Sexta-feira, 16 de Agosto de 2024

NÃO existe Português de Portugal vs. Português do Brasil, muito menos Variante do Português de Portugal. Enquanto insistirem nestes antilogismos a Língua Portuguesa continuará a ser vilipendiada... (Parte I)

 

Então o que existe?

Existe a Língua Portuguesa, única e inviolável, e as suas Variantes, sendo a mais evidente, a Variante Brasileira do Português, que pretendem impor aos países da CPLP.

 

É do foro da estupidez dizer que existe um Português Europeu, e que este é uma variante da Língua Portuguesa, quando o berço da Língua Portuguesa é Portugal, e foram os Portugueses que a levaram aos quatro cantos do mundo, onde deixaram um rasto de dialectos oriundos dessa Língua Lusa.



NÃO existe Português do Brasil, porque o Brasil alterou a estrutura da Língua Portuguesa, afastando-a das suas raízes greco-latinas, criando uma variante que apenas pertence ao Brasil, e a mais nenhuma outra ex-colónia portuguesa, e muito menos a Portugal. E essa alteração não se limita apenas à ortografia, mas igualmente ao léxico, à morfologia, à sintaxe e à semântica, porém, a mais notória alteração acontece na fonologia. A partir destas alterações, já não se pode mais falar de “Português” quando falamos da Língua do Brasil.

 

Ponham, por exemplo, um cidadão angolano e um cidadão brasileiro, frente a frente, numa entrevista, na televisão, e depois perguntem a uma criança, que já frequentou a Escola Básica, quem fala o quê. A criança dirá, sem qualquer hesitação, que o angolano fala Português, e o Brasileiro fala Brasileiro. Assim, tal e qual. E se perguntarem a um estrangeiro que tenha conhecimentos do Português, ele dirá o mesmo.


Há por aí quem (até ao mais alto nível) queira pôr em evidência a Variante Brasileira do Português -- à qual chamam, indevidamente, “português” --   apenas porque ela é utilizada por mais de 200 milhões de pessoas.  E daí? O que temos nós a ver com isso, a não ser sentirmo-nos usurpados na nossa identidade linguística?

 

As Variantes do Castelhano e do Inglês são utilizadas por muito mais de 200 milhões de pessoas. A Língua Castelhana e a Língua Inglesa andam por aí a ser vilipendiadas? NÃO andam. E sabem porquê? Porque os decisores políticos Espanhóis e Ingleses não sofrem do complexo de inferioridade de que os portuguesinhos sofrem, e não andam por aí a fazer desacordos desortográficos, para imporem aos Espanhóis e aos Ingleses as variantes que esses milhões falam e escrevem.  

 

E enquanto os decisores políticos portuguesinhos continuarem a aceitar, servilmente, a designação de “Português do Brasil”, e a impor aos Portugueses não-pensantes [porque os há pensantes, logo, insubmissos] a Variante Brasileira do Português, disfarçada no acordo ortográfico de 1990, com o argumento parvo de que eles são 200 milhões, a Língua Portuguesa continuará a ser vilipendiada.


Eles são milhões? E o que é que nós temos a ver com isso? Podiam ser muitos mais. E daí? Esses milhões têm lá a Variante deles, assim como os ex-colonizados espanhóis e ingleses têm as variantes deles, e os ex-colonizados espanhóis e ingleses não andam por aí a rastejar à ordem dos milhões...


O Brasil ainda não conseguiu cortar o cordão-umbilical com o ex-colonizador. Abominam a colonização portuguesa, até estão interessados em absurdas reparações históricas, deformaram a Língua pela qual optaram, quando se libertaram do jugo português. Por que não assumem de uma vez por todas a Variante Brasileira do Português, que, na escrita até pode parecer semelhante ao Português, mas na estrutura e na oralidade NÃO é. 



Nunca estudei Italiano, nem Galego, nem Mirandês. Nem os Italianos, nem os Galegos, nem os Mirandeses falam a minha Língua. Eu não sei falar Italiano, nem Galego, nem Mirandês. Mas leio e compreendo perfeitamente a escrita italiana, galega e mirandesa. Por que será?

 

Com esta idiotice de nos querem impingir a linguagem dos 200 milhões, criou-se uma terceira variante, que bem podemos designá-la como Mixórdia Portuguesa, que levou a uma balbúrdia ortográfica, única no mundo civilizado, onde a Escrita é um meio de comunicação e fixação do Saber, da Cultura e do Pensamento de um Povo.  Em Portugal, essa Mixórdia Ortográfica serve apenas para os básicos se comunicarem.

 

Este facto deplorável não deve dar ânimo a ninguém, porque quanto mais a balbúrdia se impõe, mais a Língua Portuguesa definha. Nunca ouviram dizer que uma mentira repetida muitas vezes transforma-se em verdade? Pois é! É o que está a acontecer nas redes sociais, na Internet, no Google, e os disparates que lá se escrevem começam a ser o pão nosso de cada dia. Nas redes sociais, na Internet, no Google apenas uma elite culta escreve em BOM Português.

 

José de Alencar.png

 

E a ignorância impera, ao mais alto nível, a este respeito. É só estar atento a quem fala e ao que se escreve nas televisões, para ver como se fala e escreve vergonhosamente a Língua Oficial de Portugal.  O que vale é que a Língua Portuguesa NÃO tem a projecção no mundo que têm o Mandarim (1,1 biliões de falantes); o Castelhano (480 milhões); o Inglês (380 milhões); o Hindi (341 milhões); o Árabe (315 milhões); o Bengali (228 milhões) [números de 2024], e, assim, a Língua Portuguesa, escrita e falada de um modo absolutamente deplorável, como se fôssemos um país de básicos, pode ser que passe despercebida.

 

Entretanto, soubemos que Angola tinha (não sei se ainda tem) a intenção de forçar a revisão do AO90. Rever o quê? Para quê? Devia era forçar a anulação pura e simples do abortográfico, porque os abortos não têm e nunca tiveram viabilidade possível.

 

Dizem-me que a questão do AO90 está nas mãos de Angola.

Estará? Angola até pode ser o caminho, mas quem quer, pode e manda, em Angola, ainda não mexeu uma palha neste sentido. Estão à espera de quê?  

 

E para tornar tudo isto ainda mais surreal, chegou-me, via e-mail, uma notícia que me surpreendeu pela negativa: em Portugal, nasceu mais um jornal, o PÚBLICO Brasil, com o objectivo de falar com os brasileiros que vivem em Portugal, e dar visibilidade à Variante Brasileira do Português, como se já não bastasse os subservientes órgãos de comunicação social, que, cegamente, se venderam ao ilegal AO90, tal como Judas se vendeu ao Sinédrio, por 30 dinheiros, e o Brasileirês, as brasileirices e os Brasileiros imperam, em Portugal, e já há portugueses com vontade de deixar de sê-lo.

 

Mas esta matéria é para desenvolver na Parte II, desta minha publicação.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:53

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Sábado, 1 de Junho de 2024

«Parlamento Europeu e Língua Portuguesa»

 

Texto de Manuel Figueiredo, Comandante da Marinha Portuguesa (na reforma), publicado no seu Blogue Sextante Poveiro, no link abaixo indicado, o qual subscrevo inteiramente.

 https://sextante-poveiro.blogspot.com/2024/06/parlamento-europeu-e-lingua-portuguesa.html

É urgente que alguém ACORDE, em Portugal, para esta realidade, porque na União Europeia, uma das Línguas Oficiais é o Português transvertido da Variante Brasileira do Português, algo inadmissível, do qual os governantes portugueses e os candidatos a deputados europeus deveriam ter VERGONHA

Isabel A. Ferreira

Manuel Figueiredo.png

 

«Parlamento Europeu e Língua Portuguesa»

 

Sirvo-me de um artigo escrito por Anselmo Borges (padre e filósofo) no "Diário de Notícias" (14.04.2012), no qual me inspiro para destacar dois pontos:

- Vasco da Graça Moura, então director do Centro Cultural de Belém, suspendeu a aplicação do Acordo Ortográfico. Poucos tiveram a lucidez e a coragem de tomar idêntica decisão.

 - O actual MNE, e então eurodeputado Paulo Rangel, escreveu: "o gesto no CCB é o início de um movimento, cada dia mais forte, de boicote cívico a uma mudança ortográfica arrogante e inútil" (sublinhado meu).

 

Está a decorrer em Lisboa a Feira do Livro, que será aproveitada como montra de vaidades e discursos vazios, enquadrados na campanha eleitoral para as próximas eleições para o Parlamento Europeu. Em tantos discursos de "fervor patriótico" e tantas manifestações de "orgulho português", poderemos esperar que os candidatos ao PE (ao menos um!) se manifestem pela imediata revogação do AO90?

Tenhamos a sorte de ouvir um candidato a eurodeputado garantir que irá - lá, no Parlamento Europeu - defender a Língua Portuguesa, uma pérola patrimonial no contexto universal!

 

Desejo maior será ouvir, alto e claro, o actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, reafirmar com redobrado vigor o que escreveu - e bem - há alguns anos.

 

Em tempo: quem, dos actuais candidatos ao PE, já abordou esta questão?

 
publicado por Isabel A. Ferreira às 19:02

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Quinta-feira, 30 de Maio de 2024

O “DN Brasil”, projecto jornalístico para servir imigrantes brasileiros em Portugal, vem provar que a Língua do Brasil é uma coisa, e a Língua Portuguesa é outra coisa, e que o AO90 deve ser destruído, por ser completamente inútil, lá é cá..

 

A ideia deste projecto do DN foi proporcionar à comunidade imigrante brasileira, em Portugal, um suplemento mensal e um site noticioso com actualização diária, cuja edição em papel irá para as bancas juntamente com o Diário de Notícias, tudo escrito na linguagem brasileira, para que os Brasileiros possam estar a par do que se passa, pois, o JN, em Português, não era perceptível à comunidade brasileira.

 

DE acordo com o DN o objectivo do DN Brasil é valorizar os imigrantes que escolheram Portugal para viver e promover a integração na sociedade portuguesa. Errado.
Se querem promover a integração dos Brasileiros na sociedade portuguesa NÃO é através de um DN Brasil, mas através da aprendizagem da Língua Portuguesa, a Língua de Portugal. É através da Língua que nos integramos num País.

 

Ainda de acordo com o DN os textos serão escritos em português do Brasil, como forma de valorização da língua portuguesa em toda a sua latitude, mas também para contribuir para aproximar ainda mais os dois países. Que absurdo! Primeiro, porque NÃO existe um português do Brasil, mas sim uma Variante Brasileira do Português, outra linguagem, tão diferente, que é necessário um DN Brasil. Segundo, ao darem aos Brasileiros a possibilidade de lerem notícias na linguagem deles NÃO estão a valorizar a Língua Portuguesa, muito pelo contrário, estão a dizer que o Brasileiro é uma coisa, e o Português é outra coisa. Pura e simplesmente isto. Também NÃO estão a contribuir para aproximar ainda mais os dois países, muito pelo contrário, estão a afastá-los, através das duas Línguas. Se querem aproximar os dois países, os Brasileiros, que vivem em Portugal, DEVEM aprender a falar e a escrever PORTUGUÊS. Aliás, antes desta ideia idiota do AO90, o Brasil e Portugal estavam muito mais unidos do que estão hoje.

 

A ideia (peregrina) de Antônio Houaiss, quando engendrou o AO90, era (seria?) a de unir as grafias brasileira e portuguesa, algo que só quem desconhece os meandros de um Idioma poderia considerar possível. Foi impossível, como era óbvio. Contudo, a ideia da criação do AO90 NÃO era unir grafias. Era algo muito mais pernicioso, algo politicamente incorrecto, algo que pertence à má-fé dos envolvidos: pensar que a Variante Brasileira do Português transvertida do Português, alguma vez pudesse vir a ser uma língua oficial da ONU.

Por outro lado, para se ter a nacionalidade portuguesa DEVIA ser obrigatório saber-se a Língua Oficial de Portugal, a Língua Portuguesa, pois os tchis, os djis, o ônibus, a gêládêrá etc. NÃO pertencem ao Português. Em qualquer Estado de Direito essa é a regra.


Não é preciso, por exemplo, fazer um DN Angola, e temos cá bastantes imigrantes angolanos. E porquê? Porque os Angolanos falam e escrevem PORTUGUÊS.



Se é para ter um DN Brasil, então que o Brasil fique lá com a sua Variante Brasileira do Português, muito válida e muito rica, e que a Portugal seja devolvida a grafia portuguesa.

 

Não seria esta uma atitude das mais inteligentes?

Obviamente seria a atitude mais inteligente dos últimos 50 anos.

 
Isabel A. Ferreira

 

União.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:11

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Juristas da SPA dixit: «O Acordo Ortográfico é ilegal» - Neste texto está tudo o que os Portugueses devem saber para REJEITAR o AO90 legalmente

 

Introdução:

 

António De macedo.png

 

Um texto publicado no Blogue A bem da Nação, em 09 de Abril de 2012,  pelo Economista Henrique Salles da Fonseca, o qual continua actualíssimo, uma vez que, desde essa data, todos os governantes, sem excepção, decidiram que a Língua Portuguesa devia ser destruída na sua forma grafada, para dar lugar à grafia da Variante Brasileira do Português, permitindo que o Brasil usurpe a designação da Língua Materna dos Portugueses, assinalando-a com a bandeira brasileira, encaixando-a no conjunto das Língua Europeias, como se fosse uma delas.

 

E se isto não é usurpação da Língua alheia, o que será, se no Brasil não se fala nem escreve Português, mas a tal Variante Brasileira do Português?

Usurpação.png

 

Mas o mais grave, o mais absurdo, o mais flagicioso é o Estado Português, a Nação Portuguesa, Portugal, como país livre e soberano, permitir esta usurpação.

 

Neste conjunto de Línguas europeias, a bandeira que DEVE assinalar o Português, é a Bandeira de Portugal. Andam a enganar os estrangeiros que levam gato por lebre, e isso, na minha terra, chama-se vigarice.



Estamos em 2024, e o AO90 NÃO foi consagrado por Decreto-Lei, prevalecendo a simples Resolução da AR que, não tendo valor de Lei, não obriga a escrever “incurrêtâmente” a Língua Materna dos Portugueses.

 

E a informação, que o Doutor António de Macedo, Professor Universitário, Cineasta e Escritor deu neste texto, continua válida, porque neste nosso País, com tantos apátridas dentro, vender a Língua Portuguesa ao Brasil foi um autêntico negócio da China para aquele país, e para mais nenhum. E o caos gerado pelo AO90 só trouxe malefícios aos Portugueses.

E não haverá ninguém com massa cinzenta activa que possa pôr fim a esta pouca-vergonha?

 

Isabel A. Ferreira

***

«O Acordo Ortográfico é ilegal»

 

Informação do Professor Doutor Professor António Macedo, Professor Universitário e Escritor, segundo a SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES (SPA):

 

Após uma conversa aprofundada com os juristas da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), que estão muito bem informados sobre estas matérias, apurei resumidamente o seguinte:

 

1 - A nova ortografia, acordada pelo Acordo Ortográfico de 1990 (AO90), foi promulgada pela Resolução da Assembleia da República (AR) n.º 26/91, de 23 de Agosto (com pequenas actualizações posteriores), e reiterada pela Resolução do Conselho de Ministros (CM) n.º 8/2011.

 

2 - A ortografia ainda em vigor, acordada pelo Acordo Ortográfico de 1945 (AO45), foi promulgada pelo Decreto n.º 35.228 de 8 de Dezembro de 1945 e ratificada em 1973, com pequenas alterações, pelo Decreto-Lei n.º 32/73 de 6 de Fevereiro.

 

3 - O Código do Direito de Autor e Direitos Conexos foi promulgado pelo Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de Março (com pequenas actualizações posteriores).

 

4 - Na hierarquia legislativa, segundo me explicaram os juristas da SPA, um Decreto-Lei está acima duma Resolução da AR ou do CM. Um Decreto-Lei é vinculativo, ao passo que uma Resolução é uma mera recomendação.

 

5 - Por conseguinte, uma Resolução não tem força legal para revogar um Decreto-Lei, e por isso o AO45 continua em vigor.

 

6 - Em caso de conflito entre a nova ortografia e o Direito do Autor, o que prevalece é o Decreto-Lei do Direito de Autor.

 

7 - Em consequência, nenhum editor é obrigado a editar os seus livros ou as suas publicações segundo a nova ortografia, nem nenhum Autor é obrigado a escrever os seus textos segundo o AO90. Mais ainda: tentar impor a nova ortografia do AO90 é um acto ilegal, porque o que continua legalmente em vigor é o AO45.

 

8 - Ao abrigo do Código do Direito de Autor, os Autores têm o direito de preservar a sua própria opção ortográfica, conforme consta do n.º 1 do Art. 56.º do Capítulo VI do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos: "(...) o autor goza durante toda a vida do direito de reivindicar a paternidade da obra e de assegurar a genuinidade e integridade desta, opondo-se à sua destruição, a toda e qualquer mutilaçãodeformação ou outra modificação da mesma e, de um modo geral, a todo e qualquer acto que a desvirtue (...)".

 

9 - Embora no Artigo 93.º do Código do Direito de Autor se preveja a possibilidade de actualizações ortográficas, há sempre a opção legítima, por parte do Autor, de escrever como entender, por uma opção ortográfica de carácter estético. O que aliás foi confirmado pelo Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, em entrevista à SIC no dia 8 de Janeiro de 2012, onde ele confirmou que até 2015 há um período de adaptação em que é permitido o uso paralelo do AO45 e do AO90, mas que aos Escritores, dada a sua condição de artistas criadores, ser-lhes-á sempre permitido utilizar a grafia que entenderem, mesmo que em 2015 o novo AO90 venha a ser eventualmente consagrado por Decreto-Lei, e não apenas, como agora, por uma simples Resolução da AR.

 

Para terminar, e entre parênteses, o novo AO90 é tão aberrante que é um verdadeiro crime, que está a ser imposto em vários meios de comunicação e em todos os departamentos governamentais, não obstante ser ilegal e antidemocrático – e antidemocrático porque as várias sondagens que têm sido feitas desde há vários anos sempre apontaram para uma média de rejeição, do AO90, de cerca de 67 por cento por parte da generalidade dos Portugueses.

 

Claro que um crime desta envergadura só pode estar a ser tão violentamente implementado porque tem atrás de si interesses muito pesados e muito poderosos, e apetece-nos perguntar como nos romances policiais: a quem aproveita o crime?

 

Geralmente, em crimes desta envergadura, a resposta costuma ser: follow the money...

 

Dei um modesto contributo para tentar explicar a minha posição sobre o assunto neste link:

http://ilcao.cedilha.net/?p=3854

_____________________________________

António de macedo.jpgAntónio de Macedo, escritor e professor universitário, nasceu em Lisboa em 1931.

 

in https://abemdanacao.blogs.sapo.pt/688751.html

     https://abemdanacao.blogs.sapo.pt

Comentário ao texto de António Macedo.PNG

 

Esperava a Berta Brás e esperam milhares de Portugueses em Portugal e na diáspora.
Seriedade não existe.

O que existe é uma subserviência a um país estrangeiro, sem paralelo na História de Portugal, desde a sua fundação, em 1143, por Dom Afonso Henriques, até aos dias de hoje.

O habitual é que as mentalidades evoluam. No caso português, houve um retrocesso  monumental, e hoje em vez de sermos um Povo com espinha dorsal, livre e soberano, somos um  pobre povo que rasteja, como um lagarto, que não sabe orientar-se entre os escombros da catástrofe linguística gerada pela estupidez e ignorância de uns poucos.

Como isto foi possível, não sei...

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:47

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Quarta-feira, 1 de Maio de 2024

«Acordo ortográfico. Marcelo foi “inoportuno e precipitado” ou “corajoso e prudente?» - «Marcelo dá força aos opositores do Acordo Ortográfico». Quem ou o quê silenciou Marcelo, para tramar a Língua Portuguesa?

 

Mal chegou a Portugal, embalado sabe-se lá por que bons ventos, ou simplesmente disposto a fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa, Marcelo fez umas brilhantes declarações, que deixaram os Portugueses Pensantes (digo Pensantes porque os há por aí sem um pingo de capacidade para  PENSAR, seja o que for), esperançados na devolução da Grafia Portuguesa a Portugal, e na destruição total de um acordo, que nunca chegou a ser Acordo, mas simplesmente uma fraude de contornos muito obscuros.



Para nosso grande espanto, feitas essas declarações, Marcelo Rebelo de Sousa remeteu-se a um silêncio que, de tão silencioso, tornou-se tão ruidoso como um trovão, que dura até aos dias de hoje.

 

E a pergunta que se impõe é a seguinte:

Quem ou o quê silenciou Marcelo, para tramar a Língua Portuguesa?

 

Os dois textos, que aqui transcreverei, foram publicados no dia 04 de Maio de 2016, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter visitado Moçambique. Passados que são oito anos, nem Angola, nem Moçambique, nem São Tomé e Príncipe, nem Timor Leste ratificaram o falso acordo, a Língua Portuguesa deteriorou-se de um modo galopante, e está a ser indecentemente USURPADA pelo Brasil, que anda por aí a usá-la como isco, com o intuito de que a Variante Brasileira do Português seja Língua Oficial da ONU, NÃO como Variante, mas como um Português adulterado, a fazer de conta que é Português.

Perfeita vingança do chinês.

 

E Marcelo continua cego, surdo e mudo acerca desta questão, como se ela nada tivesse a ver com a NOSSA identidade.

 

Será esta a função de um Presidente da República Portuguesa?

Não será este o momento de virar o bico ao prego?  

 

Isabel A. Ferreira

***


«Acordo Ortográfico. Marcelo foi "inoportuno e precipitado" ou "corajoso e prudente"?»

 

Declarações do Presidente renovaram as esperanças dos opositores do AO. Marcelo diz que é "prematuro" falar em mudanças, mas o tema está de novo no debate público. Malaca Casteleiro diz que o PR "está a pôr o carro à frente dos bois".

 

Marcelo Ao 1.png

Foto-montagem: RR

 

O "cidadão Marcelo Rebelo de Sousa" é contra o novo Acordo Ortográfico (AO) e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vê na hipótese de Moçambique e Angola não ratificarem a nova grafia «uma oportunidade para repensar essa matéria».

 

Esta quarta-feira, Marcelo foi mais cauteloso. Disse ser "prematuro" falar de eventuais mudanças nesta matéria "no quadro português", sem que haja "elementos precisos" sobre o AO vindos de Angola e Moçambique.

 

Mas a polémica voltou. Comentando as declarações de terça-feira, o linguista Malaca Casteleiro, favorável ao novo AO, considera que o Presidente "está a pôr o carro à frente dos bois" na questão, enquanto o escritor Mário Cláudio saúda uma declaração «acertadíssima e prudente».

 

Malaca Casteleiro acusa Marcelo de ter tido «uma declaração prematura e inoportuna». «Com todo o respeito, acho que o senhor Presidente da República, usando uma expressão dele, está a pôr o carro a frente dos bois, porque o governo de Moçambique já aprovou o acordo, que está para ratificação no parlamento», declara o professor de Letras, em entrevista à Renascença.

 

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Malaca Casteleiro (à esquerda) e Mário Cláudio. Fotos: Miguel A. Lopes/Lusa e DR

 

«Não se percebe esta declaração prematura e inoportuna, sinal de precipitação», reforça Casteleiro, argumentando que não se pode «andar para frente e para trás numa questão como esta, que é muito séria».

 

«Foi tão difícil chegar aqui...Andamos numa guerra ortográfica quase cem anos, desde 1911», desabafa o linguista.

 

«Não se percebe porque é que essa questão é agora levantada, quando o acordo está em vigor em Portugal, no Brasil, em Cabo Verde e em São Tomé, estando em vias de estar também em Timor-Leste e em Moçambique, país que já elaborou o vocabulário ortográfico nacional, que é um requisito necessário», acrescenta.

 

Malaca Casteleiro lembra ainda a existência do «Instituto Internacional da Língua Portuguesa, que é um organismo da CPLP, que tem a sua frente, como directora executiva, a professor Marisa Mendonça, moçambicana, que está a desenvolver o seu trabalho no sentido de o acordo ser implantado em todos os países».

 

Um acordo que "não funciona"

 

Opinião oposta tem o escritor Mário Cláudio, opositor do novo acordo, que encara a declaração presidencial como «uma decisão muito corajosa e desejada pela maioria das pessoas».

 

«Este acordo que suscitou paixões - muito mais do lado dos detractores do que do lado dos defensores - não funciona e não funcionará, nem cá nem lá, nos outros países de língua portuguesa», antevê o escritor do Porto.

 

Mário Cláudio lamenta ainda que «continuemos divididos na escrita, entre os que respeitam e não respeitam o acordo», situação que classifica como «anómala e pouco saudável para a língua portuguesa».

 

«Não restará nada da continuidade desta espécie de divórcio entre 'acordistas' e 'não acordistas'», adverte o vencedor do Prémio Pessoa 2004.

 

Neste quadro, a declaração do Presidente da República «introduz algum clima pacificador», sendo "acertadíssima e prudente". Para Mário Cláudio, tudo fica agora «dependente da reunião de alguns factores» para que o gesto de Marcelo tenha o efeito que pretende, que é a anulação do acordo.

Fonte:

https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2016/05/04/acordo-ortografico-marcelo-foi-inoportuno-e-precipitado-ou-corajoso-e-prudente/53344/

 

***

«Marcelo dá força aos opositores do Acordo Ortográfico»

 

Presidente da República admite "repensar" nova grafia. O «cidadão Marcelo Rebelo de Sousa» é contra o novo AO.

 

Marcelo AO 3.jpg

Foto: João Relvas/ Lusa

 

Defensores da revogação ou revisão do Acordo Ortográfico (AO) aplaudem a posição do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que admite que a questão possa ser reponderada, e consideram que a melhor solução era um referendo.

 

No domingo, e na sequência de uma notícia do "Expresso”, o Presidente disse que há «Estados relevantes» que estão em ponderação sobre o AO e que se deve acompanhar essa ponderação e «depois ver se há razões para reponderar em Portugal». Angola e Moçambique ainda não assinaram o Acordo.

 

A notícia do “Expresso” foi reforçada na segunda-feira. Em entrevista à RTP África, durante a sua visita de Estado a Moçambique, Marcelo afirmou: «Nós estamos à espera que Moçambique decida sim ou não ao Acordo Ortográfico. Se decidir que não, mais Angola, é uma oportunidade para repensar essa matéria.»

 

O chefe de Estado português referiu que «o Presidente da República, nos documentos oficiais, tem de seguir o Acordo Ortográfico». «Mas o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa escrevia tal como escrevem os moçambicanos, que não é de acordo com o Acordo Ortográfico», acrescentou.

 

“Grande pragmatismo político”

 

«O Presidente sabe perfeitamente que só se pode falar em Acordo quando outros países também o ratificarem. Só Portugal, neste momento, é que está a usar o AO», disse à Lusa Rosário Andorinha, presidente da Associação Nacional de Professores de Português. A associação entregou em Abril ao Presidente um documento no qual se contesta o AO.

 

O AO entrou em vigor em 2011, mas continua a ser tema de debates. Há mesmo quem questione a sua legalidade.

«Saudamos vivamente a posição corajosa do Presidente, como homem de elevada cultura e revelando grande pragmatismo político», disse à Lusa o professor universitário Ivo Barroso, um dos que mais se tem batido contra o Acordo de 1990.

 

Ivo Barroso lembrou que Marcelo assinou um manifesto contra o Acordo em 1990, promovido pelo Movimento contra o Acordo Ortográfico e pelo Grémio Literário.

 

A Presidência foi questionada (por outro professor) quanto ao uso do Acordo, tendo respondido que o Presidente da República segue as regras do AO, «sem prejuízo de desenvolvimentos futuros», conta Ivo Barroso. «Até agora as vias políticas estavam bloqueadas, com este passo certeiro» do Presidente só podem melhorar, diz.

 

Rosário Andorinha defende que a questão deve ser referendada, apesar da confusão que ia gerar, porque «o processo não foi natural» e foi «uma imposição» que as pessoas não aceitaram bem. Só Portugal é que o usa e em termos de falantes é uma minoria, acrescentou.

 

Governo não comenta, só “aguarda”

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou na segunda-feira que Portugal «aguarda serenamente» a conclusão da ratificação do acordo ortográfico pelos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que ainda não o fizeram.

 

O ministro lembrou que o AO «é uma convenção internacional adoptada pelos países da CPLP», que «já foi ratificada e encontra-se em vigor em Portugal e em mais três países».

 

«Como ministro dos Negócios Estrangeiros, não preciso de acrescentar mais nada nem devo», disse apenas.

 

Questionado se a posição do Presidente da República sobre o acordo ortográfico poderá fazer Angola e Moçambique hesitar quanto à ratificação, Santos Silva escusou-se a comentar e limitou-se a remeter para as declarações do chefe de Estado.

 

O estado do acordo

 

Dos membros da CPLP, Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe têm o AO em vigor, num total de 215 milhões de falantes de português a usar a nova grafia.

 

Já em Angola, o acordo «não foi autorizado a nenhum nível governamental», apesar do investimento financeiro do país na plataforma digital do vocabulário ortográfico comum, segundo a responsável do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, Marisa Mendonça.

 

Em Moçambique, a norma aguarda ratificação pelo parlamento, estando o processo atrasado devido à mudança de Governo.

 

A situação de «muita instabilidade política» na Guiné-Bissau faz com que a aplicação do acordo naquele país dificilmente seja uma prioridade e, em Timor-Leste, «a difusão, o uso e a implantação da língua portuguesa» têm primazia face à aplicação da nova norma, disse à Lusa a mesma responsável.

 

Quanto à Guiné Equatorial, que aderiu à CPLP em Julho de 2014, não assinou o acordo, mas a reimplementação da língua portuguesa que está a ter lugar no território será feita segundo a nova grafia, assegurou Marisa Mendonça, que sublinhou à Lusa o facto de o IILP em caso algum «se sobrepor aos Estados-membros» na decisão de aplicar o acordo.

Fonte:

https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2016/05/04/marcelo-da-forca-aos-opositores-do-acordo-ortografico/53336/

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:37

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Sábado, 6 de Abril de 2024

NÃO existe Português de Portugal, como NÃO existe Português do Brasil. O que existe é a Língua Portuguesa e a Variante Brasileira do Português, entre outras Variantes, geradas noutras esferas...

 

É urgente acabar com a lusofobia tanto quanto com a lusofonia

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Recebi o comentário de uma/um (?) brasileira/o (?) que reproduzo mais abaixo, e destacá-lo-ei no Blogue, para ver se, de uma vez por todas, os brasileiros, a quem fizeram lavagem cerebral, encaixam que, se querem fazer do grande Brasil em território, um Brasil GRANDE em nobreza, devem aceitar o seu passado, tal como ele foi e não como gostariam que tivesse sido, e o deixem lá, nesse tempo antigo, de onde os mortos jamais virão reclamar o que era natural na vida de todos os povos dessa época. Lembrem-se de que os vindouros irão criticar, no futuro, o que os seus antepassados NÃO fizeram para lhes deixar um mundo melhor, por ficarem presos a um passado que não volta mais.

 

É, pois, da ESTUPIDEZ pretender julgar o passado através dos valores culturais, sociais e morais do presente.

 

Também é preciso que os brasileiros, a quem fizeram lavagem cerebral, encaixem, de uma vez por todas, que não é soltando, por aí, a sua LUSOFOBIA patológica que alcançarão o reino dos céus de Portugal.

 

Epicuro.PNG

 

Obviamente, este pensamento de Epicuro não se aplica aos que SOFRERAM e SOFREM horrores às mãos de carrascos. Os outros, os que nunca estiveram no lugar desses que SOFRERAM e SOFREM horrores, devem reflectir sobre as palavras de Epicuro, e não andar por aí a cobrar dos outros, o que esses outros nunca fizeram, porém, lamentam que a vida seja tão cruel para uns, e tão benevolente para outros.

 

Nayara comentou o post A notícia «Há crianças portuguesas que só falam 'brasileiro'» gerou comentários que dizem de uma exacerbada e incompreensível LUSOFOBIA e da ignorância optativa às 03:13, 05/04/2024 :

Claramente alguns comentários destacados estão em português de Portugal portanto devem ser descartados visto que como a própria senhora pontuou não temos capacidade para tal. Logo são comentários maliciosos falsos feitos por outros portugueses. Quanto as influências que o português do Brasil sofreu, você sabia que o sotaque do sul foi predominantemente moldado por portugueses dos Açores que é muito peculiar? Já em 1808 quando a coroa portuguesa se mudou para o Rio de Janeiro o “R” com fonema do francês chegou ao Brasil Os integrantes da realeza imitavam o “R” falado pelos franceses, referência cultural e intelectual europeia naquela época. Em pouco tempo, a elite local também passou a copiar esse jeito de falar e assim permaneceu. Quanto a suas outras pontuações eu não sou esquerdista e não preciso ser pra dizer que os 388 anos de escravidão no Brasil implantado por portugueses foi um crime contra a humanidade. Esse é um capítulo tenebroso e inegável na história de Portugal o qual a senhora recusa-se a admitir. Foi uma colonização no mínimo revoltante mas é passado. Passado no qual precisamos admitir, aprender e nos distanciar enquanto sociedade.


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1 – NÃO existe Português de Portugal, bem como NÃO existe Português do Brasil. O que existe é a Língua Portuguesa, o PORTUGUÊS, e a VARIANTE BRASILEIRA DO PORTUGUÊS, entre outras Variantes, geradas noutras esferas.

 

2 – O Português até pode ser razoavelmente compreensível, para os brasileiros, na sua forma escrita, porém, na sua forma oral NÃO é, tanto que dobram e legendam tudo o que é falado em Português, nas televisões brasileiras, e não nos percebem quando falamos cara a cara, com eles.

 

3 – Aconselho-a a reler o que escrevi, para avaliar a que “capacidade” me referi, no meu texto, em relação aos Brasileiros. Isto já é uma prova da iliteracia brasileira em relação ao Português escrito.

 

4 –Os comentários publicados, além de não serem falaciosos, são escritos por brasileiros incultos, basta considerar o léxico e a construção frásica. O YouTube está cheio de vídeos brasileiros com conteúdos iguais.

 

5 – Aos Portugueses não interessa para nada os sotaques brasileiros, que variam de região para região. Interessa a FONOLOGIA, que é completamente outra coisa, e nada tem a ver com a Fonologia da Língua Portuguesa.

6 – O vosso problema é terem uma fixação doentia e complexada pelo vosso passado, negligenciando o presente e ignorando o futuro. Os Brasileiros são o ÚNICO povo colonizado que ainda mantém uma relação/ódio com o ex-colonizador. Aceitem o vosso passado, porque NÃO podem mudá-lo. Além disso, os únicos brasileiros com direito a protestar são os INDÍGENAS brasileiros, os donos das terras do Brasil. Se você é brasileira, a Portugal o deve, e se não gosta, mude de nacionalidade, mas não queira ter a nacionalidade portuguesa – que muitos têm apenas para obterem privilégios e darem o salto para outros países europeus, por odiarem estar em Portugal, mas sem a muleta portuguesa, jamais conseguiriam – porque sentir-se-ia como um peixe fora d’água.

 

7 – Não nos interessa NADA como se falava em 1808. Interessa, sim, como se fala e escreve em 2024 d.C., e o que se escreve e fala no Brasil, actualmente, NÃO nos diz respeito.

 

8 – Não interessa se você é esquerdista ou não. O que interessa é que foram os esquerdistas brasileiros, da ala mais ignorante, que decidiram DETURPAR a Língua do ex-colonizador, continuando a designá-la como Português, e a isso chama-se USURPAÇÃO do IDIOMA ALHEIO, com a agravante de o terem deformado.

 

9 – A escravidão no Brasil foi exactamente igual a todas as outras escravidões, desde o Egipto antigo até aos tempos que correm. Sempre houve escravidão. Ainda há escravidão e tráfico humano no Brasil. Deviam preocupar-se com isso, não, com o que não pode voltar atrás, para ser redimido. Também deviam preocupar-se com as barbaridades que HOJE o Brasil está a cometer contra os Indígenas brasileiros, algo que os colonizadores nunca fizeram. Apenas os descendentes dos escravos africanos podem sentir-se “incomodados”, com a escravidão dos seus antepassados,  mas têm de saber que SE os seus antepassados foram escravizados, aos próprios africanos o devem, pois eram eles que os apanhavam nas tribos vizinhas, os traficavam, os vendiam aos Portugueses, aos Ingleses, aos Castelhanos, aos Holandeses, aos Franceses. Se devemos condenar a escravidão? Claro que devemos condenar TODAS as escravidões, desde a Antiguidade até aos nossos dias. Mas o que interessa condenar a escravidão de tempos antigos se são mantidas nos tempos modernos? Crime contra a Humanidade são todas as escravidões, todas as guerras, todas as torturas, todas as crianças deixadas a morrer à fome, a serem exploradas, a serem violadas, a servirem de objectos sexuais, HOJE. Mas o que importa para si a escravidão actual? Só interessa o que se passou há séculos, no Brasil, algo, de que NÓS, Portugueses do século XXI d. C., NÃO fomos responsáveis? É, pois, da estupidez julgar os actos do passado à luz dos valores do presente.

 

10 – Vejo que nada sabe das minhas posições sobre o que chama “capítulo tenebroso da História de Portugal”. A propósito disso, até escrevi um livro. E sobre os capítulos tenebrosos da História do Brasil pós-1822, a Nayara sabe alguma coisa? Não lhe interessaria saber?

 

11 – Para sua informação, e uma vez que os brasileiros, descendentes de europeus e de outras paragens, dizem que preferiam ter sido colonizados pelos Ingleses (como se pudessem fazer recuar o tempo!)  as colonizações inglesa e castelhana foram muito mais bárbaras e cruéis do que a colonização portuguesa. Nós não exterminámos impérios, nem tribos inteiras de indígenas. Vejo que nada sabe da História da América do Norte e da História da América do Sul. Aconselho-a a informar-se melhor, antes de vir comentar o que quer que seja, e também aconselho a não seguir as mentiras que os esquerdistas ignorantes andam a espalhar por aí...

 

12 – Por fim, deixe-me dizer-lhe que o seu comentário é de alguém a quem fizeram lavagem cerebral, que não estudou por livros, mas por “bocas”, algo que não lhe permite viver no século XXI d. C., estando especada num tempo que jamais será reescrito, ainda que o Brasil estrebuche até à exaustão.

 

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:44

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Domingo, 3 de Março de 2024

«O Brasil se quiser ser um grande país e construir uma nação nesse mesmo país não pode ser leviano e pretender ser professor da Língua Portuguesa»

 

A propósito do texto publicado em «O Lugar da Língua Portuguesa» sob o título  (...) «E a campanha eleitoral continua a ignorar a questão da imposição política 'criminosa' do indefensável AO90 a Portugal! Democracia isto?! Com os tiques da ditadura e da censura?!...» e partilhado no Novo Movimento Contra o AO90 gerou-se uma troca de comentários entre mim e João Robalo de Carvalho, e que aqui reproduzo, por existir matéria de interesse público.

 

É preciso, de uma vez por todas que o Brasil siga o seu caminho, e deixe de humilhar Portugal, algo que já tem barbas brancas e muito, muito longas e que vai muito para além desta declaração de Evanildo Bechara (sucessor de Antônio Houaiss, o brasileiro-libanês, pai do AO90) que em conluio com Malaca Casteleiro, engendraram esta aberração ortográfica. A declaração de Bechara é de 2016, mas antes desta data, esta ideia já estava cimentada, e depois dela, as coisas têm vindo a piorar, devido à repugnante subserviência dos governantes portugueses, desprovidos de coluna vertebral, que rastejam, como lagartos, aos pés do Brasil.

 

Não podemos admitir que o Brasil continue a HUMILHAR-NOS deste modo tão grosseiro, e que se ande por aí a vender gato por lebre, chamando “português” à Variante Brasileira do Português, que está a circular efusivamente na Internet, cheia de disparates. Uma vergonha! Um insulto!


Isabel A. Ferreira

 

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 João Robalo de Carvalho

Quanto a este assunto nacional da alteração da escrita da Língua Portuguesa através de imposição de regras vindas dos órgãos nacionais e com a anuência da figuras representativas do Estado e de alguma parte da intelectualidade portuguesa como o caso do prof. Jorge Miranda, membros da Academia de Lisboa e prof. de língua portuguesa, este caso nacional está para durar enquanto houver desacordistas e se não houver um despertar nacional para este assunto nacional, a Língua Portuguesa de seu nome, identificando um idioma nascido e construído em Portugal chegou ao fim.

 

O Brasil com o seu jeito manhoso e provinciano utilizando a manha ou má-fé, já que usou caminhos desviantes para chegar ao destino que foi alterar escrita da Língua Portuguesa através de um chamado "Acordo" quando é do conhecimento público que esse acordo foi forjado com o intuito de tirar proveitos políticos a seu favor, nada há a fazer, a não ser pela desconstrução do processo que construiu esse "Acordo", ou seja: Revogação.

Para chegar à revogação serão os deputados da A. R. a iniciar o processo, logo que reconheçam que o chamado acordo ofende os interesses de Portugal, já que, se a asneira começou por eles, devem ser eles, deputados, a reconhecer a asneira e com a sua legitimidade própria desfazerem-se dela.

 

A Língua Portuguesa como a conhecemos no século XX está morta e não mais Portugal terá controlo do seu desenvolvimento uma vez que o Brasil tomou o controlo da sua expansão através dos "acordos" estabelecidos entre o Brasil e Portugal.

Portanto, sejamos lúcidos, da forma como o cozinhado foi elaborado será apenas por duas vias. Ou Revogação ou por todos os portugueses que conscientes do valor da sua Língua se prestem a lutar por ela uma vez que ela já não é nossa, mas uma língua desvairada e perdida por aí, pelo mundo, mas sem controlo e com regras comandadas pelo terceiro mundo ou mundo subdesenvolvido, como lhe queiram chamar.

Este é o meu grito de despedida da língua que eu ainda tenho por não aceitar a imposição que me foi imposta, mas que não deixarei de continuar a escrever como me ensinaram em Portugal, meu país.

 

Este caso é sério e nacional e como cidadão consciente de que Portugal como país ocidental bateu no fundo e perdeu consciência dos seus clássicos valores Europeus e ocidentais, digo apenas, Portugal cansa e oprime um homem que pensa.

 

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BECHARADA.png

Fonte da imagem: https://cedilha.net/ap53/2024/02/becharadas/

 

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Isabel A. Ferreira

Autor

João Robalo de Carvalho fala em "revogação", a revogação de quê? Sempre ouvi dizer que só se "revogam" leis. Ora não existe uma lei que obrigue ao uso do AO90. Por outro lado, o AO90 não está em vigor, devido à sua inconstitucionalidade e ilegalidade, e só se "revoga" algo que é lei e está em vigor.

 

Ou estarei enganada? Se não estou, o termo a usar não é "revogar", mas será eliminar?

Além disso, sempre ouvi dizer que a Lei que obrigou à grafia de 1945, continua em vigor, porque não foi revogada por outra lei.

 

Tudo isto poderia ser esmiuçado e denunciado aos tribunais, por quem sabe de Leis. Eu não sei, mas tento saber.

 

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João Robalo de Carvalho

Isabel A. Ferreira a revogação é em linguagem não jurídica a eliminação da produção de efeitos jurídicos e como entre dois Estados soberanos e independentes houve actos que foram assinados por representantes de ambos comprometendo-se mutuamente, para que esse chamado acordo desapareça ou seja eliminado seria bom para Portugal que tal processo de eliminação da produção de efeitos desaparecesse definitivamente para que os arrufos desaparecessem, usando linguagem popular, tanto do lado de cá como do lado de lá do Atlântico.

 

Seria a lavagem da roupa suja que todo este processo originou, porque originado em interesses em nada relacionados com a defesa da evolução da Língua Portuguesa, mas sim por simples motivações ainda nacionalistas como refere Maurício Silva da USP no documento apresentado por Maria José Abranches e com o qual estou de acordo.

 

É um documento interessante e com um apanhado histórico em linha seguida acompanhando o rasto das emoções que trouxeram o caso das divergências na matéria.

 

O Brasil ainda se está a construir como nação e será bom que os brasileiros tenham bem a noção disso para que se dediquem, estudem, divulguem segundo princípios de gramática e estrutura sólida e estimem a Língua Portuguesa para que através dela possam manter a unidade de um território de 8,5 milhões de Kms quadrados. A unidade da língua faz a unidade de um território.

 

JOÃO R CARVALHO.png

Portanto, este problema que o Estado português criou aos seus cidadãos não é coisa de somenos, mas sim um atentado a um símbolo nacional e para que o símbolo não fique manchado deve ser todo o processo bem lavado.

Outro caminho a seguir entre nós é o de os portugueses não respeitarem as novas regras de escrita, mas isso, entre nós, não me parece ser solução para que o Português como idioma original volte ao seu estádio de evolução que adquiriu no sec. XX, já que pessoas como o prof. Jorge Miranda diz o que diz, os homens e mulheres da Academia e professores de Língua Portuguesa se calam, parece estar tudo dito.

 

É verdade que a Lei de 1945 é a lei que está em vigor por ser uma lei de grau superior à Resolução do Conselho de Ministros que criou o AO90, pois trata-se aqui de hierarquia de leis e por essa razão a Lei que é emanada da AR ou o Dec.-Lei emanados do Governo da República sobrepõem-se à Resolução do Conselho de Ministros.

 

***

 

Isabel A. Ferreira

Autor

Muito boa a sua análise João Robalo de CarvalhoObrigada pelos seus esclarecimentos, até porque não percebo muito de leis, percebo das que fui obrigada a aprender para me defender em tribunal, nos diversos processos em que estive envolvida, sem nunca ter sido levada a julgamento, porque segui sempre os ditames da Lei. O que eu disse da "revogação" foi o que me disse um jurista: não se pode revogar o que NÃO está em vigor.

Estou sempre a aprender.
O que interessa fundamentalmente é que se faça alguma coisa para que o AO90 desapareça da face da Terra, para sempre.

 

 ****

Para completar esta reflexão, sobre a ingerência do Brasil no que pertence exclusivamente a Portugal, embora com o vil consentimento dos que cá (des)mandam, acrescento estes comentários, da autoria de Maria José Abranches, Professora de Português, e grande lutadora em prol da Língua Portuguesa, desde 2008, publicados no Jornal Público aqui

 

«(...) Contrariamente a outros povos que tiveram impérios coloniais - ingleses, franceses, espanhóis - Portugal despreza a sua própria língua, para a submeter aos interesses da língua do Brasil. Ora o Brasil, no seu respeitável direito, logo em 1907 fez a sua própria reforma ortográfica e, desde então, Portugal e o Brasil têm andado entretidos num combate estéril e nocivo, sobretudo para Portugal, entre as respectivas ortografias! Quando virá um português que, à imagem de D. Pedro -- 07 de Setembro de 1822 -- proclame a independência da língua do Brasil, libertando-nos enfim desta 'guerra' estúpida e interminável, que está a destruir a nossa língua? Ignorância, estupidez, cobardia, 'em nossa perdição se conjuraram'! «Coragem, portugueses, só vos faltam as qualidades.» - A. N."

"E a campanha eleitoral continua, todos silenciando a imposição política do AO90 a Portugal, reagindo como analfabetos que ignoram o que significa a ortografia para uma língua escrita há séculos! Todos empenhados na promoção do imperialismo linguístico brasileiro, com os seus milhões!!! de falantes e os seus 210 idiomas em vigor! Balanço dos 50 anos da Democracia: afinal mantêm-se os tiques da ditadura e a censura continua eficaz!"

 

Maria José Abranches

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Entretanto...

BECHARADA 3.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:18

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Quarta-feira, 14 de Fevereiro de 2024

«No Brasil fala-se Brasileiro», diz a cidadã brasileira Clarice Ribeiro, mas não sendo oficial, o Brasil NÃO tem uma língua autónoma. Está na hora de a ter.

 

Concordo plenamente, com o que se diz na publicação da Clarice Ribeiro, transcrita mais abaixo.


Basta dizer que quando o Brasil deslusitanizou a Língua Portuguesa , que era a Língua oficial desta colónia de Portugal, e a americanizaram, castelhanizaram, italianizaram, afrancesaram e a ela acrescentaram os falares indígenas brasileiros e africanos, e de outros povos que se fixaram no Brasil, ela distanciou-se substancialmente do Português, na fonologia, na ortografia, no léxico, na morfologia, na sintaxe e na semântica, deixando de ser Portuguesa e passando a ser uma Variante Brasileira do Português, que cada vez mais é apenas e unicamente Brasileira.

Aprendi a ler e a escrever no Brasil uma Língua, que quando regressei a Portugal tive de abandonar, para aprender a ler e a escrever Português. De volta ao Brasil, fui obrigada novamente a escrever Brasileiro, para continuar os estudos. E quando regressei definitivamente a Portugal , lá tive eu de abandonar o Brasileiro, para ficar com o meu Português.


Alguns editores brasileiros, para editar as obras de Saramago ou mesmo um livro que escrevi a contestar umas mentiras sobre Dom João VI, no livro 1808 de Laurentino Gomes, propuseram que fossem traduzidas para BRASILEIRO.



E dizem que a Língua Brasileira não existe?
Existe e deve ser assumida de uma vez por todas, pelo Brasil.


Um País sul-americano, com a projecção que tem no mundo, não precisa da muleta portuguesa para impor a sua própria Língua. Cabo Verde já assumiu a Língua Cabo-Verdiana, oriunda da Língua Portuguesa, tal como a Língua Brasileira é oriunda da Língua Portuguesa, que, por sua vez é oriunda do Latim.


É assim o ciclo das Línguas. Começam por ser dialectos e depois seguem o seu caminho como Línguas autónomas.


O Brasil NÃO tem uma Língua autónoma.
Está na hora de a ter.

 

Isabel A. Ferreira

Língua brasileira.jpg

 

«NO BRASIL, FALA-SE BRASILEIRO»

 

Por  Clarice Ribeiro

 

«Em Pindorama, o nome indígena do Brasil, falava-se 1200 línguas, essas línguas não morreram, elas resistem e existem, elas estão vivas na língua brasileira.

 

O brasileiro é falado no Brasil e tem status na Guiana Francesa, Paraguai, Suriname, Uruguai, Colômbia e Venezuela.

 

O brasileiro é uma língua que tem em sua base a herança portuguesa colonial, no entanto, tem influência de línguas indígenas, especialmente do tupi antigo. Também tem influência de línguas africanas, italianas, alemães e espanholas, sendo o galego o idioma espanhol que mais influenciou a língua brasileira.

 

Há várias diferenças entre o português e o brasileiro, especialmente no vocabulário, pronúncia, sintaxe e variedades vernáculas. Vários campos da pesquisa linguística já reconhecem que não há como considerar o português de Portugal e do Brasil a mesma língua, são línguas diferentes, compartilharem o mesmo nome não faz sentido.

 

Segundo Faraco, após a independência, no século XIX, "passou-se a viver um longo período de incertezas, titubeios e ambiguidades, sendo a língua ora designada de língua brasileira, ora de língua nacional", em 1935 houve projeto de lei para mudar o nome da língua oficial do país para "brasileiro", mas não foi aprovado. Em 1946, houve outro projeto, mas também não foi aprovada. É uma questão de justiça e independência, falamos brasileiro.

 

Fontes:

FARACO, C. A. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola Editorial, 2016.

BAGNO, Marcos. Português ou brasileiro? um convite à pesquisa. Parábola Editorial. São Paulo: 2001.

BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

CIPRO NETO, Pasquale. O dia-a-dia da nossa língua. Publifolha. São Paulo: 2002.»

 

Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=951483376982949&set=a.122148426583119

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Leituras obrigatórias:

VivaLinguaBrasileira_SergioR.jpg

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«Língua Brasileira e Outras Histórias - Discurso sobre a língua e ensino no Brasil», livro da linguista brasileira Eni P. Orlandi que põe os pontos em todos os "is"

(Clicar neste título)

Eni Orlandi.jpeg

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:54

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Sexta-feira, 5 de Janeiro de 2024

Devido à condição de vassalos por parte dos decisores políticos portugueses, chegou-se a esta ultrajante, abusiva e inaceitável situação: «Apenas a União* pode alterar as regras da Língua Portuguesa». Definitivamente: BASTA!

 

[* Para quem não sabe, União é o vocábulo que os Brasileiros usam institucionalmente para designar a República Federativa do Brasil]

 

Isto vem publicado aqui, e foi aqui que deixei o comentário abaixo transcrito, porque está mais do que na hora de acabar com a apropriação abusiva da designação «Língua Portuguesa» por parte do Brasil, com o objectivo de promover politicamente a Língua Brasileira, que conheço desde os meus tempos da infância brasileiros.

Mas também, está mais do que na hora de EXIGIR dos muito subservientes decisores políticos portugueses que, ao menos, se respeitem a si próprios, e tenham a consciência de que andar curvados não é condição dos seres vertebrados, e não andem por aí a permitir que o nome da NOSSA Língua – a Língua Portuguesa - ande a ser arrastada na lama, como se NÃO fosse uma Língua da mais nobre linhagem Românica, a qual anda agora por aí esfarrapada como uma mendiga, transformada numa linguagem básica, mal escrita e falada, inacreditavelmente, nas escolas e universidades, e na comunicação social, nomeadamente nas televisões, os maiores veículos da ignorância linguística que se implantou em Portugal como uma peste negra , desprestigiando o NOSSO País e o Povo Português, e desacreditando os decisores políticos que se apresentam ao País e ao Mundo como uns meros vassalos do Brasil, e nem sequer consciência desta submissão eles têm, ou se têm, perderam a vergonha.


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Eis o comentário que deixei no texto intitulado «A decisão do STF [Supremo Tribunal Federal], neste momento, não prejudica o debate sobre o tema, só define que apenas a União pode alterar as regras da Língua Portuguesa»

 

 «Apenas a União pode alterar as regras da Língua Portuguesa»????????

De que Língua Portuguesa estão a falar, se só existe UMA Língua Portuguesa, a que Dom Diniz fez valer e que é falada e escrita em Portugal e nos países africanos de expressão portuguesa, e também noutras partes do mundo asiático e nas comunidades portuguesas na Diáspora, mas não, no Brasil?

Este texto que acabei de ler é falacioso.

O que se fala e escreve no Brasil é uma Variante Brasileira do Português, ou o Dialecto Brasileiro, ou o Crioulo Brasileiro, ou, com absoluta legitimidade, a Língua Brasileira.

Há muito que a Língua Portuguesa não existe no Brasil, sequer o Português do Brasil.

O Brasil precisa da muleta portuguesa, porque a Variante Brasileira do Português (como todos os que sabem de Línguas a designam) por si só, não consegue impor-se, por exemplo, na ONU ou nas Universidades. No entanto, se a designassem como Língua Brasileira, quem não a aceitaria?

A questão é: o Brasil, sendo um país livre e soberano, com cerca de 204 milhões de habitantes (segundo o censo de 2022, número que poderá ter diminuído com a deslocação em massa de brasileiros para Portugal, e daqui para os restantes países europeus), por que motivo há-de estar agrilhoado a Portugal, como nos tempos em que foi colónia portuguesa?

Já não seria o momento de cortar definitivamente o cordão umbilical com o ex-colonizador e assumir de uma vez por todas a Língua Brasileira, que efectivamente é brasileira, por se ter distanciado de um modo demasiado evidente da Língua Mãe Portuguesa?

Por que não há-de o gigantesco Brasil ter uma Língua própria que o identifique como um País livre e desligado do ex-colonizador?

Por que há-de estar o gigantesco Brasil a mendigar o vocábulo "português" como se não tivesse capacidade de impor o "brasileiro" na designação da sua própria Língua?

Assim como está, o Brasil até pode ser um gigante, ter muitos milhões de habitantes, ter muitas riquezas, mas NÃO tem uma língua própria que o identifique como um país livre.

Pensem nisto, porque este é um conselho de amiga, de uma amiga que foi criada no Brasil e conhece a História, a Cultura e a Língua Brasileiras melhor do que a esmagadora maioria dos Brasileiros.»

 

Português vs. Brasileiro.png (Repondo a legalidade)

 

Para quem acha (seria melhor pensar) que o que escrevi tem alguma conotação com racismo ou xenofobia engana-se redondamente. Defender a minha Língua é um DEVER cívico, moral e cultural, do qual NÃO abdico, e isto é algo que NÃO é sinónimo de racismo ou xenofobia.

 

No finado ano de 2023, foi criado um Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes, no qual estão integrados actualmente 296 pessoas [poderia ser mais numeroso, não fossem as desistências por medos que ultrapassam a vontade de ver o AO90 incinerado para todo o sempre], e que levou a cabo duas acções. A primeira dessas acções foi o envio de um APELO a Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 18 de Abril desse mesmo ano, através do Formulário da Presidência, no sentido da defesa da Língua Portuguesa, conforme definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa, que está a ser despudoradamente violado, e ainda não mereceu uma investigação por parte da Procuradoria-Geral da República. O Apelo foi enviado por quatro vezes, e a única resposta que mereceu por parte do Presidente, que se diz ser de TODOS os Portugueses, foi através de uns ofícios da Casa Civil do Presidente da República, assinados por Fernando Frutuoso de Melo, a acusar a receção da mensagem, que (imagine-se!) mereceu a melhor atenção por parte da Casa Civil, mas, ao que parece, mereceu o desprezo do Presidente da República, que ainda não se dignou responder-nos, e já vamos no dia 05 de Janeiro de 2024.

 

No dia 26 de Outubro de 2023, ousei telefonar para a Presidência da República. Atendeu-me uma Senhora Doutora, à qual, como porta-voz do Grupo Cívico, expus o assunto e o lamentável desprezo de que estamos a ser alvo, por parte do Presidente da República Portuguesa, e insisti que exigíamos uma resposta, como é do nosso DIREITO, ainda mais por se tratar de uma questão que mexe com a nossa identidade.

 

A senhora, muito simpaticamente, disse que ia transmitir a nossa petição à Presidência e que muito em breve teríamos uma resposta. Que ficássemos descansados. Já estamos em 2024 e ainda não obtivemos a tão ansiada resposta. Bem sabemos que o Senhor Presidente tem muito que fazer, tem muito que viajar, tem muitas complicações para resolver, mas a Questão da Língua, que integra a Violação da Constituição da República Portuguesa; a Ilegalidade da Aplicação do AO90; a Usurpação Ilegítima da Língua Portuguesa por parte do Brasil; e a Perda da Identidade Portuguesa, com o uso abusivo da bandeira brasileira como símbolo da Língua Portuguesa entre as Línguas europeias, não será matéria suficientemente grave para constar das preocupações de um Presidente da República?

Pelo visto, não é. Porque o Presidente da República Portuguesa está-se nas tintas para os interesses de Portugal e dos Portugueses.

Mas não vamos desistir. Por estes dias, voltarei a telefonar para a Presidência da República, insistindo para que nos seja dada a resposta a que temos direito.


E dizem que vivemos numa Democracia, onde a voz do Povo é quem mais ordena!

A outra acção, levada a cabo pelo Grupo Cívico, foi o envio, em 22 de Outubro de 2023, de uma Carta a Aníbal Cavaco Silva, ex-primeiro-ministro e ex-presidente da República de Portugal, responsável pela imposição do AO90 aos Portugueses.  

 

A Carta não foi publicada, mas será publicada brevemente com novo pedido de reflexão sobre como gostaria de ser recordado, quando a História fizer o seu julgamento.

A Carta terminou assim:

« Supomos que a Vossa Excelência não agradará ser recordado como cúmplice de uma tal infâmia, por isso, temos a certeza de que terá a coragem de reconhecer publicamente que se cometeu um gravíssimo erro [não esquecer que errar é humano, mas insistir no erro é insano] e aconselhará, no presente momento, em que o caos linguístico está instalado em Portugal, que se apresenta ao mundo como um País sem Língua própria, a anulação do AO90, para que seja reposta a legalidade e a constitucionalidade da utilização da Língua Oficial de Portugal, que NÃO é a Variante Brasileira do Português.»

 

Esta carta foi subscrita por 290 entre 293 cidadãos (três não a subscreveram por considerarem uma perda de tempo, com alguém que nunca daria o braço a torcer).

 

O certo é que até ao momento, ainda não recebemos resposta. Aqueles três cidadãos teriam razão?

 

Confesso que estou bastante desiludida. A ideia do envio desta carta, foi de um subscritor, e eu considerei-a excelente, porque, confesso, ingenuamente, nunca me passou pela cabeça que alguém da envergadura do Professor Aníbal Cavaco Silva não tivesse a humildade de fazer um acto de contrição público, até porque ninguém gostará de ser julgado pelo Futuro como um dos maus-da-fita, seja lá do que for.

Um novo ano começa.

As acções previstas para o Grupo Cívico, este ano, passam pelo envio de Cartas a determinadas entidades, fora e dentro de Portugal. Porque, pelo visto, os decisores políticos portugueses, ao mais alto nível, não estão interessados em manter a Identidade Portuguesa. Mas nós, Portugueses Pensantes, estamos interessados não só em mantê-la, como em fortalecê-la.

 

Para tal, daqui faço um APELO aos desacordistas com posições privilegiadas: ajudem-nos a recuperar a beleza da nossa Língua Portuguesa. A Convenção Ortográfica de 1945, que está vigente em Portugal, pode não ser perfeitíssima. Não é.

 

Porém, entre as imperfeições que nela existem e as ignorâncias criadas pelo AO90, transformando uma Língua Culta num linguajar de beco mal frequentado, introduzindo a analfabetização nas escolas e universidades portuguesas, significando isto o acto de Ensino assente nas premissas do AO90, que visa impedir, dificultar e atrapalhar o ensino da escrita e da leitura, é preferível manter as imperfeições do que introduzir um grafismo básico, para servir gente que não tem capacidade para PENSAR a Língua.


Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:23

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Segunda-feira, 30 de Outubro de 2023

O declínio da Língua Portuguesa em França. Quem pretenderá aprender uma língua que NÃO representa Portugal graficamente e se distanciou da família Indo-europeia, à qual a Língua Francesa também pertence?

 

Não é apenas em França que a Língua Portuguesa está em declínio. Um pouco por todo o mundo, a Língua Portuguesa está a perder o seu viço, a sua beleza, a sua roupagem indo-europeia, porque está viciada, está mutilada, está empobrecida na versão acordizada que gente ignorante quer disseminar pelo mundo.

 

O que é preciso é que a Língua Portuguesa recupere a sua beleza gráfica, a sua riqueza lexical, e não ande por aí a ser ensinada "à brasileira", com o rótulo de Portuguesa. Para que a Língua Portuguesa se imponha no mundo, Portugal tem de anular urgentemente o execrável "acordo ortográfico de 1990", que só veio lançar o caos linguístico e desprestigiar a Língua dos Portugueses, o Português de Lei, e devolver-lhe a dignidade perdida.

 

A Língua Portuguesa não é uma mercadoria, para que políticos apátridas andem, por aí, a vendê-la, ao desbarato.

É preciso saber que Português as escolas estrangeiras andam por aí a ensinar.

 

Chamam "português" à Variante Brasileira do Português, que está a ser impingida em Portugal e nas escolas estrangeiras, contudo, a Variante Brasileira está muito longe do Português. É outra linguagem, que apenas ao Brasil pertence.

É preciso saber do que falamos, quando falamos de Língua Portuguesa,  para que seja ensinada nas escolas e universidades do mundo, com propriedade.

 

Isabel A. Ferreira

 

***

«A língua portuguesa em França»

Texto de

Isabelle de Oliveira.png

Isabelle de Oliveira

 

«Em França, a língua portuguesa encontra-se numa situação de declínio por razões orçamentais, mas também por falta de consideração, ou ainda, por falta de afirmação e de real vontade política. Até agora, o português ainda não se tornou uma disciplina de maior importância nas universidades francesas. A errónea concepção de uma língua pouco útil incentivou os decisores a limitar o recrutamento de docentes de português tanto no âmbito do ensino secundário como no ensino superior.

 

Os representantes políticos esquecem, ou pior ainda, desconhecem, que a importância de um idioma não se mede, apenas, pelo número de falantes e da influência diplomática ou poderio económico dos países em que é utilizado. Por isso, o grande desafio é o de promover o ensino do português como língua estrangeira vocacionada para o mundo dos negócios.


Uma missão para a qual os recursos educacionais (livros, métodos, etc.) ainda existem em número muito limitado e de uma forma muito incompleta. A Universidade da Sorbonne Nouvelle prossegue esforços no sentido de colmatar estas lacunas, tornando a oferta do ensino do português suficientemente alargada para responder a todas as solicitações dos estudantes. Percebe-se, cada vez mais intensamente, que o domínio do português potencia oportunidades de negócio e, por esse motivo, não por acaso, países como a China elegeram a aprendizagem da nossa língua como objectivo estratégico. Não é fortuitamente que na Universidade da Sorbonne Nouvelle sempre tivemos estudantes chineses, árabes e russos a inscreverem-se para aprender o português, sempre em conjugação com outros idiomas. No Instituto do Mundo Lusófono também apostamos, claramente, no ensino do Português de Negócios como língua de especialidade, com currículos especificamente vocacionados para o mundo empresarial. Mas, claro está, ainda há um trabalho importante a fazer no domínio da língua de especialidade, que pode vir a atestar o potencial económico da língua portuguesa, aliado ao facto de constituir, também, um importante instrumento de desenvolvimento humano.

 

O fado reservado à língua portuguesa é incompreensível à luz do tratamento reservado às restantes línguas. Com efeito, se todas as línguas são iguais em dignidade, isso não acontece a nível do seu uso e da sua dimensão internacional. A França celebrou acordos bilaterais com Portugal e Brasil relativos ao ensino das respectivas línguas. Então, o que tem sido factualmente concretizado por Portugal nesta matéria? O que concebem os nossos representantes políticos? Recomenda-se que alcancem: A Europa dos cidadãos só pode edificar-se sobre a Europa das línguas. [(*)]


Por outro lado, admite-se que este comportamento pouco compreensível possa decorrer de um certo complexo de inferioridade que ainda vai grassando na mente de alguns pseudo-iluminados, os quais, apesar de tudo, ainda vão tendo algum poder de decisão...

Inferioridade porquê?

Baseada em que factos?

 

Somos um país com oitocentos anos de História. Propagámos a nossa língua, a nossa cultura e o nosso saber pelos cinco continentes do mundo.
Influenciamos e potenciamos o desenvolvimento humano em todas essas latitudes. Sempre em português e fomentando o comércio, as trocas comerciais, legando ao mundo o conhecimento de realidades e produtos muito diversos.

 

A competência e meritocracia dos portugueses espalhados pelo mundo é conhecida e reconhecida, bem como as suas capacidades de trabalho, de esforço e de auto-progressão! Actualmente, de forma inequívoca, em todas as áreas de conhecimento: nas Ciências, nas Artes, no Ensino, nas áreas técnicas, no Desporto, etc..

 

Os Portugueses no Mundo -- e, concomitantemente, a Língua Portuguesa no Mundo -- constituem uma mais-valia incalculável da qual urge tirar partido e, sobretudo, afirmar e desenvolver sem medos!

 

Fonte: https://www.dn.pt/opiniao/a-lingua-portuguesa-em-franca-17207308.html

 

 [(*)] ... ou sobre as Línguas da Europa.

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:21

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