Se nada se fizer, daqui a cinco anos (poderá até ser menos) a Língua Portuguesa já terá desaparecido, porque os Portugueses e quem de direito, incluindo professores, pais, políticos, governantes, advogados, escritores, jornalistas, tradutores, apresentadores de televisão, artistas, juristas, enfim a sociedade mais instruída, as pessoas mais “importantes” que têm a obrigação e o dever de saber escrever bem e falar bem, não souberam lutar por ela, e a próxima geração será a geração dos analfabetos funcionais, que estarão (já estando) na cauda da Europa (como sempre estiveram).
Já em 2002, de acordo com o estudo “O futuro da Educação em Portugal”, apresentado pelo então Ministro da Cultura, Roberto Carneiro, se dizia que o nosso sistema educativo era «medíocre, quando comparado com os níveis internacionais» tendo Portugal, segundo o mesmo estudo, «um atraso de 200 anos, (…) 80% dos Portugueses não tinha mais de nove anos de escolaridade e (…) 60% da população estava satisfeita com o seu nível educativo».
Se a situação em 2002 já era péssima, desde então, as coisas pioraram substancialmente e o atraso será agora para cima de mil anos, com a introdução do AO90 e o colossal desleixo no uso da Língua nas escolas, nos livros escolares, nos livros traduzidos, nos livros publicados, na comunicação social escrita e televisionada, imperando em Portugal uma agigantada iliteracia, em que estão bem evidenciadas as dificuldades na escrita, na leitura, na capacidade de interpretação do que se escreve e também na oralidade, com tantas bacoradas que se dizem alto… E as pessoas que lêem, ou ouvem rádio ou vêem televisão têm o direito de exigir que se escreva e se expressem num Português correCto.
Para não falar nas desventuradas crianças que foram frequentar escolas para terem um Ensino de Qualidade, como é do direito delas, e atiraram-lhes à cara o lixo ortográfico, base de toda a comunicação e ensino.
Não é apenas na Covid-19 que Portugal ultrapassa a linha vermelha.
No Ensino da Língua Portuguesa já se ultrapassou, faz tempo, todas as linhas vermelhas possíveis e imagináveis.
Daí que seja premente que todos os Portugueses e quem de direito: professores, pais, políticos, advogados, escritores, jornalistas, tradutores, apresentadores de televisão, artistas, juristas, enfim a sociedade mais instruída, as pessoas mais “importantes” e mediáticas acordem e se unam para exigir dos governantes e do constitucionalista-mor, que é o primeiro a não cumprir a Constituição da República Portuguesa, a anulação do aberrante AO90 e a reposição da grafia de 1945, não só nas escolas, como em TUDO o que mexe com o Idioma Oficial de Portugal, além de um Ensino de Qualidade, que nos faça acompanhar os níveis europeus.
Ou somos gente que sente, ou não somos ninguém! Ou seremos apenas fantoches nas mãos de fantocheiros, a deambular por aí, sempre a dizer que sim, que sim… ?
Isabel A. Ferreira
De rui castro a 26 de Junho de 2021 às 16:53
Prezada senhora. Certamente que existem palavras com grafia diferente entre Portugal e Brasil. Mas no Brasil se escreve Espectador, Recepção, e outros parecidos, ou seja a consoante c e p nas palavras acima continuas sendo pronunciadas e grafadas. Ao passo que em Portugal se escreve Espetador, Receção, e outros mais. Não quero entrar em nenhuma disputa, sobretudo coa a senhora que parece ser evoluída acima da média portuguesa, bastante ignara e pouco instruída. Talvez a senhora queira também, aproveitando seu blog, ser ativista contra a anglicização da língua portuguesa, montando uma Task Force para que se usem vocábulos portugueses em lugar de ingleses. Sobretudo quando existem equivalentes na língua. Sei que isto não será feito num rocket, afinal a subserviência portuguesa aos Ingleses vem de séculos...
Prezado senhor,
Ou eu não fui suficientemente clara, ou o senhor não entendeu nada do que escrevi.
O senhor deve ater-se ao global e não ao pormenor.
O global é que a maioria das palavras acordizadas são BRASILEIRAS, sem os cês e os pês. A grande maioria.
O pormenor é o que referiu: no Brasil escrevem recePção porque pronunciam o PÊ, em Portugal não se pronuncia, e escrevem erradamente. Mas esta e uma POUCAS, pouquíssimas palavras e suas derivações, são a excePção, que em Portugal também se escreve estupidamente “exceção”. Em contrapartida, o Brasil escreve “afeto” que em Portugal se pronuncia “âfêtu”, e, para nós, europeus, não significa nada. Já afeCto ou o inglês afeCt diz-nos TUDO.
No Brasil escreve-se espeCtador e recePção, e em Portugal escreve-se também espeCtador e recePção. Apenas os acordistas IGNORANTES escrevem e “espetador” (isp’tâdôr) e “receção” (r’c’ção).
De resto o AO90 assenta, na sua esmagadora maioria dos vocábulos MUTILADOS, na grafia brasileira, que os mutilou, no Formulário de 1943, e Evanildo Bechara os impingiu ao então já caquéctico (e já falecido, e que Deus o tenha na sua santa paz) Malaca Casteleiro, que, por sua vez, servindo a POLÍTICA e os interesses BRASILEIROS, mas NÃO a cultura linguística portuguesa, impingiu aos ignaros políticos portugueses, que mandaram cumprir, e a mixórdia é total.
O Brasil que fique com a sua grafia brasileira, e Portugal com a NOSSA grafia portuguesa. O AO90 é INÚTIL. Não leu o que disse José de Castilho?
José de Castilho: « “Divergências novas entre Portugal e Brasil. O AO90 cria diferenças ortográficas num contexto normativo de unificação. Isto constitui uma contradição insanável e uma violação do seu espírito unificador. Este contra-senso científico conduz-nos a um cenário em que as divergências artificialmente criadas na ortografia são superiores às palavras unificadas. Segundo um estudo de Maria Regina Rocha, com base em pesquisas no Portal da Língua Portuguesa, o AO90 harmoniza 569 palavras, mas mantém diferenças em 2691 e cria 1235 novas divergências. Estes números ilustram claramente a fraude da unificação ortográfica do AO90.” excerto de texto de Luís Canau:
https://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf...
E não, não estou interessada em ser aCtivista (“activista” é brasileiro) contra a anglicização da Língua Portuguesa, porque, como lhe disse, prefiro o INGLÊS ao BRASILEIRÊS. O perigo não vem dos anglicismos. O perigo da Língua Portuguesa vem dos BRASILEIRISMOS. O Inglês é uma Língua europeia. O Brasileiro NÃO É uma Língua Europeia. E se alguém tem de ser SERVIL, ao menos que seja SERVIL a quem tem uma Língua Europeia.
E está enganado. Eu sou apenas UMA entre as MUITAS pessoas evoluídas acima da média portuguesa, que não é menos ignara e instruída do que os milhões de analfabetos brasileiros (são muitos mais). Eu apenas OUSO lutar, porque nada tenho a perder, e nada me interessa mais do que a MINHA LÍNGUA PORTUGUESA, o meu mais precioso instrumento de trabalho. Se os outros não ousam como eu, é porque não querem perder os TACHOS. Eu sou senhora do meu nariz, sou livre, e não sirvo patrão nenhum. por isso, OUSO ir mais além. E é isso que farei.
O Brasil destruiu a Língua Portuguesa, algo que nenhum outro povo colonizado por Portugal o fez.
Daí que venham os anglicismos. Abaixo os brasileirismos!
De rui castro a 27 de Junho de 2021 às 00:49
Vê -se bem que nunca viajou para Angola e Moçambique ( só para falar dos grandes). A senhora pertence a uma elite, os portugueses têm o maior índice de analfabetismo da Europa. A língua , oral principalmente, é viva, muda, se adapta , se transforma, muda de significado, se quiser falar uma língua morta, fale em latim. Como dizia o meu professor de Português, falar latim é uma forma erudita de ficar calado. Ficar preso ao passado, é morrer! e o Português que se fala no Brasil, é vivo!
Vê-se logo que o senhor não é português, ainda que seja, ou pudesse ser. O senhor pugna pela mediocridade, e o mais longe que vê do mundo, com vidros esfumados, é o seu próprio umbigo. Um Português que se preza, NÃO defende a mediocridade linguística, que se implantou em Portugal, graças a gente ignorante, e de baixo nível cultural.
Não preciso de ir a Angola ou Moçambique, que, aliás, REJEITARAM o estúpido AO90, para saber do que lá se passa.
Eu não pertenço a uma elite. Eu pertenço a uma classe de Portugueses que vão rareando, e que descendem das padeiras de Aljubarrota e dos Dons Nunos Álvares Pereiras. Pertenço a uma classe que sabe lutar pelo que é melhor para Portugal e para os Portugueses, sem que andemos a rastejar pelo chão, onde os pretensos gigantes arrastam os pés.
Graças a governantes ignaros, que não promovem a Cultura Culta, não apostam na Educação, e estão-se nas tintas para Portugal, por, servilmente, servirem a mediocridade, os Portugueses actualmente têm, de facto, o maior índice de alfabetismo da Europa.
A Língua é um organismo VIVO, daí que não possa ser MUTILADO ao bel-prazer de IGNORANTES, ou então MATAM-NA. Que é o caso. A Língua adapta-se, NÃO SE MUTILA. Não se muda apenas porque políticos ignorantes, editores mercenários, e mais uns tantos servilistas, assim o querem.
Deixe-me que lhe diga que o senhor NADA sabe das Ciências da Linguagem. Chama uma Língua morta ao Latim, quando o Latim está vivo nas línguas VIVAS que originou, entre elas a PORTUGUESA.
O seu professor de Português poderia até ter dito tal patacoada, porque há PROFESSORES e professores. Uns sabem, os outros não sabem, e são esses que não sabem que FABRICAM os analfabetos, de que o BRASIL também está a abarrotar. Já tive de ajudar uma brasileira que trabalha em Espanha, a “segurar” o trabalho dela, numa tradução do “americano” para Português, porque, na Europa CULTA, ninguém quer traduções “à brasileira”. E eu ajudei-a (porque também sou tradutora) sem lhe cobrar honorários. Afinal todos têm direito ao TRABALHO, e os Brasileiros comuns não têm culpa do PÉSSIMO ensino de Português que se promove nas escolas brasileiras, onde também já estudei.
Engana-se quando diz que ficar preso ao passado É MORRER. Não, não é. Ficar preso ao passado, quando muito, é NÃO EVOLUIR. Sem passado, não se constrói o futuro, daí que haja muito povinho, que marca passo na vida, por RENEGAR o seu passado. É o caso dos brasileiros a quem fizeram uma LAVAGEM CEREBRAL, porque nem todos renegam o passado português do Brasil.
Daí que a linguagem que se fala e escreve no Brasil seja uma linguagem VIVA, correCto. Como o são TODAS as Línguas do mundo. Por isso, não podemos MUTILAR uma linguagem VIVA, como o Brasil MUTILOU os vocábulos portugueses. As línguas VIVAS adaptam-se, CRESCEM com a introdução de novas palavras, que dizem dos conceitos globais.
Em Inglês, Francês, Castelhano, Português, só para referir as línguas europeias mais conhecidas, JAMAIS se escreveria “diret”, diret, ou “direto”, como os brasileiros escrevem. JAMAIS. Em Inglês, Francês, Castelhano, Português, escreve-se direCt, direCt, direCto, direCto. E todas estas línguas estão VIVAS. E por estarem vivas, todas dizem TASK FORCE, mas NÃO MUTILAM as palavras, apenas porque dá jeito, para facilitar a escrita de quem não tem capacidade para PENSAR a Língua.
“Direto”, que se lê “dirêtu”, é uma palavra MUTILADA, que existe APENAS no léxico brasileiro.
DireCto, é uma palavra VIVA do léxico europeu.
O Sr. Rui castro, compreendeu o que é uma Língua VIVA? Uma Língua VIVA dá VIDA às palavras. Não as MUTILA. Não as MATA, para que signifiquem coisa nenhuma.
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