Sexta-feira, 5 de Maio de 2023

Hoje, 05 de Maio, andam por aí a celebrar o que dizem ser o “dia mundial da língua portuguesa”, mas é mentira. O que os acordistas celebram hoje é a MIXÓRDIA Ortográfica Portuguesa

 

«É a nossa aversão à cultura, o baixo índice de sentido crítico, bem como a total falta de desejo de defesa e preservação do nosso Património Linguístico que ajudam a manter o AO90» (Professor António Vieira)



Por isso, os Portugueses Pensantes REJEITAM este falso dia desta FALSA celebração.

A mixórdia ortográfica portuguesa, que andam por aí hoje a celebrar, é tão ridícula, tão medíocre, tão pobre, tão sem sentido, tão feia que, por muito que a queiram impingir ao mundo, ela NÃO tem pernas para andar, porque é coxa das duas pernas. 

O verdadeiro Dia em que se celebra a Língua Portuguesa é o Dia 10 de Junho, Dia de Camões.

 

Hoje, uma vez que os predadores da Língua Portuguesa andam por aí a “celebrar” o dia mundial do mixordês, (NÃO, o Dia da NOSSA Língua Portuguesa), repesco um  poderoso texto do Professor António Vieira, que faz uma análise nua e crua, numa linguagem apropriada à mediocridade, à subserviência e a tiques de rastejamento inerentes ao uso e abuso de um acordo abortográficosobre o qual Augusto Santos Silva (o ainda pretenso dono da língua) disse esta coisa inaceitável no tempo em que era ministro dos Negócios DOS Estanheiros«Se quisesse, o Governo podia denunciar o acordo ortográfico – mas não quer», ou seja ELE, Augusto Santos Silva que se apoderou da Língua DOS Portugueses,  NÃO QUER, como se a Língua Portuguesa fosse pertença do Governo e possa andar por aí aos rebolões, segundo o querer ou o não-querer de suas “excelências”, que de excelências nada têm. E isto tem um nome: ditadura

 

Hoje, mais do que nunca, temos todos os motivos para estarmos de LUTO pela nossa Língua Portuguesa, que anda por aí desenraizadadespojada da sua beleza, apenas porque uns nada esclarecidos políticos, impregnados de um colossal complexo de inferioridade, entre outros que tais estados psicológicos, assim o querem.

Hoje, NADA HÁ, portanto, a celebrar. Muito pelo contrário: há a lamentar que Portugal tivesse vendido ao desbarato a sua preciosa Língua, e ande agora por aí a celebrar os farrapos que dela restam.


Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Augusto Santos Silva deviam vir a público retractar-se, pela VERGONHOSA imagem que passam ao mundo, ao permitirem que por aí se ande a enxovalhar  uma  das Línguas mais antigas da Europa, com mais de 800 anos de história [e, na Europa, nem todos são parvos, para não verem a diferença entre o que é Português e o que é Brasileiro] apenas porque sofrem de um complexo de inferioridade patológico.

 

Por isso, HOJE, os Portugueses Pensantes EXIGEM a preservação da Língua Portuguesa, e fazem LUTO por vê-la ignorantemente tão ENXOVALHADA na Internet, no Google, na Wikipédia, nas redes sociais, nos documentos oficiais do Estado Português, sites governamentais, site da presidência, nas televisões, nos livros incurrêtâmente traduzidos, nos livros acordizados de escritores que abominavam o AO90, enfim, no mundo MEDÍOCRE que é o dos PREDADORES da íntegra, culta, original e verdadeira Língua Portuguesa.

 

Uma coisa é certa e segura: Língua Portuguesa há só UMA e mais nenhuma: é a de Camões, a de Gil Vicente, a de Pessoa, a de Eça, a de Camilo, a de Saramago, a MINHA.

 

A Língua Portuguesa deu várias Variantes dela ao mundo, sendo uma delas a Variante Brasileira, tal como os navegadores portugueses deram novos mundos ao mundo.

Isto chegará a um ponto em que os Portugueses, não tendo mais uma LÍNGUA sua, terá um linguajar escrito e falado que, NÃO pertencendo às Famílias Linguísticas do mundo, que foi estruturando as suas Línguas Maternas segundo as regras das Ciências da Linguagem, estarão fora desse mundo a papaguear e a juntar umas letras com outras, que não fazem o mínimo sentido, ou seja, os Portugueses estão a caminhar para o regresso ao tempo das cavernas, e os que se estão nas tintas para esta tragédia linguística, e não se manifestam, começarão a fazer desenhos nas paredes dessas cavernas, para se entenderem uns aos outros, e a rebusnar como um animal de uma nova espécie que, em vez de evoluir, regride, ao ponto de ser candidato a uma criatura em vias de extinção.

Esta é uma previsão do que poderá acontecer ao nosso País, cujos actuais governantes não têm capacidade intelectual para defender o seu património, e uma grande fatia do seu Povo é zombie.

Para os interessados, para os que querem manter-se informados, para os que amam a Língua Portuguesa, aqui deixo o texto do Professor António Vieira.

 

Isabel A. Ferreira

 

LUTO PELA LÍNGUA POERUGUESA.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:17

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Sexta-feira, 6 de Março de 2020

Unificação/tipo AO90: «Portugal: infetado, infetada, infecioso, infeção, infeções, infetou, infetar, desinfeção. Brasil: infectado, infectada, infectados, infecção, infecções, infecciosas, infectologista, desinfecção»

 

O Jornal Público nasceu há 30 anos.  

Os meus parabéns, pelos 30 anos de bons serviços jornalísticos prestados ao País e aos Portugueses, não cedendo a pressões, mantendo a lucidez, sempre em Bom Português. E um jornal que se prestou a defender a Língua Portuguesa, numa época de loucura e caos, é um Jornal que ficará para a História (se assim continuar) como aquele que, tendo espinha dorsal, não se vergou às más intenções de um Poder que pretendeu destruir o mais precioso Património Cultural Imaterial que um Povo pode ter: a Língua que o identifica, e que deve ser impoluta, pois ela diz da cultura ou da incultura desse Povo. Uma Língua atabalhoada, como a que actualmente está disseminada em Portugal, não é uma Língua, é uma VERGONHA!

 

Mas fiquemos com mais este excelente texto de Nuno Pacheco, que nos fala dessa vergonha, no oásis que o Jornal Público constitui, no panorama da Comunicação Social, para os leitores mais exigentes.

Isabel A. Ferreira

 

Nuno Pacheco.jpg

 

Texto de Nuno Pacheco

 

«Aprende-se muito, ao rever 30 anos»

 

«Dir-se-á que português não tem tradução, mas cada cultura tem os seus códigos. Basta ler a Wikipédia.

 

«Passam depressa, 30 anos. Mas não passa, porque nada a apaga, a memória dos tempos que viram nascer o PÚBLICO: 1988-89, quando ele foi idealizado e teve “luz verde”; e 1990, quando finalmente chegou às bancas, no dia 5 de Março. Eram anos de optimismo, em que, por imprevisíveis circunstâncias históricas (desde logo a queda do infame muro de Berlim), o mundo parecia abrir-se auspiciosamente a realidades bem menos sombrias, despedindo-se do veneno que ainda sobrava das duas guerras mundiais. Abriam-se fronteiras, abraçavam-se antigos adversários e tudo parecia entusiasmante, naquele distante início de década. Ora 30 anos passados, sem esquecer o muito de positivo que se viu e se fez, erguem-se muros, há fronteiras que se fecham, aliados que se apartam e velhos ódios ou medos que renascem, para lá dos que aproveitam o alarmismo do novo coronavírus. Deles falaram já neste jornal, e de forma claríssima, Jorge Almeida Fernandes (“O medo é um vírus e a informação é a vacina”), Teresa de Sousa (“Há um outro vírus a infectar a Europa”) ou Vicente Jorge Silva (“Os vírus e as quarentenas do mundo”). Não perdendo um só minuto a baixar os braços perante cenários sombrios, como nos parecem, à vista deles, pueris as ilusões de 90!

  

É instrutivo passar em revista o que de mais relevante sucedeu nestes 30 anos e que o PÚBLICO acompanhou em milhares de edições (chega hoje à n.º 10.907). Como? Uma solução prática e acessível é a Wikipédia. Há uma súmula desses factos, para cada ano, e em português. Universal? Isso é coisa que não existe, apesar da ilusão, que também surgiu em 1990 sob a forma de um acordo ortográfico internacional, de uma “unificação”. Na verdade, tais textos estão escritos em legítimo português do Brasil e, por isso, neles lemos coisas que por cá se escrevem de outra maneira (e nada relacionado com ortografias): “metrô de Moscou”, “vai ao ar [o último episódio de Friends]”, “lançado videogame”, “[sonda] aterrissa em Titã”, “Microsoft lança o novo console de jogos”, “festividades de virada de ano”, “primeiro turno [de eleições]”, “pandas marrons”, “ônibus espacial”, “Copa do Mundo”, “Quênia decreta toque de recolher”, “[inaugurado] primeiro trem-bala chinês”, “governo de coalizão”, “vítima de parada cardíaca”, “terremoto”, “Madri”, “Copenhague”, “Irã”, “Teerã”, “Bagdá”, “tênis”, “Aids”, “usina nuclear”, “astrônomos”, “colisão entre trem, ônibus e caminhão”, “decolagem do aeroporto”, “restos mortais de 1.270 detentos”, “ministro do trabalho se demite após 1 mês de denúncias de propina”, “torcidas de times de futebol”, “Facebook atinge um bilhão de usuários cadastrados”, “Cuba concede anistia”, “fenômeno astronômico permite ver Vênus próximo da Lua”, “alunissagem”, “Ronaldo ganha o prêmio da FIFA”, “narrador esportivo”, “israelenses e palestinos”, “sofria de câncer”, “disparos contra policiais”, “no Marrocos”, “dezesseis pessoas”, “caminhoneiros [em greve]”, “caminhões-bombas”, “Donald Trump e Kim Jong-un fazem reunião de cúpula”, “Suprema Corte da Índia derruba lei colonial”, “primeira espaçonave a pousar no lado oculto da Lua”, “mortos após um vazamento de gás”, “contêiner refrigerado de um caminhão”, “1917 vence prêmio de Melhor Filme”, “Brigid Kosgei quebra recorde mundial de maratona”, “[astronauta] aterrissa na Soyuz MS-13”, etc.

 

Dir-se-á que português não tem tradução, mas cada cultura tem os seus códigos. Se estes textos fossem escritos em Portugal, usar-se-iam outras palavras, que por sua vez soariam estranhas no Brasil. Nenhum acordo consegue iludir isto. E a ortografia? Tomemos o exemplo do coronavírus. Aqui sim, vemos que são possíveis os almejados “textos conjuntos”. Ou não?  Em Portugal, na televisão, revistas e jornais (tirando honrosas excepções) lemos: infetado, infetada, infecioso, infeção, infeções, infetou, infetar, desinfeção.  No Brasil, em breves rondas pelo  Globo,  Folha de S. Paulo ou BBC Brasil, lemos: infectado, infectada, infectados, infecção, infecções, infecciosas, infectologista, desinfecção.  Tal como se escrevia em Portugal antes da dita “unificação” ortográfica. Não só: também se lê “detectado” e “detectada”, onde aqui passou a escrever-se “detetado” e “detetada”. Custa muito perceber que, de todas as ilusões de 1990, esta foi a mais idiota e inútil?»

 

Fonte:

https://www.publico.pt/2020/03/05/sociedade/opiniao/aprendese-rever-30-anos-1906230?fbclid=IwAR231RDeXdmAlAmAD2eId2AZBfCKflXrMdlA4lIdgEQrASQoMP12zagvxj8

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:54

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Sexta-feira, 21 de Junho de 2019

«O Acordo Errográfico»

 

Um texto de José Luís Mendonças, publicado no Jornal de Angola, onde se fala da Língua Portuguesa, do (des)Acordo Ortográfico de 1990 e (porque não?) de uma futura Língua Angolana, que inclua as línguas nacionais de Angola.

Porque:

«Angola não pode continuar a pautar-se oficialmente como o país mais lusófono da Lusofonia, quando no seu âmago linguístico, no seio das grandes massas e até da Administração Pública do mais alto escalão, tem uma prática contrária à sua discordância protocolar», diz José Luís Mendonça.

 

a linguas nacionais angolanas_thumb[2].jpg

Línguas Nacionais Angolanas

Origem da imagem: http://angolaxyami.blogspot.com/2012/05/importancia-das-linguas-angolanas-na.html

 

Texto de José Luís Mendonças

18 de Junho, 2019

 

«Conforme respigámos no site Wikipédia, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um tratado internacional firmado com o objectivo de criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países de língua oficial portuguesa.

 

Contudo, um dos efeitos do Acordo foi o de dividir ainda mais estes países, criando agora três normas ortográficas: a do Brasil, a de Portugal e a dos restantes países africanos que não implantaram o Acordo apesar de o terem assinado.


Acrescenta ainda aquela fonte que “o teor substantivo e o valor jurídico do tratado não suscitaram consenso entre linguistas, filólogos, académicos, jornalistas, escritores, tradutores e personalidades dos sectores artístico, universitário, político e empresarial das sociedades dos vários países de língua portuguesa.”


A Academia Angolana de Letras (AAL), reunida na cidade de Luanda, na Biblioteca Nacional de Angola, no dia 9 de Outubro de 2018, lançou um comunicado desfavorável à ratificação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, por parte do Estado angolano:


“Tendo em conta a contribuição de étimos de línguas bantu na edificação da própria língua portuguesa, a Academia Angolana de Letras (AAL) considera fundamental, para o caso angolano, que um acordo ortográfico da língua portuguesa que vigore neste país considere a presença e a importância das línguas africanas no contexto social, bem como a necessidade de coexistência entre todas elas.”

 

O sexo (oral) dos anjos


A minha posição sobre o Acordo Ortográfico (AO) é a mesma dos que defendem que “a ortografia da língua inglesa (e de tantas outras) apresenta variantes nos diversos países anglófonos, sem que a ortografia inglesa tenha sido objecto de regulação estatal legislada”. Por isso, eu chamo a esta acordo de Acordo Errográfico.


Em primeiro lugar, se é fundamental, para o caso angolano, tal como defende a AAL, que a língua portuguesa considere a presença e a importância das línguas africanas, a Academia não pode exigir isso do Acordo Ortográfico, nem da CPLP, mas deve exigi-lo do próprio Governo angolano. Mais importante que o AO ou a CPLP é a própria importância que nós, angolanos, damos às nossas línguas. E esta é quase nula.


Em segundo lugar, nota-se uma profunda transformação da Língua Portuguesa (LP) falada e escrita em Angola, pois que as línguas são corpos vivos que influenciam e recebem contributos, alimentam-se de outras línguas e falares. Há uma interpenetração com as línguas africanas e línguas estrangeiras, daí os estrangeirismos, galicismos, anglicanismos e, no nosso caso, excesso de brasileirismos.


O português falado e escrito em Angola acumulou de 42 anos de omissão pedagógica no ensino da língua veicular (e por arrasto, das línguas bantu), a começar pelo nível do ensino de base.


Os modos da fala e da escrita do Brasil penetraram desde o início da transmissão das novelas como O Bem Amado e Gabriela Cravo e Canela, nos anos 80 do século XX até à data e exercem uma tremenda influência nos modos de escrever e falar do nosso povo. Centenas de estudantes beneficiam de bolsas e outras oportunidades de formação superior e pós-graduação no Brasil e nas universidades portuguesas. Estes cidadãos angolanos regressam a Angola, não só com as suas teses, mas também com uma nova forma de escrever, segundo o Acordo Ortográfico (AO).


Na Internet abundam estudos académicos sobre os mais diferentes temas e assuntos científicos, de modo que os nossos estudantes, num clic, chegam a essas fontes.


E essas fontes estão escritas no português do Brasil e de Portugal. E é essa forma de redacção da LP que os nossos jovens estudantes reproduzem fielmente na Universidade. A essa forma de reescrever o português junta-se-lhe outro aspecto muito peculiar que é o facto de haver, na esfera da Administração Pública (escolas, meios de comunicação estatais, repartições oficiais) tantos modos de escrever a língua veicular, quantos os níveis de aquisição de (in)competência linguística pelos utentes. A fala também absorve esta fenomenologia do discurso, porém a plurimorfose linguística na oralidade é universal, esmaltada no tempo e perfeitamente inócua. Quando vou engraxar sapatos, não sou obrigado a falar um português normal, falo sem pestanejar no calão dos engraxadores.


O actual estádio de evolução da polémica em torno do AO (que já leva 28 anos de impasse), prova que, discutir a universalidade e validade do AO para o nosso país, é como discutir o sexo (oral) dos anjos.

 

Refundar o ensino da Língua


Angola não pode continuar a pautar-se oficialmente como o país mais lusófono da Lusofonia, quando no seu âmago linguístico, no seio das grandes massas e até da Administração Pública do mais alto escalão, tem uma prática contrária à sua discordância protocolar.


Na minha qualidade de escritor recomendo a devida ponderação deste fenómeno histórico-cultural pelo Executivo angolano e a necessária concentração das autoridades responsáveis pelo ensino e preservação da(s) língua(s) angolanas (português e línguas bantu) na essência da questão, sem se deixar conduzir para a berma da estrada.


Se o Ensino em Angola, devido ao acumular de deficiências estruturais, não demonstra capacidade para ensinar massivamente a gramática da LP (mesmo a nossa LP angolana), como é que terá capacidade para ensinar (em paralelo) as línguas africanas?


Mais importante e imperioso do que a polémica em torno do acordo, é refundar o ensino da Língua Portuguesa em Angola, de maneira a produzir uma competência linguística a vários níveis, principalmente na Administração Pública, e esta tarefa nacional dispensa o conservadorismo do modelo linguístico do português que ainda nos dá que falar, pela sua colagem ao Acordo Ortográfico de 1990. Não dispensa, nunca, é o ensino correcto da norma da língua oficial, o Português, seja ele o que guardamos desde o tempo colonial, ou outro qualquer que se estipule com variações acumuladas pelo tempo de uso.


Mas algum modelo de gramática tem de ser ensinada nas escolas. Essa coisa de dizer que o Português é língua do colono e ficarmo-nos na preguicite oficiosa, não colhe. Que se ensine então o tal Português Angolano, mas a língua que se defende tem de ter uma norma a ser ensinada na Escola.»

 

Fonte:

http://jornaldeangola.sapo.ao/opiniao/artigos/o-acordo-errografico?fbclid=IwAR2pGgn6eXiqNgocta1afApv1h4YcI-PBaw_UwLhaF8Bw8e5BfBPK1DxatA

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:36

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Quarta-feira, 4 de Julho de 2018

A grafia portuguesa que vigora em Portugal v.s a que o governo português nos quer impingir (Parte VI)

 

 

Continuando o périplo pela grafia que o governo português nos quer impingir, hoje destacamos as palavras começadas pela letra F, começando pelo vocábulo facção e o inacreditável enredo que o envolve.

 

GRAFIA6.png

 

Vejam o que anda a circular na Internet:

Facção – Wikipédia, a enciclopédia livre

https://pt.wikipedia.org/wiki/Facção

  1. Em cache

Facção (português brasileiro) ou Fação (português europeu) pode(m) referir-se a: Facção Central — um grupo de rap brasileiro, formado na cidade de São Paulo no ano de 1989; Facção Central - Ao Vivo — a primeira compilação do grupo de rap Facção Central; Família Facção — um álbum da banda de rap Facção ...

Eu quando li isto não quis acreditar!

 

Facção, assim bem escrito em boa grafia portuguesa, é português brasileiro???

 

E fação, (lê-se fâção), assim mal escrito, numa grafia analfabeta, é português europeu???

 

Mas nem aqui nem na China!

 

Isto é de uma ignorância descomunal.

 

E os linguistas portugueses permitem que uma barbaridade destas circule na Internet, e não fazem nada?

 

Não faço ideia de quem foi o ignorante que colocou esta parvoíce na wikipédia, mas seja quem for, mostrou uma ignorância descomunal, não faz a menor ideia do que seja o Português (dito europeu), e prestou um péssimo serviço à História das Línguas Europeias.

 

Ponto único: o Português É europeu, e não há Português de mais parte alguma.

O que há são VARIANTES (o mesmo que dialectos) oriundas da Língua Portuguesa.

 

E fação (fâção) seja lá o que isto for, nem é variante, nem Português. É uma aberração ortográfica qualquer, inventada por uma cambada de ignorantes, que querem, à força dessa ignorância, destruir a Língua Portuguesa, e pô-la ao ridículo perante o mundo.

 

Senhor presidente da República, não acha que está na hora de virar os seus afectos para a Língua Portuguesa, e salvá-la desta vergonhosa destruição?

 

É um DEVER de Vossa Excelência.

 

Isabel A. Ferreira

 

Ver também:

 

Grafia portuguesa vs. Grafia brasileira

 

A grafia portuguesa vs. a que o governo português nos quer impingir (Parte I)

 

A grafia portuguesa vs. a que o governo português nos quer impingir (Parte II)

 

A grafia portuguesa vs. a que o governo português nos quer impingir(Parte III )

 

A grafia portuguesa que vigora em Portugal vs. a que o governo português nos quer impingir (Parte IV)

 

A grafia portuguesa vs. a que o governo português nos quer impingir (Parte V)

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:42

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Quarta-feira, 27 de Junho de 2018

«Os factos que os apoiantes do Acordo Ortográfico não querem ver revelados»

 

Um texto imperdível, para todos os que se dizem amantes da Língua Portuguesa.

Um importantíssimo e magnífico texto assinado por J. Nuno A. P. S. Ferreira que põe a nu a irracionalidade da mais monumental fraude linguística de todos os tempos, em todo o mundo: o mal dito AO90.

E isto acontece em Portugal.

Pobre país quando cai nas mãos de pobres de espírito (não confundir com pobres em espírito, que é outro conceito).

 

AO90.png

 

Discórdia Ortográfica

 

1 - A unificação que não existe

 

Não existe nenhuma Língua global que seja unificada.

Admitindo que seremos (erradamente) pioneiros numa iniciativa deste tipo, fica apenas a certeza de que haverá o dia em que um povo adoptará numa nova palavra ou ortografia não adoptada por outros.

A unificação é uma miragem que o tempo se encarregará de levantar.

Ficará apenas a certeza dos erros cometidos.

As Línguas, faladas ou escritas, não pertencem a nenhum governo.

Pertencem ao povo que as falam e escrevem.

A fala e a escrita estão tão vivas quanto o povo, e sofrem as influências do ambiente que as rodeia.

Em Portugal diz‐se “betão” do francês “béton”, enquanto que no Brasil usa‐se um “concreto” do inglês “concrete”.

Ainda no Brasil, “espingarda” é “rifle” (“rifle” em inglês), “travões” são “breques” (“breaks” em inglês), e “congéneres” são “contrapartes” (“counterparts” em inglês).

Demonstra‐se apenas a ignorância a respeito das regras e práticas das restantes Línguas que se querem como exemplo, mas também a respeito na nossa própria Língua.

 

Em discussão, esta ignorância fica patente quando os defensores do Acordo Ortográfico referem como exemplo a seguir uma Língua Inglesa que, segundo estes, não têm diferenças de ortografia entre os vários países com esta Língua Oficial.

Nada poderia estar mais errado.

Existe “color” nos USA e “colour” no UK, “gray” e “grey”, “modeling” e “modelling”, e muitas outras diferenças ortográficas.

Isto para além das análogas a um “betão/concreto” como é o caso do “solicitor/lawyer”.

 

Não existe qualquer mal na ignorância, apenas na omissão de se informar antes de argumentar.

 

A verdadeira unificação é a aceitação das diferenças. É entender que as diferenças contribuem para um enriquecimento da Língua.

 

Quantos mais países falarem a Língua, mais contribuições existirão para o enriquecimento da mesma.

Isto é riqueza linguística, cada país com a sua variante:

O que o Acordo Ortográfico promete, é a substituição do “Português (Brasil)” e do “Português (Portugal)” por um tímido e fraco “Português”.

No entanto, aquilo que deveríamos almejar seria um “Português (Brasil)” e “Português (Portugal)” acrescidos de: • “Português (Angola)” • “Português (Cabo Verde)” • “Português (Guiné)” • “Português (Macau)” • “Português (Moçambique)” • “Português (São Tomé e Príncipe)” • “Português (Timor)”

E já agora, porque não: • “Português (Galiza)” • “Português (Goa)”

Os mais atentos terão certamente reparado que a versão que possuo do Microsoft Word é em inglês.

Lá chegaremos em momento oportuno.

Outro aspecto, que só pode ser distracção, é a eliminação das ditas consoantes mudas, sustentada em argumentação de facilidade de aprendizagem.

Resta saber o que fica dificultado.

Se actualmente se escreve “colecção” (do latim “collectio”), e se pretende mudar para “coleção”, gostaria que explicassem como facilita a aprendizagem de Línguas estrangeiras (ou a Língua Portuguesa por estrangeiros), quando temos “collection” em inglês e “collection” em francês.

Voltamos à base do facilitismo.

A iliteracia é elevada.

Escreve‐se mal Português.

Mudar o sistema de ensino está fora de questão.

Muda‐se a Língua.

Albarda‐se o burro à vontade do dono.

Enquanto nos outros países se aumenta a exigência do sistema de ensino, de modo a produzir recursos humanos com maiores competências, em Portugal promove‐se as passagens de ano administrativas.

O resultado de anos de facilitismo, tanto em Portugal como no Brasil, salta à vista, como facilmente se pode observar:

 

2 - Força da Língua

 

Muito se fala em torno da Língua Portuguesa ser a quinta ou a sexta mais falada em todo o mundo.

Como se a quantidade de pessoas fosse assim tão relevante quanto isso.

Na lógica da quantidade temos à frente do Português o Mandarim, Hindi, Castelhano, Inglês e, dependendo de como se conta, o Árabe.

Mas será a quantidade assim tão importante, tão relevante? Ou será a qualidade?

Não será mais importante a qualidade dos artigos, documentos, livros originais escritos nessa mesma Língua? Não será mais importante a excelência profissional e intelectual das pessoas com essa Língua nativa?

 

SIC.png

 E assim anda a "inteletualidade" da comunicação social televisiva…

 

Onde está o Mandarim? O Hindi? Alemão, Francês, Polaco, Japonês, Italiano e Holandês à frente do Português? Como?!

 

Parece óbvio que o desenvolvimento económico, tecnológico e cultural dos países é mais importante para a projecção de uma Língua do que a quantidade de falantes.

Nem entendo como é possível pensar o contrário.

Repare‐se como o Espanhol (Castelhano) foi prejudicado (de segunda Língua mais falada para nono lugar na WIKIPÉDIA) pelo fraco desenvolvimento da generalidade dos países com esta Língua materna.

Se Portugal pretende dar projecção mundial à Língua Portuguesa, não alcançará o sucesso através de Acordos Ortográficos, mas sim através do apoio económico, tecnológico e cultural aos restantes países de Expressão Portuguesa.

O problema é que ainda nem nos conseguimos apoiar a nós mesmos.

Urge resolver o problema do sistema de ensino Português.

Aumentar o nível de exigência.

Acabar com os facilitismos.

 

3 - Exemplos de bom senso

 

Ainda ao abrigo da ignorância, há quem torture os números para que estes digam que a Língua Portuguesa está em oitavo lugar na WIKIPÉDIA devido às diferenças ortográficas, que sem elas estaríamos num lugar muito mais honroso.

Como, uma vez mais, o problema não é a ignorância, mas sim a falta de pesquisa de informação que sustente a argumentação, aqui fica, preto no branco, essa mesma informação em falta.

Informação esta que denota o bom senso e elevação demonstrado por uma comunidade de colaboradores na WIKIPÉDIA que terá, certamente, um elevado nível cultural.

Vejamos de que se trata: «Wikipédia: Versões da língua portuguesa (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

 

O Português escrito em Portugal, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Guiné‐Bissau, Angola, Moçambique, Timor‐Leste e Macau (chamado de ʺportuguês europeuʺ) tem diferença sensível em relação ao português escrito no Brasil (chamado de ʺportuguês brasileiroʺ). Ainda, entre cada país do considerado ʺportuguês europeuʺ há diferenças locais relevantes.

 

No próprio território brasileiro, entre uma região e outra, também há diferenças no modo da escrita e nas gírias locais.

Por exemplo, na página principal aparece em vários sítios a palavra ʺprojectoʺ.

Esta palavra está escrita na norma seguida em Portugal e na África.

No Brasil, escreve‐se ʺprojetoʺ, omitindo a letra ʺcʺ.

Qual das duas versões está correcta? Ambas.

Simplesmente uma versão é usada no Brasil e outra em Portugal, África e territórios asiáticos.

Como acontece nas outras grandes línguas internacionais, não existem versões superiores ou inferiores: são apenas diferentes.

Por isso, não veja algo que não está escrito no seu português como incorrecto apenas por isso.

Este projecto é a Wikipédia em língua portuguesa, também chamada de Wikipédia lusófona.

Ou seja, é de todos os falantes do português, seja qual for a norma que utilizam.

Consequentemente, mudar da norma ʺAʺ para a norma ʺBʺ não é bem‐vindo, porque isso implica uma falta de respeito com os utilizadores das edições anteriores. (...)»

 

Se os defensores do Acordo Ortográfico partilhassem deste mesmo bom senso e elevação, e estivessem despidos de outros interesses que não a riqueza da Língua Portuguesa, não haveria certamente lugar a um tão ridículo acordo.

 

Mas ainda se pode ir mais longe.

Podemos chegar ao topo da lista: a Língua Inglesa. «National varieties of English (See also: Wikipédia: Manual of Style (spelling).

The English Wikipedia has no general preference for a major national variety of the language. No variety is more correct than the others. Users are asked to take into account that the differences between the varieties are superficial. Cultural clashes over spelling and grammar are avoided by using four simple guidelines. The accepted style of punctuation is covered in the punctuation section. Consistency within articles Each article should consistently use the same conventions of spelling and grammar. For example, center and centre are not to be used in the same article. The exceptions are: quotations (the original variety is retained);   titles (the original spelling is used, for example United States Department of Defense and Australian Defence Force); and   explicit comparisons of varieties of English.   Strong national ties to a topic An article on a topic that has strong ties to a particular English‐speaking nation uses the appropriate variety of English for that nation. For example:

 

American Civil War—(American English)   Tolkienʹs The Lord of the Rings—(British English)   European Union institutions—(British or Irish English)   Australian Defence Force—(Australian English)   Vancouver—(Canadian English)   Retaining the existing variety If an article has evolved using predominantly one variety, the whole article should conform to that variety, unless there are reasons for changing it on the basis of strong national ties to the topic. In the early stages of writing an article, the variety chosen by the first major contributor to the article should be used, unless there is reason to change it on the basis of strong national ties to the topic. Where an article that is not a stub shows no signs of which variety it is written in, the first person to make an edit that disambiguates the variety is equivalent to the first major contributor. (…)»

 

Como se pode observar, exactamente os mesmos problemas (ou ainda maiores, com os problemas derivados das unidades de medida), e ainda assim conseguem ter o maior número de artigos na WIKIPÉDIA.

 

4 - Perigos e certezas

 

Muitos são os que olham para este Acordo Ortográfico como uma oportunidade de negócio.

Um longo caminho se percorreu para evitar que os manuais escolares fossem substituídos anualmente.

Neste momento as editoras esfregam as mãos de contentes para terem a oportunidade de substituir novamente todos os manuais escolares. Em 2009 os do primeiro ano, em 2010 os do segundo, e assim sucessivamente.

Poucos são aqueles que se apercebem dos perigos vindos de Oeste.

Grandes editoras, com matérias‐primas mais baratas, mão‐de‐obra ainda mais barata e sem garantias de qualificações apropriadas.

Por coincidência, ainda há pouco tempo peguei em alguns manuais dos tempos da universidade.

Em dois manuais de apoio (probabilidade e estatística), um era de origem brasileira.

Desconheço a situação actual a nível universitário, mas a nível profissional sei que a grande maioria de traduções para Português de livros técnicos de informática são em Português do Brasil.

Mas não se restringe a livros impressos.

Não é necessário estar muito atento para entender as dificuldades que os tradutores Portugueses têm em Portugal para encontrar trabalho, com a concorrência dos congéneres Brasileiros.

Com o Acordo Ortográfico a situação só tende a agravar‐se.

 

É um Acordo muito mais vantajoso para o Brasil que para Portugal.

Não só pela mão‐de‐obra mais barata, como também pela facilidade na desvalorização da moeda para facilitar as exportações.

E quem fala em livros, fala em filmes, em programas de computador, etc.

 

TVI.png

As legendagens estão entregues a mão-de-obra barata brasileira daí este “de dia 23”…

 

Estes são os perigos.

Quanto às certezas, apenas as de que não existe nenhum Acordo Ortográfico que obrigue as pessoas a mudar o modo como escrevem, nem que obrigue a ler o que quer que seja que esteja nessa forma imposta.

Não posso falar pelos outros Portugueses, mas, no que me diz respeito, posso afirmar que continuarei a escrever do mesmo modo, e que evitarei comprar tudo o que não esteja na forma pré‐Acordo.

Aliás, a esse respeito pouco irá sofrer alguma alteração.

Como se pôde observar, faço os possíveis por ter software apenas em Inglês, sempre que tenho possibilidade de escolha.

Quando não encontro em lojas nacionais, compro através da Internet no UK.

Prática que adquiri desde que fui confrontado nos finais dos anos 80 com a tradução de “help” por “socorro”.

O mesmo se passa com os livros técnicos.

O único livro técnico que tenho em Português do Brasil está vergonhosamente escondido atrás de muitos outros, e apenas consta na minha biblioteca porque foi oferecido num curso de formação que frequentei.

Nunca o teria comprado.

Livros técnicos em Português (poucos) só mesmo os de autores portugueses.

Canais de TV sofrem do mesmo tratamento.

A evitar as dobragens e as legendagens de fraca qualidade.

Para telenovelas não há pachorra.

A avaliar pela quantidade e qualidade dos opositores ao Acordo Ortográfico, fico com a sensação de que a única garantia é que este Acordo irá conseguir afastar ainda mais estas mais‐valias para a Língua Inglesa, empobrecendo cada vez mais a Língua Portuguesa.

Imagino que a tendência seja para haver cada vez mais crianças a frequentar colégios Ingleses, Franceses. Espanhóis e Alemães.

 

Realmente haverá muita gente a lucrar com este Acordo Ortográfico.

A perder só fica o País.

Penso mesmo existir uma excelente oportunidade de negócio, a editar livros em Português pré‐Acordo.

Quem sabe se não poderá chegar‐se ao extremo de criar um sistema de ensino paralelo. E com a certeza de uma qualidade claramente superior. Também imagino ser difícil fazer pior que o sistema de ensino que existe actualmente.

 

5 - Referendo

 

Como já foi referido, a Língua Portuguesa não é propriedade do Estado, nem de nenhum Governo, e muito menos de um qualquer partido político.

A nossa Língua apenas ao povo pertence, seja ele Português, Brasileiro ou outro.

Não me recordo, tão pouco, de um qualquer partido político ter feito referência à sua posição a respeito do Acordo Ortográfico em campanha para qualquer uma das eleições legislativas.

Se o Tratado de Lisboa poderá ser considerado como uma opção política, já o mesmo não se passa com esta questão da Língua que apenas ao povo diz respeito.

Tal ingerência apenas pode ser legitimada através da consulta popular num referendo.

 

6 - Autoria

 

J. Nuno A. P. S. Ferreira

 

Fonte:

http://fs1.nuno.net/DiscordiaOrtografica.pdf

 

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:09

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Quarta-feira, 7 de Março de 2018

Recessão da Língua Portuguesa só em Portugal

 

Facto: o AO90 em vez de unificar, desunificou. Em vez de simplificar, complicou. Em vez de dizer ao que vem, diz ao que vai...

E andamos nisto.

 

Ninguém se entende, e a Língua Portuguesa transformou-se no patoá do gentio, sendo que o gentio é o grupo restrito de quem acha que uma resolução do conselho de ministros tem valor de lei.

 

Os acordistas engoliram uma cassete, e por mais que lhes mostremos, por A+B, a monumental ignorância deles, no que ao AO90 diz respeito, não querem saber disso para nada, porque a treta da cassete cristalizou-lhes cérebro.

 

Fincam o pé na recessão e chamam-lhe evolução.

 

Veja-se esta pérola da estupidez que circula na Internet, com o aval do governo português…

 

 

RECEPCAO.png

 

Origem da imagem:

https://www.facebook.com/TradutoresContraAO90/photos/a.212426635525679.35361.199515723483437/890547341046935/?type=3&theater#

 

Se procura “receção” (português europeu) o lugar onde se recebem pessoas, veja recePção (português brasileiro).

 

Receção” português europeu?? Português europeu??

 

RecePção? Português brasileiro?? Português brasileiro??

 

Mas é que nem aqui, nem na China, nem na Cochinchina… nem sequer no Brasil...

 

Isto é um insulto à Língua Portuguesa. Aos Portugueses. A Portugal. Ao Latim. Às línguas latinas, indo-europeias, uma grande família linguística à qual a Língua Portuguesa pertence, enfim, isto é do domínio da decadência cultural e da inversão dos papéis históricos, representados por Portugal e Brasil.

 

E não vamos permitir que isto ande por aí a circular como se fosse verdade. Porque não é.

 

A palavra “receção” significa o mesmo que "anacreto", ou seja, não significa absolutamente nada. É um monstrinho ortográfico fabricado pela ignorância entranhada nos “fabricantes” do AO90. “Receção” e “anacreto” são dois amontoados de letras que se juntaram num casamento que não deu certo, por incompatibilidade de modos e feitios.

 

A palavra RECEPÇÃO pertence ao léxico da Língua Portuguesa, culta e europeia. Ponto. Do latim recepcio, e isto nada tem a ver com o Brasil. Absolutamente nada.

 

O que se passa é que no Brasil pronunciava-se o P, em percePção, aquando da apresentação do Formulário Ortográfico de 1943, sendo este um conjunto de instruções estabelecido pela Academia Brasileira de Letras para a organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa do mesmo ano. É este documento, com as alterações introduzidas pela Lei (não por uma resolução de ministros) 5.765 de 18 de Dezembro de 1971, que regula a grafia do Português no Brasil, tendo sido incorporado pelo Acordo Ortográfico de 1990, e modificado apenas em alguma acentuação e hifenização. Este incorporado são os Brasileiros que dizem. Não sou eu. (Ver Wikipédia).

 

A Base IV deste Formulário diz o seguinte: consoantes mudas: extinção completa de quaisquer consoantes que não se proferissem, ressalvadas as palavras que tivessem variantes com letras pronunciadas ou não. (?)

 

Ora acontece que nas palavras percePção e recePção e restantes vocábulos desta família, e em aspeCto, espeCtador e em algumas mais, as consoantes e pronunciavam-se, logo, safaram-se da extinção completa.

 

Em mais nenhum país lusófono se escreve “receção” e muito menos “recessão” por RECEPÇÃO. Em nenhum, excePto em Portugal, a caminho de ser o menos lusófono dos oito países ainda ditos lusófonos.

 

(Um aparte: sendo a lusofonia um resquício do tempo colonial, não se entende como o Brasil, que tanta aversão tem à colonização portuguesa, algo bastamente comprovado, permite encaixar-se nesta designação).

 

O seguidismo deste modismo, ou seja, deste idiotismo de linguagem, por parte dos portuguesinhos é insultuoso e não abona nada a favor de Portugal. E isto com o aval do incompetente governo português, que não defende a Língua Oficial de Portugal - a Língua Portuguesa, na sua versão culta e europeia - ao contrário de todos os outros países da Europa e do mundo que, ciosamente, afectivamente, reverentemente preservam as suas línguas maternas, como se fossem deusas.

 

Veja-se no que dá ser mais papista do que o papa

 

Esta vergonhosa recessão da língua, só mesmo no Portugal dos pequeninos…

 

RECESSÃO.png

 

Origem da imagem:

https://www.facebook.com/TradutoresContraAO90/photos/a.212426635525679.35361.199515723483437/890570781044591/?type=3&theater#

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:43

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