De rui castro a 26 de Junho de 2021 às 02:34
Prezada senhora. Sou português, vivo no Brasil. Posso lhe garantir que a grafia do Português do Brasil não é a do Acordo! O Brasil , perto do que se
escreve hoje em Portugal, está muito mais próximo da grafia de 45 do que Portugal. Viajo com frequência para Portugal, e me agride profundamente ver como se escreve atualmente. Horroroso. Mas não é, de forma alguma, a grafia do Brasil!
De Isabel A. Ferreira a 26 de Junho de 2021 às 16:31
Prezado senhor,

O senhor até pode ser português e viver no Brasil, tal como eu sou portuguesa e vivi no Brasil. Mas mais do que isso: EU APRENDI A LER E A ESCREVER no Brasil e passei por todos os graus de ensino, em escolas brasileiras, nas décadas de 50 e 60, num vai e vem Portugal-Brasil, que me deu conhecimento de DOIS tipos de grafia: a portuguesa e a brasileira, na qual o AO90 assenta.

Aprendi, portanto, a escrever “setor”, “diretor”, “afeto”, “arquiteto”, “teto”, etc., etc., etc., e quando vim para a terceira classe em Portugal, escrevia-se (e AINDA se escreve) seCtor, direCtor, afeCto, arquiteCto, teCto.

Quando este malparido AO90 foi introduzido em Portugal, os políticos OBRIGARAM as crianças a escrever essas palavras à BRASILEIRA, ou seja, sem os respectivos CÊS. E tudo começou com Antônio Houaiss, que pretendeu (e conseguiu) deslusitanizar a Língua que se escreve no Brasil.

Se quiser estar a par deste NEGÓCIO fraudulento, leia, por favor este artigo:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-negocio-do-acordo-ortografico-172469


Portanto, EU É QUE LHE GARANTO que a grafia da Língua que se escreve no Brasil É A DO AO90, mais PÊ, menos PÊ, mais CÊ, menos CÊ, e mais uns acrescentos e desacrescentos de acentos e hífenes, para não dizerem que no Brasil não se mudava nada.

A grafia brasileira, aCTual, nada tem a ver com o AO45, à excePção de umas poucas palavras que escaparam à mutilação, como excePção e suas variantes, por exemplo.

A mim também me agride o facto de em PORTUGAL se escrever “aCtualmente”, sem este CÊ, que o senhor grafou “atualmente” à BRASILEIRA. “Atualmente” AGRIDE, porque é uma palavra BRASILEIRA. A grafia portuguesa é aCtualmente, palavra que vem do LATIM “aCtualis”. “Atualmente” é um vocábulo, sem origem europeia. é unicamente uma invenção brasileira. Nada contra, desde que não lhe chamem Português. Porque o Português tem uma história, tem uma origem, tem uma raiz, tem uma família indo-europeia.
E sim, é HORROROSO escrever “atualmente” em Portugal. No Brasil, NÃO É horroroso, porque é a grafia brasileira, que o AO90 preconiza. Mas acontece que NÓS, Portugueses, NÃO SOMOS Brasileiros, para andar a escrever à BRASILEIRA.

Apenas para que perceba o que aqui está em causa:

Acontece que, os Brasileiros, tendo um índice de analfabetismo elevadíssimo, e pretendendo baixar esse índice, em 1943 elaboraram unilateralmente um Formulário Ortográfico, aprovado em 12 de Agosto de 1943, constituindo um conjunto de instruções estabelecido pela Academia Brasileira de Letras para a organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa do mesmo ano, e que, entre muitas outras modificações, suprimiu as consoantes mudas que ELES não pronunciavam, não seguindo, contudo, um critério científico, pois enquanto os Portugueses NÃO pronunciavam o PÊ de recePção, eles pronunciavam, e esse PÊ escapou ileso no Brasil, e em Portugal foi simplesmente abolido. E é este documento de 1943, que desde então, regula a grafia brasileira, e no qual os engendradores do AO90, se basearam.
De modo que o Brasil assinou o AO45, mas NÃO o cumpriu. E assim nasceu a grafia brasileira, que se opõe à grafia portuguesa.

Citando José de Castilho: « “Divergências novas entre Portugal e Brasil. O AO90 cria diferenças ortográficas num contexto normativo de unificação. Isto constitui uma contradição insanável e uma violação do seu espírito unificador. Este contra-senso científico conduz-nos a um cenário em que as divergências artificialmente criadas na ortografia são superiores às palavras unificadas. Segundo um estudo de Maria Regina Rocha, com base em pesquisas no Portal da Língua Portuguesa, o AO90 harmoniza 569 palavras, mas mantém diferenças em 2691 e cria 1235 novas divergências. Estes números ilustram claramente a fraude da unificação ortográfica do AO90.” excerto de texto de Luís Canau:

https://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf...

Portanto, o AO90 assenta na GRAFIA BRASILEIRA na sua quase totalidade. Ponto final.

De rui castro a 27 de Junho de 2021 às 00:41
Prezada senhora, porque não organiza uma Task Force para , como um rocket, transformar a língua portuguesa em inglesa, com certeza se sentiria melhor , já que são súbditos dos britânicos desde o século XV! Sem passaporte, claro.
De Isabel A. Ferreira a 27 de Junho de 2021 às 16:27
Prezado senhor, porque não organiza o senhor uma “Força-Tarefa” (assim, à brasileira) para como um foguetão, transformar o “Português” do Brasil em Língua Brasileira, de uma vez por todas?

Com certeza, sentir-se-ia realizado, uma vez que os Brasileiros prestam vassalagem aos Estados Unidos da América do Norte, desde que começaram a invejar esse gigante norte-americano, e a delirar como tudo poderia teria sido diferente se tivessem sido colonizados pelos Ingleses, esquecendo-se de que é a COMPETÊNCIA dos que se libertam dos seus colonizadores que engrandece as ex-colónias, ou as fazem andar a marcar passo, como o Brasil marca passo, desde 1822; e a AMERICANIZAR a Língua Portuguesa, traduzindo-a, à letra, do “americanês”, afastando-a, assim, das suas raízes europeias, com um único objectivo: DESLUSITANIZAR o Português que (ainda) mantêm (mas por pouco tempo mais será) como Língua Oficial do Brasil.

E parece que ainda não entendeu: não é a adopção dos anglicismos, ou melhor, da linguagem de comunicação global, que faz de Portugal um súbdito dos Britânicos. Se assim fosse, o mundo será, então, todo ele, súbdito dos Britânicos, os “donos” da Língua Inglesa, que impera no mundo, não pelos milhões de falantes norte-americanos, mas por ser uma Língua que todos os que viajam para o estrangeiro, falam.

Nunca se perguntou por que é que os Ingleses não aprendem outras Línguas para se comunicarem com o mundo?

Não consegue avaliar por que TODOS os povos dizem TASK FORCE, e não FORÇA-TAREFA como já vi brasileiros a defender? Quem na Arábia Saudita vai saber o que é uma FORÇA-TAREFA? Eu também não vou perder o meu tempo a explicar-lhe por que razão estas expressões inglesas NÃO devem ser traduzidas. Ou já nascemos a saber este “porquê”, ou então não adianta explicar.
Essa avaliação que faz, é uma avaliação muito pobrezinha e sem o mínimo fundamento, pois não consegue alcançar o fenómeno da linguagem global, que não passará pela Língua Portuguesa, e muito menos passará pela Língua Brasileira, quando esta se tornar oficialmente Língua Brasileira.

Mas, como já lhe disse, se Portugal alguma vez tiver de ser súbdito de alguém, no que à linguagem diz respeito, que seja súbdito de um País com uma Língua com História, com Raiz, com Origem e da Família das grandes Línguas do Mundo – a Indo-Europeia. Porque é cá das nossas.

E não se aflija: não são os anglicismos que ameaçam a Língua Portuguesa. O nosso Eça de Queiroz, um dos expoentes-mor da Língua Portuguesa, usa bastantes galicismos na sua escrita, ou não tivesse Eça vivido na “belle ville de Paris”, o que NÃO RETIROU o mínimo mérito à sua magnífica obra.

Já os BRASILEIRISMOS afeCtam substancialmente a Língua Portuguesa. E não vai obrigar-me a pôr aqui a enormíssima lista de PALAVRAS AMERICANIZADAS, CASTELHANIZADAS, ITALIANIZADAS e AFRANCESADAS pelos Brasileiros, quando existem as correspondentes em Português. E isto diz bem da aversão dos Brasileiros à língua que adoptaram, e não tinham obrigação de adoptar. Quando se libertaram do jugo português, adoptassem a Língua Tupi-guarani, ou uma qualquer outra língua autóctone, que diriam muito mais de um Brasil verdadeiramente LIVRE.

O seu escárnio, neste comentário, só demonstra que Nelson Rodrigues tinha razão.
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