “Iniciativa não agendada por não estarem cumpridos os requisitos constitucionais, legais e regimentais para o efeito”. Tudo isto se resume a uma argumentação surreal: os cidadãos podem propor leis, mas leis não revogam resoluções; para isso, tinham de propor uma resolução; só que os cidadãos não estão autorizados, por lei, a propor resoluções; solução? A petição; que é pedir ao governo da nação que recomende a tal resolução que revogue a resolução. Há paciência?

 

Tudo isto é uma não-resposta. Lembra-me um conto de Hergé que li em miúdo, chamado O “Manitoba” não responde. O “Manitoba” era um transatlântico, silenciado por piratas. Terá o “Manitoba” encalhado em São Bento, transformando a ILC-AO numa ILCalem-se?

 

Nuno Pacheco

 

[Transcrição integral de artigo, da autoria de Nuno Pacheco, publicado no jornal “Público” de 10 de Junho de 2021. Destaques e “links” (a verde) meus. Cópia do artigo recebida por email.] (JPG)

 

Fonte:  https://cedilha.net/ap53/2021/06/10-de-junho-dia-da-lingua-portuguesa/#comment-area

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:37

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Quarta-feira, 5 de Maio de 2021

A UNESCO decretou o dia 5 de Maio como o Dia Mundial da Língua “Portuguesa”, ou melhor, como o “Dia da Variante Brasileira da Língua Portuguesa”. Assim é que é.

 

A Língua Portuguesa é a Língua de Luís de Camões, de Fernando Pessoa, de Eça de Queiroz, de Camilo Castelo Branco, de todos os nossos clássicos e hodiernos escritores e poetas, que não cederam à insensatez do Acordo Ortográfico de 1990, que não só veio amputar a grafia portuguesa, como  agigantar o desleixo pela escrita da mesma, e desenvolver uma inaceitável falta de brio  nos profissionais que têm a Língua Portuguesa como instrumento de trabalho,   mormente os da imprensa escrita (salvo raras excepções) e os que (des)constroem as legendas nas televisões, que, aos erros ortográficos, recomendados pelo AO90, acrescentam uma mixórdia linguística, sem precedentes, no nosso País. 

 

Daí que, hoje, em Portugal, dia que a UNESCO destinou para ser o Dia Mundial da Língua “Portuguesa”, o que se comemora é o que veremos mais abaixo, através da parca amostragem (a lista é infinita) com que brindo este dia… Os restantes países, da dita lusofonia, celebrarão a Variante Brasileira da NOSSA Língua, que políticos incompetentes e seus acólitos, pretenderam unificar, mas deram com os burros n’água. E o pior é que insistem no erro.

 

No dia 10 de Junho cá estaremos para celebrar o “Dia de Portugal, de Camões, da Língua Portuguesa (a original, a verdadeira), dos Cidadãos Portugueses e das Comunidades Portuguesas que, no estrangeiro, honram Portugal e a sua Identidade, mais do que o Presidente da República Portuguesa, que se está nas tintas para o Património Cultural Imaterial que ela representa, e dos que, ao abrirem a boca para falar da Língua Portuguesa, não sabem do que falam.

 

Hoje, fiquemo-nos pela comemoração da Mixórdia Ortográfica Portuguesa, gerada pelo desleixo, pela falta de brio e de profissionalismo dos escribas, e pela irrelevância que os sucessivos governos de Portugal têm dado ao Ensino, em geral, e ao Ensino da Língua Portuguesa, em particular. O que veremos a seguir não é do domínio das gralhas, porque gralhas sempre existiram. Isto é do domínio de uma mão-de-obra barata desqualificada, à qual os empregadores pagam uma ninharia, estando-se nas tintas para o serviço de qualidade que deveriam prestar.

 

E este é o Portugal dos Pequeninos que temos, e que espera por alguém dotado de lucidez e hombridade, para acabar com este embuste.

 

Isabel A. Ferreira

 

1 - Inpetores.png

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publicado por Isabel A. Ferreira às 11:13

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Quarta-feira, 28 de Abril de 2021

Augusto Santos Silva diz que o Governo mantém objectivo [leia-se erro] do Português [BR] como Língua oficial da ONU, admitindo “um caminho longo” …

 

Uma vergonhosa subserviência de Portugal ao Brasil, porque quem está interessado em ter o "brasileiro" na ONU é o Brasil. Sempre foi, e não fosse isso, entre outros motivos, o AO90 não tinha sido parido. E para tal o Brasil e Portugal contam com António Guterres um aliado de peso, nesta tentativa de impingir à ONU, não uma LÍNGUA, mas uma VARIANTE da Língua.

 

Portugal continua a ser o capacho da ex-colónia, porque os Portugueses andam a dormir. Se não andassem a dormir, e se os Professores não se acobardassem, isto não estaria a acontecer.

 

Jamais a Língua Portuguesa será Língua da ONU, se não se mandar às malvas o AO90.

 

O que o Brasil e o muito servilista governo português, na pessoa do dono e carcereiro da Língua Portuguesa, Augusto Santos Silva, pretendem é que na ONU se abanque a VARIANTE BRASILEIRA do Português. O objectivo é tão-só este. Basta navegar pela Internet, para comprovarmos que “português” é que anda por aí a tentar sobrepor-se à Língua Portuguesa. E só os cegos mentais não vêem isto, que é tão óbvio!

 

Leiam a notícia (com espírito crítico) e ACORDEM Portugueses!

 

Isabel A. Ferreira

 

ONU.png

 

De acordo com a notícia que saiu a público, Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios DOS Estrangeiros, afirmou que Portugal mantém o objectivo de instalar o “Português” [BR] como língua oficial das Nações Unidas (ONU), porém, admitiu que o caminho para lá chegar ainda é longo.

 

[E mais longo será quanto menos português for o que se quer impor].

 

Esta afirmação foi feita durante uma conferência de imprensa para apresentar a programação das “comemorações” oficiais do Dia Mundial da Língua Portuguesa [na sua variante brasileira] instituído em 2019 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que este ano incluirá 150 actividades em 44 países, ou seja, irá celebrar-se o Dia Mundial da Mixórdia Ortográfica Portuguesa, que anda por aí disseminada como uma praga, porque a Língua Portuguesa será celebrada pelos Portugueses no dia 10 de Junho.

 

Augusto Santos Silva admitiu que parte desse caminho está feito porque o “português” [BR] já é língua de trabalho em algumas organizações do sistema das Nações Unidas, [quais?] dando como exemplo a própria UNESCO, que se vergou à campanha realizada em torno da VARIANTE BRASILEIRA do Português, que os restantes países ditos lusófonos, não aplicam, tendo-se violado a Convenção de Viena, de 23 de Maio de 1969.

 

Para o percurso restante, o ministro dos Negócios DOS Estrangeiros apontou a necessidade de prosseguir com a promoção global do valor da Língua Portuguesa [leia-se MIXÓRDIA PORTUGUESA] considerando muito importante que, ao trabalho do instituto Camões [predador da Língua Portuguesa] se alie o trabalho de outros países que têm instituições congéneres no universo de Língua Portuguesa nomeadamente [e APENAS] a rede Brasil Cultural, e o [inútil]   Instituto Internacional de Língua Portuguesa (ILLP).

 

Santos Silva, referiu ainda que esse trabalho permite ir codificando as diferentes variedades da língua [???] estender a rede internacional de ensino e também de criação cultural com base na nossa língua, como se isto não fosse a maior falácia de todos os tempos.

 

Por outro lado, acrescentou, que é indispensável trabalhar no próprio sistema das Nações Unidas, apontando, neste contexto, que Português [brasileiro] está já a ser ensinado, há três anos, na Escola Internacional de Línguas das Nações Unidas, em Nova Iorque, num esforço conjunto de Portugal e do Brasil.

 

[Note-se que aqui só entra BRASIL e PORTUGAL, os restantes países, ditos lusófonos, estão de fora].

 

«À medida que formos afirmando a centralidade da Língua Portuguesa [brasileira] em escolas internacionais, maior é a projecção», disse Santos Silva, apontando igualmente a importância para este esforço da rede das escolas portuguesas no estrangeiro, quer no ensino em “português” [do Brasil], quer na formação de professores de Língua Portuguesa [amixordizada] ou na "valorização internacional" das culturas e das literaturas feitas em “Português” [do Brasil].

 

«Isso somaria a um caminho que também estamos a desbravar e de que o primeiro grande exemplo ocorre em Londres com a primeira escola bilíngue “Português” [brasileiro] e Inglês", disse Santos Silva.

 

Questionado pela agência Lusa sobre os progressos na implantação do Português como uma das línguas oficiais da Guiné Equatorial, um dos compromissos do país na sua adesão à CPLP, Santos Silva disse que Portugal continua a apoiar os esforços deste país, que tem também o Castelhano e o Francês como línguas oficiais, [o que é uma falácia, pois na Guiné Equatorial a inclusão do Português, como Língua Oficial, foi apenas para cimentar negociatas que nada têm a ver com o uso da Língua Portuguesa.]

 

«Portugal não só tem recebido e formado funcionários da administração pública equatorial-guineense para garantir que os documentos oficiais da Guiné Equatorial se publiquem também na língua que soberanamente escolheu como as suas línguas oficiais, como também tem assegurado a presença de docentes em apoio à formação de professores e às instituições locais", disse Santos Silva, [para “inglês ver”].

 

O ministro disse ainda que Portugal é acompanhado neste esforço por outros países da CPLP, designadamente o Brasil [e apenas o Brasil] e pela própria organização lusófona [quem mais?]

«Esperamos que, em resultado desse esforço, o compromisso que a Guiné Equatorial assumiu seja cumprido», concluiu Santos Silva.

 

[Bem podem esperar sentados, porque a Guiné Equatorial está-se nas tintas para a mixórdia linguística que lhes querem impingir.]

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:17

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Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2021

«Pretensa língua portuguesa utilizada numa reunião na UNESCO, mas que na verdade é a [futura] língua brasileira. CHOCANTE!»

 

O título desta publicação é o assunto de um e-mail que recebi de alguém, que não irei identificar, por motivos óbvios, e que me chocou tanto quanto chocou quem o escreveu.

 

Há muito sabemos o que está por trás da imposição ditatorial do AO90, em Portugal. Também sabemos que a Língua Portuguesa, internacionalmente, não existe. O que existe, e veio substituí-la, é a Variante Brasileira do Português, que já não é Língua Portuguesa.

 

Penso que nenhum português se incomodará se a Língua Brasileira vier a ser a Língua mais falada no mundo, ou mesmo ser A Língua do mundo, como o é, neste momento, o Inglês, embora seja a terceira Língua mais falada. Que tenham muito bom proveito e sejam felizes. A inveja é um sentimento muito feio.

 

Os Portugueses, que se prezam de o ser, não são complexados. Estão-se nas tintas se a Língua Portuguesa vier a ser uma Língua minoritária, como a Língua Galega, desde que seja uma Língua, porque mais vale ter uma Língua minoritária, do que ter um arremedo de Língua.  


Daí que, é com grande consternação que vemos a Língua Portuguesa ser substituída pela Variante Brasileira, e que continuem a chamar-lhe “portuguesa”. Porque já não é.

 

Sabemos que os governantes portugueses não têm um pingo de brio, daí que tanto se lhes dá como se lhes deu que a Língua Portuguesa tenha desaparecido da Internet ou do mundo. Contudo, enquanto houver PORTUGUESES (e não arremedos de portugueses) a Língua Portuguesa estará a salvo. Nós seremos o seu último reduto, tal como a Galiza é o último reduto da Língua Galega.

 

Isabel A. Ferreira

 

LÍNGUA.png

 

E-mail recebido:

 

Cara Isabel,

 

Eu inscrevi-me hoje nessa reunião na UNESCO. E ao inscrever-me eu escolhi como é óbvio a Língua Portuguesa, como estava indicado.

 

Como pode verificar no documento em anexo, a Língua Portuguesa parece ter deixado de existir nos cenáculos internacionais (além da Internet) e foi já claramente substituída pela [futura] língua brasileira.

 

Este documento não está redigido em português/acordês (AO1990) mas foi redigido directamente em brasileiro, o que não deveria suceder. Eu sublinhei a vermelho as palavras que demonstram o que aqui escrevo. Por exemplo, eu nunca “disquei” um número de telefone, e assim de seguida.

 

Por ter ficado extremamente chocado (para não dizer ferido com o que considero uma humilhação, para todos nós portugueses, para a Língua Portuguesa e para a Nação Portuguesa, decidi informá-la do que precede, assim como ao N. P.

 

Acho que seria útil e oportuno que se saiba, publicamente, como a LÍNGUA PORTUGUESA está inexoravelmente a ser eliminada internacionalmente por sucedâneos, como a futura língua brasileira, como aliás estava previsto na “AGENDA OCULTA” a qual continua a ser implementada.

 

Pelo menos agora está claro qual era o verdadeiro sentido deste desígnio. Só não vê quem não quer.

 

Cordialmente.

 F.J.

 

***

Documento anexado:

 

Olá  ……………………………………………………………………..  ,

Obrigado por se inscrever para " …  General Assembly".

Envie qualquer pergunta para   :    .......@unesco.org

Data Hora: 3 mar. 2021 01:00 da tarde Paris

Ingresse do seu PC, Mac, Linux, iOS ou Android: Clique aqui para ingressar
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        Federação Russa : +7 495 283 978
        Suécia : +46 8 4468 248
        Reino Unido : +44 131 460 119
        Brasil : +55 11 4680 678
        Chile : +56 23 210 906
        Peru : +51 1 707 578
        Costa Rica : +506 4100 769
        RAE de Hong Kong : +852 5803 373
        Austrália : +61 2 8015 601
        Bahrein  : +973 1619 760
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publicado por Isabel A. Ferreira às 19:02

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Sábado, 20 de Fevereiro de 2021

Amanhã, o mundo comemora o Dia Internacional da Língua Materna, mas as crianças portuguesas não terão Língua Materna para comemorar, porque a nossa Língua perdeu a sua qualidade de genetriz e já não nos representa

 

O dia 21 de Fevereiro foi declarado o Dia Internacional da Língua Materna pela UNESCO, em 1999.

 

Para quê?

 

Para promover a consciencialização sobre a diversidade linguística e cultural, e o multilinguismo, algo que o AO90 veio esbandalhar.

 

Medíocres no Poder.PNG

 

E porquê Portugal está fora desta comemoração?

 

Simplesmente porque já não tem Língua Materna para comemorar.

 

E porquê não tem Língua Materna para comemorar?

 

Porque um punhado de políticos ignorantes vendeu a Língua Materna dos Portugueses - a Língua Portuguesa - ao Brasil, abrasileirando-a, amixordizando-a, descaracterizando-a, afastando-a da sua família indo-europeia, e a nossa Língua Materna, que identificava o Povo Português, foi simplesmente desprezada, espezinhada, truncada, trocada por uma Variante dela própria.

 

O que se fala e escreve hoje em Portugal, se bem que ainda haja milhares de Portugueses que resistem, já não é a Língua Materna dos Portugueses, mas uma mixórdia inominável, porque nem nome tem, uma vez que nem é português nem brasileiro. É uma mistura empobrecida das duas versões ortográficas, que se estende também à oralidade, à qual, de modo algum, podemos chamar Língua Materna, porque nenhum Português, excePto os mercenários da Língua, que querem acabar (ainda não acabaram) com o NOSSO Português, se revê na mixórdia ortográfica promovida por gente medíocre, da mais medíocre que já tivemos, e que, cegamente, os servilistas reptilianos seguem.

 

A linguagem não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas também parte da nossa identidade e cultura. E para que cada país possa manter as próprias identidade e cultura, os governos devem garantir que as populações possam aprender e comunicar-se com eficácia nas suas Línguas Maternas.


E o que estão a fazer com as nossas crianças é um crime de lesa-infância.

 

Tenológicas.png

 

E que língua é esta que anda por aí, truncada, apartada das suas raízes?

 

Quem poderá dizer, em consciência, que o que vemos, nesta imagem vergonhosa, corresponde à Língua Materna dos Portugueses?

 

E não me venham dizer que “tenológicas” é um lapso. Porque não é.

 

A propósito desta imagem, uma anti-acordista tal como eu, autora da publicação, disse o seguinte, na sua página do Facebook:

 

Ora descubram lá os erros!
Há pouco, na RTP1.
No caso do primeiro (não, não é a primeira vez!), certamente excesso de zelo no seguimento cego da aberração, escandalosamente chamada de "acordo" e de "ortográfico".
Haja vergonha e lute-se pela destruição completa desta praga!!!
É que já há muito que não há paciência
.
 Elisabeth Henriques

 

Fonte: https://www.facebook.com/photo?fbid=10215180172857791&set=a.3193025044660

 

A regra nº 1 dos acordistas é: o que não se lê (mas também o que se lê) não se escreve. Então corta-se a torto e a direito, demasiadas vezes, todos os cês e pês que lhes aparecem à frente, e isto já não é lapso, é lei. Qual lapso, qual carapuça!

E a palavra “objetivo” que se lê “ôb’j’tivunão faz parte do léxico da nossa Língua Materna, de matriz greco-latina. “Objetivo” não tem história, não tem raiz, não tem sentido.



ObjeCtivo, sim, tem história, tem raiz, tem sentido. Vem to Latim objectus.

 

Todas as coisas têm uma história. As Línguas têm uma história. Não podemos pegar nas palavras e desconjuntá-las, para facilitar a sua escrita. Assim como não podemos pegar numa pessoa de dois metros de altura e desmembrá-la, para que possa caber numa cama de metro e meio.


A propósito de Línguas Maternas, no mundo, aconselho a leitura deste interessante  texto, que se encontra neste link:

https://www.elcastellano.org/news/opini%C3%B3n-las-lenguas-originarias-de-%C3%A1frica-frente-las-lenguas-coloniales

e que, a propósito do 21 de Fevereiro, aborda As Línguas originárias de África frente às Línguas coloniais, em que o autor, Harrison Mwilima, diz o seguinte:

 

Até agora, mais de sessenta anos após a independência da primeira nação africana, os nossos países ainda se definem de acordo com as suas antigas línguas coloniais: são chamados de nações anglófonas, francófonas ou lusófonas. Espero um dia ver uma África afrofônica que utilize eficazmente a sua riqueza e diversidade de Línguas.  

 

Este é o sonho de qualquer pessoa que tenha os seus neurónios a funcionar: que cada país utilize eficazmente a própria Língua, porque na diversidade é que está a riqueza das Línguas. Não numa tentativa frustrada de unificar uma Língua com a sua Variante.

 

Destruir a Língua Portuguesa para a (des)igualar à variante de uma ex-colónia, é de mentes pequeninas, complexadas e desprovidas de um pingo de lucidez.



Amanhã, Dia Internacional da Língua Materna, as crianças portuguesas não terão Língua Materna para comemorar.

 

E isto é muito, muito, muito triste! 

 

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:04

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Sexta-feira, 8 de Maio de 2020

«Língua portuguesa: uns só sabem do sonho, outros é mais inquietação, inquietação»

 

«(…) Mas a inquietação só terminará quando for reconhecido o logro que este acordo é. Livremo-nos dele, que terminará a inquietação. E haverá paz ortográfica.» (Nuno Pacheco)

 

Nuno Pacheco.jpg

Por Nuno Pacheco

 

«No Dia Mundial da Língua Portuguesa houve um generalizado tom ufanista que só a custo encontra expressão prática.

 

António Gedeão, Manuel Freire e José Mário Branco não têm culpa nenhuma disto, mas se tivéssemos de traduzir em música as celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, o primeiro desde que a UNESCO fez mundial a data fixada em 2009 pela CPLP, só duas canções nos ocorrem: Pedra filosofal Inquietação. A insustentável leveza do sonho e o peso do que nos inquieta.

 

É certo que, a esta hora, já todos viraram a página, até porque o fantasma da recessão que paira sobre as economias relegará mais uma vez a língua para segundo plano. Mas nas mensagens, nos discursos, nos artigos de opinião e nas celebrações que marcaram o dia 5 há um generalizado tom ufanista que só a custo encontra expressão prática. Dos arroubos poéticos da mensagem presidencial (Marcelo Rebelo de Sousa elogiou no português “o génio de ser uma língua do futuro, viva, diversa na unidade, que muda no tempo e no espaço, continuando a ser a mesma no essencial”) à euforia de António Costa (“Na língua portuguesa cabe o mundo inteiro. A língua portuguesa é, porventura, a nossa maior riqueza, colectiva, de todos nós”), passando pelo ufanismo matreiro do texto para o qual o ministro Augusto Santos Silva arregimentou três outros ministros que em matéria de políticas da língua só são chamados quando convém, vai um largo rol de cenários sonhadores e vacuidades. É possível escrever, como se faz neste último texto, sem soltar de imediato uma gargalhada, que “cresce o uso [da língua portuguesa] na economia, nas viagens, na informação”? Em que planeta vivem?

 

Falantes de português no mundo, hão-de ser 500 milhões no futuro, afiança Costa. Mas hoje há quem fale em 265 milhões, mais de 270 milhões ou cerca de 300 milhões. São números que só querem dizer alguma coisa se descermos à realidade dos países onde a língua é falada ou ensinada e aí veremos que há inúmeros problemas ocultos neste nevoeiro de sonhos. A imagem, idílica, de milhões de estrangeiros ávidos de aprender o português (pouco importa em que variante) esbarra na dura realidade de a língua enfrentar dificuldades no seu próprio terreno, seja no ensino em países africanos (as queixas são públicas e conhecidas), seja na insistência com que o português é facilmente substituído pelo inglês em várias instâncias. A orquestra “lusófona” internacional quer ser bonita, mas anda muito desafinada.

 

O embaixador de Portugal na UNESCO, António Sampaio da Nóvoa, deu recentemente uma entrevista à Renascença onde, a par de considerar que “temos que fazer mais” pelo ensino da língua no estrangeiro e em Portugal (e se temos de fazer mais é porque não fazemos ainda o suficiente), acenou com esta velha miragem: o português como língua oficial da ONU. Diz ele que hoje “estamos mais perto” de o conseguir. Estamos? Olhe que não. O secretário executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, também numa entrevista recente à Deutsche Welle África, reconhece “que existe de facto uma vontade de diferentes departamentos das Nações Unidas em poder desenvolver esforços no sentido em que o português venha a ser uma língua oficial”, mas constata que, “para além de uma vontade política, é necessário um enorme esforço financeiro, que obviamente levará o seu tempo a concretizar”. Um enorme esforço financeiro, aí está. Ora a CPLP tem um largo historial de contribuições em atraso e o nada recomendável Instituto Internacional da Língua Portuguesa está financeiramente nu. Portanto sim, há sonhos, planos, protocolos, promessas. Mas não há dinheiro. A isto, dá o sonhador uma singela resposta: “A língua portuguesa é, porventura, a nossa maior riqueza.” Ufanismo de bolsos vazios.

 

Como se não bastasse, há ainda o incómodo Acordo Ortográfico. Ratificado por quatro países, que só parcialmente o aplicam (com as incongruências a ele associadas e com uma trapalhada enorme nas datas de ratificação, como já várias vezes aqui se escreveu), vem agora Cabo Verde dizer que a atitude do país “é não entrar em posições fracturantes, neste momento”, ao passo que Angola, cujo ministro das Relações Exteriores, Téte António, diz “estar a trabalhar com vista à ratificação”, sublinha que ali o português apresenta “particularidades discursivas, pragmáticas, sintácticas, léxicas, morfológicas, fonológicas e prosódicas.” Concluindo: é uma variante e quer ser como tal reconhecida. A amálgama “unificadora” actual não lhe serve.

 

E a Portugal muito menos. Atente-se nesta passagem da já citada entrevista de Sampaio da Nóvoa: “O professor Adriano Moreira, num texto recente, dizia que tínhamos que acabar com a inquietação do Acordo Ortográfico. Julgo que é preciso, serenamente, fazer uma avaliação, pensarmos no que nunca aconteceu ao longo destes últimos anos e décadas. Pensar o que isso significa para as gerações mais jovens, o que significa para as gerações menos jovens como a minha e a partir dessa avaliação encontramos soluções de futuro. É uma resposta que lhe estou a dar a título pessoal, mas creio que está na altura de fazermos essa avaliação e, retomando as palavras do professor Adriano Moreira, acabar com esta inquietação.” É um ponto de partida tardio. Mas a inquietação só terminará quando for reconhecido o logro que este acordo é. Livremo-nos dele, que terminará a inquietação. E haverá paz ortográfica.»

 

Fonte:

https://www.publico.pt/2020/05/07/culturaipsilon/opiniao/lingua-portuguesa-so-sabem-sonho-inquietacao-inquietacao-1915353

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:28

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