Eu, além de estupefata, estou farta de estar farta de ver a Língua Portuguesa assim tão maltratada, tão espezinhada, tão amesquinhada, por quem tinha o dever de a escrever e falar correCtamente, de a defender, pois ela é o nosso mais precioso Património Cultural Imaterial.
Estou farta desta “inj’ção” de vocábulos deformados, achando-se que isto é Português.
E sabe de quem é a culpa, senhor presidente? É de Vossa Excelência, é do governo, é dos partidos políticos que acham muito bacana este tipo de linguagem, para assim se afastarem de uma Europa com a qual os que querem, podem e mandam, neste nosso desditoso País, não se identificam, tão deslumbrados estão com os milhões.
Contudo, se espremerem bem esses milhões, comprovarão que noves fora os analfabetos, os semianalfabetos, os analfabetos funcionais, serão menos que uns meros milhares, se tanto (já contando com os nossos) ...
Isabel A. Ferreira
Continuamos a demonstrar que a grafia que o governo português quer impingir aos Portugueses é a grafia brasileira, sem a menor dúvida.
Acrescente-se que, ao mutilar os vocábulos, estes, além de perderem o seu significado original, lêem-se de modo diferente. A ignorância dos acordistas portugueses leva-os a pronunciarem as palavras como se estas estivessem na posse de todas as suas consoantes…
E como se lê as palavras a vermelho?
Assim:
hiruicu, imp’rc’tívél, inâção, inâtivár, inâtividáde, incurr’ção, incurr’tamente, incurrêtu, ind’f’tívél, indirêtâ, inf’ção, inf’ciôsu, inf’tár, infrâtôr, inj’ção, insêtu, insp’ção, insp’ciunár, insp’ciunávél, insp’tivu, insp’tôr, insurrêtu, int’râção, int’râtivu, int’rc’tâdôr, int’rc’távél, int’rc’tivu, int’rc’tôr, int’rrutôr, intrusp’ção...
E o que será isto?
Isabel A. Ferreira
Ver também:
GRAFIA PORTUGUESA VS. GRAFIA BRASILEIRA
A GRAFIA PORTUGUESA QUE VIGORA EM PORTUGAL VS. A QUE O GOVERNO PORTUGUÊS NOS QUER IMPINGIR (PARTE I)
A GRAFIA PORTUGUESA QUE VIGORA EM PORTUGAL VS. A QUE O GOVERNO PORTUGUÊS NOS QUER IMPINGIR (PARTE V)
Fonte da imagem:
Por estas e por outras, o AO90 não tem pernas para andar… E não me venham dizer que antes da aplicação ilegal deste AO era normal escrever assim… tão anormalmente…
Ando a ler um livro escrito em Bom Português (aliás, só compro livros escritos em Bom Português), da autoria de Garry Wills (Prémio Pulitzer) onde ele tece algumas considerações sobre a tradução do grego koiné, que teve de utilizar para escrever uma das suas obras.
E as considerações que este autor teceu sobre o grego koiné, ou seja o grego de praça pública que evoluiu para o grego moderno, cabem perfeitamente na apreciação de textos escritos nessa linguagem agreste que dá pelo nome de Acordo Ortográfico de 1990, que também é uma espécie de português koiné.
Mas ao contrário do grego koiné, que evoluiu para o grego moderno, o AO90 regrediu, fez o caminho contrário: transformou a grafia portuguesa, de raiz greco-latina, culta e europeia, numa mistura de consoantes e vogais onde temos de andar às apalpadelas, para podermos compreender o seu significado.
O AO90, grafia de praça pública, não é elegante.
É uma grafia básica, elaborada por mentes básicas, para ser aplicada apenas por gente básica, que desconhece, por completo, a grafia portuguesa, e que aprendeu as letras do alfabeto e a juntá-las, e mais nada.
Ao Acordo Ortográfico de 1990 falta o apuro linguístico. Trata-se de uma escrita adulterada, que perdeu as delicadezas da sua matriz: a Língua Portuguesa.
Exemplos disto mesmo é a mutilação de vocábulos como ótico (de olhos), coação, adoção, setor, fatura, seleção e tantos, tantos outros…
Trata-se de majestade (a Língua Portuguesa) talhada de forma grosseira, de uma falta de refinamento linguístico quase brutal.
Por isso, há que parar de fingir que somos todos parvos…
Por isso, há que parar de ensinar às crianças este português koiné…
Por isso, o aCtual governo português tem de anular urgentemente este monstro linguístico que dá pelo nome de Acordo Ortográfico de 1990…
UR…GEN…TE…MEN…TE…
Isabel A. Ferreira
. Senhor Presidente da Repú...